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MIOLO DO HUGV 2007.pmd - Hospital Universitário Getúlio Vargas

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6revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


EDITORIALRaymison Monteiro de SouzaDiretor da <strong>HUGV</strong>Ao assumirmos a Direção do <strong>HUGV</strong>, emmarço de 2007, apresentamos como proposta aconstrução de um <strong>Hospital</strong> Universitário que atendessede forma real os anseios da comunidade acadêmicano que diz respeito área de ensino e pesquisa,incentivando a produção científica, a realizaçãode eventos na área de saúde e principalmenteos programas de pós-graduação desenvolvidos naInstituição.Em relação aos Programas de ResidênciasMédicas, o <strong>HUGV</strong>, o pioneiro em formação de residentesno Estado do Amazonas, por meio do Ministérioda Educação, passou a disponibilizar 125vagas de residência médica, distribuídas em 22 Programas.Além disso, implantou a residência médicaem Neurologia Clínica, com a primeira turmacomeçando em março de 2008.As dificuldades estruturais e financeiras enfrentadaspelo hospital, não impediram a realizaçãode eventos de cunho científico, que são conseqüênciasnaturais em uma instituição de ensino queé campo de estágio para cursos de várias áreas tantoda Ufam quanto de outras unidades educacionais.Em 2007, destacou-se a IV Jornada de Saúdeda Amazônia Ocidental, realizada em novembrocom o tema “Saúde, uma abordagem multidisciplinar.”Esse tema foi escolhido por ser parte da realidadedo <strong>HUGV</strong>, que possui em seu quadro depessoal, profissionais de diversas áreas, tais como:Médicos, Assistentes Sociais, Nutricionistas, Fisioterapeutas,Psicólogos, Profissionais de EducaçãoFísica, Farmacêuticos, Bioquímicos, entre outros.Essa equipe multidisciplinar atua em vários Programasdo hospital e procura ter uma visãoholística do paciente e da ciência, tratando o serhumano e as patologias de forma ampla e inteira enão de forma fragmentada, considerando aspectosde ordem física, mental e social.Com a Jornada houve o aumento da produçãocientífica do hospital, na forma dos TemasOrais e Pôsteres inscritos, tanto que os anais doevento podem ser visto nesta edição da revista.A publicação da Revista <strong>HUGV</strong> também éuma grande conquista, pois estimula a realizaçãode pesquisas, resultando na elaboração de artigosoriginais, resumos e relatos de caso. Fortalecer aárea de pesquisa é uma das principais metas dohospital, pois, como centro formador de recursoshumanos especializados é de fundamental importânciase manter na vanguarda na área de saúde.A formação de recursos humanos na áreade medicina é dependente de Serviços e pessoascomprometidas com o ensino como primeiro passopara a produção do saber e, a seguir a contextualizaçãodos Serviços em forma de artigos e livros.A independência intelectual está diretamentevinculada à produção científica, pois assim podemosdescrever as rotinas utilizadas no dia-adiado <strong>Hospital</strong> e descrever a experiência adquiridano exercício da medicina e áreas correlatas.Assim, conclamo a comunidade deste <strong>Hospital</strong>a realização de artigos científicos, retrospectivosou prospectivos, relatos de casos ou revisãosistemática, criando nossa memória e aumentandoa produção científica deste <strong>Hospital</strong>.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 20077


8revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


MIHARU MAGUINORIA MATSUURA MATOS, HILKEM GOMES ALVES, LORENA <strong>DO</strong>S SANTOS VÁSQUEZAVALIAALIAÇÃÇÃO <strong>DO</strong>S ACIDENTES BIOLÓGICÓGICOSOCORRI<strong>DO</strong>S ORRI<strong>DO</strong>S NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIOVARARGAS AS ENTRE OS PROFISSIONOFISSIONAIS DE SAÚDE NOPERÍO<strong>DO</strong> DE 1999 A 2004EVALUATION OF THE BIOLOGICAL ACCIDENTS OCCURRED IN UNIVERSITY HOSPITAL GETÚLIOVARGAS, THE PROFESSIONALS OF HEALTH IN THE PERIOD OF 1999 UNTIL 2004Miharu Maguinoria Matsuura Matos 1 , Hilkem Gomes Alves 2 , Lorena dos Santos Vásquez 2RESUMO: A contaminação acidental dos profissionais da área de saúde é uma preocupação importante, emborapouca ênfase seja dada em nosso meio. Dentre as doenças de possível contaminação, as hepatites B e C e a Sidasão as que mais preocupam essa categoria. Foi realizada uma análise retrospectiva de 35 fichas de notificaçõesarquivadas no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) referentesaos acidentes ocorridos no <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>, em Manaus (AM) durante o período de 1999 a2004. A categoria profissional mais atingida foi o corpo de enfermagem, sendo a agulha o agente que mais causouacidente. O local mais freqüentemente envolvido na ocorrência dos acidentes foi o PSU, sendo a exposiçãopercutânea a mais comum. Os dedos da mão, principalmente da direita, foram as áreas corporais mais atingidasnos acidentes notificados neste estudo. Quanto ao material biológico envolvido no acidente foi por exposição asangue. Em relação ao uso de equipamento de proteção individual (EPI), a maioria dos profissionais fazia o usode luvas e eram vacinados contra hepatite B. Neste estudo, foi observado um considerado número de subnotificação,em função do número reduzido de fichas notificadas, promovendo uma baixa representatividade dos acidentesocupacionais. A subnotificação é um problema grave e muito sério que leva a uma falsa impressão de que osacidentes não ocorrem, quando, na verdade, representa uma falta de conhecimento de como proceder mediantea um acidente, aliada ao descaso em comunicar o ocorrido por ter receio de ser taxado em displicente e imprudente.Palavras-chave: Acidente biológico, material perfurocortante, riscos ocupacionais, biossegurança.ABSTRACT: The accidental contamination of the employees of the health area is an important concern, even solittle emphasis is given in our environment. Among the possible diseases of contamination, the hepatitis B and Cand the Aids have been the ones that are more concerned in this category. A retrospective analysis of 35 formsfilled in the Specialized Service in Engineering of Security and Medicine of the Job (SESMT) was done regardingthe notifications of the accidents occurred at Getúlio <strong>Vargas</strong> University <strong>Hospital</strong> in Manaus, Amazonas, duringthe period from 1999 to 2004. The most affected professional category was the nursing crew, and the needleaccident was the main cause of the accidents. The most frequent place involved in the occurrence of the accidentswas the PSU, and the per cutem access was the most common exposition. The fingers, mainly on the right hand,were the body part most affected among the accidents notified in this study. In relation to the biological materialinvolved in the accidents, it was the blood exposition; in relation to the use of the individual protection equipment(EPI), the majority the employees was using gloves and were vaccined against Hepatitis B. In this study, it wasobserved a great number of sub notifications, because of the low number of notified forms, reflecting a lowrepresentation of the occupational accidents. The sub notification is a very serious problem that leads to a falseimpression that accidents do not occur, when in the truth, it represents a lack of knowledge of how to proceedwhen a real accident occurs, it is allied to the indifference in communicating the occurrence because of the fear ofbeing considered careless and imprudent.Key-words: Biological accident, needlestick materials, occupational risks, biossecurity.1Farmacêutica-bioquímica do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>/Ufam.2Farmacêutica-bioquímicas, Universidade Federal do Amazonas.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 20079


AVALIAÇÃO <strong>DO</strong>S ACIDENTES BIOLÓGICOS OCORRI<strong>DO</strong>S NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍO<strong>DO</strong> DE 1999 A 2004INTRODUÇÃOO crescimento do número de indivíduosinfectados pelo HIV, bem como pelos vírus das hepatitesB e C na população geral, tem aumentado orisco para o profissional de saúde, visto que, muitasvezes, esses indivíduos infectados necessitamde atendimento em unidades de assistência de saúdee são submetidos a procedimentos diagnósticose terapêuticos nos quais o sangue e os fluidoscorpóreos podem estar envolvidos. 1,2 É sabido quea freqüência da exposição acidental a material biológicopotencialmente contaminado em profissionaisda saúde varia de acordo com a ocupação, osprocedimentos realizados e as medidas preventivasefetuadas. 3 No Brasil, assim como em outrospaíses da América do Sul, os dados sobre esse assuntoainda são escassos e poucos notificados, umavez que apenas algumas instituições de saúde possuemo registro sistemático das circunstâncias e dosmateriais envolvidos nestes acidentes, tornandodesconhecida a real situação dos acidentes biológicosem âmbito nacional. Diante deste complexoquadro que envolve os acidentes com material biológico,o presente estudo propôs caracterizar osacidentes biológicos pela avaliação de todas as notificaçõesreferentes aos acidentes registradas e arquivadasno Serviço Especializado em Engenhariade Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT)do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong>,no período de 1999 a 2004, entre os profissionaisde saúde da instituição. Sabe-se que o conhecimentodas ocorrências dos acidentes é de grande valorno campo da orientação ocupacional, prevenindoo aparecimento ou recorrência de acidentes biológicose levando a uma maior segurança no manuseiode materiais perfurocortantes e, conseqüentemente,reduzindo os riscos ocupacionais no ambientehospitalar.METO<strong>DO</strong>LOGIATrata-se de um estudo retrospectivo,observacional sobre a freqüência dos acidentes biológicosocorridos no <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio<strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>) no período de 1999 a 2004por meio de levantamento de dados. Os dados foramobtidos diretamente dos formuláriosregistrados e arquivados no SESMT do <strong>HUGV</strong>.Essa coleta de informações compreendeu o registroem planilha eletrônica Excel, sendo constituídapelos seguintes itens analisados: sexo, idade,profissão/ocupação, setor de trabalho, tipo de exposição,área corporal mais atingida no acidente,material orgânico e agente envolvido no acidente,informações sobre o paciente-fonte quanto à situaçãosorológica para HIV, hepatite B e C, uso deequipamentos de proteção e situação imunológicado acidentado com relação à vacinação contra hepatiteB. Para verificar quais as categorias profissionaismais expostas ao risco de acidentes, duranteo exercício de suas funções, foicorrelacionado o número de acidentes ocorridos,neste estudo, com as respectivas áreas do ambientehospitalar. Todos os testes de HIV, hepatites B eC registrados nos formulários de acidentes foramrealizados no Laboratório de Análises Clínicas do<strong>HUGV</strong> por intermédio da análise sorológica dasamostras de sangue do acidentado e o pacientefonte,utilizando a técnica comercial de reaçãoimunoenzimática (Elisa) e a interpretação dos resultadosfoi baseada na leitura do cutoff. Este estudofoi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisada Universidade Federal do Amazonas sobn.º 199/2005, de 28 de novembro de 2005.RESULTA<strong>DO</strong>SForam avaliados todos os formulários referentesaos acidentes ocorridos entre os profissionaisde saúde do <strong>HUGV</strong>, no período de 1999 a 2004,totalizando 35 formulários registrados e arquivadosno Serviço Especializado em Engenharia deSegurança e Medicina do Trabalho – SESMT dainstituição. Os profissionais de saúde envolvidosno acidente eram 26 (74%) do sexo feminino e 9(26%) do sexo masculino. A faixa etária variou de17 a 64 anos (38,4±12,9), sendo que a maioria dosacidentes notificados ocorreu em profissionaisentre 20 a 49 anos de idade.10revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


MIHARU MAGUINORIA MATSUURA MATOS, HILKEM GOMES ALVES, LORENA <strong>DO</strong>S SANTOS VÁSQUEZO número de acidentes biológicos notificadospelo SESMT e o tipo de exposição, por ano,estão demonstrados na Tabela 1.Tabela 1 – Notificaçôes de acidente com exposição asangue e fluidos corporais segundo ano de ocorrência etipo de exposição no <strong>HUGV</strong>AGENTEAgulha de injençãoAbocathInstrumento cirúrgicoLâmina de bisturiAgulha de suturaOutrosintracathAgulha de biópsiaTipo de ExposiçãoAno de Ocorrência1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total (%)PercutâneaMucosa ocularMucosa oralPele íntegraPele não íntegraOutrosTotalFonte: SESMT até maio/200402-----0207--01--081201----1306-----0602-----0204-----0433 (94%)01 (3%)-01 (3%)--35 (100%)A avaliação das categorias profissionaismais expostas ao risco de acidentes durante o exercíciode suas funções demonstrou que 28 (80%)eram do serviço de enfermagem, incluindo 17(48,6%) técnicos de enfermagem, 7 (20%) auxiliaresde enfermagem, 3 (8,6%) enfermeiros, 1 (2,8%)acadêmico de enfermagem, conforme demonstraa Figura 1.Figura 2 – Caracterização dos agentes envolvidos na ocorrência do acidente.As áreas corporais mais atingidas nos acidentesnotificados neste estudo foram os dedos damão, sendo 15 (41%) da direita e 12 (33%) da esquerda.6 (17%) dos acidentes atingiram as mãos,2 (6%) o antebraço – pulso e 1 (3%) outras áreas,como mostra a Figura 3. Um profissional foi atingidopor mais de uma área em um acidente envolvendotubo de ensaio.ÁREA CORPORAL ATINGIDAPROFISSÃO / OCUPAÇÃOBolsista de 2º grau (Farmácia)Técnico de EnfermagemAuxiliar de EnfermagemFarmacêuticoMédicoMédico residenteTéc. de hemoterapiaTéc. de laboratórioEnfermeiroAcadêmico de EnfermagemDMD DME MÃO ANTEBRAÇO OUTROS(pulso)Figura 3 – Área corporal atingida nos acidentes notificados no <strong>HUGV</strong>.Figura 1 – Distribuição dos acidentes biológicos segundo a categoriaprofissinalOs agentes que levaram a ocorrência do acidente,neste estudo, foram identificados como materiaisperfurocortantes e estão distribuídos na Figura2. 17 (48%) dos acidentes envolviam a agulhade injeção, 12 (38%) o uso do abocath, lâmina debisturi, agulha de sutura, intracath, agulha debiópsia, instrumento cirúrgico e 5 (14%) outrosagentes não especificados.A avaliação dos materiais biológicos envolvidosnos acidentes do <strong>HUGV</strong> mostrou que 31(88%) foram com exposição a sangue e 4 (12%) aoutros fluidos corporais, como secreções gástricas.Os locais mais freqüentemente envolvidos na ocorrênciados acidentes identificados neste estudo foramPronto-Socorro de Urgência, Clínica Médicae Centro Cirúrgico, conforme demonstra a Tabela2.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200711


AVALIAÇÃO <strong>DO</strong>S ACIDENTES BIOLÓGICOS OCORRI<strong>DO</strong>S NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍO<strong>DO</strong> DE 1999 A 2004Tabela 2 – Notificaçôes de acidentes com exposição asangue e fluidos corporais no <strong>HUGV</strong> segundo ano deocorrência e setorTipo de ExposiçãoBanco de SangueCentro CirúrgicoClínica CirúrgicaClínica MédicaCTIExame especiaisFarmáciaLaboratórioNefrologiaNeuroOrtopediaPediatriaPSU (Pronto Socorro)TOTALFonte: SESMT até maio/2004As informações sobre o uso de equipamentode proteção individual (EPI), no momento doacidente, demonstraram que 16 (46%) profissionaisfaziam o uso, 4 (11%) não utilizavam nenhum EPIe 15 (43%) dos formulários apresentaram ausênciadesses dados. Dos que utilizavam EPI, a maioriafazia uso somente de luvas.As informações sobre o paciente-fonte quantoà situação sorológica para HIV, hepatite B e Cmostraram que 17 (49%) apresentavam sorologianegativa, 4 (11%) eram positivo para um dos testessorológicos e 14 (40%) não especificados.A avaliação da situação imunológica do acidentadocom relação à vacinação contra hepatiteB, no momento do acidente, demonstrou que 16(46%) eram vacinados, 5 (14%) não eram vacinadose 14 (40%) não especificados. Dos profissionaisvacinados, 2 (13%) relataram imunização incompleta(faltava a 3.ª dose).DISCUSSÃOAno de Ocorrência1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total (%)01-----------0102-01-01---0101-01-0308--01040101-01--02010213----01-01-0101--0206-01----------0102-020101---------0401 (3%)04 (11%)02 (6%)06 (17%)02 (6%)01 (3%)01 (3%)02 (6%)02 (6%)01 (3%)03 (8%)01 (3%)09 (25%)35 (100%)Desde os primórdios do mundo do trabalhoo acidente fez parte do cotidiano dos trabalhadores,mais do que isso se pode afirmar que, ligadosà dinâmica da sociedade, que está sempre emmovimento, acidentes sempre farão parte do cenáriosocial, por isso deve-se conhecer, identificare controlar as ocorrências dos acidentes na tentativade reduzir os riscos ocupacionais no ambientehospitalar e valorizar a orientação ocupacional.Neste estudo foram avaliados 35 formulários referentesa acidentes dos profissionais de saúde do<strong>HUGV</strong>, no período de 1999 a 2004, sendo 74% dosexo feminino e a maioria dos acidentes notificadosocorreu em profissionais entre 20 a 49 anos deidade. Esses resultados conferem com os das literaturasconsultadas. Machado et al. 4 relataram que75% dos acidentados de seu estudo eram mulherese a faixa etária compreendia de 23 a 40 anos.Belei et al. 5 observaram em seus estudos que, dosacidentados, 70% eram do sexo feminino e 70% encontravam-sena faixa de 19 a 26 anos. Segundo oSistema de Notificação de Acidentes Biológicos –Sinabio 6 (2004), os acidentes ocupacionais notificadosno Estado de São Paulo, no período de 1999a 2003, envolveram 80,8% profissionais do sexo femininoe 66,8% estavam na faixa entre 20 e 39 anosde idade.Foi observado, neste estudo, que 94% dosacidentes notificados eram de natureza percutâneae o material biológico envolvido, na maior partedas exposições, foi o sangue. Esses dados conferemcom as informações do Sinabio (2002; 2004),onde encontrou uma freqüência de 85% das exposiçõesestudadas.Do total dos acidentes notificados, 80%ocorreram entre os profissionais de enfermagem,sendo 48,6% técnicos de enfermagem. Estudo deMachado et al. 4 observaram que 88,8% dos acidentesenvolveram o corpo de enfermagem, sendo amaioria auxiliar. Este percentual foi confirmadopor Marziale e Rodrigues. 8 Já no estudo de Bernalet al., 9 em Campinas (SP), observou-se que as categoriasmais atingidas foram as de técnico e auxiliarde enfermagem, 48,4%. Cocolo 10 verificou queenfermeiros e auxiliares de enfermagem foram responsáveispor 41% dos acidentes. Já o Sinabio 6,7 detectouuma taxa de 59,5%, sendo a maioria auxiliarde enfermagem. Acreditamos que esses resultadosestão relacionados à própria estrutura funcionalno atendimento ao paciente, onde os profissionaisconstantemente envolvidos nesses cuidadossão os técnicos e auxiliares de enfermagem.12revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


MIHARU MAGUINORIA MATSUURA MATOS, HILKEM GOMES ALVES, LORENA <strong>DO</strong>S SANTOS VÁSQUEZQuanto aos agentes que levaram a ocorrênciados acidentes no <strong>HUGV</strong>, a agulha de injeçãofoi o de maior incidência, correspondendo a17 (48%) notificações, e a área corporal mais atingidafoi a mão perfazendo um total de 33 (91%).Machado et al. 4 também detectaram que a regiãode maior ocorrência de acidentes é das mãos. SegundoSinabio, 7 a grande maioria dos acidentesnotificados, 68,7%, teve como causa a agulha.Cocolo 10 relatou que agulhas e lâminas foram acausa de 76% dos acidentes no seu estudo. Já emum estudo italiano, Puro et al. 11 relataram que 48%dos acidentes envolviam agulhas. Consideramosque pelo fato de a agulha de injeção ser um instrumentode uso rotineiro no atendimento ao pacienteseja o principal agente envolvido nos acidentes.No <strong>HUGV</strong>, os locais onde ocorreram maisacidentes foram: Pronto-Socorro de Urgência(PSU), Clínica Médica (CM) e Centro Cirúrgico(CC). Cocolo, 10 também, relatou no seu estudo quea maior incidência de acidentes ocorreu nas enfermariasclínicas e nas UTIs. Atribuímos que grandeparte dos acidentes ocorridos no PSU seja pelaalta rotatividade e pelas condições de agitação dospacientes que procuram este serviço de urgência.Em relação aos acidentes no Centro Cirúrgico sejapelo fato de o profissional estar mais preocupadocom o paciente do que com a própria segurança(pois está em um procedimento cirúrgico), os acidentessão mais propícios a acontecer.No momento do acidente, embora 43% dasfichas apresentaram ausência de dados referentesao uso de EPI, 11% não faziam sua utilização. Jáno trabalho de Cocolo, 10 39% dos profissionais acidentadosnão usavam equipamentos de proteção,como luvas e máscaras. Esses dados sugerem queo excesso de confiança esteja envolvido na não utilizaçãodesses EPIs.Com base na sorologia do paciente-fonte, 4(11%) eram positivos para um dos testessorológicos apresentados neste estudo. Segundodados do Sinabio, 6,7 no ano de 2002, 20,8% apresentaramalgum teste sorológico positivo; no anode 2004 foi encontrado 18,8%, enquanto Cocolo 10mostrou uma taxa de 19%. O percentual encontradoneste estudo foi inferior aos da literatura, provavelmenteem razão do considerado número denotificações incompletas (40%).Em relação à vacinação contra hepatite B doprofissional acidentado, este estudo detectou que27% dos profissionais não estavam totalmente protegidos.Esse resultado foi similar ao encontradoem Sinabio, 6,7 de 24,3% e 26%, porém nãocorrespondeu ao resultado apresentado porCocolo 10 de 66%. Esses dados refletem a falta deconsciência dos profissionais do risco em adquirirdoenças infecciosas, principalmente o vírus dahepatite B.Neste estudo foram encontrados apenas 35acidentes em cinco anos de notificações analisadas,esse dado demonstra um grande número desubnotificações, pois, segundo a Eucomed, 12 em umhospital médio verifica-se anualmente cerca de 30acidentes com materiais perfurocortantes para cadacem leitos. Considerando esta informação, seria esperadauma notificação de 75 acidentes por anono <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>, pois estepossui em torno de 250 leitos. Dados publicadospor Sassi et al., 13 o cenário dos acidentes ocupacionaisenvolvendo material biológico no Brasil é semelhanteaos observados em outros países, quandocomparamos a incidência de acidentes e desubnotificação. Em um estudo de avaliação dasubnotificação num <strong>Hospital</strong> Universitário de SãoPaulo, os autores relataram que 49% no ano de 1998e 2000, e 41% em 2002, foi apontada como justificativados profissionais para a “não-notificação doacidente” respostas como “desconhecimento sobreos riscos e/ou não ver necessidade”. Já Canini etal., 14 em um estudo realizado no hospital do interiorpaulista, revelaram um índice de 91,9% desubnotificação entre trabalhadores de enfermagem,sendo os acidentes perfurocortantes os de maioríndice de subnotificação (34,4%). Nesse mesmo estudo,a principal causa de subnotificação atribuídapelos profissionais foi considerar pequena a lesão,sem importância (53,1%), seguida do desconhecimentoreferente ao dever de comunicar o acidente(36,8%).revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200713


AVALIAÇÃO <strong>DO</strong>S ACIDENTES BIOLÓGICOS OCORRI<strong>DO</strong>S NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍO<strong>DO</strong> DE 1999 A 2004É responsabilidade de toda unidade de saúdecriar normas, procedimentos e políticas para ocaso de acidentes com material perfurante ou qualquerexposição a material contaminado. No entanto,muitos profissionais de saúde preferem omitirtais ferimentos. Isso contribui para que as informaçõessobre exposição de profissionais de saúdesejam inexatas e, mais importante ainda, contribuipara a falta de orientação, acompanhamento, exames,tratamento e cuidados. Uma vigilância contínuae o incentivo à notificação das exposições sãooutros mecanismos que podem reduzir os riscosocupacionais.CONCLUSÃO• A avaliação dos acidentes biológicos ocorridosno <strong>HUGV</strong> entre os profissionais de saúde noperíodo de 1999 a 2004 foram concordantes comos dados encontrados na literatura, quanto: aosexo, à categoria profissional, aos agentes envolvidos,à região corporal mais atingida, com exceçãoao local do acidente.• Foram avaliados 35 formulários referentesa acidentes dos profissionais de saúde do<strong>HUGV</strong>, no período de 1999 a 2004, esses dados foraminferiores às nossas expectativas, acreditamosque essa baixa taxa seja em função dassubnotificações.• Cada instituição deve se auto-avaliar paraconhecer a magnitude do problema e identificarsuas necessidades. Sugere-se a estruturação de umPrograma de Biossegurança e a implantação efetivadeste em todos os setores de atuação dos profissionaisda área de saúde. Este Programa deBiossegurança deverá conter uma estratégia efetivade prevenção de acidentes e de minimizaçãodos riscos ocupacionais no caso das exposiçõesocorridas.REFERÊNCIAS1. BASSO, M. Acidentes ocupacionais com sangue eoutros fluidos corpóreos em profissionais de saúde.Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escolade Enfermagem da Universidade de São Paulo,1999.2. POLETTO, M. Acidentes Biológicos em <strong>Hospital</strong>Universitário. Revista Médica <strong>Hospital</strong> UniversitárioSão Vicente de Paulo, Passo Fundo (RS), v.11, n.26, 2000.3. MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a laboratóriose serviços de saúde. São Paulo: Atheneu,2004.4. MACHA<strong>DO</strong>, A. A. Risco de Infecção pelo vírusde Imunodeficiência Humana (HIV) em profissionaisda saúde. Revista Saúde Pública, São Paulo,26: 54-6, 1992.5. BELEI, R. A. O Impacto do Acidente com MaterialBiológico na Vida de Profissionais e Alunos em um<strong>Hospital</strong> Universitário. Disponível em: . Acesso em: fev, 2008.6. VIGILÂNCIA DE ACIDENTES COM MATE-RIAL BIOLÓGICO EM PROFISSIONAIS DESAÚDE NO ESTA<strong>DO</strong> DE SÃO PAULO. BoletimEpidemiológico. Sinabio, ano II, n.º 1, jan., 2004.Disponível em: . Acesso em: jul, 2004.7. VIGILÂNCIA DE ACIDENTES COM MATE-RIAL BIOLÓGICO EM PROFISSIONAIS DESAÚDE NO ESTA<strong>DO</strong> DE SÃO PAULO. BoletimEpidemiológico. Sinabio, ano I, n.º 1, out., 2002.Disponível em: Acesso em: jun, 2008.8. MARZIALE, M. H., RODRIGUES, C. M. A produçãocientífica sobre os acidentes de trabalho commaterial perfurocortante entre trabalhadores deenfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem,v. 10, n.º 4, p. 571-7, jul.-ago., 2002.9. BERNAL, S. B. B. Acidentes com risco biológicopor categoria profissional e área de trabalhono <strong>Hospital</strong> Mário Gatti. In: Congresso Brasileirode Infecção <strong>Hospital</strong>ar. Anais. São Paulo: Abih,2002.14revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


MIHARU MAGUINORIA MATSUURA MATOS, HILKEM GOMES ALVES, LORENA <strong>DO</strong>S SANTOS VÁSQUEZ10. COCOLO, A. C. Equipes médica e de enfermagemmenosprezam riscos de acidentes. Disponívelem: . Acesso em: jan, 2008.11. PURO, V. Risk of exposure to bloodborneinfection for Italian healthcare workers, by jobcategory and work area. Infect Control HospEpidemiol, v. 22, 2001.12. Prevenção contra lesões causadas por cortoperfurantes– EUCOMED. Dez, 2001.13. SASSI, S. J. G. Acidente com material biológico:o que há em prevenção. Informe mensal sobreagravos à saúde pública, n.06, jun, 2004. Disponívelem: 14. CANINI, S. R. M. S. Acidentes Perfurocortantesentre Trabalhadores de Enfermagem de um<strong>Hospital</strong> Universitário do Interior Paulista. RevistaLatino-Americana de Enfermagem, v. 10, n.2, p.172-8, mar-apr, 2002.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200715


16revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ROSANGELA MARTINS GOMES, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPESCONDIÇÕES DE ACESSIBILIDCESSIBILIDADE PARA PESSOASCOM DEFICIÊNCIA CIA NA CIDADE DE MANAUSCONDITIONS OF ACCESSIBILITY FOR PEOPLE WITH DISABILITY IN MANAUSROSANGELA MARTINS GOMES, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPESRESUMOO objetivo desta pesquisa foi diagnosticar a situação real da cidade de Manaus em relação à acessibilidade parapessoas com deficiência e cotejar as normas de acessibilidade da ABNT 9050 com os aspectos sociais de autonomia.Utilizamos a metodologia da observação sistemática, buscando coletar e analisar os dados de forma qualitativa.Sendo assim, o universo desta pesquisa foram as áreas de lazer, zonas urbanas e no entorno de hospitais e postosde saúde. Foi diagnosticado tanto o ambiente interno como externo dessas áreas. Resultados: A amostra esteverepresentada por 28 locais, dentre áreas urbanas, representadas pelos terminais de ônibus; áreas de lazer,representadas por parques, cinemas, estádios, shopping, e no entorno de hospitais e postos de saúde. Totalizando82 ruas e 9 locais que foram observados também seu ambiente interno. Os resultados da análise nos levou a inferirque a cidade de Manaus, nos locais onde foi realizada a coleta de dados, não garante acessibilidade à pessoa comdeficiência. Conclusão: A falta de acessibilidade pode ser uma barreira que põe o deficiente em desvantagem.Garantir a cidadania para essas pessoas e dar-lhes autonomia e condições de domínio sobre o ambiente físico esocial.Palavras-chave: Acessibilidade; Autonomia; Deficiente.ABSTRACTThe objective of this research was to identify the real situation of the city of Manaus, regarding the accessibility ofthe people with disability and compare the accessibility rules of ABNT 9050 with the social aspects of autonomy.: We used the methodology of the systematic observation, seeking the collection and analyzing the data in a qualitativeway. This way, the environment of this research were the leisure areas, urban zones and around the hospitals andhealth posts. It was diagnosed both the internal and external environment of these areas. Results: The sample wasrepresented by 28 locations, among urban areas, represented by the central buses stations; leisure areas, representedby parks, movie theaters, stadiums, mall, and around the area of hospitals and health posts. Totalizing 82 streetsand 9 locations in which were also observed the internal environment. The results of the analysis led us to deducethat the city of Manaus, in the locations where were collected the data, does not guarantee accessibility for peoplewith disabilities. Conclusion: The lack of accessibility can be a barrier that puts the deficient person in disadvantage.To guarantee the citizenship for these people and to give them autonomy and conditions of the physical and socialenvironment.Key-words: Accessibility; Autonomy; Disability.INTRODUÇÃOO presente estudo teve como objetivoinvestigar as condições de acessibilidade parapessoas com deficiência em alguns pontos dacidade de Manaus, e apontar de que forma essascondições estão relacionadas com a questão dacidadania e da autonomia dessas pessoas. Oobjetivo da acessibilidade é permitir um ganhode autonomia e de mobilidade ao deficiente.Assim sendo, arquitetos, projetistas ouresponsáveis pelas políticas públicas devem revera forma de conceber os espaços, os objetos, demodo que eles possam oferecer segurança, eficáciae acima de tudo que o deficiente possa se dirigir aeles com autonomia e independência. Asintervenções de aumento de acessibilidade trazembenefícios diretos às pessoas com deficiência.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200717


CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA CIDADE DE MANAUSOferecem-lhes condições de exercer comautonomia o seu direito de ir e vir, ampliando assuas possibilidades de deslocamento eaumentando sua segurança. Gerar acessibilidade,entretanto, é fundamental para promoção da cidadaniada pessoa com deficiência, mas não ésuficiente. É preciso criar condições para que apessoa deficiente possa agir em direção de seusobjetivos com autonomia e independência. Assim,o foco principal deste projeto foi verificar ascondições de acessibilidade para pessoas comdeficiência na cidade de Manaus e identificarcomo esses aspectos podem influenciar na faltade autonomia dessas pessoas. Pois o início doprocesso é caracterizado pela disponibilidade deir e vir de qualquer pessoa na medida em que eladesejar, e as barreiras arquitetônicas sãoimpedimentos para a concretização do processode autonomia dessas pessoas.MÉTO<strong>DO</strong>Para o desenvolvimento deste trabalho,dividimos a amostra em três blocos para inícioda coleta de dados da pesquisa, que ficou assimdistribuído: Áreas de lazer, áreas urbanas,hospitais e postos de saúde, distribuídos pelasseis zonas da cidade de Manaus. Apesar de tersido solicitado a autorização para coleta dedados, muitos órgãos não permitiram os registrosfotográficos dos ambientes internos eleitos paraa pesquisa, mesmo tendo a garantia de que aofinal da pesquisa não seriam identificados os nomesdos locais referidos. Nos ambientespesquisados foram coletadas amostras doaspecto físico de áreas externas e internas desseslocais sendo assim consideradas:Área Externa – relacionado ao caminhopercorrido que uma pessoa normalmente fariapara chegar a um determinado local, supondo queela poderia chegar de carro próprio ou de ônibus,registramos o trajeto levando em consideração osaspectos como parada de ônibus, rampas,barreiras arquitetônicas urbanísticas e nasedificações. Área Interna – relacionado ao acessoa esses lugares levamos em consideração a entradae saída, estacionamento, mobiliários e banheiros.O estudo constou de duas partes:a) 1.ª Parte: Parte teórica. Realizada pormeio de pesquisa bibliográfica em livros, artigospesquisados em bibliotecas virtuais para compora fundamentação teórica da pesquisa.b) 2.ª Parte: Pesquisa de campo. Procedimentosde pesquisa qualitativa das condições deacessibilidade dos ambientes: zonas urbanas,áreas de lazer e entorno dos hospitais públicosda cidade de Manaus.O trabalho trata de uma observaçãosistemática, cujos resultados poderão serutilizados como base para adequação ouconstrução de ambientes mais acessíveis parapessoas com deficiência na cidade de Manaus.Definimos os locais e aspectos queconstituíram questionamentos para o material deinvestigação: Aspectos físicos: parada de ônibus,rampas, barreiras arquitetônicas urbanísticas enas edificações, mobiliários e equipamentosurbanos, estacionamentos, banheiros, transporte.Levando em consideração o trajeto que umapessoa normalmente faria para chegar ao localdeterminado e no acesso à visitação a esses lugaressupondo que poderia chegar de ônibus ou decarro próprio. Os locais selecionados foram:Zona Urbana: no entorno dos terminais: locaise interestadual, no entorno dos postos de saúde. Nasáreas de lazer: entorno do Teatro Amazonas, entornoAmazonas Shopping, Studio 5, Complexo PontaNegra. Entorno de hospitais públicos: Hemoam,<strong>HUGV</strong>, Fundação de Medicina Tropical, CentroPsiquiátrico Eduardo Ribeiro, João Lúcio.ANÁLISE <strong>DO</strong>S DA<strong>DO</strong>SA análise estatística do trabalho distingue-seessencialmente duas fases: Uma primeira18revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ROSANGELA MARTINS GOMES, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPESfase em que se procura descrever e estudar aamostra: Estatística Descritiva; e uma segundafase em que se procura extrair conclusões para apopulação: Estatística Indutiva.RESULTA<strong>DO</strong>SParadas de ônibusDas 28 ruas observadas, 10,7% possuíamparadas de ônibus mais próximas dos locais eforam classificadas como inadequadas, em funçãoda inexistência de rampas adequadas quepermitissem acesso às pessoas com deficiência.A seguir estão descritos os resultadosdivididos em áreas externas e áreas internas.1. Áreas ExternasA coleta e análise dos dados foram realizadasa partir do estabelecimento de quais aspectosfísicos dos locais da pesquisa seriam fundamentaispara a promoção da acessibilidade comautonomia para pessoas com deficiência na cidadede Manaus. De acordo com as normas 9050 daABNT, levamos em consideração os seguintesaspectos: rampa única, rampa em passeio comfaixa de travessia, parada de ônibus próximas dolocal específico, barreiras arquitetônicas, entradae saída de pessoas. Estes foram classificados deacordo com sua real situação como: adequado, inadequado,inexistente e não aplicável.1.1 Zona UrbanaEste bloco está representado pelos terminaismunicipais e o terminal interestadual,rodoviária, de Manaus. No entorno destes locaisforam feitas as observações em 28 ruas. Osresultados revelaram as seguintes características:Rampa únicaDiz respeito à rampa de passeio que nãoestá necessariamente em faixa de travessia, deveatender às normas da ABNT e estar adequadapara utilização. Quanto a este item, 3,6% das ruasestavam inadequadas para uso e em 96,4% das ruasobservadas eram inexistentes.Rampa em passeio com faixa de travessia32,1% das ruas no entorno dos locaisestavam inadequadas e em 19% inexistentes.Barreiras arquitetônicasSão impedimentos da acessibilidade,natural ou resultante de uma implantaçãoarquitetônica ou urbanística. Em 28,6% das ruasobservadas encontramos barreiras como esgotossem tampas próximos às rampas e faixas detravessia, meio-fio sem rampa que dificulta atravessia de uma rua, lixeiras nas calçadas,camelôs e escadas desnecessárias.Entrada e saída de pessoasLevamos em consideração o trajeto que apessoa normalmente faria para chegar ao localdeterminado e observamos até o ponto de entradae saída de pessoas a este local. Os acessos de entradae saída destes locais estavam localizados em 17,9%do total da amostra e foram classificados comoinadequados por não possuírem rampas adequadasàs normas de acessibilidade.1.2 Entorno das áreas de LazerNeste grupo serão descritos os resultadosdos locais de lazer selecionados, shoppings,cinemas, estádios de futebol e parques da cidadede Manaus. Entorno destes locais foramobservadas 21 ruas.Rampa únicaEm se tratando deste item 28,6%, das ruasestavam adequadas e em 71,4% não existem rampaspara acesso.Rampa de passeio com faixa de travessiaSomente 9,5% estavam adequados, 23,8%inadequados e em 66,7% das ruas observadas nãoexistem rampas nas faixas de travessiainviabilizando o acesso.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200719


CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA CIDADE DE MANAUSestádios, shoppings, e no entorno de hospitais epostos de saúde. Totalizando 82 ruas e 9 locaisque foram observados também seu ambienteinterno.Pequenas reformas podem ser efetuadasvisando proporcionar o acesso ao deficiente, rampasem lugar de escadas, portas mais largas,textura diferenciada, e etc., podem ser necessáriasem alguns lugares. De acordo com o resultadovimos que muitos desses aspectos eraminadequados ou inteiramente inexistentes.Segundo Costa (1998), cidadania diz respeito àautonomia de sociedade, no sentido de ela tercondições de traçar suas políticas. Fazendo umparalelo a esta afirmação, acreditamos que sem aquestão da acessibilidade o deficiente não estátendo a oportunidade de agir com autonomia e irao encontro de seus objetivos. Estudos como estepodem contribuir para fomentar novasperspectivas de planejamento urbano contribuindopara a autonomia da pessoa com deficiência,transformando o espaço que, acima de tudo,é utilizado por todos os grupos da sociedade.REFERÊNCIAS1. MARQUES, C. A.. «A estetizaçäo do espaço:perspectivas de inserção ou de exclusão da pessoaportadora de deficiência», Temas desenvolv.; 8(47):10-6, nov.-dez., 1999.2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. Adequação das Edificações e domobiliário Urbano à pessoa Deficiente. 2.ª ed. Riode Janeiro, 1991, p. 81.3. Acessibilidade e desenho universal Jornal daAPBB n.º 9, ago./set., 1996.4. AMIRALIAN, M. L. T, et. al. «Conferência adeficiência». Rev. Saúde Pública, 34 (1): 97-103,2000. Disponível em: 5. BRASIL, Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de2000, <strong>DO</strong>U, de 20/12/ 2000.6. BEUCHAMP T. L, CHILDRESS, J. F. Principlesof Bioemdical Ethics. 4.ª ed. New York: Oxford, 260p., 1994.7. BOBBIO, N. A era dos direitos. 8.ª ed., Rio deJaneiro, 1992, p. 67-141.8. COSTA, C. M. M. «As contradições da cidadaniana sociedade brasileira». Santa Maria-RS.Disponível em: 9. CARMO, A. A. Deficiência Física: A sociedadebrasileira cria recupera e discrimina. Brasília: Secretariados Desportos, 1991.10. FERREIRA, M. R; BOTOMÉ S. P. Deficiênciafísica e inserção Social: A formação dos recursos Humanos.Caxias do Sul: EDCS, 1984.11. GUIMARÃES, Marcelo P. «O papel socialativo através da arquitetura». In: Curso básico sobreAcessibilidade ao Meio Físico e VI Seminário sobreAcessibilidade ao Meio Físico, 1994. Anais do...Brasília: Corde, p. 91, 1994.12. LUDKE, M; ANDRE, M. E. D. A Pesquisa emeducação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU,1996.13. MANTOAN, Maria Tereza Eglaer. «A inclusãoescolar de deficientes mentais: Contribuição paradebate». In: Revista Integração, Brasília, ano 7, n.º19, p. 50-57, 1997.14. MANTOAN, M. T. E. Ser ou estar, eis a questão:Explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro:WVA, p. 137-154, 1997.15. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE.Classificação internacional das deficiências,incapacidades e desvantagens (handicaps): um manualde classificação das conseqüências das doenças. Lisboa:Ministério do Emprego e da Segurança Social.Secretaria Nacional de Reabilitação, p. 35-40, 1995.16. PRA<strong>DO</strong>, A. R. A. «Integrando a pessoa comdeficiência e o idoso à cidade». In: InformativoJurídico do Cepam, São Paulo: Fundação PrefeitoFaria Lima, ano XI, n.º 6, p. 65-71, junho, 1996.17. PRA<strong>DO</strong>, A. R. «Algumas dificuldades de umapessoa portadora de deficiência». In: InformativoJurídico do Cepam, São Paulo: Fundação PrefeitoFaria Lima, ano XI, junho, p. 7-12, 1996.22revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ROSANGELA MARTINS GOMES, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES18. REVISTA NACIONAL DE REABILITAÇÃO.«Pessoas com deficiência e profissionais do setor».Ano VI, n.º. 33, julho/agosto, 2003.19. SÁ, E. D. Acessibilidade: As pessoas cegas eitinerário da cidadania. Belo Horizonte: SecretariaMunicipal de Educação, 2000. Disponível em:20. KANT, I. Fundamentos da Metafísica dos Costumes.Rio de Janeiro: Ediouro, p. 70-1, 79.21. VIEIRA, Liszt. «Global Citizenship and theNational State». Dados, vol. 42, n.º 3, p. 395-419.ISSN 0011-5258, 1999.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200723


24revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


AVALIAALIAÇÃÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIO<strong>DO</strong>NTAIS ENTREPACIENTES FUMANTES E NÃO FUMANTESATENDI<strong>DO</strong>S NA DISCIPLINA DE PERIO<strong>DO</strong>NTIA DAUFAMEVALUATION OF PERIO<strong>DO</strong>NTAL CONDITIONS BETWEEN SMOKERS AND NON-SMORKERS TAKENCARE IN DISCIPLINES OF PERIO<strong>DO</strong>NTICS OF THE UFAMMORGANA RABELO ABREU 1 , IZABELLA ANDRADE FERREIRA <strong>DO</strong>S SANTOS 2 ,MIRIAMRAQUEL ARDIGÓ WESTPHAL 3 , MARIA AUGUSTA BESSA RABELO 4RESUMOEstudos científicos têm considerado o fumo como o principal fator de risco para a severidade e progressão dadoença periodontal (DP), por causa dos sintomas locais e sistêmicos. A avaliação das condições periodontais nosfumantes e não-fumantes atendidos, ao longo da realização das atividades da disciplina «Periodontia», na UFAM,busca analisar os efeitos do fumo sobre a severidade e a extensão da DP, para melhor compreender os efeitosnegativos que este hábito provoca na saúde bucal. Para a realização deste estudo, foram selecionados e examinados,por meio de sondagem, 200 pacientes. Os dados foram analisados e, posteriormente, comparados utilizando-semétodos de estatística descritiva, além de teste de associação de variáveis. Como resultado, foi observado Índice deExtensão e Severidade (ESI), significativamente mais elevado entre os fumantes do que entre os não-fumantes:p=0,0102 e p=0,0087, respectivamente. Quando levado em consideração o tempo de consumo de cigarros e a cargatabágica, também foi constatada uma diferença significativa no ESI, verificando-se maior severidade naqueles quefumavam há 20 anos ou mais. A análise e discussão dos resultados obtidos permitiram concluir que o hábito defumar é um importante fator de risco para o desenvolvimento da DP, havendo evidências que sugerem uma relaçãodose-dependente.Palavras-chave: doença periodontal, fator de risco, tabagismoABSTRACTScientific evidences have considered the tobacco as the most important risk factor for the progression and severityof the periodontal disease, because of its local and systemic symptoms. The evaluation of the periodontal conditionsbetween smokers and non-smokers attended during the activities of the classes of «Periodontics», at UFAM, searchesthe analysis of the effects of the tobacco on the severity and on the extension of the periodontal illness, aiming theunderstanding of the negative effects which this habit causes on the mouth health. To carry out this study, 200patients were selected and examined through a poll. The data were analyzed and compared, using descriptivestatistics methods as well a test of association of variables. As results, it was observed Index of Extension andSeverity (ESI) significantly higher beetwen the smokers, compared with the non-smokers (p=0,0102 and p=0,0087),respectively. According to the time of cigarette use and the tobacco load, it was also a significant difference in theESI, verifying a higher severity on the ones that smoked for 20 years or more. The analysis and the discussion of theresults concluded that the smoke habit is an important risk factor for the periodontal disease, existing evidencesthat suggest a relation dose-dependent.Key-words: periodontal disease, risk factor, tobacco1Cirurgia-dentista pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM2Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM3Mestranda em Odontologia, área de concentração em Periodontia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, professora Auxiliar de Ensino doDepartamento de Estomatologia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam, Especialista em Periodontia e Endodontia4Doutora em biologia e Patologia Buco-dental pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP e professora Adjunto-IV do Departamento de Estomatologia daUniversidade Federal do Amazonas – UFAM.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200725


AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIO<strong>DO</strong>NTAIS ENTRE PACIENTES FUMANTES E NÃO-FUMANTES ATENDI<strong>DO</strong>S NA DISCIPLINA DE PERIO<strong>DO</strong>NTIA DA UFAMINTRODUÇÃOA DP representa um dos grandes problemasde saúde pública, pela sua incidência relativamentealta, mesmo nos países desenvolvidos,sendo considerada a doença crônica mais prevalenteque afeta a dentição humana (SILVA et al.,2002). Ela decorre do desequilíbrio entre a presençade patógenos periodontais e a resposta imunoinflamatóriado hospedeiro (REGO et al., 2004),tendo como agente etiológico primário o biofilmedentário. Fatores de risco, quando presentes, sãocapazes de facilitar sua instalação ou agravar asua progressão (WILLIAMS et al., 1992).Pesquisas recentes apontaram o hábito defumar como um dos fatores de risco mais significativospara o desenvolvimento e progressão daDP (BEZERRA et al., 2004; BOZKURT et al., 2006;HEASMAN et al., 2006; MARTINEZ, ROSSAJÚNIOR, 2002; NETO et al., 2005), pelos seusefeitos locais e sistêmicos, e pela disseminaçãodeste hábito no mundo (CATTANEO et al., 2000;HAFFAJEE, SOCRANSKY, 2001).O consumo de tabaco, em geral, e decigarros, em particular, provoca efeitos nocivosdiretos ao usuário, expondo-os a mais de 4,7 milsubstâncias tóxicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE,1998; MARTINEZ, ROSSA JÚNIOR, 2002;SALLUM et al., 2001).A OMS estima que um terço da populaçãomundial adulta, 1,2 bilhão de pessoas, são fumantes,o que deve ser considerado uma pandemia(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998; MENESES,2004). No Brasil, 16,7 milhões de homens e 11,2milhões de mulheres são fumantes (MINISTÉRIODA SAÚDE, 2000; MENESES, 2004).No âmbito da saúde bucal, durante muitotempo os estudos têm destacado a relação existenteentre o consumo de tabaco e as lesões malignasque se desenvolvem na cavidade bucal. Nos últimosvinte anos, os pesquisadores têm voltando partede suas atenções para a interação entre a DP e ofumo, tendo observado diferentes efeitos deletériossobre o periodonto, tanto de proteção como desustentação (BEZERRA et al., 2004).A exposição a altas concentrações denicotina afeta negativamente a população localde células, podendo ser a nicotina absorvidapelos tecidos moles, aderir-se às superfíciesdentárias ou localizar-se no plasma, onde éconvertida em seu principal metabólito, acotinina (MARTINEZ, ROSSA JÚNIOR, 2002).A nicotina e seus metabólitos, quandoabsorvidos pelos tecidos, ligam-se a receptoresespecíficos, induzindo à liberação de epinefrina,que provocará vasoconstrição periférica, capazde gerar redução do sangramento à sondagem edos sinais de inflamação induzidos pelo acúmulode placa (BERGSTROM, 2005).O fumo também aumenta a liberação eativação de enzimas tecido-destrutivas(metaloproteinases) aumentando a destruição doligamento periodontal, a perda óssea e, conseqüentemente,a perda dental (PD) (BERGS-TROM, 2004; BEZERRA et al., 2004; SILVA etal., 2002).Evidências emergentes sugerem que aformação de cálculo subgengival é mais severa eprevalente em fumantes, comparados a não-fumantes,sendo esta tendência para a calcificaçãodo biofilme dental aumentada nos fumantesindependente da profundidade da bolsa(BERGSTROM, 2004).Os subprodutos do tabaco podem, ainda,alterar a cicatrização, pois inibem eventoscelulares, ocasionando dano direto às célulasnormais dos tecidos periodontais (BEZERRA etal., 2004; MARTINEZ, ROSSA JÚNIOR, 2002;SILVA et al., 2002).O prognóstico a longo prazo para opaciente fumante é pobre para todas asmodalidades de terapia periodontal (BERGS-TROM, 2004), uma vez que eles não respondemtão bem à terapia quanto os não-fumantes e onúmero de recorrências é grande. Os estudos,porém, demonstram que a progressão da DPdiminui em pacientes que param de fumar e essesindivíduos conseguem responder de formasimilar à terapia periodontal comparados comos não-fumantes (JOHNSON, SLACH, 2001).26revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


Existem poucos dados coletados a partirde levantamentos epidemiológicos, sejam nosníveis nacional ou local, particularizando a cidadede Manaus, sobre os efeitos na prevalência eseveridade da DP em fumantes. É importante umestudo nesta área, uma vez que o fumo é um fatorde risco que favorece o aparecimento da DP,afetando negativamente tanto a saúde bucalquanto sistêmica, no seio do enorme contingentede pessoas fumantes, necessitando ser enquadradacomo prioridade em programas que visemà melhoria da saúde de uma população(JANSSON, HAGSTROM, 2002).O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitosdo hábito de fumar na prevalência e severidadeda doença periodontal por meio da análise dascondições periodontais (IP, IG e PD), de pacientesfumantes e não-fumantes, encaminhados paratratamento junto aos ambulatórios da Disciplinade Periodontia da Universidade Federal do Amazonas.MATERIAL E MÉTO<strong>DO</strong>SO projeto foi previamente aprovado peloComitê de Ética em Pesquisa (CEP) daUniversidade Federal do Amazonas, sob oprotocolo de número 043/05/CEP-Ufam.Foram selecionados 200 pacientes, 50 fumantese 150 não-fumantes, compreendidos nafaixa etária entre 20 a 60 anos, independendo dogênero ou raça, que não apresentavam doençassistêmicas e que concordaram com as condiçõesdo estudo, conforme consentimento formal, paraa realização da pesquisa; foram excluídos ex-fumantes,gestantes, e aqueles que faziam uso demedicamentos.Todos os pacientes responderam umquestionário de saúde, passando posteriormentepelo exame periodontal, quando foi aplicado oESI e realizada a sondagem das faces vestibular emesiovestibular de todos os dentes nas duas hemiarcadascontralaterais e calculado o índicegengival (IG) de acordo com o Índice de O’Learye o de placa bacteriana (IP), de acordo com oÍndice de Aimano & Bay (LINDHE, 2005).As sondagens do nível de inserçãoperiodontal e profundidade de bolsa foramrealizadas por um único avaliador, com sondaperiodontal com marcação em milímetros (MMGOLDMAM FOX COLOR, TRINITY®). Aperiodontite foi classificada como localizada,quando a extensão abrangeu menos de 30% dossítios, de acordo com a classificação das DPs, egeneralizada, quando a extensão foi maior que30% dos sítios investigados. A severidade foiclassificada como leve, quando a perda deinserção conjuntiva estava entre 1 e 2mm;moderada, perda entre 3 a 4mm; e severa, comperda superior a 5mm.Os dados foram analisados e comparadospor intermédio de estatística descritiva e teste quiquadrado,para associação de variáveis. O nívelclínico de inserção, extensão, severidade, IP, IG ePD foi avaliado, utilizando-se o teste T de Student,quando os dados encontravam-se normalmentedistribuídos, e o de Mann-Whitney, quando nãosatisfeita a hipótese de normalidade, comsignificância de 5% para todos os casos e variáveis.RESULTA<strong>DO</strong>SDos 200 pacientes analisados, 40,5% (81)foram do gênero masculino e 59,5% (119) dofeminino.Na comparação das variáveis clínicas entrefumantes e não-fumantes, foi encontradamaior perda de inserção clínica nos fumantes, nãosendo esta diferença, porém, significante. O ESInos fumantes (27,0; 9,5) mostrou-se elevado,quando comparado aos não-fumantes (17,1; 7,1),havendo relevância estatística, sendo p=0,0102para extensão e p=0,0087 para severidade.O IP, assim como a PD, foi significantementemaior (p=0,0001 e p=0,0042, respectivamente)nos fumantes. O IG foi menor nospacientes fumantes, porém a diferença não foiestatisticamente significante (Gráfico 1).revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200727


AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIO<strong>DO</strong>NTAIS ENTRE PACIENTES FUMANTES E NÃO-FUMANTES ATENDI<strong>DO</strong>S NA DISCIPLINA DE PERIO<strong>DO</strong>NTIA DA UFAM20 ou mais anos (36,8; 12,3), comparados aos quefumavam havia menos de 20 anos (20,8; 7,8)(Gráfico 3).Variáveis ClínicasGráfico 1 – Distribuição dos pacientes segundo o fumo em relaçãoàs médias das variáveis clínicas.p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamentesignificante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T deStudentPIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice desangramento gengival; PD: perda dentalDentro do grupo de pacientes fumantes,não foi observada diferença estatisticamente significante,em relação ao ESI, perda de inserção,IP e PD, quando levado em consideração onúmero de cigarros consumidos por dia. A análisedo IG, porém, mostrou-se significantementemenor (p=0,0339) naqueles expostos a uma maiorcarga tabágica diária (Gráfico 2).Variáveis ClínicasGráfico 3 – Distribuição dos pacientes segundo o tempo deconsumo e as médias das variáveis clínicas.p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamentesignificante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T deStudentPIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice desangramento gengival; PD: perda dentalA análise da PD mostrou-se superior nospacientes com hábito de fumar havia 20 ou maisanos, comparados àqueles que fumavam haviamenos tempos (p=0,0102) (Gráfico 3).DISCUSSÃOVariáveis ClínicasGráfico 2 – Distribuição dos pacientes segundo o número decigarros consumidos por dia e as médias das variáveis clínicas.p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamentesignificante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T deStudentPIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice desangramento gengival; PD: perda dentalQuando levado em consideração o tempode consumo de cigarros em anos, foi constatadadiferença significante ao nível de 5% no ESI,sendo maior nos indivíduos que fumavam haviaEstudos realizados por Damé, em 1996, eGunsolley et al., em 1998, revelaram fortesassociações entre o hábito de fumar e a perda deinserção, sendo esta, segundo eles, comprovadamentemaior nos fumantes, se comparados aosnão-fumantes. No entanto, neste estudo, apesarde ter sido encontrada maior perda de inserçãonos fumantes, a diferença não foi significante.O ESI significantemente maior nos fumantes,comparados aos não-fumantes comprovamos achados obtidos por Torrungruang et al., em2005, que, ao realizarem testes com pacientes fumantes,ex-fumantes e não-fumantes, concluíramque os fumantes apresentam 1,7 e 4,8 vezes maisprobabilidade de desenvolver periodontitemoderada e severa, respectivamente.De acordo com Neto (2005), a maioria dosestudos relata que o consumo de cigarros nãoinfluencia o acúmulo de biofilme dental. Em nossa28revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


pesquisa, porém, observamos maior acúmulo debiofilme nos fumantes, o que pode contribuir paraa posterior formação de cálculo, que, segundoBergstrom (2004) e Bergstrom (2005), é maior nestegrupo de indivíduos.Em concordância com o descrito anteriormentepor Silva et al. (2002), Bezerra et al. (2004)e Bergstrom (2004), a PD, neste estudo, mostrousesignificantemente maior nos fumantes(p=0,0042) (Gráfico 1). Molloy et al. (2004)também encontraram relação direta entre a PD eo consumo de tabaco em geral. Esta PD significantepode estar associada à perda óssea maisacentuada sofrida pelos fumantes, conformesalientado por Silva et al. (2002).Dentro do grupo de pacientes fumantes,quando levado em consideração a carga tabágicadiária, a análise do IG mostrou-se inversamenteproporcional à carga, ou seja, quanto maior acarga menor o IG, havendo relevância estatística.Resultados semelhantes foram observados porDietrich et al., em 2004, que, ao avaliarem o efeitodo tabaco no sangramento gengival, concluíramque o consumo de cigarros exerce efeito supressivocrônico e dose-dependente no sangramentogengival.Quando levado em consideração o tempode consumo de cigarros em anos, foi constatadadiferença significante ao nível de 5% no ESI. Arevisão de literatura realizada por Bergström(2004) mostrou que níveis maiores de exposiçãoao tabaco trazem consigo aumento na severidadee elevação do risco de desenvolver a DP. TambémBezerra (2004) e Cruz et al. (2003), em seusestudos, relataram relação direta entre a exposiçãoao tabaco e a DP.As demais variáveis não mostraramdiferença estatística quando relacionadas aotempo de consumo de cigarro. Os dados obtidose expressos nos Gráficos 2 e 3, apesar de algunsnão terem significância estatística, mostramcorrelação entre a carga tabágica e o tempo deexposição ao cigarro com a DP. Em ambos oscasos, a perda de inserção foi maior nos indivíduosexpostos à maior carga tabágica por tempo maisprolongado. Igual fato ocorreu com o índice deextensão e severidade da DP, que avalia o graude perda de inserção com base na profundidadedas bolsas periodontais, e com a avaliação dedentes perdidos.Estes resultados, assim como os obtidos porMolloy et al. (2004), sugerem efeitos do cigarrosobre o periodonto com base em uma relaçãodose-dependente.CONCLUSÃOOs indivíduos fumantes mostraramdiferença significante no índice de extensão eseveridade quando comparados aos não-fumantes,o mesmo ocorrendo com o IP e a PD,comprovando os efeitos deletérios provocadospelo fumo sobre o periodonto.As médias das variáveis aumentadas nosindivíduos sob maior carga tabágica a um períodode tempo maior, principalmente no que se refereà perda de inserção, sugerem uma relação dosedependente,estando esses pacientes maissusceptíveis a um quadro mais severo da doença.O IG estatisticamente menor nos indivíduosexpostos a uma maior carga tabágicadiária comprova os efeitos do tabaco e de seuscomponentes sobre a modulação da respostainflamatória do paciente.Estudos na área podem ser desenvolvidoscom o intuito de determinar como ocorre a relaçãoentre dose/efeito e sinais clínicos locais nos indivíduosfumantes.REFERÊNCIAS1. SILVA, C. H. F. P. et al. «O fumo como fator derisco para as doenças periodontais». Riso, 2002.2. REGO, N. G. C.; SILVA, D. F. Terapia Periodontalde Suporte – fundamentos, práxis e dinâmica.Odontologia.com.br. Abril, 2004. Disponível em:Acesso em: 13.4.2004.3. WILLIAMS, D. M. et al. Pathology of periodontaldisease. New York: Oxford, 1992.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200729


AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIO<strong>DO</strong>NTAIS ENTRE PACIENTES FUMANTES E NÃO-FUMANTES ATENDI<strong>DO</strong>S NA DISCIPLINA DE PERIO<strong>DO</strong>NTIA DA UFAM4. BEZERRA, M. G. et al. «Avaliação do hábitode fumar como fator de risco para a doençaperiodontal». Revista Brasileira de Periodontia Oral,v. 2, n.º 3, p. 18-21, jul.-set., 2004.5. BOZKURT, F. Y. et al. «Gingival crevicular fluidleptin levels in periodontitis patients with longtermand heavy smoking». J. Periodontol., v. 77,n.º 4, p. 634-640, april, 2006.6. HEASMAN, J. et al. «The effect of smoking onperiodontal treatment response: a review ofclinical evidence». J. Clin. Periodontol., v. 33, 2006,p. 241-253.7. MARTINEZ, A. E. T.; ROSSA JÚNIOR, Carlos.«Efeitos Biológicos dos Metabólitos do fumonos fibroblastos». Periodontia, São Paulo, v. 13, n.º6, p. 21-24, nov., 2002.8. NETO, J. B. C. et al. «Relação entre a doençaperiodontal e o tabagismo». In: PAIVA, J. S.; AL-MEIDA, R. V. Periodontia: A atuação clínica baseadaem evidências científicas. São Paulo: Artes Médicas,2005.9. CATTANEO, V. et al. «Volatile Componentsof cigarettes smoke: Effect of acrolein andacetaldehyde on human gingival fibroblasts invitro». J. Periodontol., v. 71, p. 425-432, 2000.10. HAFFAJEE, A. D.; SOCRANSKY, S. S.«Relationship of cigarette smoking to attachmentlevel prolifes». J. Clin. Periodontol., v. 28, n.º 4, p.283-95, april., 2001.11. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Assistênciaà Saúde. Instituto Nacional de Câncer –Inca, Falando sobre Tabagismo, 3.ª edição, 1998.12. SALLUM, A. W. et al. Periodontia, Ciência eClínica. São Paulo: Artes Médicas, 2001.13. MENESES, A. M. B. «Epidemiologia doTabagismo». Jor. Bras. Pneumologia, Diretrizespara Cessação do Tabagismo, v. 30, p. 3-7, ago.,2004.14. MINISTERIO DA SAÚDE. Instituto Nacionalde Câncer/Fundação Getulio <strong>Vargas</strong>. CigarroBrasileiro. Análises e Propostas para Redução doConsumo. Rio de Janeiro: Inca/FGV, 2000.15. BERGSTROM, J. «Tobacco smoking andsubgingival dental calculus». J. Clin. Periodontol.,v. 32, p. 81-88, 2005.16. BERGSTROM, J. «Tabacco smoking andchronic destructive periodontal disease».Odontology., p. 1-8, june, 2004.17. JOHNSON, G. K., SLACH N. A. «Impact oftabacco use on periodontal status». J. Dent. Educ.,v. 65, n.º 4, p. 313-21, april, 2001.18. JANSSON, L. E.; HAGSTROM, K. E.«Relationship between compliance andperiodontal treatment outcome in smokers». J.Periodontol., v. 73, n.º 6, p. 602-7, june, 2002.19. LINDHE, J., KARRING, T., EANG, N. P.Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia. 4.ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.20. DAMÉ, A. M. Monitoração da progressão dadoença periodontal em pacientes fumantes e não-fumantessem tratamento da doença periodontal.Dissertação (Mestrado em Periodontia), Faculdadede Odontologia de Bauru, Universidade deSão Paulo, Bauru, 1996.21. GUNSOLLEY, J. C. et al. «The effect of smokingon individuals with minimal periodontaldestruction». J. Periodontal., v. 69, n.º 2, p. 165-170, fev., 1998.22. TORRUNGRUANG, K. et al. «The effect ofcigarette smoking on the severity of periodontaldisease among older Thai adults». J. Periodontol.,v. 76, n.º 4, p. 566-572, april., 2005.23. MOLLOY, J. et al. «The association ofperiodontal disease parameters with systemicmedical conditions and tobacco use». J. ClinPeriodontology, v. 31, p. 625, ago., 2004.24. CRUZ, G. A. et al. «Estudo clínico eradiográfico do nível da crista óssea alveolar empacientes fumantes». Cienc. Odontol. Bras., v. 6,n.º 4, p. 60-9, out.-dez., 2003.25. DIETRICH, T.; BERNIMOULIN, J. P.; GLYNN,R. «The effect of cigarrete smoking on gingivalbleeding». J. Periodontol., v. 75, n.º 1, p. 16-22, jan.,2004.30revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ABORDAGEM <strong>DO</strong>S EFEITOS DELETÉRIOS <strong>DO</strong> DIABETES MELLITUS NAS <strong>DO</strong>ENÇAS PERIO<strong>DO</strong>NTAIS: UMA VIA DE MÃO DUPLAINTRODUÇÃOO paradigma de promoção de saúde bucaltem cada vez mais norteado o comportamentoclínico dos profissionais e o trabalho multidisciplinarhoje faz parte do raciocínio diagnóstico,assim eles estão, paulatinamente, incorporandoa prática de avaliar o indivíduo como um serintegral, único e indivisível. Isto oportuniza aaplicação de medidas preventivas e terapêuticas,reconhecendo, identificando, eliminando oucontrolando os agentes etiológicos do processosaúde-doença. 1«A associação entre algumas doenças sistêmicase a ocorrência da doença periodontal énitidamente evidenciada em pacientes portadoresde diabetes, osteoporose, lupus eritematoso, entreoutros.» 2A correlação dos processos patológicos sistêmicoscom as doenças periodontais fez surgir otermo medicina periodontal como um emergenteramo da periodontia, que procura dar ênfase adados científicos que mostram este relacionamentorecíproco. 3A doença periodontal, representada porprocessos infecciosos, de expressão clínicainflamatória e imunológica, desenvolvidos emresposta aos produtos metabólicos das bactérias,principalmente as Gram-negativas anaeróbias,como A. actinomycetemcomitans (Aa), Porphyromonasgingivalis, Capnocytophaga sp, Prevotella intermedia,Eikinella corrodens, que formam comunidadesorganizadas e bem estruturadas sobre assuperfícies dentais e que fazem parte do biofilmedental. 4 Estas bactérias sintetizam metabolicamente,no fluido gengival, produtos que são nocivos aohospedeiro, como as colagenases, cuja ativação nosdiabéticos não-compensados estimula a ação dososteoclastos, provocando uma extensa perda ósseaalveolar. Felizmente, este processo pode sercontrolado com a utilização de tetraciclinas, hajavista seu papel inibidor da função enzimática. 5Outras substâncias pró-inflamatóriasproduzidas pelos microrganismos em níveis maiselevados em diabéticos não-compensados são ascitocinas (Il-1a e Il-1b), as prostaglandinas E2(PGE2), os fatores de necrose tumoral (TNF2) e asmetaloproteinases da matriz (MMPs), quecontribuem para exacerbar uma periodontitepreexistente. 6Atualmente, diversas pesquisas dão ênfaseao fato de que mesmo sendo necessária a presençadestes microrganismos para o início e desenvolvimentodas periodontopatias, ela não explica aseveridade de certas formas de periodontitesagressivas. Deste modo, surgiu o clamor dospesquisadores por maiores explicações biológicaspara tal fenômeno e, assim, chegaram à conclusãode que devem haver outros fatores de riscopresentes neste cenário, a exemplo das alteraçõessistêmicas, como o diabetes mellitus (DM),gravidez, puberdade, menopausa, tabagismo eoutras.REVISÃO DE LITERATURAO diabetes mellitusO diabetes mellitus (DM), como resultadoda hiperglicemia e da cetoacidose, pode influenciara resposta do hospedeiro em face das doenças periodontais,por meio de marcadores genéticos, daredução da função fagocitária dos leucócitos polimorfonuclearesneutrófilos e macrófagos, de alteraçõesvasculares, de outros fatores da respostainflamatória e imunológica e de deficiências nacicatrização tecidual. Todo este cortejo de malesleva a modificações na susceptibilidade dohospedeiro aos fatores de risco das patologias doperiodonto, em face das agressões, via produtosmetabólicos da microbiota do biofilme dental,como já citado anteriormente. 7Esta patologia é, portanto, complexa, comgraus diversos de complicações sistêmicas e bucais,dependendo da extensão do controle metabólico,da presença da infecção e das variáveisdemográficas subjacentes. 8A prevalência do DM tem aumentado demaneira efetiva e calcula-se que este dado32revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


NÍCEA OLIVEIRA, CLÁUDIA OLIVEIRA, MIRIAM WESTPHAL, PAULO FILHO, ALESSANDRA SALINOepidemiológico venha a se elevar cada vez maisinclusive no Brasil, adquirindo caráter endêmico.No estudo Global Burden of Diabetes, 1995-2025, a estimativa do número de adultos com DM,no Brasil, aumenta de 4,9 milhões em 1995, para11,6 milhões em 2025, e no mundo para 300milhões. 9Existem dois tipos de diabetes mellitus(DM): o Tipo 1, que ocorre quando o sistemaimunológico passa a reconhecer como estranhasas células B das ilhotas de Langerhans pancreáticas,começando a destruí-las e, em conseqüência, há afalta do hormônio insulina no organismo, portanto,apresentando uma hiperglicemia e alterações nometabolismo dos açúcares, lipídios e protídeos. Jáo Tipo 2, caracteriza-se pela utilização deficienteda insulina existente, «isto ocorrendo quandoindivíduos geneticamente predispostos sucumbema um evento indutor como uma infecção viral ououtros fatores que desencadeiam uma respostaauto-imune destrutiva». 10Outros autores sugerem que «uma relaçãoinversa pode estar presente, indicando que asdoenças periodontais também podem serprejudiciais nesse contexto e que já foramidentificados diversos mecanismos biológicospelos quais as periodontopatias dão sua contribuiçãopara alterar as condições sistêmicas». 11Entre os ditos mecanismos citaremos a presençade prostaglandinas (PGE2) em maior quantidadeno fluido gengival de portadores de diabetesmellitus não-compensados e com gengivite ouperiodontite, em comparação com indivíduossaudáveis. 12Sintomas Clínicos bucais do diabetes mellitusOs pacientes diabéticos não-compensadosgeralmente queixam-se de sensação de queimaçãolingual e da boca sem saliva (xerostomia), o que ospredispõem a infecções oportunistas como acandidíase. Esta associada à supressão de radicaisde oxigênio livre por leucócitos polimorfonuclearesneutrófilos (PMNs) provoca a depressão dosmecanismos de quimiotaxia e da fagocitose.Quanto a periodontites nestes pacientesdiabéticos, as pesquisas sugerem uma relação decausa-efeito, dependendo do controle glicêmico,da idade, do tempo de duração da patologia, dahigiene bucal deficiente e da susceptibilidade adoença periodontal.Westfelt et al (1996) 13 encontraram indíciosde perda de inserção em indivíduos com diabetesTipo 1 e Tipo 2, quando estes não monitoravamsua glicemia.Stewart et al (2001) 14 chamaram a atençãopara o fato de que os procedimentos básicos daperiodontia, como motivação para estimularmudanças de comportamento do paciente emrelação à higiene bucal, assim como raspagem,alisamento e polimento corono-radicularcostumam dar bons resultados na manutenção dasaúde periodontal, em pacientes com os dois tiposde diabetes e, em conseqüência, um melhormonitoramento do nível glicêmico.Outra patologia de expressão clínica emdiabéticos não-compensados refere-se aosabscessos periodontais, causando rápidadestruição óssea alveolar, o que podem precederao diagnóstico do descontrole da insulina, fatoque muitas vezes ainda é desconhecido do própriopaciente.Diabetes Mellitus X Doenças PeriodontaisEstudos sugerem que a relação entre odiabetes mellitus e as periodontopatias reside nofato de essas duas entidades mórbidas possuíremaspectos comuns no âmbito do estímuloinflamatório e imunológico, constituindo uma viade mão dupla, onde a primeira não estando comsua taxa insulínica compensada poderá agravaruma periodontite preexistente e vice-versa. 15Novaes et al (2007) 16 salientaram que aincorporação de antibioticoterapia local(minociclina) ou sistêmica (doxiciclina), aotratamento periodontal não cirúrgico, podediminuir o grau de infecção periodontal, comotambém os níveis de hemoglobulina glicada e demarcadores inflamatórios.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200733


ABORDAGEM <strong>DO</strong>S EFEITOS DELETÉRIOS <strong>DO</strong> DIABETES MELLITUS NAS <strong>DO</strong>ENÇAS PERIO<strong>DO</strong>NTAIS: UMA VIA DE MÃO DUPLADISCUSSÃOEsta revisão de literatura chamou a atençãopara a estreita relação existente entre o diabetesmellitus não-compensado e as doenças periodontais.De acordo com Sá et al (1999), 1 o diabetesmellitus constitui um dos grandes problemas domundo moderno, contribuindo para alterar aqualidade de vida de um elevado número depessoas.Esta foi classificada pela OrganizaçãoMundial da Saúde como um problema de saúdepública, desde 1975, pelas suas seqüelas, haja vistaser passível de incapacitar e diminuir os anos devida útil dos seus portadores, pela presença denefropatias, neuropatias e retinopatias, que podemse desenvolver.Pesquisas epidemiológicas atestam a existênciade cerca de 170 milhões de pessoas afetadaspelo diabetes mellitus em todo o mundo, sendoque no Brasil esta taxa chega a aproximadamente10 milhões e que, se este ritmo de incidência forconstante, constituirá a principal causa demortalidade nos cinco continentes. 18Slots (1977) 19 salientou que o processosaúde-doença depende do equilíbrio microbiota/hospedeiro e que qualquer alteração destemecanismo pode conduzir a modificações locaisou sistêmicas, provocando aumento de fatores devirulência, que podem aumentar a susceptibilidadedo hospedeiro às doenças.Golla et al (2004) 20 observaram que,atualmente, os mediadores pró-inflamatórios estãono foco de atenção dos pesquisadores, justamenteno momento em que a importância da resposta dohospedeiro salienta-se como fundamental para aseveridade de certas formas de periodontites denominadasagressivas, que contribuem para umaelevada e rápida destruição das estruturas periodontais.Nascimento et al (2006) 21 mencionaram queo biofilme oral, aderindo às superfícies dentárias,as mucosas e aos materiais usualmente utilizadosna Odontologia, constitui um reservatório naturalpara a biodiversidade microbiana, cujo nível deorganização, estruturação e cooperação mútuaspermite aos seus membros se protegerem dosantimicrobianos e da ação do sistema imunológicodo hospedeiro, contribuindo para a persistência deprocessos infecciosos, principalmente em pacientesdebilitados.O controle diário deste biofilme por meioda motivação do paciente para a mudança dehábitos higiênicos bucais, da adoção de umaalimentação saudável, bem como de práticas deexercícios físicos bem orientados, certamente irãocontribuir para uma melhor qualidade de vida.CONCLUSÃOA título de conclusão podemos sugerir que:• O diabetes mellitus não-compensado,causando uma queda da resistência orgânica,expõe o paciente a uma série de eventos nocivos,entre os quais um aumento da severidade dasdoenças periodontais.• As doenças periodontais com seu cortejode substâncias nocivas ao organismo, provindasda sua microbiota específica contribuem como fatorde risco para o agravamento de um diabetesmellitus preexistente.REFERÊNCIAS1. FICHER, R. G. apud PAIVA, J. S., ALMEIDA,R. V. Periodontia: A atuação clínica baseada emevidências científicas. 1.ª ed. São Paulo: ArtesMédicas, cap. 18, p. 285-294, 2005.2. GENCO, R. J. «Current view of risk factors forperiodontal diseases». Periodontol., 76: 1.041-1.049, 1996.3. LORENZO, J. L. & LORENZO. «As Manifestaçõessistêmicas das doenças periodontais:prováveis repercussões». Rev. APCD, v. 56, n.º 3,2002.4. SOCRANSKY, S. S., HAFFAJEE, A. D. «Dentalbiofilms: diffucylt therapeutic tarjetes». RevistaPeriodontology, 28: 12-55, 2000.34revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


NÍCEA OLIVEIRA, CLÁUDIA OLIVEIRA, MIRIAM WESTPHAL, PAULO FILHO, ALESSANDRA SALINO5. OLIVER, R. G., TERVONEN, T. «Diabetes – Arisk factor for periodontitis in adults?». J.Periodontol., 65: 530-38, 1993.6. ENGEBRETSON, S. P. & LAMSTER, I. B. «Theinfluence of interleukin-1b gene polymorphism onexpression of IL-1b, and tumor necrosis factor alphain periodontal tissue and gingival crevicularfluid». J. Periodontol., 70: 567-73, 1999.7. TAYLOR, G. W., BURT, B. A., BECKER, M. P.«Severe periodontites and risk for poor glycemiccontrol in patients with non-insulin-dependentdiabetes mellitus». Journal of Periodontology, 67(suppl.): 1.085-1.093, 1996.8. SOORY, M. «Hormone mediation of immuneresponses in the progression of diabetes diseases.curr. drug Tarjetes». Immune Endocr. Metabol.Disord, 2: 13-25, 2000.9. KING, H., AUBERT, R. E., HERMAN, W. H.«Global of Diabetes, 1995-2025». Diabetes Care,21 (9): 1.414-1.431, 1998.10. LINDHE, J. et. al. Tratado de Periodontia Clínicae Implantologia Oral. 3.ª ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, p. 2-6, 2005.11. PAPAPANOU, P. N., LINDHE, J.«Epidemiologia da doença periodontal». In:LINDHE, J. Tratado de periodontia Clínica eImplantodontia Oral. 3.ª ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, cap. 2, p. 51-52, 2005.12. OFFENBACHER, S., FARR, D. H.,GOODSON, J. M. «Measurement ofProstaglandin E in crevicular fluid». J. ClinPeriodontol, v. 8, p. 359-367, 1981.13. WESTFEL,T, E., RYLANDER, H., BLOHME,G., JOANASSON, P., LINDHE, J. «The effect ofperiodontal therapy in diabetes». J. ClinicalPeriodontology, 23: 92-100, 1996.14. STEWART, J. E., WAGER, K. A., FRIEDLAN-DER, A. H., ZADET, H. H. «The effect ofperiodontal treatment on glycaemic control in patientswith type 2 diabetes mellitus». J. ClinicalPeriodontology, 28: 306-310, 2001.15. ROITT, I., BROSTOFF, J., MALE, D.Imunologia. 6.ª ed. São Paulo: Manole-Brasil, 2003.16. GROSSI, J. L., NEHME, M. Detecção e tratamentodas complicações crônicas do diabetes mellitus:consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes e Méd.Bras., 45 (13): 279-84, 1999.17. KORMAN, K. S., CRANE, A., WANG, H. Y.et. al. «The interleukin – 1 genotype as a severityfactor in adult periodontal disease». J. ClinPeriodontol, 24: 72-77, 1997.18. NOVAES, J. R. A. B., MACE<strong>DO</strong>, G. O., AN-DRADE, P. F. «Inter-relação doença periodontaldiabetes mellitus». Periodontia, v. 17, n.º 2, junho,p. 39-44, 2007.19. SÁ, R. J. et. al. «Atualização em Diabetesmellitus». Centro de Diabetes – Escola Paulista deMedicina. São Paulo: Unifesp, 1999.20. PASTORE GENCO, R. J. «Current view of riskfactors for periodontal diseases». Periodontol, 76:1.041-1.049, 1996.21. SLOTS, J. «Microflora in the healthy gingivalsulcus in man». Scand. J. Dent. Res. N. 85: 247-254, 1977.22. GOLLA, K., EPSTEIN, J. B., RADA, R. E.,SANAI, R., MESSIEHA, Z., CABAY, R. J.«Diabetes mellitus an updated overview ofmedical menagement and dental implications».Gen. Dent., p. 52-96, 2004.23. NASCIMENTO, D. F. F., SILVA, A. M.,MARCHINI. «O papel das bactérias orais emdoenças sistêmicas». ABO Nac., v. 14, n.º 2, abrilmaio,2006.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200735


36revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


FERNAN<strong>DO</strong> WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, GEORGE ALBUQUERQUE, INGRID LIMA, DANIELLE WESTPHALHEMOPNEUMOTÓRAX COMPLICA<strong>DO</strong> COM EDEMAPULMONAR DE REEXPANSÃANSÃOREEXPANSION PULMONARY EDEMA AS COMPLICATION OF TRAUMATIC HEMOPNEUMOTHORAXFERNAN<strong>DO</strong> WESTPHAL 1 , LUIZ CARLOS DE LIMA 1 , JOSÉ CORREA LIMA NETTO 1 , GEORGE A. M. LINS DE ALBUQUERQUE 1 ,INGRID LOUREIRO DE QUEIROZ LIMA 1 , DANIELLE CRISTINE WESTPHAL 1RESUMO: Edema Pulmonar de Reexpansão (EPR), embora seja uma entidade rara, pode se constituir como complicadaevolução para alguns casos isolados, como neste caso, em que o paciente, após apresentar um quadro dehemopneumotórax espontâneo em hemitórax direito, evoluiu com edema pulmonar maciço, necessitando de tratamentoem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), bem como o uso de prótese ventilatória após um quadro de insuficiênciarespiratória. Trata-se de uma doença de elevada mortalidade, tornando imperativo o diagnóstico precoce,bem como seu tratamento imediato. Tendo em vista o alto índice de mortalidade, as medidas preventivas aindaconstituem a melhor estratégia no manejo dos pacientes em condições predisponentes para o desenvolvimento doEPR.Palavras-chave: Edema; Reexpansão; Pulmão.ABSTRACT: Reexpansion Pulmonary Edema (RPE), even considered rare, can constitute as complicateddevelopment in some isolated cases as related here. The patient, after showing the presence of spontaneoushemopneumothorax in right hemithorax, developed a massive pulmonary edema, needing intensive treatment inthe Unit of Intensive Therapy, as well the use of ventilatory prothesis, after showing respiratory insufficiency. RPEis a pathology of high mortality and the early diagnosis and immediate intervention for treatment are imperative.Because of its high mortality rate, preventive procedures still constitute the best strategy on the treatment of thepatients with the prognosis of RPE development.Key-words: : Edema; Reexpansion; Lung.Abraviações usadas neste artigoEPR – edema pulmonas de reexpansãoIL-8 – interleucina 8MCP-1 – proteína quimiotática monocíticaTNF – fator de necrose tumoralINTRODUÇÃOO edema pulmonar de reexpansão (EPR)consiste numa rara complicação conseqüente àrápida expansão do pulmão colapsado após esvaziamentoda cavidade pleural. Os fatores implicadosna sua patogênese são o colapso pulmonarprolongado por mais de 72 horas de evolução,a velocidade de reexpansão, o aumento dapermeabilidade capilar pulmonar, a perda dosurfactante e a alteração no leito capilar pulmonar.1 O objetivo é relatar um caso de edema pulmonarde reexpansão após o tratamento dohemopneumotórax traumático.1Instituições: Universidade Federal do Amazonas e Centro Universitário Nilton Linsrevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200737


HEMOPNEUMOTÓRAX COMPLICA<strong>DO</strong> COM EDEMA PULMONAR DE REEXPANSÃORELATO <strong>DO</strong> CASOPaciente do sexo masculino, 42 anos, iniciouquadro de dor torácica abrupta associada àdispnéia leve. Procurou atendimento médico e foiconstatada a diminuição do murmúrio vesicularfisiológico em hemitórax direito. À radiografia detórax evidenciou-se imagem compatível comhidropneumotórax (Figura 1).piratória, sendo indicado o uso de prótese ventilatória.A radiografia de tórax, neste momento,evidenciou um infiltrado de padrão de edemaalveolar difuso com hipotransparência emhemitórax direito (Figura 3).PulmãoColapsadoFigura 3 – Radiografia de tórax em PA, obtido após 24 horas de pleurotomiacom drenagem fechada de tórax, mostrando imagem compatível comedema pulmonar maciço em hemitórax direito.Figura 1 – Radiografia de tórax em PA mostrando hidropneumotórax direito,com colapso pulmonar total.O paciente foi submetido à pleurotomia intercostalfechada, na qual observou-se na radiografiade tórax a reexpansão pulmonar completa.Após cerca de 12 horas, apresentou dispnéiae a ausculta pulmonar revelou estertorescrepitantes em base direita. Neste momento, aradiografia de tórax evidenciava um infiltradoalveolar limitado à base direita (Figura 2).No 3.º dia de ventilação mecânica houvepiora do quadro clínico com a evolução do edemapulmonar e comprometimento de todo o pulmãodireito. No 5.º dia de evolução, os parâmetrosgasométricos começaram a melhorar, com recuperaçãoda função pulmonar e melhora do quadroradiológico (Figura 4).Figura 4 – Radiografia de tórax em PA, obtido 5 dias após o início daterapêutica, revelando início da regressão do edema pulmonar.Figura 2 – Radiografia de tórax em PA, obtido após 12 horas de pleurotomiacom drenagem fechada de tórax, mostrando reexpansão pulmonar, alémde infiltrado alveolar limitado à base do hemitórax direito.Após 24 horas da pleurotomia, houve aumentoda dispnéia, com dados clínicos egasométricos compatíveis com insuficiência res-DISCUSSÃOEm 1958, Carlson e cols. 2 descreveram oprimeiro caso de EPR após drenagem de pneumotórax.No período de 1958 a 1985 somente 60casos de EPR haviam sido descritos; destes, 93%eram unilaterais, 6,7% bilaterais e somente 0,3%38revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


FERNAN<strong>DO</strong> WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, GEORGE ALBUQUERQUE, INGRID LIMA, DANIELLE WESTPHALcontralaterais. Nesta amostra, sete casos foramem conseqüência de derrame pleural e 53 ocorreramapós pneumotórax, apesar das diferentes técnicasde reexpansão pulmonar. 3 Matsuura e cols. 4postularam que a incidência de EPR é maior empacientes na faixa etária de 20-39 anos do quenaqueles com idade acima de 40 anos, o que diferedeste caso, visto que nosso paciente tem 42 anos.DuBose e cols. descreveram que emboradiversas publicações de edema bilateral apóstoracocentese unilateral tenham sido descritas,apenas 4 casos de edema pulmonar de reexpansãocontralateral após pneumotórax foram publicados,até então, e com uma taxa de mortalidadede aproximadamente 50%; o que não secompatibiliza com o caso por nós relatado, tendo-seem vista que se trata de um paciente comedema pulmonar de reexpansão homolateral. 7A fisiopatologia do EPR é multifatorial. 1Genofre et al 3 relataram o colapso pulmonar commais de 72 horas de evolução como fatordeterminante na geração das alterações dapermeabilidade capilar pulmonar, além dissoocorre também uma perda de surfactante, comoobservaram Aidé e Matsuura. 5,3 As técnicas dereexpansão empregadas inadequadamente, comorapidez durante a reexpansão, e o emprego deexcessiva pressão negativa intrapleural, tambémexercem papel fundamental na sua gênese. 3,6,7,8A alteração da permeabilidade capilar pulmonarapresenta duas causas básicas. Em primeiro lugar,temos a causa predominantemente vascular,na qual um volumoso e prolongado colapso causahipoxemia local, lesionando a parede do capilarpulmonar e, com isso, reduz a produção desurfactante. 3 Como resultado da hipoxemia e dalesão capilar, há liberação de mediadores inflamatórios(IL-8, MCP-1, óxido nítrico,polimorfonucleares e radicais livres), 1,7,8 que perpetuama lesão microvascular e alteram tambéma permeabilidade da parede capilar pulmonar.Moya Solera et al 8 postularam que a lesão mecânicados vasos sangüíneos durante a reexpansãotambém poderia contribuir para o aumento dapermeabilidade capilar pulmonar. Talvez o fatordeterminante na origem do EPR no paciente tenhasido de fato a rápida reexpansão pulmonar.Keel et al 9 relataram que em algumas situaçõesclínicas, como hipóxia, hipotensão, processosisquêmicos e distúrbios de reperfusão,síndromes compartimentais, intervenções cirúrgicase infecções induzem uma intensa respostainflamatória. Esta é caracterizada pela liberaçãolocal e sistêmica de citocinas pró-inflamatórias,metabólitos do ácido araquidônico, proteínas dafase de contato e do sistema de coagulação, fatoresdo complemento e proteínas da fase aguda,assim como mediadores hormonais, esta respostaé definida como Síndrome da Resposta InflamatóriaSistêmica (SRIS). Os critérios para este diagnósticosão freqüência cardíaca > 90 bpm; freqüênciarespiratória > 20 irpm; temperatura corporal< que 36º ou > 38º e, ainda, leucocitose acimade 12.000 mm 3 ou leucopenia abaixo de 4.000mm 3 . Pelo menos dois dos quatro parâmetros clínicosdevem estar presentes para o diagnósticode SRIS (9) .Contudo, paralelamente a esta resposta,caracterizada basicamente pela liberação decitocinas pró-inflamatórias, são produzidos tambémmediadores anti-inflamatórios (Síndrome daResposta Antiinflamatória Compensatória –SRAC). 9 Um desequilíbrio entre essas duas respostasmediadas pelo sistema imune parece ser omecanismo responsável pela disfunção orgânicae maior susceptibilidade às infecções. 9 Miyaokaet al 10 referiram que muitos estudos demonstraramque citocinas pró-inflamatórias como a IL-1â, IL-6, IL-8 e TNF-alfa estão muito aumentadasnos pacientes com SRIS. Além disso, as suas concentraçõestêm sido demonstradas ecorrelacionadas com a severidade da SRIS. 10Miyaoka et al 10 recomendaram a identificaçãoprecoce da SRIS nos pacientes, para determinarsua causa e, com isso, instituir o tratamentoantes que a SRIS progrida para a sua formasevera. Este paciente era portador de fatores derisco para o desenvolvimento da SRIS, além deapresentar pelo menos dois critérios como FR: >20revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200739


HEMOPNEUMOTÓRAX COMPLICA<strong>DO</strong> COM EDEMA PULMONAR DE REEXPANSÃOirpm e FC: >90 bpm, conclui-se que ele era portadorde tal entidade clínica.Genofre et al 3 referiram que os sintomas doEPR podem surgir já nas primeiras 2 horas apósa reexpansão pulmonar, podendo perdurar por24 a 48h, desaparecendo depois de 5 a 7 dias.Clinicamente os pacientes com EPR apresentamsecom sinais e sintomas gerais, como febre, náuseas,vômitos, taquicardia e hipotensão. As manifestaçõesrespiratórias caracterizam-se pordispnéia de diversos graus, dor torácica, tosseassociada ou não à presença de escarro róseo eespumoso abundante, cianose e, principalmente,a presença de estertores à ausculta pulmonar. 6Aidé et al 5 descreveram ainda que escarros comsangue não são freqüentes, e surgem naquelescasos de insuficiência respiratória aguda secundáriaa edema pulmonar maciço. No caso relatado,houve de fato edema pulmonar maciço, e opaciente apresentou dispnéia intensa, dor torácicae estertores crepitantes à ausculta, porém sem apresença de hemoptóicos.A evolução é variável, podendo ocorrerdesde a resolução espontânea, ou seja,autolimitada, 3,7 até a insuficiência respiratóriafatal. O paciente do caso relatado evoluiu cominsuficiência respiratória, e necessitou de próteseventilatória e tratamento em Unidade de TerapiaIntensiva (UTI). Levando-se em consideração aalta mortalidade, as medidas de prevenção aindasão a melhor estratégia no manuseio dos pacientescom doenças que podem evoluir para EPR. 4Diante dessas circunstâncias, Aidé et al 5 recomendaram,portanto, atenção a essa complicação empotencial na drenagem pleural. Nas grandes coleçõesde líquido ou de ar, alguns princípios deverãoser seguidos. Dentre eles, temos:monitoramento da pressão pleural durante o esvaziamentoda cavidade até no máximo – 20cmH 2O; volume ideal a ser retirado não deveráultrapassar 1.500 ml. A retirada deve ser lenta;em caso de tosse seca, persistente, que surge durantea toracocentese, pode sugerir início de formaçãode edema, indicando que devemos pararo esvaziamento. Matsuura et al 4 relataram que,num estudo realizado no <strong>Hospital</strong> de Hiroshima,164 casos de pneumotórax espontâneo foram analisadose tratados no período de 1974-1985. Desses,146 foram tratados com toracocentese, drenagempleural ou toracotomia. Vinte e um pacientes(14%) desenvolveram subseqüentemente oEPR e foram tratados ativamente com variadasmodalidades de drogas, incluindo suporte de oxigênio,corticoterapia, diuréticos, sedativos, e agentesinotrópicos sem nenhuma fatalidade. Aidé etal 5 comentam que a terapêutica caracteriza-se pelarestrição hídrica e salina, uso de diuréticos(furosemida) e oxigênio sob cateter nasofaríngeo.A resposta ao tratamento é rápida, desaparecendoos sintomas e as alterações radiográficas empoucas horas. Nos casos de edema pulmonarmaciço, o prognóstico é reservado, requerendo usode prótese respiratória e terapêutica intensivapara edema de pulmão. 7Concluímos que nosso paciente, após umquadro de hemopneumotórax, apresentou umgrave edema pulmonar de reexpansão, que commedidas terapêuticas adequadas, obteve uma evoluçãofavorável como ocorre na maioria dos casosdescritos.REFERÊNCIAS1. ISAACS, S. M., MORA, M. «Fulminantreexpansion pulmonary edema in a patient withaids». Ann. Emerg. Med., v. 24, n.º 5, p. 975-978,nov., 1994.2. CARLSON, R. J., CLASSEN, K. L., GOLLAN,F., et. al. «Pulmonary Edema following the rapidexpansion of a totally collapsed lund due topneumothorax: a clinical and experimentalstudy». Surg. Forum., v. 9, p. 367, 1958.3. GENOFRE, E. H., VARGAS, F. S., TEIXEIRA,L. R. et. al. «Reexpansion pulmonary edema». J.Pneumologya, v. 29, n.º 2, p. 101-106, mar./abr.,2003.4. MATSUURA, Y; NOMIMURA, T.,MURAKAMI, H., MATSUSHIMA, T.,KAKEHASHI, M., KAJIHARA, H. «Clinical40revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


FERNAN<strong>DO</strong> WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, GEORGE ALBUQUERQUE, INGRID LIMA, DANIELLE WESTPHALanalysis of reexpansion pulmonary edema». Chest,v. 100, n.º 6, p. 1.562-1.566, 1991.5. AIDÉ, M. A., JUDICE, L. F., CORDEIRO, P.B., LIMA, O. S. «Edema Pulmonar deReexpansão». Arq. Bras. Méd., v. 64, n.º 4, p. 245-247, 1990.6. RIVERA, R., GOTAY, F., MAYOL, P. M. «UnilateralReexpansion pulmonary: edema afterpneumothorax». Bol. Asoc. Méd. P. R, v. 78, n.º 1,p. 19-20, 1986.7. DUBOSE, J., PERCIBALLI, J., TIMMER, S.,KUJAWASKI, E. J. «Bilateral reexpansionpulmonary edema after treatment of spontaneouspneumothorax». Curr. Surg., v. 61, n.º 4, p. 376-379, 2004.8. MOYA, S. J., HÉRNANDEZ-PALAZÓN, J.,ROS SEMPERE, M., TORTOSA SERRANO, J. A.«Unilateral Pulmonary edema caused byreexpansion after excision of large mediastinalmass». Rev. Esp. Anestesiol. Reanim., v. 50, n.º 1,p. 53-55, 2003.9. KEEL, M., TRENTZ, O. «Pathophysiology ofpolytrauma». Injury, Int. Journal Care Injured, v.36, p. 691-709, 2005.10. MIYAOKA, K., IWASE, M., SUZUKI, R.,KON<strong>DO</strong>, G., WATANABE, H., ITO, D.,NAGUMO, M. «Clinical evaluation of circulatinginterleukin-6 and interleukin-10 levels aftersurgery-induced inflammation». Journal of SurgicalResearch, v. 125, p. 144-150, 2005.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200741


42revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


FERNAN<strong>DO</strong> WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, ANDRÉ SOUZA, ANDRÉ DIAS, DANIELLE WESTPHAL, INGRID LIMATURBECULOSE ESTERNTERNAL COMO DIAGNGNÓSÓSTICTICODIFERENCIAL DE NEOPLASIAS ESTERNTERNAISSTERNAL TUBERCULOSIS AS DIFERENTIAL DIAGNOSTIC OF STERNUM NEOPLASIASFERNAN<strong>DO</strong> L. WESTPHAL 1 , LUIZ C. LIMA 1 , JOSÉ CORREA NETTO 1 , ANDRÉ C. C. SOUZA 1 ,ANDRÉ C. L. DIAS 1 , DANIELLE CRISTINE WESTPHAL 1 , INGRID LOUREIRO QUEIROZ LIMA 1INTRODUÇÃO: Os tumores de esterno são, em sua subtotalidade, malignos, podendo ser primários ou secundários.Por sua vez, a osteomielite de esterno, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é rara, representando menos de 1%dos casos de tuberculose óssea, apresentando disseminação por meio de extensão direta ou proveniente dedisseminação linfática ou hematogênica.OBJETIVO: Apresentação de dois casos de osteomielite esternal portuberculose secundária, simulando tumoração esternal. MÉTO<strong>DO</strong>: Estudo retrospectivo, por análise de prontuáriomédico, realizado no período compreendido entre 2002 e 2005, no setor de cirurgia torácica do <strong>Hospital</strong> BeneficentePortuguesa. RELATO <strong>DO</strong>S CASOS: Os dois casos eram do sexo masculino, idade acima de 55 anos e fumantespesados. Um dos casos desenvolveu derrame pleural, sendo que a investigação diagnóstica revelou um exsudatocom predomínio linfocítico associado à pleurite crônica inespecífica, havendo resolução do derrame e do quadroclínico. Após dois anos, observou-se o aparecimento de tumoração em região esternal. A ressonância nuclearmagnética evidenciou uma lesão osteolítica esternal com volumoso componente de partes moles. A biópsia dajunção condroesternal revelou processo inflamatório granulomatoso caseoso, sugestivo de tuberculose. O outrocaso apresentava-se com sinais e sintomas infecciosos do trato respiratório e tumoração na região esternal, comevolução de três meses. Na biópsia do esterno foi evidenciada massa circundada por cápsula espessa, com conteúdocaseoso, sugestivo de tuberculose, confirmado pelo estudo histopatológico. CONCLUSÃO: A tuberculose continuarevelando-se uma doença altamente incidente, com comprometimento de diversos órgãos e sistemas, devendoencontrar-se no arsenal de diagnósticos diferenciais, pois nestes dois casos a primeira hipótese sugeria neoplasiado esterno, quando na realidade tratava-se de tuberculose.Palavras-chaves: Tuberculose; esterno, neoplasia.ABSTRACT: INTRODUCTION: The tumors of sternum are, in majority of the cases, malignant, and may beprimary or secondary. On the other hand, the osteomielitis of sternum, caused by the Mycobacterium tuberculosis,is rare, representing less than 1% of the cases of bone tuberculosis, and presents dissemination through directextension or coming from lymphatic or hematogenous dissemination. OBJECTIVE: Presentation of two cases ofsternal osteomielitis from secondary tuberculosis, simulating sternum tumoration. METHOD: Retrospective study,from medical charts analysis, carried through in the period from 2002 to 2005, in the thoracic surgery division ofthe Portuguese Beneficent <strong>Hospital</strong>. REPORTS: The two cases were males, ages above of 55 years and heavysmokers. One of the cases developed pleural spill, and the diagnostic inquiry revealed an exsudate with a linfocyticpredominance associated to the unspecific chronic pleuritis, having resolution of the spill and the clinical picture.After two years, the appearance of tumoration in the sternal region was observed. The magnetic nuclear resonanceevidenced a sternal osteolytic injury with voluminous component of soft parts. The biopsies of the condrosternaljunction revealed granulomatosus caseosus inflammatory process, suggestive of tuberculosis. The other casepresented signals and infectious symptoms of the respiratory tract and tumoration in the sternal region, withevolution of three months. In the biopsy of the sternum it was evidenced a mass surrounded for thick capsule,with caseosus content, suggesting tuberculosis, confirmed by the hstopathologic study. CONCLUSION: Thetuberculosis continues showing an illness highly incident, commiting several organs and systems, and it has to beincluded in the collection of differential diagnostics, because in these two cases, the first hypothesis suggestedneoplasm of sternum, when actually it was tuberculosis.1Instituições: Universidade Federal do Amazonas e Centro Universitário Nilton Linsrevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200743


TURBECULOSE ESTERNAL COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE NEOPLASIAS ESTERNAISINTRODUÇÃOOs tumores de esterno são em sua grandemaioria malignos e correspondem perto de 15% detodos os tumores ósseos da parede torácica, podendoser primários ou secundários. Por sua vez, a osteomielitede esterno causada pelo Mycobacteriumtuberculosis é rara, representando menos de 1% doscasos de tuberculose óssea. A sua disseminaçãopode ser dada através de extensão direta ou provenientede disseminação linfática ou hematogênica.1, 2, 3, 4Este trabalho tem como objetivo a apresentaçãode dois casos de osteomielite esternal por tuberculose,simulando tumor de esterno.CASO 2C. S. L., sexo masculino, 55 anos de idade,agricultor, tabagista de 10 maços/ano, apresentoutumoração esternal com evolução de três meses(Figuras 2 e 3), tosse produtiva, febre vespertina,astenia e perda ponderal de 7 kg. A biópsia da lesãoevidenciou presença de tecido caseoso comaéreas de necrose e com diagnóstico histopatológicode tuberculose, evoluindo com melhora clínicae da tumoração após tratamento medicamentoso.RELATO <strong>DO</strong>S CASOSCASO 1F. M. V., sexo masculino, 76 anos, branco,tabagista, apresentou quadro de pneumonia e derramepleural direito, cuja investigação revelou umexsudato com predomínio linfocítico e a biópsiapleural demonstrou uma pleurite crônica inespecífica,havendo resolução do derrame e do quadroclínico. Dois anos após o paciente evoluiu comtumoração em região esternal. A ressonância nuclearmagnética evidenciou uma lesão osteolíticacom volumoso componente de partes moles e comimpregnação de contraste em regiões paraesternaisde arcos costais superiores à direita, medindo cercade 7,5 x 4,0 cm (Figura 1). A biópsia da junçãocondroesternal revelou um processo inflamatóriogranulomatoso caseoso, sugestivo de tuberculose.O paciente evoluiu com resolução da tumoração edo quadro clínico após o tratamento específico.Figura 2 – Tumoração em região esternalFigura 3 – Tomografia computadorizada de tórax evidenciando lesão expansivaem região esternalDISCUSSÃOFigura 1 – Ressonância nuclear magnética evidenciando lesão esternal,incluindo arcos costais superiores à direita, medindo cerca de 7,5 x 4,0 cmAs neoplasias primárias de manúbrio eesterno constituem 15% de todos os tumores ósseosda parede torácica, sendo a subtotalidade malignas(96%). A maioria são condrosarcomas,mielomas, linfomas malignos e sarcomasosteogênicos. Além disso, o esterno é freqüente44revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


FERNAN<strong>DO</strong> WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, ANDRÉ SOUZA, ANDRÉ DIAS, DANIELLE WESTPHAL, INGRID LIMAlocal de metástases, tais como carcinomas origináriosda mama, glândula tireóide ou rim. Dentre ostumores benignos, condromas, hemangiomas ecistos ósseos têm sido registrados. 1, 2Pacientes com faixa etária entre 50 a 70 anos,que apresentam quadro clínico com comprometimentoda região esternal, deve ser aventada a hipótesediagnóstica inicial de tumores de esterno,porém não podemos descartar outros diagnósticos.As causas infecciosas podem apresentar sinaise sintomas semelhantes aos tumores ósseos, comoperda ponderal e astenia, encontrado nos casos deactinomicose e tuberculose óssea, observados noscasos relatados neste trabalho.A tuberculose isolada de esterno teve seuprimeiro registro em 1918 por Vaughn. Em umarevisão de 1.134 pacientes com tuberculose ósseae articular, Wassersug encontrou somente dozecasos de tuberculose de esterno. É estimado que oesterno contribua com 1,1% dos casos de tuberculosede ossos e articulações e cerca de 7% dos casosde tuberculose de parede torácica.1, 3, 4, 5, 6A tuberculose de esterno tem sido registradamais freqüentemente em adultos. Entretanto,em alguns poucos casos compromete crianças commenos de 1 ano e idosos acima de 82 anos. Ela pareceser uma forma de reativação da tuberculose,sendo a sua forma inicial de disseminação por vialinfática ou hematogênica. 3 O primeiro pacienterelatou a ocorrência de derrame pleural com resoluçãoespontânea dois anos antes, o que pode sugerirque a tuberculose de esterno apresentada porele seja uma forma de reativação de tuberculose.Em áreas endêmicas para tuberculose, estadeverá ser considerada como um importante diagnósticodiferencial das lesões de parede torácica.Uma tumoração macia dolorosa ou indolor comoem um típico abscesso frio é a característica usualda tuberculose nesta localização. O diagnósticodiferencial inclui: lesões inflamatórias comuns,lipoma, leiomiosarcoma epitelióide, tumoresneuroendócrinos e carcinoma mestastático. 3A tomografia computadorizada de tórax émais sensível que a radiografia simples paradetecção de alterações inflamatórias do esterno,porém menos sensível do que a ressonância nuclearmagnética, a qual é ideal para estudo doesterno em função da sua capacidade de obtençãode imagens multiplanares e pela sua excelenteresolução espacial e de contraste. 3A punção por agulha fina é uma das modalidadesde diagnóstico utilizada nas lesões daparede torácica. Na tuberculose de esterno osgranulomas caseosos típicos são vistos, porém raramenteos bacilos ácidos-álcool resistentes são observados.Os métodos microbiológicos podem nãoser muitos sensíveis quando a carga de bacilos nãoé muito alta. É importante suspeitar de tuberculosede esterno nos casos de osteomielite em quenão há crescimento de microrganismos na culturade rotina, porém o paciente não apresenta3, 4, 5melhora com as drogas de rotina.A terapêutica de escolha é a associação dedrogas. Embora o uso do regime de quatro drogasdiariamente (HRZE) durante a fase aguda sejarecomendada para tuberculose extra-pulmonar,o regime compreendendo Isoniazida, Rifampicinae Pirazinamida pode, também, ser suficiente desdeque a quantidade de bacilo esperada seja pequena.Na ausência de resposta à terapiaantituberculostática, os princípios da cirurgia deosteomielite de esterno deve ser aplicada, estandorecomendado desbridamento com reconstruçãocom músculo ou omento maior.Em conclusão, a importância deste relatoestá em apresentar dois casos clínicos com diagnósticoinicial de neoplasia de esterno, tendo comodiagnóstico definitivo a tuberculose esternal.REFERÊNCIAS1. PAIROLERO, P. C. «Chest wall tumors». In:SHIELDS, T. W, editor. General Thoracic Surgery.5.ª ed., v. 1. Philadelphia: LippincottWilliams&Wilkins, 2000, p. 589-98.2. GRAEBER, G. M, JONES, D. R, PAIROLERO,P. C. «Primary neoplasms». In: PEARSON, F. G,editor. Thoracic surgery. 2.ª ed. Philadelphia:Churchill Livingstone, 2002, p. 375-83.3. V. K. DHINGRA, S. RAJPAL, U. A. GUPTA, J.K. AGGARWAL, A. K. MANDAL, V.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200745


TURBECULOSE ESTERNAL COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE NEOPLASIAS ESTERNAISCHOWDHURY. «A young man with midlineswelling over the front of chest». Indian J. Tuberc,52, p. 93-98, 2005.4. K. J. STEWART, O. A. AHMED, R. B. S. LAING,J. D. HOMES. «Micobacterium tuberculosispresenting as sternal osteomielitis». J. R. Coll Surg.Edinb., 45. p. 135-7, apr. 2000.5. PRAKASH, A, HIRA, H. S. «Tuberculousosteomyelitis of sternum in a diabetic». Ind. J.,Tub, 48, p. 35, 2001.6. SALAK, A. Y., GUNDES, H., GUNDES, S.,ALP, M. «Primary sternal tuberculosis; a raraunhealed case treated by resection and localrotational flap». Thorac Cardiovasc Susg., 49 (01),p. 58-9, fev. 2001.7. CAR<strong>DO</strong>SO, M. S. L., SARDINHA, A. D.,BRITO, B. M. «Bone tuberculosis – Epidemiologicalrepresentation in a clinic school in Manaus – Amazonas,Brazil (1983 to 2003)». Proceedings of theAmerican Thoracic Society. Abstracts, 2005, 2:A682.46revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


CINTIA RÊGO, AIDA HANAN, LUCIANA FALCÃO, NÍCIA OLIVEIRA, ÂNGELA GARRI<strong>DO</strong>DIAGNGNÓSÓSTICTICO E TRATAMENTAMENTO DE LESÕESEN<strong>DO</strong>PERIO<strong>DO</strong>NTAIS: RELATO DE CASODIAGNOSIS AND TREATMENT OF EN<strong>DO</strong>PERIO<strong>DO</strong>NTAIS INJURIES: A CASE REPORTCINTIA MARA MELO RÊGO 1 , AIDA RENÉE ASSAYAG HANAN 2 , LUCIANA DE SOUSA FALCÃO 3 ,NÍCIA MARQUES DE ALMEIDA OLIVEIRA 4 , ÂNGELA DELFINA BITTENCOURT GARRI<strong>DO</strong> 5RESUMO: A lesão endoperiodontal é um processo inflamatório que apresenta tanto envolvimento endodônticoquanto periodontal. A etiopatogenia está associada a uma inter-relação do periodonto ser anatomicamente interligadoà polpa dental por meio das foraminas apicais e dos canais laterais, criando vias de acesso para troca deagentes nocivos entre os dois tecidos quando um deles ou ambos são afetados. As interações entre esses tecidospodem ocorrer, produzindo patologias, nas quais os sintomas e sinais clínicos podem ocasionalmente confundire causar falhas na interpretação das suas etiologias. Considerando-se a complexidade do diagnóstico e do modode tratamento dos diferentes tipos de lesões endoperiodontais, visto que as características clínicas destas podemser similares, este trabalho visa apresentar um caso clínico de lesão endoperiodontal do tipo endodôntico primária,alertando os profissionais (ou cirurgião-dentista) sobre a importância de um correto diagnóstico para que sepossa estabelecer um plano de tratamento apropriado e conseqüentemente obter um prognóstico favorável docaso.Palavras-chave: Lesões endoperiodontais, diagnóstico, tratamento.ABSTRACT: The endoperiodontal injury is an inflammatory process that involves both endodontic and periodontalinvolvement. The etiopathogeny is associated with an interrelation of the periodonto being anatomically linkedto the dental pulp through the apical foramina and to the lateral canals, creating ways of access to exchangeharmful agents between the two tissues when one or both are affected. The interactions between these tissuesmay occur, producing pathologies, in which the clinical signs and symptoms may occasionally confuse and causeerrors in the interpretation of their etiologies. Considering the complexity of the diagnosis and the way of treatmentof the different types of endoperiodontals injuries, thus the reason that the clinical characteristics of these injuriesmay be similar, this work has as objective to present a clinical case of endoperiodontal injury of the primaryendodontic type alerting the professionals (or dentist-surgeon) about the importance of a correct diagnosis toestablish an appropriate treatment plan and consequently obtaining a favorable prognosis of the case.Key-words: Endoperiodontais injuries, diagnosis, treatment.INTRODUÇÃOO periodonto apresenta-se anatomicamenteinterligado à polpa por meio do forame apicale ramificações do sistema de canal radicular. Asinterações entre esses tecidos podem ocorrer produzindopatologias, nas quais os sintomas e sinaisclínicos podem ocasionalmente confundir ecausar falhas na interpretação das suas etiologias. 1O termo lesão endoperiodontal ainda causadúvida ao cirurgião-dentista em função do fatode não diferenciar entre: (1) lesões que são primariamentepulpares na origem; (2) lesões que sãoprimariamente periodontais na origem; e (3) lesõesproduzidas tanto por doença periodontalquanto pulpar, com a unificação de duas lesõesdistintas. Entretanto, em todos os casos, manifestaçõespatológicas periodontais e pulpares coexis-1Aluna da Especialização em Endodontia da Universidade Federal do Amazonas.2Especialista em Endodontia e Prof. a Adjunto da Disciplina de Endodontia do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas.3Graduanda em Odontologia da Universidade Federal do Amazonas.4Pós-Doutorado em Prevenção Bucal, Doutora em Periodontia e Prof.ª de Periodontia da Universidade Estadual do Amazonas.5Pós-doutora, Doutora e Mestre em Endodontia, Prof. a Adjunto da Disciplina de Endodontia do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200747


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE LESÕES EN<strong>DO</strong>PERIO<strong>DO</strong>NTAIS: RELATO DE CASOtem e são fatores etiológicos primários e secundáriosque podem contribuir para o início e perpetuaçãode uma lesão endoperiodontal verdadeira.A etiopatogenia está associada à inter-relaçãoanatômica do periodonto e o canal radicular. 2As características clínicas das lesões endodônticase periodontais podem ser similares, tornandoo diagnóstico diferencial das lesõesendoperiodontais difícil e esse dilema é enfrentadotanto pelos clínicos como por especialistas dasáreas envolvidas, pois não há um dado clínico devalor absoluto para estabelecê-lo corretamente.Isso explica o fato de nenhum dado diagnósticoser avaliado isoladamente e nestas circunstânciasé o conjunto de informações obtidas durante aanamnese que conduzirá o profissional a um diagnósticoseguro e conseqüentemente a uma abordagemterapêutica correta, excluindo tratamentosdesnecessários e até mesmos iatrogênicos. 3Ao deparar-se com uma lesão endoperiodontalé de fundamental importância um diagnósticopreciso para que se possa traçar um planode tratamento coerente, a fim de remover osfatores etiológicos, restaurando a saúde e principalmentea função nos casos de severa perda dostecidos de sustentação. 4Este trabalho visa relatar um caso clínicode lesão endoperiodontal do tipo endodôntica primária.Paciente do sexo feminino, com 34 anosde idade, leucoderma, foi encaminhada por umperiodontista à Clínica Odontológica da UniversidadeFederal do Amazonas (Ufam), relatandopresença de abscesso periodontal em torno do primeiromolar permanente esquerdo (36).Durante a anamnese, informou ela que haviadois anos procurou um cirurgião-dentista, poissentia sensibilidade à mastigação. Este profissionalencaminhou a paciente a um colega protesistaque recomendou o uso de uma placamiorrelaxante para tratamento de um possíveltrauma oclusal decorrente de maloclusão. Segundoa paciente, mesmo fazendo uso da placa poraproximadamente dois anos, o sintoma nãoregrediu e apareceu um edema na gengiva marginal.Neste momento, foi encaminhada a umperiodontista, o qual submeteu a paciente a terapiasde raspagens por seis meses, porém, como assintomatologias persistiram, foi orientada a procurara Clínica Odontológica da Ufam, a fim deum parecer do caso.Ao exame clínico intra-oral, observou-se apresença de abscesso em torno da gengiva marginal.Ao teste de sensibilidade à percussão, a respostafoi positiva, enquanto que na avaliação davitalidade pulpar, onde o método de escolha foi oteste térmico com frio, a resposta foi negativa. Jáao exame radiográfico periapical foi possível detectaruma radiotransparência na furca se estendendoao ápice da raiz distal do elementodentário 36 (Figura 1). Com bases nos achadossubjetivos e objetivos, um diagnóstico de lesãoendodôntica primária foi estabelecido, sendo indicadoapenas o tratamento endodôntico.RELATO <strong>DO</strong> CASOFigura 1 - Radiotransparência ao nível de furca e ao nível do periápice.Inicialmente, o plano de tratamento consistiuno preparo químico-mecânico coroa-ápice (Figura2) com copiosas irrigações de hipoclorito desódio a 2,5% e uso de EDTA a 17% como soluçãoirrigadora final para remoção da smear layer. Emseguida, realizou-se a repleção dos canais com umamedicação intracanal à base de hidróxido de cálcioe PMCC em veículo viscoso (polietilenoglicol)(Figura 3). A troca da medicação intracanal foi realizadaquinzenalmente durante dois meses.48revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


CINTIA RÊGO, AIDA HANAN, LUCIANA FALCÃO, NÍCIA OLIVEIRA, ÂNGELA GARRI<strong>DO</strong>Em acompanhamento de seis meses apóso tratamento endodôntico, foi observado um reparoparcial em nível de furca e regressão daradiotransparência apical, evidenciando a normalizaçãogradativa das estruturas periodontais (Figura5). A paciente estava sem sintomas e o edemagengival havia regredido completamente.Figura 2 - Odontometria.Figura 5 - Proservação após 06 meses.DISCUSSÃOFigura 3 - Aplicação da medicação intracanal.Após as sucessivas trocas de medicação, otratamento endodôntico foi concluído pela obturaçãodo sistema de canais radiculares, empregandoa técnica híbrida de Tagger (condensaçãolateral e termoplastificação da guta-percha). A radiografiafinal revelou a presença de um canallateral e ele foi preenchido pelo cimento obturadordurante a condensação lateral (Figura 4).Figura 4 - Obturação do sistema de canais radiculares.A Endodontia e a Periodontia são especialidadesdistintas e desenvolvidas por seus respectivosprofissionais, entretanto o desconhecimentoquanto ao diagnóstico nos processos patológicosde outras especialidades, ou no que se refereao diagnóstico diferencial (lesão endodôntica e/ou periodontal), implica em dificuldades ao profissionaldiante de a quadros clínicos desta ou dequalquer outra natureza. 5,6O diagnóstico diferencial entre uma lesãoendodôntica ou periodontal raramente é difícil,pois as endodônticas em geral provocam sintomasderivados do periodonto apical, enquanto os sinaisda doença periodontal geralmente estão confinadosao periodonto marginal. 7 Para outros autores,o diagnóstico diferencial dessas lesões nem sempreé fácil. 5,8 Os sinais e sintomas clínicos podemcausar adversidades e serem mal interpretados,pois o que parece uma lesão marginal pode ser,em verdade, um problema pulpar, ou o contrário. 3,7Neste caso clínico, a má interpretação das característicasclínicas levou ao diagnóstico incorreto comtratamento inadequado, implicando na instituiçãorevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200749


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE LESÕES EN<strong>DO</strong>PERIO<strong>DO</strong>NTAIS: RELATO DE CASOdesnecessária ou mesmo iatrogênica da terapiaperiodontal. O tratamento periodontal não promoveriaregressão do processo, podendo comprometero prognóstico, pois, em um tecido conjuntivopulpar previamente alterado, a ação mecânicado tratamento periodontal poderá agravá-lo. 1A avaliação semiológica de fatores comopresença de dor, duração, localização, sensibilidadeà percussão, sondagem de bolsas, testes de vitalidadepulpar, edema, presença de mobilidade e avaliaçãoradiográfica, facilita o diagnóstico diferencialentre as lesões. 1,3,5 No presente caso clínico, pormeio desses achados subjetivos e objetivos, foi possíveldeterminar a etiologia da lesão.O teste de vitalidade negativo foi essencialpara o diagnóstico de envolvimento endodônticoprimário, contribuindo para a indicação ao tratamentoendodôntico e conseqüentemente prognósticofavorável. Em lesões eminentemente endodônticas,a polpa não responde aos testes de vitalidadepulpar e com o tratamento endodôntico efetivoo caso apresenta uma resolução. 6 Além dos testespulpares, a presença de radioluscência periapicalsugeriu que a lesão era de origem endodôntica. 8A terapia para o caso foi o tratamento decanais radiculares, e o resultado foi favorável, poisa causa era estritamente endodôntica. Em lesõesendodônticas primárias, o tratamento endodônticoé a terapia proposta. 1,8 Instituído o tratamentoendodôntico, o aparelho de suporte do dentese refaz, observa-se a regressão das lesões e o reparodos tecidos apicais. 3,6Observou-se, seis meses após, um periodontosaudável, reparo parcial da furca, e diminuiçãoda radiotransparência apical. O prognóstico da lesãoendodôntica primária é favorável e a curaradiográfica e clínica rápida e excelente. A cicatrizaçãoem geral pode ser obtida de três a seis meses. 8CONCLUSÕESBaseado na revisão de literatura e no relatode caso clínico, pode-se concluir:• É de fundamental importância tentaridentificar a origem da lesão endoperiodontalapresentada pela paciente, pois a forma de tratamentoe o prognóstico do caso estão diretamenterelacionados com sua etiopatogenia;• O profissional deve ter sempre uma visãomultidisciplinar na Odontologia para benefíciodo paciente, independente da especialidade.REFERÊNCIAS1. LAMBERTI, P. L. R., ALBERGARIA, S. J.,CAMPO, P. S. F., FAGUNDES, D. M. «Inter-relaçãoendodontia – periodontia». Rev. Odontol.Univ. Santo Amaro, v. 5, n.º 1, p. 9-12, 2000.2. ROSENBERG, M., KAY, KENOVGH, HOLT.Tratamento periodontal e protético para casos avançados.2. ed. São Paulo: Quintessence, 1996.3. AGUIAR, T. R. S. «Inter-relação Endodontia –Periodontia». In: KALIL et. al. Manual deEndodontia. 1.ª ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1999, p. 141-152.4. GUTMANN, J. L., LOVDAHL, P. E. «ProblemasEncontrados na Inter-relação Polpa – Periodonto».In: GUTMANN, J. L. Soluções de Problemasem Endodontia: Prevenção, Identificação e Tratamento.3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1997, cap. 12, p. 250-265.5. NETO, U. X. S., TRAMONTINA, V. A.,TRAMONTINA, M. A. N. M., KIM, S. H. «LesõesEndoperiodontais: Conduta Clínica e Terapêutica».Journal of Clinical Dentistry, v. 2, n.. 14, p. 17-21, 2001.6. ESTRELA, C., RUIZ, L. F., MEN<strong>DO</strong>NÇA, J. A.«Inter-relações entre a Endodontia e aPeriodontia». In: ESTRELA, C., FIGUEIRE<strong>DO</strong>, J.A. P. Endodontia – Princípios Biológicos e Mecânicos.1ª ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999, p. 249-288.7. LINDHE, J. «Inter-relação entre Periodontia eEndodontia». In: LINDHE, J. Tratado dePeriodontologia Clínica. 2.ª ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1992, p. 185-202.8. ROSSMAN, L. E. «Relação entre doençasperiodontais e pulpares». In: GENCO, R. J., COHEN,D. W., GOLDMAN, H. M. Periodontia Contemporânea.3.ª ed. São Paulo: Santos, 1999, p. 605- 618.50revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISA ATUTUAÇÃÇÃO DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NA SEGUNDAETAPAPA A <strong>DO</strong> PROAMDE NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIOVARARGAS AS (<strong>HUGV</strong>) – PROAMDE/PAMDE/PAPSAPSSUSANA DA CONCEIÇÃO ROCHA 1Introdução: O trauma raquimedular ocorre quando a medula espinhal é danificada como resultado de um trauma,processo de doenças ou defeitos congênitos. As manifestações clínicas variam dependendo da extensão e localizaçãodo dano à medula espinhal (Umphred, 2004). Para melhorar a respiração, prevenir infecções respiratórias e eliminarsecreções a conduta fisioterapêutica é realizada de acordo com a Ausculta Pulmonar. Objetivo: Este relato descrevea atuação da Fisioterapia com um grupo de 18 pessoas de um núcleo de reabilitação no <strong>HUGV</strong> no período deagosto de 2006 a agosto de 2007 distribuídos em turmas com período aproximado de três meses. Método: É feitauma avaliação inicial obedecendo a itens relacionados ao condicionamento respiratório. No período de três mesesocorrem os atendimentos e, após este, é realizada uma avaliação final para verificar a evolução e o aprendizadodo paciente, atribuindo notas entre 1 e 5 pontos que variam em «não realiza» a «realiza totalmente». Resultado:Os resultados foram comparados com a evolução dos pontos obtidos entre a avaliação inicial e a avaliação finalapresentando a seguinte evolução respiratória: 7,55%. Conclusão: Com o processo de reabilitação no Proamde/PAPS, a intervenção fisioterapêutica proporciona uma melhora no padrão respiratório, elemento especial para amanutenção de uma vida saudável para a pessoa com lesão medular, possibilitando capacidades de desenvolversuas potencialidades que o torna mais independente. Palavras-chave: Condicionamento respiratório, auscultapulmonar, lesão medularCorrespondência para: thusi_rocha@hotmail.comANÁLISE COMPOMPARAARATIVTIVA ENTRE AS IMAGENS ULTRATRA-SONOGRÁFICOGRÁFICASAS, , ACHA<strong>DO</strong>S HISTOPOPATOLOLÓGICÓGICOS E OS NÍVEISDAS AMINOTRANSFERASES SANANGÜÍNEAS NA ESTEATEATOSEHEPÁTICTICA SECUNDÁRIA À OBESIDADE MÓRBIDAGERSON SUGUIYAMA NAKAJIMA; ÁDRIA SIMONE FERREIRA BENTES;LUIZ CARLOS DE LIMA FERREIRA; ROBSON SILVA OLIVEIRA; ADRIANO MACHA<strong>DO</strong>;ISAAC TAYAH; MÔNICA SOUTO; SÔNIA BRITO.Introdução: A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica é uma patologia que pode cursar com esteatose somenteou esteato-hepatite, sendo clinicamente assintomática, está se tornando uma causa comum de doença hepáticacrônica, paralelo a «epidemia» de obesidade. Estudo de imagem como a USG pode prover a primeira indicaçãoque o paciente tem a doença, já que as alterações laboratoriais são leves e a histopatologia é um exame caro.Objetivo: Avaliar a relação entre as imagens da ultra-sonografia, histologia e níveis das aminotransferases naEsteatose hepática não alcoólica. Metodologia: No pré-operatório foi realizada a USG de abdome total e a dosagemdo nível sangüíneo das aminotransferases (TGO/TGP). No momento do ato cirúrgico, foi realizada a biópsiahepática sendo posteriormente feita a histopatologia. No pós-operatório foram coletadas as aminotransferases.Resultados e Discussão: Foram estudados 13 pacientes obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica.Comparando a histopatologia com a ecogenicidade hepática de 12 pacientes, esta foi compatível em 6 pacientes(50%). Com relação aos exames laboratoriais, de 7 pacientes as aminotransferases elevaram-se no pós-operatórioem 3 pacientes (42,85%), o restante mantendo-se normais. Conclusão: A USG é um método confiável para detectaracometimento hepático pela esteatose, mas não informa o grau de lesão hepática e o nível das aminotransferasesnão pode ser considerado um marcador de lesão hepática.Local de realização da pesquisa: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> e Ambulatório Araújo Lima.Correspondência para: gnakajima@ufam.edu.br; silvinhanakajima@hotmail.comUfam/<strong>HUGV</strong>revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200751


ANAISCARAARACTERÍSCTERÍSTICTICAS EPIDEMIOLÓGICÓGICASAS, , CLÍNICAS ELABABORAORATORIAIS ORIAIS DAS ESTAFILAFILOCOCOCCIAS OCCIAS EM MANAUS-US-AMMARIA AUXILIA<strong>DO</strong>RA NEVES DE CARVALHO, BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO,RODRIGO PADILHA, DANIELLE WESTPHAL, LUCIANE MORAL.Introdução: O S. aureus é um desafio na prática médica. Uma descrição sistemática da doença e seu agentepatogênico na região amazônica se fizeram necessária em função da gravidade de formas clínicas encontradas.Objetivo: O trabalho identificou pacientes infectados pelo S. aureus no Laboratório de Análises Clínicas do <strong>Hospital</strong>Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>) em um período de 6 meses e avaliou as características epidemiológicas,clínicas e laboratoriais desses pacientes. Metodologia: Por um período de 6 meses foi feito um estudo prospectivoobservacional em pacientes com cultura positiva para S. aureus. Os pacientes foram divididos em dois grupos:pacientes que adquiriram o S. aureus na comunidade e pacientes que adquiriram o S. aureus no hospital. Resultado:55 culturas positivas para S. aureus foram isoladas em 6 meses (14 de abril de 2005 a 14 de outubro de 2005) emum universo de 847 culturas, e as seguintes características foram analisadas nos pacientes: maior incidência noshomens 60%, caucasianos 58,2%. Identificou-se 39 pacientes com S. aureus hospitalar e 16 com S. aureus comunitário.A infecção mais freqüente pelo S. aureus hospitalar foi à infecção de pele 30,8%, enquanto que pelo S. aureuscomunitário foi a infecção respiratória (50,0%). O resultado do antibiograma mostrou uma alta incidência deresistência aos antibióticos beta-lactâmicos 94,5% - 100%, nos dois grupos, e uma maior incidência (61,5%) de S.aureus meticilina-resistentes (MRSA), entre os pacientes com S. aureus hospitalar. Em nenhum dos grupos seobservou resistência a vancomicina. Dos 55 pacientes, 16,4% morreram e todos eram portadores de S. aureushospitalar (p-valor < 0,05). Conclusão: As infecções por S.aureus hospitalar, 70,9%, foram muito mais freqüentesque as infecções por S. aureus comunitário, 29,1%, com uma alta incidência de MRSA 61,5%. Quando a infecçãohospitalar por S. aureus foi relacionada a óbito o p-valor < 0,05.Instituição: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>Correspondência para: auxiliadoraneves@ufam.edu.brCONHECIMENTONHECIMENTO O E ATITUDE DA POPULAÇÃÇÃO <strong>DO</strong>AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA DA UNIVERSIDADE FEDERAL <strong>DO</strong>AMAZONAS AS SOBRE <strong>DO</strong>AÇÃÇÃO DE ÓRGÃOSOSM. R. BEZERRA; C. R. T. BARROS; B. M. MESQUITA;A. F. BEZERRA; F. M. R. BEZERRA; M. C. OLIVEIRAMais de 42 mil brasileiros estão em listas de espera por transplante e nem 10% dessa lista é atendida por ano. Opresente estudo avaliou o perfil da população atendida no Ambulatório Araújo Lima (AAL) quanto à doação deórgãos e identificou as deficiências para o aumento de doadores. Aplicou-se um questionário numa amostrasistemática que consistiu de 301 participantes na fila de atendimento, de cada quatro pessoas presentes, o quartoera convidado a participar da pesquisa. Após a coleta, os dados foram tabulados no Epi Info 6 e exportados parao SAS, 8.6. Os resultados mostraram que 53% dos participantes referiram-se doadores, sendo o principal motivoa solidariedade, enquanto para não-doação foi falta de conhecimentos. Apenas 34,6% autorizariam a concessãode órgãos de familiares. Exatamente 22,6% comunicaram à família o desejo de serem doadores. A presente pesquisasugere que houve uma proporção representativa da população favorável à doação de órgãos. Sendo que a maioriada população entrevistada desconhecia o significado de morte encefálica. Os resultados confirmam que as pessoascom nível de escolaridade superior incompleto e completo têm maior chance de entender o que é morte encefálica,quando comparado com outros graus de escolaridade. Por outro lado, classe social, faixa etária, sexo e escolaridadeparecem não influenciar na decisão de ser ou não doador como demonstrado na análise de associação.Local da Pesquisa: Ambulatório Araújo Lima – Manaus/AM.Correspondência para: milrb@msn.com52revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISESTU<strong>DO</strong> BACTERIOLCTERIOLÓGICÓGICO DA MICROBIOOBIOTA DAS MÃOS <strong>DO</strong>SPROFISSIONOFISSIONAIS DA SAÚDE <strong>DO</strong> HOSPITAL UNIVERSITÁRIOGETÚLIO VARARGASASMESQUITA, C. B.; BAIMA, J.P.; BEZERRA, M.R.; BARROS, C.R.T.; GAMA, J.G.Introdução: Um dos principais indicadores da qualidade da atenção médica que um hospital oferece é a sua taxade infecções hospitalares. Dentro do âmbito da prevenção, enfrenta-se um problema não só limitado a recursosmateriais, mas também a erros humanos como a não higienização correta e freqüente das mãos. Objetivo: Identificara microbiota prevalente nas mãos dos profissionais de saúde do <strong>HUGV</strong>, antes e depois da lavagem delas.Metodologia: Foram avaliados, no período de janeiro a maio de 2006, 41 voluntários. As amostras foram coletadasem duas fases, antes e após a lavagem das mãos, e processadas no laboratório de Microbiologia da Ufam. Osmicrorganismos foram isolados e identificados por meio de análises macro e micromorfológicas além de testesbioquímicos. Resultados e Discussão: A contaminação antes e após a lavagem das mãos esteve presente em90,2% e 80,5% dos voluntários, respectivamente. Os microrganismos mais encontrados na fase I foram:Staphylococcus epidermidis (58,5%), Serratia sp. (19,5%) e Pseudomonas mallei (12,2%). Já na fase II, detectou-seStaphylococcus epidermidis em 48,8% e bacilos gram-negativos em 24,4% dos participantes. Conclusão: O estudorevelou alta taxa de contaminação das mãos dos profissionais de saúde do <strong>HUGV</strong>, mesmo após a anti-sepsia.Apesar da CCIH incentivar, diariamente, a prática da higienização das mãos, a maioria dos membros da equipede saúde parece não praticar corretamente o método.Local: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – Manaus, AM.Correspondência para: camilabonfanti@yahoo.com.brESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S PRINCIPCIPAIS INDICA<strong>DO</strong>RES DE USO RACIONCIONALDE MEDICAMENTAMENTOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIOVARARGAS AS (<strong>HUGV</strong>) NO PERÍO<strong>DO</strong> DE MARÇO A MAIO DE 2007ÉLLEN REGINA DA COSTA, THIAGO GOMES BATISTA, JOÃO PAULO DA SILVA CAVALCANTE, LUIZ FERREIRA DA COSTA,ALAMIR SILVA DINIZ, ALCINEIDE DE LIMA MAGALHÃES, VICTOR BRAULE PINTO MARQUES,MELCA GABRIELA PRINTES, ANDRÉ ARAÚJO RODRIGUES, EDUAR<strong>DO</strong> B. SANTANA FILHO, MARCÉLIA CÉLIA COUTEIRO LOPESIntrodução: A avaliação do uso racional de medicamentos por meio de indicadores específicos permite propor amelhor utilização destes, pois auxilia a medição da qualidade das prescrições, subsidia a otimização da eficácia,segurança e custo da assistência e fornece dados que viabilizam discussões para a melhoria do sistema. Objetivo:Avaliar os principais indicadores do Uso Racional de Medicamentos no <strong>HUGV</strong>. Metodologia: Estudo retrospectivo,descritivo e transversal de todas as prescrições do <strong>HUGV</strong>, no período de março a maio de 2007, para análise deindicadores do Uso Racional de Medicamentos. Resultados: A média de medicamentos por prescrição,aproximadamente 6, é superior a indicada pela OMS como razoável na atenção básica de saúde, no entanto, o<strong>HUGV</strong> possui serviços de cirurgia, internação e terapia intensiva que justificam o maior consumo de medicamentospor paciente. 9.903 medicamentos SN foram prescritos em 6.934 receitas (75,41% do total de receitas), média de1,43 medicamento SN por receita. 72,47% dos medicamentos foram prescritos pela denominação genérica e 7.220medicamentos (13,1%) foram prescritos com dose implícita. Do total de medicamentos prescritos, 1.920 (3,48%)não constavam no padrão de medicamentos do hospital e 2.528 (4,58%) não estavam disponíveis na farmáciapara atender a prescrição. Conclusão: O perfil dos indicadores do Uso Racional de Medicamentos do <strong>HUGV</strong>iguala-se ao perfil da maioria dos hospitais brasileiros, porém é necessário melhorar os índices como o percentuale medicamentos prescritos por nome genérico e o número de prescrições com dose implícita para atingir o perfilrecomendado pelas principais organizações de saúde.Instituição: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>/Universidade Federal do AmazonasCorrespondência para: victorbraule@hotmail.comFaculdade de Ciências Farmacêuticas/Serviço de Farmáciarevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200753


ANAISESTU<strong>DO</strong> EPIDEMIOLÓGICO SOBRE CÂNCER DE PÊNIS NOESTA<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> AMAZONASASJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO, ANDRÉ LUIZCAMPOS MANCINI, VICTOR LAZARINI, EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução: A incidência mundial do câncer de pênis varia de 0,07-3,32 casos/100.000. No Brasil, dentre asneoplasias malignas, corresponde a 2,1%. Há incidência aumentada nas Regiões Norte e Nordeste. ObjetivosConhecer o número de casos de câncer de pênis atendidos em centro de referência em oncologia, no Estado doAmazonas, bem como as características clínicas dos pacientes acometidos. Materiais e Métodos: Revisão deprontuários de pacientes com câncer de pênis e indicados para tratamento, no período de janeiro de 2003 adezembro de 2006. Resultados: Realizaram-se 45 penectomias (11,25 casos/ano). Idade média de 64 anos (19-88anos). O questionário da SBU foi preenchido em 27 pacientes, destes o nível de instrução foi de 15% analfabetose 85% em nível primário; 5 relataram fimose. Realizaram-se 21 ressecções parciais e 6 totais; seguimento médio de12,1 meses (1-45 meses) Dezesseis perderam o seguimento (59%), houve 2 óbitos, 2 foram encaminhados pararadioterapia e quimioterapia adjuvante e 7 (26%) sem evidências de neoplasia. Conclusão: O restrito nível deinstrução dos pacientes parece ter sido o fator de maior impacto no desenvolvimento da neoplasia, principalmentepor causa dos maus hábitos de higiene genital. A maioria dos pacientes foi diagnosticada em estágio onde acirurgia conservadora foi inviável, sendo necessária amputação parcial ou total.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, Brasil.Correspondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brHUMANIZAÇÃÇÃO E SAÚDE: A FORMAORMAÇÃÇÃO <strong>DO</strong> GRUPO DETRABALHO ALHO EM HUMANIZAÇÃÇÃO (GTH) DA FUNDAÇÃÇÃO HOSPITALADRIANO JORGELUCIANA MARTA TAVARES FABRÍCIO 1 , ROBERTA JUSTINA DA COSTA 2 , ROSIANE PINHEIRO PALHETA 3Introdução: A formação de um Grupo de Trabalho em Humanização, na Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, é fruto deuma necessidade premente de inserir mudanças nas práticas de atenção à saúde preconizadas pela Política Nacionalde Humanização. O GTH foi formado em abril de 2007 a partir da adesão dos funcionários que trabalham nosdiversos setores para os quais o trabalho de sensibilização seria direcionado a partir de um processo de capacitaçãoe formação em Humanização. Objetivos: Formar agentes multiplicadores da PNH para formação de facilitadores,sensibilizar os profissionais sobre a importância da Humanização para a melhoria dos processos de trabalho, desencadearuma melhoria na forma de tratamento dispensada ao usuário da FHAJ e divulgar a PNH. Metodologia:Apresentação da PNH aos funcionários da FHAJ para adesão ao grupo, formação do Grupo de Trabalho em Humanização– GTH com o objetivo de formar multiplicadores por intermédio de estudo dirigido, exposições das temáticas, vivênciase dinâmicas, leituras e discussão do material didático-teórico disponível sobre a PNH. Resultados: A criação do GTH,composto pelos servidores de diversos setores, dentre eles: Serviço Social, Psicologia, Farmácia, Nutrição, RecursosHumanos, Fisioterapia, Imagenologia e Ambulatório, tornando-se referência do HumanizaSUS no <strong>Hospital</strong>. O grupofoi subdividido para desenvolver as atividades das oficinas de Humanização, os subgrupos estão voltados para aorganização (logística) e para a elaboração e execução das oficinas nas quais alguns membros atuam como facilitadoresdo processo pedagógico. Conclusão: A formação do GTH revela um alcance importante de um dos objetivos da PNHdo SUS, qual seja a sensibilização e o «Contágio» dos trabalhadores e gestores de saúde, uma vez que houve incentivoe o envolvimento dos membros para o desenvolvimento das ações propostas. Tal assertiva baseia-se nas discussões eestudos sobre os dispositivos da política. Esse contágio está sendo ampliado a cada oficina realizada, quando ostrabalhadores entram em contato com os princípios e diretrizes da política e se vêem como atores fundamentais edeterminantes do processo de mudança.Correspondência para: lucianamarta@vivax.com.br1Assistente Social da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização (GTH). lucianamarta@vivax.com.br2Assistente Social da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização.3Assistente Social da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização.54revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISINCIDENTCIDENTALALOMA ADRENALALLEONAR<strong>DO</strong> SIMÃO GUIMARÃES 4LUCIANO SANTOS LOURENÇO 5 , LAURA BIANCA FRAIJI 5 ,EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 5 , JESSÉ B. TORRES 5Introdução: Os incidentalomas adrenais são entidades nosológicas surgidas com advento dos exames de imagemnas investigações ambulatoriais e hospitalares. Consiste de achado em 5% das autópsias, aumentasignificativamente com a idade (6,9% em > 70 anos) e pode permanecer assintomático por décadas. Os adenomasconstituem 60% dos incidentalomas, seguidos dos carcinomas, feocromocitomas, mielopomas, cistos e outros. Ostumores adrenais podem ser classificados em funcionantes e não funcionantes de acordo com a capacidade deproduzir ou não cortisol. Objetivo: Mostrar que os incidentalomas são mais diagnosticados hoje em dia emfunção do avanço dos exames de imagem e a facilidade de acesso a eles. Materiais e Métodos: Paciente do sexomasculino, 61 anos, natural e procedente de Manicoré, que durante investigação de hiperplasia benigna de próstatafoi evidenciada massa calcificada em topografia de supra-renal num raio-x simples de abdômen. Tinha históriade hipertensão havia mais ou menos 1 ano do tipo maligna, que respondeu à terapêutica anti-hipertensiva.Tabagista de 2 maços de cigarro/dia por 40 anos e alcoolista de 1 litro de aguardente/dia. Dosados metanefrinasurinárias e ácido vanil mandélico-normais. Afastada a hipótese de feocromocitoma após abordagem especifica jácitada e investigação tomográfica que, além da massa calcificada adrenal, foi evidenciada também nódulo hepático.Paciente foi submetido à supra-renalectomia esquerda e nodulectomia hepática evoluindo de maneira satisfatóriano pós-operatório. Resultado: Pseudocisto de adrenal. Conclusão: Exames de imagem podem diagnosticar demaneira inusitada patologias adrenais que na maioria das vezes são assintomáticas,Palavras-chave: Adenomas, pseudocisto adrenal, incidentaloma.Correspondência para: lleoguimarães@gmail.comO ATENDIMENTTENDIMENTO A PESSOAS COM LESÃO MEDULAR NAPRIMEIRA ETAPAPA A <strong>DO</strong> PROAMDE PÓLO <strong>HUGV</strong>KEEGAN BEZERRA PONCE,KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPESROSANGELA MARTINS GAMALEONAR<strong>DO</strong> CHAVES DA SILVAIntrodução De acordo com Umphred (2004, p.507), o traumatismo raquimedular é uma condição catastróficaque pode causar alterações dramáticas na vida da vitima. O Proamde pólo <strong>HUGV</strong>, ocorre em duas etapas distintasde atendimento a essas pessoas. Objetivo: Na primeira etapa, a Educação Física atua oportunizando ao aluno,acompanhantes e seus familiares, formas de adquirir ou manter atitudes favoráveis à prática de atividades físicas,compreender suas novas características motoras, com o diferencial de educar o aluno para tais conhecimentos.Método: No período de agosto de 2006 a agosto de 2007 tem-se cadastrado 42 pessoas com diagnóstico detraumatismo raquimedular, dessas 38% não possuem déficit motor ou sensitivo, onde são somente acompanhadas,5% foram a óbito e 57% apresentam déficit motor e/ou sensitivo, onde receberam atendimentos. Resultado: Asatividades são planejadas de acordo com a avaliação inicial para conhecer as características da pessoa. Sãoatividades motoras que trabalharão a musculatura funcional por meio de: alongamentos, exercícios resistidos ejogos recreativos. Conclusão: Todos recebem alta com informações de como realizar os exercícios em casa deforma eficaz e correta, têm o primeiro contato com a cadeira de rodas ao serem sentados e incluídos em uma listaonde poderão vir participar da segunda fase do Programa. Palavras-chave: Atividades físicas, lesão medular,reabilitaçãoUniversidade Federal do Amazonas/ <strong>Hospital</strong> Universitário Getulio <strong>Vargas</strong>Correspondência para: keeganponce@hotmail.com; klopes@ufam.edu.br; rosagamartins@hotmail.com;leonardocs6@hotmail.com4Médico assistente do serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>/Ufam5Médicos Residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R1revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200755


ANAISPERFIL DAS NOTIFICTIFICAÇÕES DE REAÇÃÇÃO ADVERSVERSA AMEDICAMENTAMENTOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIOVARARGAS AS EM MANAUS/AMMARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO 6 , ANDERSON DA PAZ PENHA 7 , SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA 8 , MARY JOYCE MAGALHÃES 6 ,BRENA AGUIAR DE LOURDES LIMA 6 , JAQUELANE SILVA DE JESUS 6 , FRANCISCA GARCIA DA ROCHA 9Introdução: As ações de Farmacovigilância desenvolvidas no <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>)visam detectar, avaliar e notificar Queixas Técnicas (QT) e Reações Adversas a Medicamentos (RAM). Objetivos:Caracterizar as notificações de suspeitas de RAM ocorridas no <strong>HUGV</strong>. Método: Estudo descritivo, retrospectivo,quantitativo, a partir das notificação de suspeita de RAM, de janeiro a dezembro de 2006. Resultados: Foramnotificadas 61 suspeitas de RAM envolvendo 73 medicamentos. 52% foram causadas por antimicrobianos, seguidosdos analgésicos e antiinflamatórios (16%) e anticonvulsivantes (8%). Pacientes do sexo feminino (57%) prevalecerame a faixa etária mais incidente variou entre 26 e 51 anos. Traumatismos, Pneumopatias e Lúpus EritematosoSistêmico foram as condições patológicas mais freqüentes. Foram consideradas prováveis 64% das reações e 54%tiveram severidade moderada. Prevaleceram as manifestações dermatológicas (rash), gastrointestinais (náuseas,vômitos, dor epigástrica) e alterações do sistema nervoso central (cefaléia, hipertermia, tontura). Suspendeu-se omedicamento em 41% dos casos, e a administração foi continuada em 13% das suspeitas. CONCLUSÕES: Salientasea importância da Farmacovigilância para o gerenciamento de riscos em saúde por meio da detecção e notificaçãode QT e RAM, do favorecimento à cultura de notificação voluntária, além do estímulo incessante ao uso racionalde medicamentos e redução de custos hospitalares.Palavras-chave: Rede Hospitais Sentinela, Farmacovigilância, Reação Adversa a Medicamentos.Correspondência para: hugvsentinela@ufam.edu.br; anderson.paz@gmail.com; buenacha_tche@yahoo.com.br;joyce.magal@hotmail.com; brena_lima@yahoo.com.br; jaquelanesilva@yahoo.com.br; franciscagrg@gmail.comPERMANECE ESTÉRIL A SOLUÇÃUÇÃO FISIOLÓGICÓGICA 0,9%, APÓSINSERÇÃÇÃO DE CATETER VENOSO CURTO (SCSCALPALP) ) NO FRASCO?JUCIMARY ALMEIDA <strong>DO</strong> NASCIMENTO 10 , LÚCIA DE FÁTIMA RODRIGUES GOMES 11 , LUCIETE ALMEIDA SILVA 12Introdução: Observamos em vários hospitais de Manaus a prática inadequada da utilização de frasco de 500 mL desolução fisiológica a 0,9% (SF) com a acoplagem de cateter venoso curto (scalp), para a diluição de medicamentosinjetáveis. Na maioria das vezes o cateter é fixado ao frasco com esparadrapo ou pode ser encontrado solto. Sabemosque a manipulação inadequada e exagerada das soluções de infusão venosa, como o uso de agulhas para aeraçãode frascos de soro e mesmo as formas não apropriadas de armazenamento e transporte de frascos, podem serfatores responsáveis pela contaminação, tornando-se uma importante fonte de bactérias e fungos, introduzidosdiretamente no sangue do paciente. Objetivo: Identificar a presença de microrganismos patogênicos nas soluçõespara diluição de medicamentos utilizados no <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>), no período de 30/6/2006 a 23/4/2007. Método: Estudo qualitativo, quantitativo e descritivo. Utilizado o método de isolamento eidentificação bacteriana por meio dos kits Biomerieux, no Laboratório do Centro de Estudos e Pesquisas Leônidas &Maria Deane – Fiocruz. Resultados: Foram colhidas 46 amostras de SF, nas 6 clínicas do <strong>HUGV</strong>. Isolados diferentesmicrorganismos: 2 Staphylococcus aureus, 1 Klebsiella oxytoca, 2 Pseudomonas aeruginosa, 3 fungos, 1 Chryseomonasluteola, 1 levedura e 1 amostra com numerosas colônias bacterianas Gram(+). Conclusão: Este estudo detectoucontaminação de 23,91% das amostras, as quais poderão estar servindo de veículo de microrganismos patogênicosque podem ter ocasionado infecção na corrente sangüínea, principalmente de pacientes imunocomprometidos.Correspondência para: jucinascim@ufam.edu.br6Farmacêutica. Gerente de Risco Sanitário <strong>Hospital</strong>ar do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong>.7Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – Ufam8Acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam9Acadêmica de Farmácia da Universidade Paulista – Unip/Manaus10Bióloga, enfermeira, mestre em Genética e Evolução – SCIH do <strong>HUGV</strong>.11Enfermeira, mestre em Ciências da Saúde Pública – Serviço de Controle de Infecção <strong>Hospital</strong>ar;12Bióloga, mestre em Patologia Tropical – bacteriologista da Fiocruz.56revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISPNEUMONIA NECROSOSANTE: RELATO DE CASONECROTIZING PNEUMONIA: CASE REPORTFERNAN<strong>DO</strong> LUIZ WESTPHAL 13 , LUIZ CARLOS DE LIMA 14 , JOSÉ CORREIA LIMA NETTO 15 ,LAURA BIANCA CABRAL FRAIJI 16 , IGOR ARAÚJO FERREIRA DA SILVA 17Introdução: A pneumonia necrosante (PN) é uma complicação pouco freqüente da pneumonia lobar, caracterizadapor focos de necrose e liquefação de tecido pulmonar com formação de múltiplas cavidades não coalescentes, eque, acompanhada de complicações pleurais, exige a adoção de medidas mais agressivas para o seu tratamento.A maioria dos casos de PN é tratada clinicamente, porém em determinadas situações, apesar da otimização emaximização do tratamento clínico, o paciente persiste com sinais de septicemia associado ou não a complicaçõespleurais. Nestes casos a indicação cirúrgica pode ser a única terapia para a resolução do quadro. Objetivo: Relatarum caso de PN em uma criança de dois anos. Métodos: Relatar um caso de PN em criança atendida pelo serviçode Cirurgia Torácica do <strong>HUGV</strong>. Resultados: Paciente masculino, dois anos de idade, natural de Manaus-AM,com história de tosse produtiva, dispnéia e febre havia aproximadamente duas semanas. À admissão hospitalar,apresentava-se taquidispnéico, febril, hipocorado +/+4 e, à ausculta pulmonar, murmúrio vesicular diminuídoem base esquerda e estertores crepitantes bilateralmente. Radiografia de tórax demonstrou sinais de cavitaçãoem uma área pulmonar com condensação, e à Tomografia Computadorizada perda da arquitetura normal doparênquima pulmonar, múltiplas cavidades e derrame pleural bilateral. O paciente evoluiu com quadro sépticoe foi submetido à ressecção pulmonar da área acometida.Palavras-chave: Pneumonia necrosante; cirurgia.PROJETOJETO O MISSÃO UBARÉ DA FEF / UfamTHOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA 18 , MELITA MADDY ROSSETY 19Instiruição: Universidade Federal do Amazonas – UfamSecretaria de Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas – SeducIntrodução: intervenção junto às crianças e adolescentes oriundas das ruas de diversos bairros da cidade deManaus e de Itacoatiara que estavam sendo exploradas sexual e comercialmente. Entre 2004 e 2005, visa oferecernovas alternativas de vida e inserção das crianças e adolescentes na escola, no trabalho e na vida social. Surgiucom a preocupação e compromisso do Ministério Público do Trabalho que estabeleceu convênio com diversasinstituições entre elas a UFAM, que acompanha (follow up) e articula ações por intermédio de atividades quepossam proporcionar a este grupo de crianças e adolescentes prostituídas de rua novas alternativas, por meio deuma série de atividades sócio-educativas, além de atendimento médico, psicológico. Especificamente visa abrangerdois eixos de atuação. Objetivos e Metodologia: (1) Ajudar por intermédio de oficinas educativas interativas, asfamílias e as crianças e adolescentes ajudando-as a rever ou a reconstruir suas representações masculinas efemininas, suas representações sobre a sexualidade, rever seus valores, hábitos e atitudes e de seus familiares,mediante atividades recreativas, culturais, físicas, pedagógicas como alternativas de reeducação; (2) Estruturar eintercambiar, institucionalmente via extensão, a equipe interdisciplinar para acompanhar. Conclusão: monitoramose avaliamos o processo de sensibilização e reeducação das crianças, com base nos indicadores de sucesso, facilitara comunicação.Palavras-chave: Exploração sexual, re-educação, vitimização.Correspondência para: thomazabdalla@ufam.edu.br.13Doutor em Cirurgia Torácica; coordenador de Ensino e Pesquisa do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>)14Doutor em Cirurgia Cardíaca; chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do (<strong>HUGV</strong>)15Cirurgião geral, médico assistente de Cirurgia Torácica do <strong>HUGV</strong>16Residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>17Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)18Professor pós-doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo – USP. Adjunto nível IV da Faculdade de Educação Física – FEF/Ufam – Coordenador do ProjetoMissão Ubaré.19Especialista em Psicopedagogia pela UFAM.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200757


ANAISA SENSIBILIZAÇÃÇÃO EM HUMANIZAÇÃÇÃO A PARARTIR DAS FALALASAS<strong>DO</strong>S SERVI<strong>DO</strong>RES DA FUNDAÇÃÇÃO HOSPITAL ADRIANO JORGEROSIANE PINHEIRO PALHETA 20 , ROBERTA JUSTINA DA COSTA 21 , LUCIANA COELHO 22 , MARIA AUXILIA<strong>DO</strong>RA A. DA FONSECA 23Introdução: As ações e serviços de saúde com enfoque na Política Nacional de Humanização (PNH) estão sendodesenvolvidas em Manaus a partir de experiências nas unidades que fazem parte da Secretaria Estadual de Saúde doEstado do Amazonas. A experiência deste trabalho volta-se para um dos sujeitos que compõem o tripé da PNH, ouseja, gestores, usuários e trabalhadores de saúde. Estes últimos têm sido sensibilizados por meio de oficinas dehumanização desenvolvidas na Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge a partir do projeto intitulado «Humanizando otrabalho dos funcionários da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge». Objetivos: Sensibilizar os funcionários sobre aimportância da Política de Humanização para a melhoria dos serviços de saúde em todos os níveis; articular,sensibilizar e envolver os gestores e profissionais de saúde nos objetivos, princípios e diretrizes da PNH;instrumentalizar os profissionais envolvidos nas oficinas para aprimoramento das ações do Grupo de Trabalho emHumanização e avaliar os primeiros impactos da intervenção a partir da própria fala dos profissionais treinados.Metodologica: Três Encontros semanais com grupos de vinte e cinco servidores para conhecimento e socializaçãodos conceitos em Humanização; metodologia expositivo-participativa, onde os envolvidos vivenciam momentosem que os conceitos são transformados por intermédio de dinâmicas e reflexões que estimulam a participação esugestão de todos os participantes a partir do cotidiano de trabalho e das atividades de cada oficina. Resultados: Aimportância dos encontros é evidenciada na fala dos funcionários que passam pelas oficinas, como espaços deencontro, reflexão e de valorização do conhecimento e da prática de cada trabalhador. Falas como: «Estou saindodaqui renovada»; «Deveria haver sempre encontros como este»; «Há muito tempo queria falar o que falei hoje» sãoevidências da importância do trabalho e do «contágio» previsto nos objetivos da PNH, o que tem sido desencadeadopela proposta pedagógica que parte da realidade e do saber produzido e que valoriza o conhecimento dos envolvidosno processo educativo. Conclusão: As oficinas de humanização realizadas na FHAJ têm sido um espaço de encontroe de produção e socialização de saberes e experiências, acima de tudo, uma possibilidade de expor problemas e,sobretudo, alternativas de solucioná-los vindas dos trabalhadores de saúde. O dispositivo Acolhimento tem sidorefletido a partir do momento em que eles se vêem, ao mesmo tempo, como trabalhadores e usuários do SistemaÚnico de Saúde, o que sinaliza para a melhoria das práticas em saúde realizadas in loco.Correspondência para: anypinheiro@hotmail.comADENOCOCARARCINCINOMA GÁSÁSTRICTRICOLEONAR<strong>DO</strong> SIMÃO COELHO GUIMARÃES 24 , LUCIANO SANTOS LOURENÇO 25 , LAURA BIANCA FRAIJI 25 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 25 , JESSÉ B. TORRES 25<strong>HUGV</strong>/UfamIntrodução: O câncer de estômago ocupa o segundo lugar em freqüência em todo o mundo, depois do câncer depulmão. A ocorrência dos diversos tipos de câncer varia entre populações de diferentes regiões. Essas diferençasdevem-se a susceptibilidade à doença ou a variações dos níveis de fatores etiológicos. Quanto à etiologia, háfatores hereditários e ambientais relacionados ao aparecimento e desenvolvimento do câncer gástrico. Entre osfatores biológicos, o H. pylori tem importante correlação no câncer gástrico Objetivo: Detecção precoce e tratamentoadequado do câncer gástrico. Material eMétodos: Paciente M. G. S, sexo feminino, 66 anos, parda, aposentada,procedente de Santarém – PA, é admitida com dor em região epigástrica, em pontada, sem irradiação, que pioravaapós ingestão de alimentos e melhorava ao uso de antiespasmódicos, com evolução de 1 ano e 6 meses. Apresentavaainda hipersalivação, náuseas, vômitos e plenitude pós-prandial. Há 5 meses relata piora do quadro álgico, perdaponderal de +/- 5 kg e aumento da freqüência dos vômitos e episódios de hematêmese em borra de café. Conclusão:O câncer gástrico, sendo um dos tumores malignos mais comuns tanto no sexo masculino quanto feminino, deveser sempre aventado diante de um paciente com sintomas dispépticos e quadro consumitivo associado. Deve-sealiar a clínica ao arsenal disponível para investigação para detecção precoce e tratamento curativo adequado.20Assistente social da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização (GTH)21Assistente social da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização (GTH).22Nutricionista da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização (GTH).23Psicóloga da Fundação <strong>Hospital</strong> Adriano Jorge, membro do Grupo de Trabalho em Humanização (GTH).24Médico assistente do Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>/Ufam25Médicos residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/UFAM-R158revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISALONONGAMENTAMENTO ATIVTIVO E PASSIVASSIVO, , UM ESTU<strong>DO</strong> COMPOMPARAARATIVTIVOEM GINASASTAS INICIANTES <strong>DO</strong> MUNICÍPIO DE MANAUSUS,AMAZONASAS, , BRASILKEMEL JOSÉ FONSECA BARBOSA 26 , MARIA DAS <strong>DO</strong>RES LIMA DE AGUIAR 27RESUMO: (Introdução e Objetivos): o estudo sobre a flexibilidade tem aumentado no inicio deste século, principalmenteem função do grande número de lesões ortopédicas. Hoje em dia, porém, há um grande consenso entre os estudiososao caracterizar a flexibilidade como um importante componente da aptidão física (Abdllah, 2002), e não apenas comouma qualidade restrita ao atleta. Dentro desta abordagem, diz-se que o tecido conjuntivo oferece resistência aodesenvolvimento da flexibilidade. Araújo (1990) menciona que a flexibilidade é uma qualidade com base na modalidadearticular, que permite o máximo de percurso das articulações em posições diversas, possibilitando a realização deações motoras com grande amplitude. (Metodologia) a flexibilidade tem várias limitações mecânicas. Onde destacamos:excesso de gordura ou massa muscular, pessoas obesas geralmente fracas e flexíveis, como causa da combinação dafraqueza com a flexibilidade; a flexibilidade é de pouco valor funcional, em alguns grupos musculares, o limite mecânicoocorre pelo impedimento da aproximação do tronco aos membros inferiores, assim como peso excessivo do corpopode tornar flácido o ligamento. Sabendo-se que a flexibilidade é extremamente importante na prática da ginásticaolímpica para população de crianças de diferentes grupos em regiões brasileiras e pelo mundo. (Conclusões) nos testescomparativo da flexibilidade ativa e passiva apresentou resultados significativos nos escolares do sexo feminino daflexibilidade ativa, sendo ainda pouco significativa a diferença entre elas (ativa e passiva) para ambos os sexos. Palavras-Chave: Alongamento passivo, massa muscular, flexibilidade ativa.Correspondência para: kemel@ufam.edu.br, dorinha_aguiar@hotmail.com.ANÁLISE DAS TORAORACOTOMIAS OMIAS DE EMERGÊNGÊNCIARESSUSCITATIVTIVA NO PRONTONTO-SOCO-SOCORRORRO O 28 DE AGOSGOSTO O E NOPRONTONTO-SOCO-SOCORRORRO O JOÃO O LÚCIO PEREIRA MACHA<strong>DO</strong>BIANCA CORRÊA ROCHA 28 , ADALBERTO CAORU 28 , SAULO BATISTA COUTO 28 , RAQUEL BARCELOS 28 ,VALÉRIA CARVALHO28, GISELLE SARAIVA 28 , FERNAN<strong>DO</strong> LUIZ WESTPHAL 28,29Introdução: O trauma torácico constitui uma das maiores causas de morte em todas as idades e representa entre25 a 50% injúrias traumáticas. Objetivos: Analisar casos de pacientes submetidos à toracotomia de emergênciaressuscitativa na sala de emergência (S.E.), decorrente de trauma torácico. Pacientes e Métodos: Trata-se de umestudo transversal e observacional, com análise de prontuários médicos por meio de um protocolo de pesquisa,nos pronto-socorros de referência em Manaus (AM). Foram incluídos pacientes acima de 13 anos submetidos àtoracotomia de emergência decorrente de trauma torácico no período de 15 de outubro de 2006 a 15 de junho de2007. Resultados: Foram identificadas 38 toracotomias, sendo oito (29,4%) na S.E., dos quais, todos eram do sexomasculino. A faixa etária variou de 16 a 29 anos. Desses pacientes, quatro (50,0%) foram atendidos no PS JoãoLúcio Pereira Machado e quatro (50,0%) no PS 28 de Agosto. O Samu esteve presente em 37,5% (3) dos casos,enquanto 62,5% (5) dos pacientes tiveram outro tipo de atendimento pré-hospitalar. Quanto ao tipo de trauma,houve três (37,5%) ferimentos por arma branca, quatro (50,0%) por arma de fogo e 1 (12,5%) do tipo contuso.Sobre o status fisiológico na admissão, 50% (4) apresentavam grau I, 12,5%(1) grau II e grau III e 25%(2), grau IV.Os procedimentos realizados foram exploração da cavidade torácica (25%), massagem cardíaca interna (100%),clampeamento de aorta descendente (37,5%%) e introdução de Sonda de Foley no ventrículo esquerdo (12,5%). Ataxa de mortalidade na sala de emergência foi de 100%, enquanto que 33,2% dos pacientes tratados no centrocirúrgico evoluíram para óbito. Conclusões: A toracotomia na sala de emergência não se demonstrou eficaz nocontexto socioeconômico do Amazonas, assim como a presença do Serviço Móvel de Urgência – Samu não teveinfluência sobre a mortalidade dos pacientes. Jovens do sexo masculino foram os mais acometidos. Não houvesobreviventes entre os pacientes submetidos à toracotomia na sala de emergência.26Professor especialista em Metodologia do Treinamento da Ginástica Olímpica. Departamento de Ginástica, Dança e Atividades Lúdicas.27Graduanda em Educação Física na Ufam – 7.° Período.28Universidade do Estado do Amazonas – UEA29Universidade Federal do Amazonas – Ufamrevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200759


ANAISANÁLISE <strong>DO</strong>S EFEITOS <strong>DO</strong> ÓLEO DE COPOPAÍBAÍBA A E <strong>DO</strong> TALALCONA CAVIDVIDADE PLEURAL DE RATOSSAULO BATISTA COUTO 30 , SILVIA ROCHA NAKAJIMA 31 , RISONILCE SOUZA 32 , BIANCA ROCHA 30 ,JOSÉ CORREA LIMA NETTO, LUIZ CARLO DE LIMA 30 , FERNAN<strong>DO</strong> LUIZ WESTPHAL 30,31Introdução: A Amazônia é a maior reserva de produtos naturais do planeta, entretanto, estudos atualizados sobreos efeitos medicinais destes são escassos. Objetivo: Analisar as alterações anatomopatológicas desencadeadas nacavidade pleural de ratos pelo óleo-resina de copaíba e talco. Material E Métodos: Trata-se de um estudo experimentale prospectivo com 72 ratos da raça Ratus novergicus var. Wistar, machos, com peso médio de 191,6 g. Dividiu-sealeatoriamente em três grupos: Controle (1 ml de soro fisiológico 0,9%); Copaíba (0,4 ml de óleo de copaíba puro) eTalco (60mg diluído em 1 ml de soro fisiológico 0,9%), tendo cada grupo 24 animais. Alocou-se, por sorteio, emoutros quatro subgrupos de acordo com os períodos previstos para aplicação das substâncias, observação e análisemacroscópica correspondentes 24, 48 e 72 horas e 504h. Resultados: Durante a evolução, seis animais (8,3%)morreram, sendo todos do grupo copaíba, um deles de 24h e os demais de 504h. Entre a cirurgia e a morte, 51,4% dosanimais apresentaram perda ponderal, principalmente no grupo copaíba, no qual todos os ratos dos tempos 48 e72h apresentaram a alteração. Não houve relação entre a perda ponderal e o óbito dos ratos. À análise macroscópica,no tempo de 24h, a copaíba foi a substância que mais provocou reação na cavidade torácica, estando todos osanimais do grupo com algum grau de alteração. No tempo de 48h, o grupo copaíba destacou-se por apresentar66,6% dos ratos com reação inflamatória moderada. Conclusão: Constatou-se uma maior mortalidade no grupocopaíba, que se mostrou extremamente irritante para a pleura e parênquima pulmonar de ratos e o talco,moderadamente irritante.ASCARIDÍASE ARIDÍASE BILIAR COMPLICOMPLICADADA A – RELATO DE CASOCLÍNICOJONAS R. MENEZES FILHO 33 , RUBEM ALVES DA SILVA JR. 34 , LUCIANO SANTOS LOURENÇO 35 ,JESSÉ BISCOSIN TORRES 35 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 35 , CELSO OLIVEIRA FILHO 35VIANEZ, T. N. 36 ; PINHEIRO, C. C. 36Introdução: A infecção por Ascaris lumbricoides (AL) é uma das mais comuns helmintíases humanas. Apesar da altaprevalência da ascaridíase em nosso meio (as estimativas são de ¼ da população mundial e 39% da populaçãobrasileira infestadas). Entre as complicações da Ascaridíase a obstrução intestinal é a mais comum e achados deAL em colédoco mais raras, sendo o acometimento mais freqüente em população pediátrica. Relato De Caso:Relatamos no presente trabalho um caso de Ascaridíase biliar em homem adulto jovem complicada e sua conduçãono Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>), cujos helmintospermaneceram mortos no interior do colédoco após tentativa de tratamento clínico, propiciando colestase epancreatite. Discussão: A migração dos vermes adultos para a via biliar e suas excretas causa irritação da árvorebiliar que resulta em cólicas biliares e espasmos do esfíncter de Oddi, com obstrução biliar parcial. Pode aindalevar a resposta inflamatória intensa que provoca necrose ductal, calcificações, litíase, estenose, fibrose, colecistiteacalculosa, colangite e abcessos hepáticos. A pancreatite associada com ascaridíase resulta da obstrução causadapelo verme no ducto pancreático ou da obstrução do ducto biliar comum. Conclusão: Em países emdesenvolvimento, com condições precárias de saneamento básico deve-se levar em conta a Ascaridíase comocausa de doença obstrutiva biliar ou pancreática e conseqüente causa de colangite e/ou pancreatite. O conhecimentodo quadro clínico e suas complicações, além das diferentes opções de tratamento deve ser de domínio dos todosos médicos. Palavras-Chave: Ascaris, Colédoco, Pancreatite.Correspondência para: lleoguimarães@gmail.com30Universidade do Estado do Amazonas – UEA;31Universidade Federal do Amazonas – Ufam;32Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa.33Médico cirurgião geral34TCBC. Chefe do Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>35Médico residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam;36Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Amazonas(Ufam);60revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISATITUDE DE ENFERMEIROS PSIQUIATRAS EM RELAÇÃÇÃO À<strong>DO</strong>ENÇA MENTAL E AO PACIENTE MENTALTHOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA 37RESUMO: Introdução: A saúde mental engloba todas as diversas formas de atuação profissional, na questão dodoente mental. Isso permite abordamos o assunto desde a história clássica da psiquiatria até a atualidade e omodo como são planejados e executados os atuais Programas de Saúde Mental tanto no Brasil quanto no Japão,exigindo dos referidos profissionais de enfermagem, com especialização em psiquiatria, experiências econhecimentos, tanto da Psiquiatria como especialidade, como do arsenal da Saúde Pública, inclusive noPlanejamento de Saúde. Metodologia: este estudo foi realizado por meio de um questionário em uma populaçãode 184 enfermeiros de hospitais psiquiátricos de Okayama – Japão, sendo 38 do sexo masculino e 142 do sexofeminino, 4 respondentes não respondeu esse item, com a idade média de 39 anos. Resultados: no Brasil, a pesquisafoi desenvolvida na cidade de São Paulo com uma população de 144 enfermeiros, sendo 49 do sexo masculino e93 do sexo feminino, 2 respondentes não responderam esse item, com a idade média de 32 anos. Os dados foramcruzados, observando que tanto os japoneses quanto os brasileiros apresentaram atitudes preconceituosas emrelação à possibilidade de um ex-paciente de doença mental trabalhar em atividades onde se requer capacidadeintelectual mais estruturada, aceitando apenas que o ex-paciente engaje em atividade que requer habilidademanual. Conclusão: evidenciou-se que o instrumento utilizado na coleta de dados foi eficiente em detectar asopiniões de profissionais na área de saúde.Palavras-Chave: Saúde Mental, Transtorno Mental, Paciente Mental.Correspondência para: thomazabdalla@hotmail.comAVALIAALIAÇÃÇÃO <strong>DO</strong> ESTRESSE OXIDXIDATIVTIVO NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO EM PACIENTES COM DIAGNGNÓSÓSTICTICO O DE CÂNCERCERGÁSÁSTRICTRICO SUBMETI<strong>DO</strong>S À CIRURURGIA CURATIVTIVAGERSON SUGUIYAMA NAKAJIMA, ALFRE<strong>DO</strong> COIMBRA REICHL,EMERSON SILVA LIMA, SILVIA ROCHA NAKAJIMA, ANDRÉ LUÍS DE SOUZA GALVÃOÉ conhecida na literatura a participação dos radicais livres na fisiopatologia de doenças, como inflamações, doençade Parkinson, aterosclerose e câncer. Em função das inúmeras etilogias destas, os dados relacionados com osfatores oxidativos devem ser interpretados com cautela e cruzados com outros parâmetros fisiopatológicos antesde uma relação ser proposta. Objetivo: Investigar a relação do estresse oxidativo com a fisiopatologia do câncergástrico. Metodologia: Trata-se de estudo prospectivo em que se mensuraram os níveis séricos de marcadores doperfil oxidante/antioxidante em 15 pacientes com diagnóstico de câncer gástrico submetidos à cirurgia curativa.Foi realizada coleta de sangue do paciente no pré-operatório, e nova coleta no 30.° dia após a cirurgia. No sangueforam dosadas: capacidade antioxidante total, capacidade oxidante total, grupos sulfidrilas, malondialdeído,bilirrubina, albumina, ácido úrico, proteínas totais e magnésio. Resultados E Discussão: Dos parâmetros analisados,os níveis da capacidade oxidante total foram menores na segunda coleta (11,167±7,08) quando comparada com aprimeira coleta (37,21±25,3) e os níveis dos grupos sulfidrilas, ao contrário, foram maiores na primeira (0,175±0,04)do que na segunda coleta (0,120±0,03). Os demais parâmetros analisados não mostraram diferenças estatisticamentesignificantes entre os dois períodos analisados. Conclusão: Apesar do pequeno número de pacientes analisados,conclui-se que parece haver uma diminuição do estresse oxidativo no pós-operatório de pacientes submetidos àgastrectomia curativa de câncer gástrico.Local de realização: FCECON; Faculdade de Farmácia, Ufam.Correspondência para: gnakajima@ufam.edu.br; silvinhanakajima@hotmail.com37Professor pós-doutor da Faculdade de Educação Física – FEF da Universidade Federal do Amazonas – Ufam .revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200761


ANAISAVALIAALIAÇÃÇÃO FUNCIONCIONAL <strong>DO</strong> EQUILÍBRIO E DA QUALIDALIDADE ADE DEVIDA EM I<strong>DO</strong>SAS SUBMETIDAS A UM PROGRAMA DEREABILITAÇÃÇÃOMARCOS GIOVANNI SANTOS CARVALHO, GYSELLE POMAR FALCÃO; AMANDA MELO DE ANDRADERESUMO: A população idosa mundial cresceu nas últimas décadas e esse aumento repercute na estrutura dospaíses. Com o passar dos anos, o organismo humano passa por um processo natural de envelhecimento sofrendomodificações funcionais e estruturais que diminuem a vitalidade e favorecem o aparecimento de doenças. Asalterações mais freqüentes que ocorrem com o envelhecimento são: a perda da mobilidade, diminuição do equilíbriofuncional e aumento do risco de quedas. Este estudo teve como objetivo investigar o impacto de um programa dereabilitação aplicado em idosas na qualidade de vida e equilíbrio funcional. Foram avaliadas 10 voluntárias,participantes do Serviço Social do Comércio (Sesc), que foram submetidas ao Timed Get up & go test (TUG) e aaplicação de um questionário genérico de qualidade de vida Medical Outcomes Study 36 – item Short Form HealthSurvey (SF-36). Após terem sido avaliadas, foram submetidas a um programa fisioterapêutico durante 6 semanas,sendo posteriormente reavaliadas. Para a análise estatística, foram aplicados os testes de Shapiro-Wilk e t destudent e os resultados mostraram uma melhora estatisticamente significativa (p < 0,05) no TUG de 10,2 ± 2,39seg para 8,4 ± 1,5 seg, e em 3 domínios do SF-36: capacidade funcional de 51 ± 18,52 para 72,5 ± 12,96, vitalidadede 65 ± 19,43 para 81± 23,06 e estado geral de saúde de 69,2 ± 19,68 para 84,7 ± 14,82. Os resultados obtidos nesteestudo permitem concluir que um programa fisioterapêutico aplicado em idosas promoveu uma melhorasignificativa na mobilidade, risco de quedas e capacidade funcional, e na qualidade de vida dessa população.palavras-chave: idosas, envelhecimento, qualidade de vida, equilíbrio funcional, programa fisioterapêutico.Correspondência para: giovannifisio@yahoo.com.br Instituição: Universidade Paulista (Unip) campus ManausAVALIAALIAÇÃÇÃO TÉCNICA <strong>DO</strong>S ESFIGMOMANÔMETROS OS DECOLOLUNUNA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARARGASASMARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO 38 , ANDERSON DA PAZ PENHA 39 , SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA 40MARY JOYCE MAGALHÃES, BRENA DE LOURDES AGUIAR LIMA , FRANCISCA GARCIA DA ROCHA 41 , SIDNEY DUARTE GALVÃO 42Introdução: Na prática médica, os Esfigmomanômetros Mecânicos de Líquido Manométrico (EMLM) são utilizadospara a medição não-invasiva da pressão sangüínea arterial por meio de uma braçadeira inflável, configurando-secomo importantes agentes diagnósticos e preventivos de Hipertensão Arterial Sistêmica, quando em condiçõesadequadas de calibração e uso. Objetivos: Avaliar as condições técnicas dos EMLM disponíveis no <strong>Hospital</strong> UniversitárioGetúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong> e no Ambulatório Araújo Lima – AAL. Métodos: Foram avaliados 12 EMLM por intermédiode inspeção visual e ensaios de verificação, em parceria com o Ipem-AM, de acordo com a Portaria n.º 153/2005Inmetro, utilizando-se o equipamento Onneken-Thommen Calibrator, modelo OM 631.000 S. resultados: Na inspeçãovisual, foram identificados defeitos físicos em 50% dos aparelhos, a saber: a) Pêra – 4 colabadas, 2 derretidas, 3 commicrofuros; b) Manguito – 2 colabados, 1 derretido, 3 com microfuros. Quanto aos ensaios de verificação apontaram apresença de bolhas de ar no mercúrio de 2 EMLM. Não foram encontradas alterações na válvula de deflação e naescala graduada de nenhum manômetro. Conclusões: Os manômetros de mercúrio continuam sendo os mais fidedignosem qualquer comparação experimental realizada com aneróides ou digitais. Apesar disso, a conservação inadequadae a falta de calibração periódica dos aparelhos favorecem aferições imprecisas e erros diagnósticos. Nesse sentido,aponta-se a importância da Tecnovigilância para a redução de riscos à saúde no âmbito hospitalar.Palavras-chave: Esfigmomanômetro de Coluna, Tecnovigilância, <strong>HUGV</strong>.Correspondência para: hugvsentinela@ufam.edu.br; anderson.paz@gmail.com; buenacha_tche@yahoo.com.br;joyce.magal@hotmail.com; brena_lima@yahoo.com.br; franciscagrg@gmail.com; sdgalvao@ipem.am.gov.br38Farmacêutica. Gerente de Risco Sanitário <strong>Hospital</strong>ar do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong>.39Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – Ufam40Acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam41Acadêmica de Farmácia da Universidade Paulista – Unip/Manaus42Técnico em Metrologia do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Amazonas – Ipem/AM62revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISCARARCINCINOMA PAPILÍFERAPILÍFERO RENALLEONAR<strong>DO</strong> SIMÃO COELHO GUIMARÃES 43 , RUBEM ALVES DA SILVA JÚNIOR 44 ; EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 45 ,LAURA BIANCA C. FRAIJI 45 , JESSÉ BISCONSIN TORRES 45 ; LUCIANO SANTOS LOURENÇO 45Introdução: Os carcinomas de células renais representam aproximadamente 1 a 3% de todas as neoplasias viscerais.São responsáveis por 85% das neoplasias renais primárias. Geralmente são adenocarcinomas. Mais freqüentementeocorre em indivíduos entre a sexta e a sétima década de vida, mostrando uma predominância masculina naproporção de 3:1(1,2). 1 O carcinoma papilífero de células renais, inicialmente descrito em 1976, representa apenas10% dos carcinomas renais. 2 Relato De Caso: Paciente 62 anos, feminino, admitida com queixa de dor abdominalem flanco esquerdo, de leve intensidade, em peso, de caráter intermitente associada a plenitude pós-prandialhavia 8 meses. A paciente apresentava uma massa palpável em flanco esquerdo, de aproximadamente 5 centímetros,sem evidências de nodulações. A T.C. de abdome confirmou a presença da tumoração em retroperitônio, cujasuspeita diagnóstica inicial foi de sarcomatose retroperitonial. No intra-operatório foi evidenciada uma massaem retroperitônio que tinha contigüidade com o pólo superior do rim esquerdo. Realizou-se nefrectomia radicalem bloco com a lesão tumoral, firmando-se diagnóstico histopatológico de carcinoma papilífero renal, estágio II.Discussão: Apesar de classicamente descrito como a tríade: dor em flancos, hematúria grosseira e massa renalpalpável, esse quadro é observado em apenas 10% dos pacientes e representa a doença avançada2. Quadro quenão se configurou no caso em questão, tornando difícil o diagnóstico. Corrobora ainda com a insuspeita diagnósticaa não evidenciação disto em exames de imagem previos. Conclusão: A cirurgia tem papel relevante, sendo aremoção total do tumor com margem de segurança, a melhor opção curativa para o carcinoma do rim. 2Palavras-Chave: Carcinoma Papilífero Renal, Câncer RenalCorrespondência para: lleoguimarães@gmail.comCOLOLANANGITE AGUDGUDA SUPURATIVTIVALANA MÁRCIA E. RODRIGUE 47 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 48 , LUCIANO SANTOS LOURENÇO 48 ,LAURA BIANCA C.FRAIJI 48 , JESSÉ B. TORRES 48 , ANDERSON RICAR<strong>DO</strong> S. CANÇA<strong>DO</strong> 48Introdução: Colangite aguda é uma síndrome definida clinicamente, causada por obstrução do ducto biliar parcialou total com infecção ascendente de patógenos intestinais. Os sintomas clínicos típicos que levam ao diagnósticoda colangite aguda são: dor abdominal, icterícia, febre com calafrio, descritas como tríade de Charcot. Cerca de70% dos pacientes apresentam estes sintomas,podendo evoluir para uma doença sistêmica progressivarapidamente, acrescida de hipotensão e delírio, conhecida como pêntade de Reynolds. A infecção tem comogermes mais freqüentes organismos entéricos gram-positivos (Escherichia coli e Klebsiella sp), e os gram-negativos(Enterococcus). Objetivo: O diagnóstico por imagem pode ser feito por Ultra-sonografia, tomografiacomputadorizada, colangiografia endoscópica (padrão ouro), colangiografia por ressonância nuclear magnética,sendo os mais utilizados. O tratamento consiste em drenagem da via biliar. Material e Métodos: Relato de caso;M. J. P. S., 33 anos, feminino, cor parda, natural e procedente de Manaus-AM, relatou quadro de dor em hipocôndriodireito e epigástrio. Evoluiu com piora da dor, febre alta intermitente, náuseas, vômitos biliosos, icterícia e colúria.Foi submetida à colecistectomia com exploração das vias biliares e colocação de dreno de Kehr no colédoco.Conclusão: paciente com sintomas colestáticos associados à febre e dor abdominal devem ser investigados paraafastar a possibilidade de tratar-se de colangite, em caso de diagnósticos dela, devem receber antibiótico e suportehidroeletrolítico adequado e apenas após melhora do quadro clínico deverá ser submetido ao procedimentocirúrgico.Instituição: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. <strong>HUGV</strong>/UFAMCorrespondência para: lanamárcia@vivax.com.br43Médico Cirurgião Geral do serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>.44TCBC. Chefe do Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>45Médico Residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam;46Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam);47Cirurgiã geral, médica assistencial do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>48Residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200763


ANAISCORPO ESTRANHO NO APÊNDICE VERMIFORME – RELATO DECASO CLÍNICOLANA MÁRCIA ESTEVES RODRIGUES 50 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 50 ,LUCIANO SANTOS LOURENÇO 50 , LAURA BIANCA C. FRAIJI 50 ,JESSÉ B. TORRES 50 , DANIEL CARRIJO MARQUES 51Introdução: A presença de corpo estranho no intestino grosso pode ocorrer por ingesta ou introdução de objetopelo ânus. A ingesta de corpo estranho é um evento relativamente comum, mas raramente determinasintomatologia, já que 80 a 90% deles passam sem complicações pelo trato alimentar, sendo eliminados pela vianatural. Objetivo: Relatar o caso de garimpeiro que apresentou corpo estranho (metálico) no apêndice vermiforme.Materiais e Métodos: Paciente A. B. F., 48 anos, sexo masculino, natural Porto Velho/RO, procedente de Manaus/AM, profissão comerciante, cor branca. Relata que há mais ou menos 8 meses, dor lombar. Abdome globoso,flácido, doloroso a palpação profunda em hipogástrio, RHA positivo, DB negativo, sem visceromegalia. Na históriapsicossocial relata que trabalhou há +/- 5anos no garimpo de Porto Velho. Rx de abdome mostrou corpo estranhoradiopaco. Tomografia de abdome evidenciou corpo estranho na junção ureterovesical. Na urografia excretoranenhuma obstrução no trato urinário. Na colonoscopia foi evidenciado presença de um pólipo em sigmóide,cólon e retos normais. O paciente foi encaminhado ao serviço e cirurgia abdominal do <strong>HUGV</strong>, onde foi submetidoà laparotomia exploradora. No ato cirúrgico, presença de abaulamento em região distal do apêndice. Realizadoapendicectomia. Histopatológico mucosa de intestino grosso em condições habituais. Aguardo análise do corpoestranho pelo setor de geologia da Ufam. Resultado: Corpo metálico no apêndice vermiforme. Conclusão: Consistenum caso raro, com pouca sintomatologia, e a localização do corpo estranho.Correspondência para: lanamarcia@vivax.com.brCRENÇAS IRRACIONCIONAIS E AUTUTO-O-ACEITCEITAÇÃÇÃO INCONDICIONONDICIONAL:UM ESTU<strong>DO</strong> VOLOLTA<strong>DO</strong> PARA A TRANSPOSIÇÃO O DA TEORIA DEALBERT ELLIS EM UMA POPULAÇÃÇÃO DE A<strong>DO</strong>LESCENTESTHOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA 52 , EDA TEREZINHA DE OLIVEIRA TASSARA 53Resumo: Introdução: Foram utilizados os pressupostos teóricos da Terapia Racional-Emotivo-Comportamentaldesenvolvida em 1955 por Albert Ellis e apresentada em uma conferência proferida no congresso da AmericanPsychological Association (GRIEGER, 1985). Objetivo e Método: Baseia-se no tratamento dos distúrbios emocionaise segue o modelo educacional de aprendizagem cognitiva. Procura tornar as mudanças cognitivas mais duradouraspor meio do estudo do comportamento racional-emotivo da seguinte forma: (a) de como as pessoas desenvolveme podem superar suas perturbações; (b) do detectar de crenças irracionais; (c) do debater, discriminando edisputando crenças irracionais; (d) do mudar com novos efeitos ou teorias. Resultados: O modelo terapêutico daREBT é ativo, diretivo e educacional (ELLIS & DRYDEN, 1987; ELLIS, 1984; WALLEN, DiGIUSEPPE & WESSLER,1980). Foram aplicados os Inventários de Crenças Irracionais, por Charles Newmark, Ruth Ann Frerking, LouiseCook e Linda Newmark (1973) – Crenças Irracionais, por Ellis e Hayslip (1994) e Formulário de Auto-ajuda da REBT,por Sichel e Ellis (1984), e a Escala de Crenças (JOHN M. MALOUFF & NICOLA S. SCHUTTE, 1986). Conclusão:Verificamos como as crenças irracionais em relação à auto-aceitação incondicional. A análise destas informaçõesofereceu subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas para a socialização dos jovens, por intermédiode práticas desportivas e de lazer competentes. Palavras-Chave: Crenças Irracionais, Terapia Racional-Emotivo-Comportamental, Práticas Educativas. 39Correspondência para: thomazabdalla@hotmail.com49Médico assistente do Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>/Ufam50Médicos residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R151Acadêmico de Medicina da Ufam52Professor Pós-Doutor do Depar tamento de Fundamentação Teórica - DFT da Faculdade de Educação Física – FEF da Universidade Federal do Amazonas – Ufam. Tel. 8162-3793.53Professora pós-doutora do Departamento de Psicologia do Trabalho e Social da Universidade de São Paulo – USP.64revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISCUIDA<strong>DO</strong>S DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETI<strong>DO</strong> ÀDERIVAÇÃÇÃO VENTRICULAR EXTERNA – DVEADRIANY ALVES PINTO DINIZ ARAÚJOIntrodução: Paciente neurológico que apresenta hidrocefalia por processo expansivo, trauma, malformação congênitae hemoventrículo (rotura de aneurisma) no geral são submetidos à derivação ventricular externa em função docaráter de urgência necessitando de cuidados de enfermagem específicos para esta conduta. Objetivo: Mostrarsobre dispositivo implantável neurológico – a Derivação Ventricular Externa, assim como seus cuidados deenfermagem ao paciente que desenvolveu hidrocefália. Metodologia: Abordagem teórico-científica. Conclusão.Hidrocefalia é uma doença grave que consiste no excesso de liquor dentro da cavidade intracraniana emconseqüência da alteração na produção, fluxo ou absorção do liquido cefalorraquidiano (LCR), caracterizando-sepelo aumento anormal no volume do liquor no sistema ventricular, sob pressão aumentada, produzindo dilataçãopassiva dos ventrículos. Em RN e lactentes em razão das fontanelas ainda estarem abertas e ganham proporçõesdescomunais. O líquido cefalorraquidiano é produzido dentro dos ventrículos pelo plexo coróide e é reabsorvidoprincipalmente para o espaço subaracnóide que circunda o cérebro. Os pacientes que apresentam alteraçõespodem ser capazes de levar a este processo como, superprodução do líquido cefalorraquidiano pelo plexo coróide,obstrução do sistema ventricular e reabsorção alterada do líquido no espaço subaracnoide. No geral, a condutapara as situações, quando não há drenagem do líquor de forma fisiológica, a intervenção da derivação ventricularexterna dá-se em situação emergencial requerendo da equipe de enfermagem cuidados específicos.Correspondência para: adrianydiniz@yahoo.com.brDIAGNGNÓSÓSTICTICO ORGANIZAANIZACIONCIONAL <strong>DO</strong> HOSPITALUNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARARGAS AS POR MEIO <strong>DO</strong> MANUAL AL DEACREDITCREDITAÇÃÇÃO O HOSPITALALAR AR (MARÇO – ABRIL DE 2007)DIRCEU BENEDICTO FERREIRA 54 , ROSEMARY ALVES DE ALMEIDA 55 , BRUNO CORRÊA ELAMIDE 55FATIMALINE GURGEL DE SOUZA AVELINO 55 , ANDRÉA GUERREIRO MACHA<strong>DO</strong> 55 , LAÍZA ARRUDA PINHEIRO 55Introdução: Hospitais Universitários precisam ser qualificados quanto à infra-estrutura, processos e resultados,pois além da assistência prestada ao SUS, são referência aos acadêmicos da área da saúde. Uma das formas deavaliar um hospital é pela Acreditação <strong>Hospital</strong>ar, enquadrando-se em um dos 3 níveis de complexidade. ONível–1 engloba as exigências mínimas. Objetivo: Verificar as condições de estrutura e funcionamento do <strong>HUGV</strong>,considerando Nível–1. Métodos: Visitas aos setores e entrevistas com profissionais foram realizadas pelo orientadore acadêmicos do PET-Medicina. Nas entrevistas utilizou-se o protocolo de Acreditação <strong>Hospital</strong>ar com mais de700 perguntas, cujas respostas admitiam apenas «sim» ou «não». Considerou-se atingido o Nível–1 se houvesse100% de conformidades. Resultados: Percentuais: Serviços de Apoio ao Diagnóstico = 99%; Administração<strong>Hospital</strong>ar = 80%; Atenção ao Paciente = 75,1%; Serviços Assistenciais e de Abastecimento = 74,6%; Ensino/Pesquisa/Educação = 72,5%; Estrutura Físico-Funcional = 67,3%. Conclusão: Nenhuma seção obteve 100% deconformidade, mostrando que o <strong>HUGV</strong> não atinge o Nível–1. É imprescindível estruturá-lo para atingir asexigências mínimas de prestação de serviços assistenciais, além de melhorar a qualidade oferecida em termos deensino, pesquisa e gestão hospitalar. Palavras-chave: Avaliação institucional; Acreditação <strong>Hospital</strong>ar; Gestãohospitalar.Financiamento: Bolsas do PET, MEC/SESu/Depem.Agradecimentos: Ao diretor do <strong>HUGV</strong>, Dr. Raymison M. Souza (MsC), à coordenadora administrativa, FrancinelyBastos de Alencar, aos demais integrantes do PET-Medicina e a todos os entrevistados.Correspondência para: dirceu@vivax.com.br54Vice-diretor do <strong>HUGV</strong>, prof. Dr.; tutor do PET – Medicina da Universidade Federal do Amazonas.55Acadêmicos da Faculdade de Medicina da Ufam, integrantes do Programa de Educação Tutorial – PET.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200765


ANAISDUPLICIDADE PENIANA A – UMA ANOMALIA RARAMARIA AUXILIA<strong>DO</strong>RA NEVES DE CARVALHO,BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO,RODRIGO PADILHA, DANIELLE WESTPHAL, LUCIANE MORALIntrodução: A duplicidade peniana é uma anomalia rara com uma incidência de 1 para 5.500.000. Embrilogicamenteparece estar associada a uma falha nas bandas mesodérmicas. Na maioria dos casos está associada a outrasmalformações dos sistemas: reprodutor, digestivo e excretor e deformidades vertebrais. Objetivo: Por ser umaanomalia rara, com apenas 100 casos descritos na literatura, a sua apresentação torna-se importante, pela raridadee conduta dotada. Metodologia: Apresentamos o caso clínico de RSB, 1 ano e 6 meses de idade, sexo masculino,que procurou o Instituto da Criança do Amazonas (Icam) com a queixa de possuir 2 pênis. Ao exame físico,observou-se que ambos os pênis nasciam juntos da bolsa escrotal e somente por um deles havia saída de urina.Uma cistoscopia e exames de imagem foram realizados. Resultado: Optou-se pela remoção cirúrgica do pênis,cuja uretra terminava em fundo cego seguida de plástica peniana. Conclusão: O caso está sendo apresentado pelasua raridade e complexidade assim como pela técnica cirúrgica adotada e como alerta para a necessidade de seinvestigar sempre outras anomalias associadas, principalmente do sistema reprodutor e urinário para a completaelucidação e elaboração de plano terapêutico correto.Instituição: Instituto da Criança do AmazonasCorrespondência para: auxiliadoraneves@ufam.edu.brDUPLICIDADE URETRAL – ANOMALIA CONONGÊNITGÊNITA RARAMARIA AUXILIA<strong>DO</strong>RA NEVES DE CARVALHO,RODRIGO PADILLA,BRUNA CECÍLIA NEVES DE CRAVALHO,LUCIANE MORAL, DANIELLE CRISTINE WESTPHALIntrodução: É uma anomalia rara, mais freqüente no sexo masculino, que pode se acompanhar de outrasmalformações como: extrofia vesical, hipospádias ou epispádias e criptorquidia. Foi descrita pela primeira vezpor Aristóteles. Objetivo: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir os achados clínicos, o tratamento e odiagnóstico de dois casos de duplicação uretral em crianças do sexo masculino. Metodologia: Procuraram oInstituto da Criança do Amazonas dois pacientes do sexo masculino com idades variando entre 6 meses e 10 anose que apresentavam como queixa a presença de 2 orifícios na glande. O menor de 6 meses apresentava um quadrode postite grave que mereceu internação hospitalar para tratamento adequado, e o menor de 10 anos apresentavaconcomitância de hipospádia médio peniana sendo essa a queixa maior pela qual procurou o Icam. Resultados:Ambos os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico especifico após a realização de exames de imagenspara elaboração de conduta cirúrgica adequada. Conclusão: O trabalho está sendo apresentado pela sua raridade,pela importância da investigação de anomalias associadas, pela terapêutica adotada e pela época adequada paracorreção do defeito.Instituição: Instituto da Criança do AmazonasCorrespondência para: auxiliadoraneves@ufam.edu.br66revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISECTOPIA TESTICULTICULAR TRANSVERSVERSA: RELATO DE CASOMARIA AUXILIA<strong>DO</strong>RA NEVES DE CARVALHO, LUCIANE MORAL DA SILVA,BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO,DANIELLE CRISTINE WESTPHAL, RODRIGO PADILLAIntrodução: A ectopia testicular cruzada é uma entidade rara descrita pela primeira vez por Lenhossek em 1886como um achado durante uma autópsia e posteriormente por Hasteld em 1907. Até o momento, pouco mais de100 casos foram descritos na literatura. Trata-se de uma anomalia congênita na qual ambos os testículos penetramo mesmo canal inguinal podendo ocupar o mesmo escroto.Objetivo: Mostrar a importância da videolaparoscopiano diagnóstico e tratamento dos testículos impalpáveis, assim como nas ectopias testiculares transversas.Metodologia: Foram avaliados 2 pacientes do sexo masculino, que apresentavam testículo não palpável em bolsaescrotal e em região inguinal unilateral. Um dos pacientes apresentava hidrocele mais hérnia inguinal contralaterale o outro hipospádia peniana proximal. Resultados: Após a videolaparoscopia para a identificação do testículonão palpável, evidenciou-se em ambos que o testículo não palpável cruzava a linha média e adentrava o anelinguinal interno junto com o testículo pálpavel do lado contralateral. Conclusão: Ambos foram submetidos acirurgia de Ombredane, porém o que apresentava hipospádia teve de ser submetido à cirurgia de Ombredanemodificada.Instituição: Instituto da Criança do AmazonasCorrespondência para: auxiliadoraneves@ufam.edu.brEN<strong>DO</strong>METRIOSE VESICAL RECIDIVANTE: RELATO DE CASOJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, FELIPE JEZINI III,EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução: A endometriose é definida como a presença de glândulas endometriais ou estroma fora da cavidadeuterina. A incidência é de 10 a 15% das mulheres na pré-menopausa, sendo mais freqüente entre 25 a 45 anos. Notrato urinário ocorre em 1 a 2% dos casos, sendo a bexiga o local mais comum (84%). Objetivo: Relatar um caso deendometriose vesical recidivada e a abordagem terapêutica. Paciente e Métodos: Paciente ECS, sexo feminino, 31anos, nulípara, apresentando há dois anos disúria, hematúria cíclica e dor em hipogástrio no período pré-menstrual.USG transvaginal revelando nódulo sólido intravesical. Foi submetida à cistoscopia e ressecção de lesão vesical.O resultado histopatológico demonstrou endometriose de parede vesical. Iniciado tratamento com desogestrel75mcg sem interrupção e cistoscopia de controle em três meses sem lesão vesical. Resultados: Após um ano dotratamento, paciente apresentou sintomas semelhantes e USG de controle mostrando recidiva da lesão vesical.Realizado nova ressecção da lesão vesical com histopatológico demonstrando endometriose recidivada. Iniciouseo tratamento com Zoladex 10,8 mg. Paciente em acompanhamento ambulatorial sem queixas. Conclusão: Sãoraros os casos de endometriose do trato urinário e não se deve esquecer dos diagnósticos diferenciais. Portanto, oquadro clínico associado à cistoscopia nos dá subsídios para o tratamento, concluindo-se o diagnóstico pelahistopatologia.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, Brasil.Correspondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brrevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200767


ANAISESTU<strong>DO</strong> DA SITUAÇÃÇÃO VACINCINAL <strong>DO</strong>S FUTUROS CUIDA<strong>DO</strong>RESDA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL <strong>DO</strong> AMAZONAS AS –DIAGNGNÓSÓSTICTICO SITUACIONCIONAL <strong>DO</strong>S CURSOS DE MEDICINA EO<strong>DO</strong>NTOLOGIAFABIANA PAULA DE SOUZA 56 , IRACEMA DA SILVA NOGUEIRA 57A situação vacinal dos acadêmicos da área da saúde foi estudada e investigada, por se tratar de população vulnerávelaos riscos derivados de sua profissão. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem quantitativacujo objetivo geral foi avaliar a situação vacinal dos Futuros Cuidadores da Saúde da Ufam e específicos: verificaros conhecimentos dos acadêmicos dos Cursos de Medicina e Odontologia sobre vacinas e doenças imunopreviníveis,verificar se estudantes estão com esquema vacinal completo e atualizado, levantar os motivos alegados pelosalunos que porventura não completaram o esquema vacinal e encaminhá-los às Unidades Básicas de Saúde epropor estratégias de Educação em Saúde preventiva que certamente reduzirão as condutas arriscadas nessesfuturos cuidadores da saúde, população vulnerável aos riscos decorrentes da profissão. A população abrangeu 777sujeitos, sendo a amostra constituída de 193 (35,5%) alunos do Curso de Medicina e 60 (31,8%) do Curso deOdontologia. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário. Quanto à caracterização dos sujeitos da pesquisa,os resultados indicaram que a maioria incluía-se no gênero feminino e os estudantes eram predominantementejovens, faixa etária entre 18 a 25 anos. No que se refere aos dados específicos da pesquisa, os achados indicaram que67% dos sujeitos não possuíam carteira de imunização, o que leva a inferir que esses sujeitos não estavam com oesquema vacinal completo e atualizado; 79% demonstraram deter conhecimento sobre imunização e doençasimunupreviníveis. Dentre os motivos alegados por aqueles sujeitos que não completaram o esquema vacinal, destacase:«falta de informação», «falta de interesse», « falta de tempo» e «perda da carteira de imunização». Os resultadosobtidos permitem concluir que o conhecimento adquirido não está sendo posto em prática, sendo que tal condutavai de encontro ao compromisso profissional no que tange ao atendimento da população sem sofrer e nem causardanos. Dentre as estratégias de Educação em Saúde, propõe-se fazer campanhas educativas e de vacinação dentroda própria Universidade; estabelecer como exigência a apresentação da carteira de vacinação antes de iniciar asaulas práticas e estágios curriculares; promover maior integração entre as Unidades Acadêmicas e o Centro deAssistência Integral à Saúde (Cais) com intuito de ampliar o processo de construção de uma consciência sanitáriados futuros cuidadores da saúde sobre a promoção da saúde e prevenção de doenças, notadamente as doençasimunopreviníveis, foco deste estudo. Palavras-chave: Cuidadores da Saúde, Doenças imunopreviníveis e Imunização.Correspondência para: gemeafabi@hotmail.comESTU<strong>DO</strong> DA SITUAÇÃÇÃO VACINCINAL <strong>DO</strong>S FUTUROS CUIDA<strong>DO</strong>RESDA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL <strong>DO</strong> AMAZONAS-AS-DIAGNGNÓSÓSTICTICO SITUACIONCIONAL <strong>DO</strong>S CURSOS DE ENFERMAGEM EFARMÁARMÁCIAGABRIELA DIAMANTINA GOELLNER 58 , IRACEMA DA SILVA NOGUEIRA 59Os acadêmicos da área da saúde têm um risco aumentado de aquisição e transmissão de algumas doenças imunopreviníveispelo contato com pacientes ou materiais infectados. Desse modo, realizou-se o estudo exploratório-descritivo com enfoquequantitativo que objetivou avaliar a situação vacinal dos acadêmicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem e deFarmácia da Ufam, que totalizou 408 estudantes. O grupo amostral abrangeu 33,6% dos alunos do Curso de Enfermageme 34% do Curso de Farmácia. Utilizou-se o questionário para coleta de dados. Os resultados obtidos indicaram que a56Acadêmica do 5º período do Curso de Graduação em Enfermagem da EEM/Ufam, bolsista do Pibic/Fapeam/Ufam.57Professora Adjunta de EEM/Ufam, orientadora do Pibic/CNPq/Fapeam/Ufam.68revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISmaioria dos sujeitos de ambos os cursos era do gênero feminino e estava na faixa etária entre 18 a 25 anos. Destaca-se que28,6% dos acadêmicos do Curso de Enfermagem atuavam na área da saúde como técnicos de enfermagem. Quandosolicitados a apresentarem a carteira de vacinação, constatou-se que 81% dos sujeitos da pesquisa apresentaram-na, sendo44% do Curso de Enfermagem e 37% do Curso de Farmácia. Quanto às respostas referentes ao conhecimento sobre imunizaçãoe doenças imunopreviníveis, verificou-se que a maioria denotou ter conhecimento. Para os alunos que não completaram oesquema vacinal, os motivos alegados por eles foram: «falta de tempo», «falta de informação e interesse», «esquecimento»,entre outros. Pode-se concluir que há um contingente significativo de acadêmicos que não possuem a carteira de vacinaçãopondo-os em situação de risco. Constatou-se também que 56% dos sujeitos do Curso de Enfermagem e 63% do Curso deFarmácia estavam com o esquema vacinal completo e atualizado. Palavras-chave: Imunização; Doenças Imunopreviníveis;Cuidadores da Saúde; Saúde do trabalhadorCorrespondência para: gabi_gdg@hotmail.com; isnurse@bol.com.brESTU<strong>DO</strong> FARMAARMACOEPIDE<strong>MIOLO</strong>EPIDEMIOLÓGICÓGICO <strong>DO</strong>S INDICA<strong>DO</strong>RES DAPRÁTICTICA DE PRESCRIÇÃO: INIBI<strong>DO</strong>RES DA SECREÇÃOGÁSÁSTRICTRICA E ANTIULCERCEROGÊNICOGÊNICOSOS, , NO HOSPITALUNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARARGASASPRISCILA MOREIRA PINTO, ÉLLEN R. DA C. PAES 60 , EVANDRO DE A. SILVA 60 , MARCÉLIA C. C. LOPES 61 , MARIA E. ALMEIDA 61 ,TAIS GALVÃO 61 , VIVIAN <strong>DO</strong> N. PEREIRA 61 , MARIA V. DA S. VIANA 61 , CLÁUDIA P. VALOIS 62 ,CLÁUDIO N. <strong>DO</strong> NASCIMENTO 62 , EMANNUELLE C. DE QUEIROZ 62 ,FERNANDA G. SIMPLICIO 62 , IARA F. DA SILVA 62 , IZABELE I. B. CAVALCANTE 62 ,MARIA C. A. GUIMARÃES 62 , PRISCILA M. PINTO 62 , HELTON F. <strong>DO</strong>S A. CAR<strong>DO</strong>SO 63Introdução: A qualidade e a quantidade da utilização de um medicamento em um grupo populacional está sobação direta da prescrição clínica. Os indicadores das práticas de prescrição medem os cuidados de saúde fornecidosao paciente internado. Objetivo: Medir e avaliar as prescrições dos medicamentos Inibidores da Secreção Gástrica(MISG) e Antiulcerogênicos (AU) no <strong>HUGV</strong> nos meses de fevereiro e março de 2006. Método: Estudo observacionaldescritivo e retrospectivo das prescrições da Clínica Medica (CM), Ortopédica (COT), Neurológica (Neuro),Cirúrgico (CCH), Pronto-Socorro (PSU) e Centro de Terapia Intensiva (CTI). Os dados foram plotados em umatabela que continha os seguintes itens: (1) número de prescrições médicas; (2) número total de medicamentosprescritos; (3) número de prescrições com Inibidores da Secreção Gástrica (Misg) e Antiulcerogênicos (AU); númerode Disg e AU prescritos; (4) e número de Disg e AU prescritos pelo total de Disg e AU. Resultados: Foramprescritos 44.555 medicamentos sendo 7,3% Misg e AU. A média do número de Disg e AU por prescrições cominibidores e antiulcerogênicos na CM foi 0,91; no PSU foi 0,98; no CCH foi 1.03; no CTI foi 1,04; no COT foi 0,99;e na Neuro foi 1,06. A porcentagem de Misg e AU prescritos na CM foi 8,92%; no PSU foi 6,56%; no CCH foi9,02%; no COT foi 2,49%; e na Neuro foi 1,93%. Dos 3.256 Misg e AU prescritos, 0,52% foi de hidróxido dealumínio, 5,5% de omeprazol VO, 9,95% de omeprazol INJ, 33,2% de ranitidina VO, e 50,8% de ranitidina INJ.Conclusão: A prática da prescrição clínica é influenciada por múltiplos fatores que devem ser estudados nabusca do uso racional de medicamentos. Este estudo revelou que ainda existe ausência de critérios para prescrevermedicamentos Inibidores da Secreção Gástrica e Antiulcerogênicos, sendo necessário o estabelecimento deprotocolos de prescrição objetivando o uso racional de medicamento, e redução de custos, beneficiando assim opaciente e a instituição.Instituição: Universidade Federal do Amazonas – <strong>HUGV</strong>Correspondência para: priscilamorei@yahoo.com.br58Acadêmica do 6.º período do Curso de Graduação em Enfermagem da EEM/Ufam, bolsista do Pibic/Fapeam/Ufam59Professora adjunta da EEM/Ufam, orientadora do Pibic/CNPq/Fapeam/Ufam.60Professores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas61Farmacêuticos do <strong>HUGV</strong>62Farmacêuticos63Acadêmico do Curso de Farmáciarevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200769


ANAISEXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA EDUCAÇÃÇÃO CONTINUONTINUADADA A PARAO USO RACIONCIONAL DE MEDICAMENTAMENTOS EM MANAUS –AMAZONASASMARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO 64 , ANDERSON DA PAZ PENHA 65 , SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA 66 ,MARY JOYCE MAGALHÃES 66 , BRENA DE LOURDES AGUIAR LIMA 66 , JAQUELANE SILVA DE JESUS 66 , FRANCISCA GARCIA DA ROCHA 67Introdução: A promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM) está intrinsecamente relacionada ao ensino depráticas em saúde baseadas em evidência. Investigações no <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong> apontarama necessidade de orientar profissionais para esta temática. Objetivo: Relatar as ações desenvolvidas em Manaus/AM voltadas à educação continuada sobre o URM. Método: Foram elaborados projetos de extensão universitáriasubmetidos à Proexti/Ufam, numa parceria entre a Faculdade de Farmácia da Ufam, a Gerência de Risco Sanitário<strong>Hospital</strong>ar e o Setor de Educação Continuada em Enfermagem do <strong>HUGV</strong>. Contou-se com palestrantes mestres edoutores da Ufam, USP-Ribeirão Preto e UFRGS. O público-alvo incluiu profissionais e acadêmicos de Enfermageme Farmácia. Resultados: O «Curso de Uso Racional de Medicamentos» e «Curso de Preparo e Administração deMedicamentos por Via Parenteral» foram realizados em março e julho de 2006, respectivamente. Constaram aulasteóricas e orientações técnicas sobre a farmacoterapia racional, a aplicação de estudos de utilização de medicamentose a formulação de protocolos operacionais. Totalizando cerca de 60 horas de atividades, aproximadamente 460pessoas foram atingidas. Conclusões: Aponta-se para a necessidade de expansão destas ações a profissionais deoutras instituições do Estado, a fim de fortalecer o compromisso com a promoção do URM, no esforço de garantiruma terapia medicamentosa eficaz e segura, conforme as demandas locais e respeitando as diferenças regionais emsaúde. Palavras-chave: Extensão Universitária, Uso Racional de Medicamentos, Amazonas.Correspondência para: hugvsentinela@ufam.edu.br; anderson.paz@gmail.com; buenacha_tche@yahoo.com.br;joyce.magal@hotmail.com; brena_lima@yahoo.com.br; jaquelanesilva@yahoo.com.br; franciscagrg@gmail.comGINÁSÁSTICTICA LABABORAL NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIOVARARGAS AS (<strong>HUGV</strong>) – UMA AÇÃÇÃO INTEGRADA A COM O SERVIÇOESPECIALIZA<strong>DO</strong> EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA EMEDICINA <strong>DO</strong> TRABALHO ALHO – SESMTKEEGAN BEZERRA PONCE, CLEVIS DE SOUZA BRUCE, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES, ROSANGELA MARTINS GAMA, LEONAR<strong>DO</strong> CHAVES DA SILVA,EVA VILMA ALVES DA SILVA, VANUSA FABIANO ROSAS, ADRIA DA SILVA NOBRE,Introdução: Na atualidade o mercado de trabalho vem expondo as pessoas a níveis demasiados de distress, a ginásticalaboral é uma ferramenta da ergonomia que compreende exercício físicos programados no local de trabalho, com oobjetivo de prevenir lesões físicas, psicológicas e até mesmo problemas sociais. Objetivo: Este trabalho visa relatar aexperiência desenvolvida por professores de Educação Física, na execução de um Programa de Ginástica Laboral,elaborado juntamente com o SESMT – <strong>HUGV</strong>. Método: as atividades ocorrem simultaneamente em dois espaços: 1 –na capela do <strong>Hospital</strong> e 2 – Prédio anexo, duas vezes por semana durante 15 minutos no período da manhã, sãoatividades que visam preparar os colaboradores para a jornada diária de trabalho, com exercícios de alongamento,fortalecimento muscular e relaxamento, com atividades individuais e coletivas. Resultados: Atualmente participamdas atividades cerca de 40 colaboradores, sendo na sua maioria mulheres de meia-idade, e de setores variados. Conclusão:Tendo em vista a satisfação com que esses colaboradores fazem as atividades, em função de relatarem sentirsebem mais preparadas para o dia de labuta, com menos desconforto e dores, observamos ainda que a grande maioriados homens ainda não participa por falta de conhecimento dos benefícios da ginástica e espera-se ampliar o atendimentopara as clinicas e demais turnos de trabalho. Palavras-chave: Prevenção, ergonomia, trabalho.Instituições: UFAM e <strong>HUGV</strong>Correspondência para: keeganponce@hotmail.com; clevis.bruce@ig.com.br; klopes@ufam.edu.br;rosagamartins@hotmail.com; leonardocs6@hotmail.com; evameeg@hotmail.com; vanusa_rosas@ig.com.br;adria.Martins@ig.com.br64Farmacêutica. Gerente de Risco Sanitário <strong>Hospital</strong>ar do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong>.65Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – Ufam66Acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam67Acadêmica de Farmácia da Universidade Paulista – Unip/Manaus70revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISHEMÓLISE INDUZIDA POR PRIMAQUINQUINA EM UMA UNIDADE DEATENTENÇÃÇÃO TERCIÁRIACIÁRIA, , NA AMAZÔNIA OCIDENTALWILSON MARQUES RAMOS JÚNIOR; MARCUS VINÍCIUS GUIMARÃES DE LACERDAIntrodução: A malária vivax produz formas hipnozoítas que são responsáveis pela recaída da malária. A primaquinaé a única droga capaz de eliminá-los; no entanto, é muito tóxica. O principal efeito colateral é a anemia hemolítica,pois pode levar a graves repercussões hemodinâmicas, necessitando de internação hospitalar. Objetivo: Caracterizaros aspectos clínicos e laboratoriais da crise hemolítica, induzida por primaquina. Métodos: Trata-se de um estudoretrospectivo, com revisão de prontuários de pacientes da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM), com diagnóstico de hemólise, apresentando bilirrubina indireta (BI) maior que 1 mg/dl e BI maior que abilirrubina direta (BD). Foram avaliados os principais sinais e sintomas durante a hospitalização, os dados laboratoriaisde hemograma e bioquímica, além da presença de deficiência enzimática de G6PD, por teste qualitativo. Resultados:Foram analisados no estudo 36 pacientes (33 homens e 3 mulheres), sendo a média de idade 17 anos. 97,2%apresentavam icterícia; 94,4% palidez cutâneo-mucosa; 66,7% colúria; 63,9% vômitos; 30,6% desidratação; 19,4%febre; 8,3% oligúria e 2,8% cianose. O hematócrito obteve média de 20,6%; creatinina 1,3 mg/dl; BI 4,1 mg/dl; BD0,4 mg/dl. Vinte e cinco pacientes foram testados para deficiência de G6PD, sendo 48% deficientes. Dos 36 pacientes,80,6% precisaram de transfusão e 16,7% evoluíram para insuficiência renal aguda (IRA). Conclusão: Grande partedos pacientes com hemólise por primaquina tem como fator desencadeante a deficiência de G6PD e como principalcomplicação a IRA, sendo necessária a estabilização hemodinâmica e a indicação de transfusões de hemácias. Tratasedo primeiro estudo descritivo, realizado na Amazônia Brasileira, em que se avaliou o impacto da hemólise apóso uso de primaquina no tratamento da malária, entre pacientes com necessidade de hospitalização. O melhorentendimento deste problema pode ajudar no estabelecimento de rotinas de manejo clínico.Instituição: Fundação de Medicina Tropical do AmazonasCorrespondência para: w_junnior@yahoo.com.brINDICA<strong>DO</strong>RES <strong>DO</strong> USO DE MEDICAMENTOSANTIMICROBIANOBIANOS OS EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE DACIDADE DE MANAUS*DEBORAH MENESES DE MELO 68 , VANESSA XAVIER DE OLIVEIRA 68 , QUEZIA ALVES DE LIMA 68 , JUSELE OLIVEIRA SOUSA 68 ,LESLYE LUCIANA REIS BEZERRA 68 , DANIELLE SOUZA ANDRADE 68 , FRANCISCO GESSY MEN<strong>DO</strong>NÇA JÚNIOR 68 ,MICHAEL ROSENFELD DE PAULA RODRIGUES 68 , ELLEN REGINA PAES 69 , MARCÉLIA CÉLIA COUTEIRO LOPES 70Resumo: Uma das principais preocupações mundiais quanto ao uso racional de medicamentos está relacionadoà utilização de antimicrobianos. O aumento da resistência bacteriana acarreta dificuldades no manejo de infecçõese contribui para o aumento dos custos dos sistemas de saúde. Assim, torna-se necessário estabelecer mecanismosde vigilância sobre o uso desses medicamentos. O objetivo deste trabalho foi confeccionar os indicadores do usode antimicrobianos de um hospital de grande porte de Manaus. Foram analisadas as vias do Serviço de Farmácia(2.ª via) das prescrições de 79 dias corridos dos meses de março, abril e maio do ano corrente (2007) nas seisclínicas do hospital, sendo um total de 9.918 prescrições analisadas. Também foram quantificados osantimicrobianos prescritos no período citado anteriormente. Os resultados mostraram que 38,17% dos pacientesinternados fizeram uso de antimicrobiano, 96,65% dos antimicrobianos prescritos faziam parte da lista demedicamentos padronizados no hospital, 89,05% foram prescritos pelo nome genérico e a média de antimicrobianoprescrito por paciente foi de 1,19. Os antimicrobianos mais prescritos foram Cefazolina e Cefalotina (explicadopela rotina cirúrgica) seguidas dos antimicrobianos de alta potência e alto custo (Ciprofloxacino, Ceftriaxona,Vancomicina). Baseado nos resultados, é notório a necessidade da promoção do uso racional de antimicrobianose da criação de protocolos farmacoterapêuticos compatíveis com a realidade da instituição. Palavras-chave:Antimicrobianos, indicadores, medicamentos.Correspondência para: deby_farmacia@oi.com.br*Autor principal68 Acadêmicos finalistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Ufam.69 Professora da Disciplina de Epidemiologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Ufam.70 Farmacêutica do Serviço de Farmácia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200771


ANAISLEIOMIOMA GIGANTE: RELATO DE CASOANA MARIA MELO 71 , LUÍS CARLOS CEMBRANI 72 ,LAURA BIANCA CABRAL FRAIJI 73 , LUCIANO LOURENÇO 73 ,EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 73 , KAROLINE RODRIGUES DA SILVA 74RESUMO: Introdução: Leiomiomas são tumores benignos. Eles surgem no miométrio e contêm quantidade variávelde tecido conjuntivo fibroso. Cerca de 75% dos casos são assintomáticos, encontrados ocasionalmente duranteexame abdominal, pélvico bimanual ou ultra-sonografia. Os sintomas são relacionados diretamente ao tamanho,ao número e à localização dos miomas. Os subserosos tendem a causar sintomas compressivos e distorção anatômicade órgãos adjacentes, os intramurais causam sangramento e dismenorréia, enquanto que os submucosos produzemsangramentos irregulares com maior freqüência. Objetivo: Relatar um caso de leiomioma gigante em pacienteparda de 43 anos. Métodos: Relatar caso de leiomioma gigante em paciente atendida pelo serviço de CirurgiaAbdominal do <strong>HUGV</strong>. Resultados: Paciente foi admitida no <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> com quadrode parestesia e edema em membros inferiores, aumento do diâmetro abdominal, constipação, irregularidade dociclo menstrual, menorragia e lombalgia. Associado ao quadro apresentou perda ponderal de aproximadamente10 kg em 1 ano. O diagnóstico foi baseado na história clínica, exame físico e exame de imagem (TomografiaComputadorizada). A terapêutica de escolha foi cirúrgica por causa do quadro clínico, presença de prole definidae paciente sem desejo reprodutivo. O exame histopatológico da peça cirúrgica (massa abdominal medindo 30x25e pesando 9.100 g) confirmou o diagnóstico de leiomioma. Conclusão: Mulheres com miomas muito volumosos,com sintomas compressivos, como compressão ureteral, necessitam de tratamento.LEVANTANTAMENTAMENTO <strong>DO</strong>S CUSTOS NECESSÁRIOS PARA OCONTRONTROLE OLE DA QUALIDALIDADE ADE DA ÁGUGUA UTILIZADA A NAHEMODIÁLISE <strong>DO</strong> <strong>HUGV</strong>MARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO 75 , ANDERSON DA PAZ PENHA 76 ,SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA 77 , MARY JOYCE TARGINO LOPES MAGALHÃES 77 ,BRENA AGUIAR DE LOURDES LIMA 77 , JAQUELANE SILVA DE JESUS 77 , FRANCISCA GARCIA DA ROCHA 78Introdução: A hemodiálise é um importante tratamento para portadores de insuficiência renal e como os pacientesficam expostos a grandes volumes de água durante cada sessão de hemodiálise, o processo e controle da água sãode fundamental importância para evitar que os mesmos sejam expostos a diferentes tipos de contaminantes. No<strong>HUGV</strong> o processamento da água é feito por osmose reversa. Objetivo: Levantar os custos de um ano para ocontrole da água processada por osmose reversa para hemodiálise no <strong>HUGV</strong>. Método: Realizou-se umlevantamento de custos a partir da remessas de postagem e gastos diretos com análises do material coletado pormeio das notas de empenho para pagamento das analises. Resultados: Conforme o levantamento realizado, noperíodo de um ano, obteve-se um gasto de R$ 6.947,60. Conclusão: Por se dispor de uma água de qualidade ondese reduzem os riscos associados ao paciente, não podemos mensurar que este seja um custo elevado quando setrata em reduzir riscos e salvar vidas. Tais custos seriam aumentados se o hospital não dispusesse do equipamentoosmose reversa, o qual é de alta eficiência para o tratamento da água utilizada na hemodiálise.Palavras-chave: Hemodiálise, Tratamento de água, Osmose reversa.Correspondência para: hugvsentinela@ufam.edu.br; anderson.paz@gmail.com; buenacha_tche@yahoo.com.br;joyce.magal@hotmail.com; brena_lima@yahoo.com.br; jaquelanesilva@yahoo.com.br; franciscagrg@gmail.com71Cirurgiã geral, médica assistencial do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>)72Ginecologista obstetra, cirurgião geral, médico assistencial do <strong>HUGV</strong>73Residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>74Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)75Farmacêutica. Gerente de Risco Sanitário <strong>Hospital</strong>ar do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong>.76Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – Ufam77Acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam78Acadêmica de Farmácia da Universidade Paulista – Unip/Manaus72revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISLINFOMA GÁSÁSTRICTRICO – RELATO DE CASO CLÍNICORUBEM ALVES DA SILVA JR. 79 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 80 ,LUCIANO SANTOS LOURENÇO 80 , LAURA BIANCA C. FRAIJI 80JESSÉ B. TORRES 80 , ANDERSON RICAR<strong>DO</strong> S. CANÇA<strong>DO</strong> 81Introdução: O linfoma gástrico é uma neoplasia maligna e constitui cerca de 5% de todos os linfomas primáriosnão-Hodgkin. Dos linfomas primários não – Hodgkin localizados no trato gastrointestinal, o estômago é o sítioextranodal mais acometido, tendo sua incidência duplicada nos últimos 10 anos e correspondendo atualmente a60% dos casos. A idade média dos pacientes é de 60 anos e entre as manifestações clínicas destacam-se: dorepigástrica,perda ponderal, hemorragia gastrointestinal e astenia. Objetivos: Mostrar a dicotomia da incidênciado câncer gástrico. Material e Métodos: Paciente do sexo masculino, 23 anos, pardo, natural e procedente deManaus-AM, com quadro de início insidioso há dois meses de epigastralgia do tipo queimação acompanhada de3 episódios de hematêmese, melena persistente e perda ponderal de 8 kg no período. Relata pai falecido com 48anos com câncer de próstata. Apresentava endoscopia digestiva alta (EDA) – úlcera gigante de corpo gástrico –com resultado histopatológico inconclusivo e radiografia de tórax sem alterações. Foi internado e os exameslaboratoriais mostraram anemia(Hb-11.7g%) e Ht-34.9%). Conclusão: Em função da elevada incidência de câncergástrico na atualidade e a mudança nos fatores causais, sendo mantidos os já referidos na literatura e adicionadaao padrão alimentar da atualidade, houve uma mudança expressiva na faixa etária dele, uma vez que antes osdiagnósticos eram feitos em pacientes na quarta década e hoje sua apresentação tem sido cada vez mais precoce.Apresenta-se um caso de linfoma gátrico tipo Burkit, que nessa localização é ainda mais raro, já que 5% doslinfomas gástricos são tipo Malt em um paciente jovem com sintomatologia aguda.Instituição: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> <strong>HUGV</strong>/UfamCorrespondência para: Jrok@hotmail.comMANEJO DE CADEIRA DE RO<strong>DO</strong>DAS NO PROCESSO DEREABILITAÇÃÇÃO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIOGETÚLIO VARARGAS AS (<strong>HUGV</strong>) – PROAMDE /PAPSLEONAR<strong>DO</strong> CHAVES DA SILVA, KATHYA AUGUSTA TOMÉ LOPES,KEEGAN BEZERRA PONCE, ROSANGELA MARTINS GAMA,Introdução: O Trauma Raquimedular ocorre quando a medula espinhal é danificada como resultado de umtrauma, processo de doença ou defeitos congênitos (UMPHRED, 2004, p. 507). O manejo na cadeira de rodas é umdos pontos essenciais no processo de reabilitação, pois dará ao aluno o conhecimento para o ir e vir de formaadequada. Objetivo: Este relato descreve o ensino do manejo de cadeira de rodas realizado com um grupo de 18pessoas de um núcleo de reabilitação no <strong>HUGV</strong> no período de agosto de 2006 a agosto de 2007 distribuídos emturmas com período aproximado de três meses. Método: O aluno é avaliado obedecendo 10 itens relacionados aomanejo. No período de três meses ocorrem as aulas para desenvolver a habilidade e, após, é feita uma avaliaçãofinal para verificar a evolução e o aprendizado. Atribuindo notas onde, 1 é não aplicável, 2 não realiza, 3 realizaparcialmente, 3 realiza com ajuda, e 5 realiza com independência. Resultado: Ao somar a pontuação da avaliaçãoinicial, obtemos um total de 36 pontos, de 90 pontos possíveis, já na avaliação final observamos um aumento para64 pontos, perfazendo, assim, um aproveitamento de 77,8% do conteúdo ministrado. Conclusão: Com o processode reabilitação no Proamde/PAPS, essas pessoas são capazes de desenvolver suas potencialidades, e aspossibilidades que o torna mais independente e, assim, realizar atividades cotidianas participando ativamenteda sociedade. Palavras-chave: Manejo de cadeira de rodas, trauma raquimedular, reabilitação.Instituição: Universidade Federal do Amazonas/ <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>Correspondência para: leonardocs6@hotmail.com; klopes@ufam.edu.br; keeganponce@hotmail.com;rosagamartins@hotmail.com79TCBC – Chefe do Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>80Médico residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R181Médico residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R2revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200773


ANAISMELANANOMA MALIGNO <strong>DO</strong> RETO: RELATO DE CASOSílvia Rocha Nakajima,Gerson Suguyiama NakajimaRELATO DE CASO: S.G.G., masculino, 75 anos, pardo, casado, apresentou perda ponderal 15 kg, dificuldade deevacuação e hematoquezia em três meses. Ao exame, observou-se massa castanho-escura com fibrina central,ulceração e sangramento discreto. A colonoscopia demonstrou lesão vegetante circunferencial no reto originandoseda linha denteada. A histopatologia revelou melanoma retal (MR) infiltrando o tecido submucoso. A tomografiacomputadorizada (TC) de tórax detectou nódulos metastáticos nos pulmões em lobos inferiores esquerdo e direito,medindo respectivamente 2,4x2,4 e 2,4x2,3 cm. A TC de abdome surpreendeu linfonodos ilíacos e para-retais,tendo os maiores 4,5x3,4 cm e 3,3x3,0 cm. Procedeu-se a ressecção local ampliada do tumor. Paciente faleceu doismeses depois. Discussão: O MR é raro e constitui menos de 1% dos tumores malignos dessa região. Diagnósticotardio e seu caráter agressivo estabelecem mau prognóstico. Predomina no sexo feminino, raça branca, entre a 5. ae 6. a décadas de vida. Os principais sintomas são sangramento e sensação de massa em região anal, comuns àdoença hemorroidária e ao pólipo. Somado ao fato de haver pigmentação macroscópica em 16 a 41% dos casos,seu diagnóstico pode ser dificultado. Acredita-se que surjam de tecido anal ectópico, já que não há melanócitosacima da linha denteada. Cerca de 60% dos pacientes, ao diagnóstico, têm metástase à distância. Independente datécnica cirúrgica empregada – amputação abdominoperineal do reto ou ressecção local ampliada – os resultadossão pobres. Conclusão: O MR continua sendo uma entidade de grande interesse na comunidade médica por suararidade e difícil tratamento.Local de realização: <strong>Hospital</strong> Sírio-Libanês, São Paulo; <strong>Hospital</strong> Santa Júlia, Manaus.Correspondência para: gnakajima@ufam.edu.br; silvinhanakajima@hotmail.comMIELOLIPOMAANA MARIA MELO SAMPAIO 81 , LEONAR<strong>DO</strong> SIMÃO GUIMARÃES 81 ,LUCIANO SANTOS LOURENÇO 82 ,LAURA BIANCA FRAIJI 82 ,EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 82 , JESSÉ B. TORRES 82Introdução: Entre os incidentalomas adrenais o mielolipoma encontra-se na quinta colocação em incidência.Tendo como características básicas uma densidade de Housfield muito baixa, sendo às vezes negativa em funçãodo seu conteúdo gorduroso, tem seu diagnóstico facilitado. É um tumor não funcionante da adrenal, muitasvezes assintomático, todavia pelo crescimento importante da massa tumoral pode, apresentar sintomatologia.Objetivo: Diagnóstico diferencial entre os incidentalomas adrenais. Material e Métodos: paciente sexo masculino,78 anos, natural do Careiro, estava internado na enfermaria de Clínica Médica do <strong>HUGV</strong> com diagnóstico deinsuficiência venosa profunda e durante a investigação tomográfica foi evidenciado grande massa retroperitoneal.Foi submetido à laparotomia exploradora para retirada da tumoração de grande volume, 12x9 cm, localizada emtopografia de adrenal esquerda. Após avaliação histopatológica, foi feito o diagnóstico de mielolipoma. Pacienteevoluiu no pós-operatório satisfatoriamente recebendo alta da cirurgia no 5 DPO. Conclusão: Os incidentalomasadrenais, em conseqüência do advento dos exames de imagem, têm sua incidência aumentada, sendo muitasvezes achado esporádico e assintomático. Neste relato de caso, mostra-se uma massa de grandes dimensões epaciente evoluindo sem queixas, sendo feito diagnóstico radiológico e intracirúrgico de massa retroperitoneal.Palavras-chave: Incidentaloma adrenal, mielolipoma, massa retroperitoneal.Instituição: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>Correspondência para: Anamelo@vivax.com.br81Médico assistente do serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>/Ufam82Médicos residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R174revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISMOBILIDADE E TRANSFERÊNCIA PARA A PESSOA COM LESÃOMEDULAR – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA SEGUNDAETAPAPA A <strong>DO</strong> PROAMDE/ <strong>HUGV</strong>KEEGAN BEZERRA PONCE, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES,ROSANGELA MARTINS GAMA, LEONAR<strong>DO</strong> CHAVES DA SILVA,Introdução: A medula espinhal é sede freqüente de lesões traumática (LEVY, 2003, p. 23), ao se avaliar a lesão,devemos considerar não somente o nível acometido, mas principalmente a funcionalidade de cada pessoa. O atofísico de mudar si mesmo de uma superfície para outra é descrito como uma transferência (ATRICE, 2004, p. 541).Objetivo: Na segunda etapa do Proamde Pólo <strong>HUGV</strong>, têm se trabalhado a transferência como parte integrantedo conteúdo ministrado pela Educação Física, por esta se apresentar uma importante atividade no aprendizadoda sua independência funcional. Método: Foram avaliados 18 alunos no período de agosto de 2006 a agosto de2007 em 10 itens julgados como importantes para verificar se o aluno executa transferência. Esses itens sãopontuados: como 0 não aplicável, 1 não realiza, 2 realiza parcialmente, 3 realiza com ajuda ou dificuldade, 5realiza com segurança e somada a pontuação de todos. Resultados: Assim, temos que na avaliação inicial essegrupo obteve 36 pontos de 90 possíveis, tendo uma nota média de 4,0 pontos, e na avaliação final obtiveram 56pontos, passando para uma nota média de 6,23, o que demonstra uma evolução de 55,5% no aprendizado.Conclusão: Assim concluímos que com o ensino de mobilidade e transferências, houve uma significativa evoluçãonessa habilidade, fazendo assim com que os alunos obtivessem uma significativa evolução na independênciafuncional. Palavras-chave: Manejo, transferência, reabilitação.Instituição: Universidade Federal do Amazonas/ <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>Correspondência para: keeganponce@hotmail.com; klopes@ufam.edu.br; rosagamartins@hotmail.com;leonardocs6@hotmail.comNEFROLITOLITOTRIPSIA TRIPSIA PERCUTCUTÂNEA: EXPERIÊNCIA INICIAL <strong>DO</strong><strong>HUGV</strong>JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,ADRIANO MAIA SIQUEIRA, FLÁVIO ANTUNES RIBEIRO,ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, MIKA SHIBUYA, EDSON SARKIS GONÇALVES.Introdução: A cirurgia de nefrolitotripsia percutânea (NLP), instituída desde 1976, é uma modalidade terapêuticaminimamente invasiva, indicada no tratamento de cálculos renais maiores de 20 mm, cálculos de cistina e cálculoscomplexos. Objetivo: Avaliar a experiência inicial do Serviço em NLP no período de abril/2006 a junho/2007.Pacientes e Métodos: Trinta pacientes foram submetidos à NLP, os quais foram analisados prospectivamente pormeio de protocolos. Resultados: Quinze pacientes eram homens (50%) e 15 mulheres (50%), com idades entre 10e 66 anos, média de 41,7 anos; quanto ao tamanho, variaram de 1,5 a 12 cm 2 , média de 6,1 cm 2 ; quanto à localização,15 (50%) encontravam-se no cálice inferior, 4 (13,3%) no superior, 3 (10%) no médio, 4 (13,3%) na pelve e 4 (13,4%)coraliformes. O tempo médio cirúrgico foi de 142,6 minutos, foram transfundidos 6 pacientes (20%) e a média deinternação foi de 5,1 dias. Quatro sofreram reintervenção, e 3 (10%) complicaram. Nefrostomia foi necessária em21 (70%) e duplo J em 10 (33,3%). O índice de stone-free foi alcançado em 18 casos (60%), porém, em umareintervenção, esse índice subiu para 80%. Conclusão: A NLP é uma opção de tratamento para a doença litiásica,apresentando vantagens como tempo cirúrgico reduzido, internação mais curta e pequena morbidade, o queconfere indicação segura e eficaz.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, Brasil.Correspondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brrevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200775


ANAISNEOPLASIA CÍSTICTICA MUCINOSOSA <strong>DO</strong> PÂNCREAS – RELATO DECASO CLÍNICOLEONAR<strong>DO</strong> SIMÃO COELHO GUIMARÃES 83 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 84 ,LUCIANO SANTOS LOURENÇO 84 , LAURA BIANCA 84 , JESSÉ B. TORRES 84 ,PRISCILA A. LAGO 85 , DANIEL CARRIJO MARQUES 85Introdução: As lesões císticas do pâncreas compreendem os pseudocistos inflamatórios, em cerca de 90% dos casos,e as neoplasias císticas, em aproximadamente 10%. As neoplasias císticas podem ser subdivididas em tumorescísticos primários e naqueles tumores com degeneração cística secundária. No primeiro grupo, estão incluídos oscistoadenomas mucinosos pancreáticos que correspondem, a neoplasias epiteliais císticas compostas por célulascolunares produtoras de mucina circundadas por estroma do tipo ovariano e que não se comunicam com o ductopancreático principal, constituindo cerca de 1% de todas as neoplasias e 45% de todas as lesões císticas pancreáticas.Objetivo: Relatar o caso de uma patologia rara que acomete o pâncreas, e que pode ser confundida com pseudocistoinflamatório. Materiais e Métodos: Paciente de 33 anos, feminino, natural e procedente de Parintins, Amazonas.Admitida com queixa de dor abdominal em mesogástrio, de leve intensidade, em peso, de caráter intermitente há 12meses. Ao exame físico, apresentava dor à palpação profunda em epigástrio e flanco esquerdo. A tomografiacomputadorizada (CT) de abdome evidenciou uma lesão hipodensa bem delimitada, arredondada, com projeçõesintraluminares na topografia do pâncreas (septações internas). Foi, então, realizada uma esplenectomia associadacom pancreatectomia corpo-caudal. O histopatológico evidenciou um processo expansivo benigno do tipocistoadenoma mucinoso de pâncreas. Resultado: Neoplasia Cística Mucinosa. Conclusão: Consiste num caso raro,com pouca sintomatologia, e que o diagnóstico pode ser confundido com pseudocisto inflamatório.Correspondência para: lleoguimarães@gmail.comNEOPLASIA DE PRÓSÓSTATA A EM PACIENTE JOVEM COM PSABAIXAIXOJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, CELSO OLIVEIRA FILHO,THIAGO CAMPOS, EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução: Câncer de próstata é a neoplasia mais comum em homens com idade superior a 50 anos. É umapatologia rara em pacientes com idade inferior a 50 anos, com uma incidência de 4%. No Estado do Amazonas aestimativa para o ano de 2006 foi de 23,11 por 100.000 habitantes. Objetivos: Relatar um caso de neoplasia depróstata em paciente jovem com valores de PSA normais.Paciente e Métodos: Paciente BARV, 16 anos, apresentouretenção urinária em dezembro de 2006, passando a realizar cateterismo vesical intermitente limpo. Em maio de2007, foi identificado aumento da próstata por meio do toque retal. PSA total 0,5 e livre 0,04. A biópsia de próstataevidenciou neoplasia de pequenas células. TC de abdome total identificou aumento prostático e cintilografia semalterações. Programado prostatectomia radical retropúbica. Resultados: Observou-se, na cirurgia, invasão tumoralem cadeia linfonodal obturatória bilateral, infiltração do púbis, da fáscia de Denonvillier e lateral à musculaturaelevadora do ânus. Pela invasão tumoral, foi decidido por realização de linfadenectomia obturatória bilateral ebiópsia prostática. Encontra-se em acompanhamento com oncologia clínica. Conclusão: Portanto, observou-seque o comportamento de neoplasia de próstata em paciente jovem é agressivo e sua morbimortalidade maior queem pacientes mais velhos. Assim, podemos reafirmar o que a literatura descreve.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, BrasilCorrespondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.br83Médico assistente do serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>/Ufam84Médicos residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R185Acadêmico de medicina da UFAM76revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISO ASSISTENTE SOCIAL E O PORTA<strong>DO</strong>R DE DEFICIÊNCIACIAFÍSICA: UMA ABOR<strong>DO</strong>RDAGEM SOBRE O TRABALHO ALHO <strong>DO</strong> SERVIÇOSOCIAL NA SEGUNDA ETAPAPA A PROGRAMA DE ATIVIDTIVIDADESMOTORAS ORAS PARA DEFICIENTES – PROAMDE NO PÓLO <strong>DO</strong> <strong>HUGV</strong>SAMEA LORENA DE PAULA ESCÓSSIO, VALCILENE <strong>DO</strong>S SANTOS RIBEIRO, TULI VITOR GOMES,MARIA <strong>DO</strong> SOCORRO AZE<strong>DO</strong> LOBATO, TERESINHA DE JESUS GIOIA PINHEIROIntrodução: O assistente social é um profissional que exerce um papel de extrema importância na efetivação dosdireitos sociais, favorecendo e garantindo o acesso à cidadania e a bens e serviços. A partir do Programa dePreparação de Alta para Paciente com Lesão Medular e seus Familiares – PAPS e a adesão dos educadores físicos,o programa passou a ter uma segunda fase, atendendo os pacientes após alta hospitalar. Objetivo: Nessa segundafase, o Serviço Social tem como objetivo orientar os pacientes e seus familiares aos dispositivos legais (saúde,educação, Previdência e assistência) socializando as informações sobre os diversos recursos existentes nacomunidade. Metodologia: Para isto são realizadas entrevistas sociais e visitas domiciliares com o intuito deconhecer a realidade de cada aluno e sua família e direcionar o trabalho, pautando na necessidade que cada umapresenta, e a partir disto são realizados as orientações, encaminhamentos e contatos com as instituições queconstituem a rede de amparo social. Resultado: O resultado deste trabalho se dá na instrumentalização dos quaisque passam a conhecer os direitos e recursos a que podem ter acesso, desenvolvendo a autonomia e o seu potencialna defesa e ampliação da cidadania. Conclusão: Portanto, é por intermédio deste trabalho de socialização deinformações que os alunos passam a conhecer e buscar o acesso aos direitos e recursos sociais existentes na cidadede Manaus. Palavras-Chave: Trabalho, assistente social, lesão medular.Correspondência para: samea_escossio@zipmail.com.br; leny_ribeiro@hotmail.com; tuligomes@hotmail.com;socorroazedo@yahoo.com.brPREVALÊNALÊNCIA DE ANEMIA ENTRE PACIENTES ATENDI<strong>DO</strong>S EMUMA REDE PÚBLICA DE SAÚDE – MANAUS/AMDHANE EYRE ALBUQUERQUE VIEIRA 86 , MARIA LINDA FLORA DE NOVAES BENETTON 86Anemia, como mazela coletiva, é indiscutivelmente um problema de saúde pública e não se constitui umamanifestação orgânica isolada do processo de nossa organização social, fazendo com que haja impactos negativosao desenvolvimento físico e psicológico, no comportamento e na capacidade de trabalho. Objetivo: Conhecer aprevalência de anemia entre pacientes do Centro de Saúde Frank Calderon Rosemberg, Aterro do 40 – Manaus/Am. Materiais e Métodos: No período de março a agosto de 2007 realizou-se um estudo de prevalência deanemia envolvendo 334 pacientes, sendo 142 masculino e 192 feminino em diferentes faixas etárias distribuídosem: grupos I (0-10), grupo II (11-20), grupo III (21-30), grupo IV (31-40) e grupo V (41-50) e grupo IV (> 50 anos)atendidos no C.S.F.C.R. Foram coletados 5 mL de sangue venoso em tubo a vácuo contendo EDTA paradeterminação da hemoglobina, o método utilizado foi cianometa-hemoglobina. Resultados: Encontrou-se umaprevalência de anemia 33,9% no sexo feminino e 28,9% no masculino. Foram considerados anêmicos pacientescom níveis de hemoglobina (Hb) inferior a 12 mg/dL, O grupo I revelou uma maior prevalência 95 (53,6%),grupo II 60 (28,3%), grupo III 48 (25%), grupo V 45 (17,7%) e grupo VI 48 (12,5%), os paciente do grupo IV nãoapresentaram quadro anêmico. Conclusão: A prevalência de anemia na população estudada é bastante significativa,principalmente no grupo I composta por crianças, esses dados indicam a necessidade de medidas de intervençãoe controle desse distúrbio nutricional.Palavras-chave: Prevalência, anemia, hemoglobina.Correspondência para: dhaneeyre@ufam.edu.br86Universidade Federal do Amazonas (Ufam)- Insitituto de Ciências Biológica – Departamento de Parasitologiarevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200777


ANAISPSEU<strong>DO</strong>CISTO O PANANCREÁCREÁTICTICORUBEM ALVES DA SILVA JR 87 , EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 88 , LUCIANO SANTOS LOURENÇO 88 ,LAURA BIANCA C. FRAIJI 88 , JESSÉ BISCOSIN. TORRES 88 , ANDERSON RICAR<strong>DO</strong> S. CANÇA<strong>DO</strong> 89Introdução: O pseudocisto pancreático é uma complicação da pancreatite de qualquer etiologia (aguda, crônicaagudizada ou traumática). Consiste de uma coleção encapsulada de fluidos com elevada concentração enzimática.Pode localizar-se dentro, adjacente ao pâncreas ou distante dele. Sua parede é formada por fibrose inflamatória,o que o difere do cisto pancreático já que a parede do dele é composta por tecido epitelial. Objetivo: Evidenciaro pseudocisto pancreático como principal complicação da pancreatite. Material e Métodos: O relato de caso aquiapresentado versa sobre um paciente do sexo masculino, 51 anos, natural e procedente de Manaus, que foi atendidocom quadro de dor abdominal de forte intensidade e, após atendimento em Pronto-Socorro, foi transferido para aEnfermaria de Cirurgia Abdominal para melhor investigação. Após investigação laboratorial e radiológica, foi feitoo diagnóstico de pseudocisto pancreático, sendo tratado com conduta expectante. Evoluiu com complicação doquadro sendo submetido à drenagem percutânea dele. Conclusão: O pseudocisto pancreático consiste na complicaçãoque deve ser aventada após 4 semanas do curso de uma pancreatite. Corrobora o diagnóstico o retorno dasintomatologia ou a persistência dela. A investigação baseia-se nos exames laboratoriais associados a examesradiológicos. O tratamento no quadro inicial é conservador, sendo reservado tratamento cirúrgico para ascomplicações dele, sendo o bascesso pancrático a mais comum.Instituição: <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> <strong>HUGV</strong>/UfamCorrespondência para: jrok@hotmail.comQUALIDALIDADE ADE <strong>DO</strong>S REGISTRTROS PRÉ- E PÓS-TRANSFUSIONTRANSFUSIONAIS AIS NOSPRONTUONTUÁRIOS DE PACIENTES NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIOGETÚLIO VARARGAS AS – AMMARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO 90 , ANDERSON DA PAZ PENHA 91 , SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA 92 ,MARY JOYCE MAGALHÃES 92 , BRENA AGUIAR DE LOURDES LIMA 92 , JAQUELANE SILVA DE JESUS 92 , FRANCISCA GARCIA DA ROCHA 92Introdução: A Hemovigilância visa detectar incidentes transfusionais imediatos e tardios, buscando identificarsuas causas nas etapas do ciclo do sangue. Para tanto, sua adequada eficiência depende da confiabilidade dosdados gerados pelos serviços de saúde. Objetivo: Avaliar a qualidade dos registros pré- e pós-transfusionais nosprontuários dos pacientes do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>, no período de junho a agosto de 2007. Método:Pesquisa de informações relevantes nos prontuários com base na RDC 153/2004 da Anvisa. Resultados: Foramanalisados 202 prontuários de pacientes submetidos à transfusão, totalizando 278 bolsas transfundidas, dos quaisverificou-se que 71 transfusões não estavam registradas nas prescrições médicas e 70 não estavam registradas naEvolução de Enfermagem. Em relação à checagem dos sinais vitais, 133 prontuários não apresentavam registrospré-transfusionais e 143 não apresentavam registros pós-transfusionais. Conclusão: Observou-se que a qualidadedas informações não é suficiente para uma boa rastreabilidade de um incidente transfusional, e que o registro dedados necessários de acordo com a RDC 153 de 2004 não são cumpridos a contente. Diante dessa realidade, fazsenecessário uma maior conscientização acerca da importância de se registrar todos os dados que compõem asetapas da cadeia transfusional. Palavras-chave: Hemovigilância, Registros, Incidentes Transfusionais.Correspondência para: hugvsentinela@ufam.edu.br; anderson.paz@gmail.com; buenacha_tche@yahoo.com.br;joyce.magal@hotmail.com; brena_lima@yahoo.com.br; jaquelanesilva@yahoo.com.br; franciscagrg@gmail.com87TCBC Chefe do Serviço de Cirurgia Abdominal do <strong>HUGV</strong>88Médico residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam-R189Médico residente de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>/Ufam;R290Farmacêutica. Gerente de Risco Sanitário <strong>Hospital</strong>ar do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> – <strong>HUGV</strong>. Rua Apurinã, n.º 4, Praça 14 de Janeiro, 69020-170, Manaus – AM.Tel: (92) 3621-6541.91Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amazonas – Ufam92Acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam93Acadêmica de Farmácia da Universidade Paulista – Unip/Manaus78revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISDados da Estatística:° Número de transfusões analisadas no período: 208° Número de transfusões com dados incompletos: 6 (foram desconsiderados da análise)° Total estimado de transfusões analisadas: 202° Transfusões no prontuário médico: sim (131)/ não (71)° Transfusões no registro de enfermagem: sim (132)/ não (70)° Registro pré-transfusional dos sinais vitais: sim (69)/ não (133)° Registro pós-transfusional dos sinais vitais: sim (59)/ não (143)° Número de bolsas transfundidas: 278RUA DE CÁLÁLCULCULOSOS, , URETER RETROILÍAOILÍACO O ESQUER<strong>DO</strong> ENEFROCOCALALCINCINOSE: RELATO DE CASOJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, MIKA SHIBUYA, EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução: Rua de cálculos descreve o acúmulo de fragmentos da cálculos no ureter e obstrução do sistemacoletor, após Leco. Dois a 10% de chance de ocorrer após Leco de cálculos maiores de 20 mm, 41% após Lecocomo monoterapia para cálculos coraliformes. Objetivo: Relatar a ocorrência de rua de cálculo bilateral em pacientecom nefrocalcinose e ureter retroilíaco. Paciente e Métodos: MIPB, sexo feminino, 41 anos, apresentando por 20anos cólica nefrética e eliminação de cálculos. Em 1994, foi submetida à nefrolitotomia esquerda e em 1997 e 1999,à direita. Em 2000, realizou Leco bilateralmente sem sucesso. Em 2006, apresentou anúria, então tentou-se, semsucesso, ureteroscopia bilateral com ureteroscópio semi-rígido e litotriptor balístico optando-se por realizarnefrostomia percutânea bilateral. Resultados: Paciente foi submetida à ureterolitotomia por via abdominalidentificando-se cálculos que se estendiam do meato ureteral até o nível dos vasos ilíacos com o ureter passandoatrás desses vasos à esquerda, onde foi realizado reimplante ureteral com a técnica de Boari e à direitaureterolitotomia com passagem de duplo J bilateralmente. Conclusão: Portanto, a cirurgia aberta é uma opçãocom alto índice de sucesso, sobretudo nas alterações anatômicas (ureter retroilíaco). Mostrando, assim, que a viaaberta ainda se torna necessária e eficaz entremeio a tendência de se priorizar os procedimentos endoscópicos.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, BrasilCorrespondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brSCHWHWANANOMA RETROPERITOPERITONEAL: ONEAL: RELATO DE CASOJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI,VICTOR LAZARINI, EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução: A localização do schwanoma (neurilemoma) retroperitoneal é incomum representando cerca de 0,5 a 1% daocorrência usual. Eles são comuns em tecidos moles da cabeça, pescoço, extremidades (membros superiores e inferiores)e mediastino, ocorrendo em raízes nervosas ou proximidade de nervos. Objetivo: Demonstrar um caso de neurilemomaem topografia não usual (retroperitôneo). Paciente e Métodos: Paciente CC, sexo masculino, 54 anos, em investigação delombalgia inespecífica há seis meses. A RNM mostra imagem sólida localizada entre aorta e rim esquerdo, na altura deL1-L2, interrogando linfonodomegalia. TC de abdome total apresenta lesão expansiva, ovalada, heterogênea, comdensidade de partes moles e com calcificações e áreas císticas, necróticas no seu interior, localizada entre o rim esquerdoe a aorta abdominal. Resultado: Paciente foi submetido à cirurgia aberta com incisão subcostal esquerda. O achado transoperaróriofoi de tumoração arredondada comprimindo a glândula supra-renal esquerda sem comprometimento deórgãos vizinhos. No 30.° dia de pós-operatório foi realizado TC de controle que mostrou ausência da lesão anteriormentedescrita e em acompanhamento ambulatorial. O histopatológico apresentou neurilemoma com degeneração. Conclusão:O diagnóstico pré-operatório é difícil pela pobre sintomatologia clínica e inespecificidade de exames complementares,sendo diagnóstico definitivo obtido somente por meio de histopatológico. Os diagnósticos diferenciais, tais como lesõesde supra-renal e linfonodomegalias, devem ser lembrados.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, BrasilCorrespondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brrevistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200779


ANAISTRATAMENTAMENTO CIRÚRGICGICO DE ESCROTO O GIGANTE PÓS-RADIOTERAPIAJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, CRISTIANO SILVEIRA PAIVA, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI,FELIPE JEZINI III, RAUL ALVES SIQUEIRA NETO, EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução: A radioterapia normalmente é bem tolerada, desde que sejam respeitados os princípios da aplicaçãofracionada da dose total do tratamento. Os efeitos colaterais podem ser imediatos ou tardios, sendo que nesteúltimo pode haver falência dos vasos linfáticos por lesão actínica, com posterior surgimento de linfedema. Pacientese Métodos: Paciente JCG, 39 anos, com história de tumor de testículo ressecado e radioterapia adjuvante em 1994.Em 1998 apresentou recidiva tumoral em cadeia linfonodal retroperitoneal, sendo então submetido à quimioterapia.Evoluiu com linfedema escrotal volumoso bilateral. TC de tórax e de pelve onde foram evidenciados linfonodosretroperitoneais peri-aorto-cavais alguns com calcificações de permeio e acentuado aumento da bolsa testicularcom paredes espessadas e líquido em seu interior. Resultados: Foi realizada cirurgia reconstrutora para correçãodesta patologia, com ressecção em bloco da linfocele, drenando aproximadamente 5 l de líquido amarelo-citrinoe a preservação do testículo contralateral. Conclusão: O linfedema genital é uma patologia rara, promovedesconforto físico, alteração na auto-imagem, no relacionamento familiar e problemas de aceitabilidade social. Abaixa morbidade e o resultado estético bem-sucedido, assim como a satisfação do paciente indicam que oprocedimento pode e deve ser oferecido aos pacientes.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, BrasilCorrespondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brTRATAMENTAMENTO MICROCIRÚROCIRÚRGICGICO DE AMPUTAÇÃÇÃO PARARCIAL DEPÊNIS POR ARMA DE FOGOJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, CRISTIANO SILVEIRA PAIVA, ÍTALO <strong>DO</strong> VALLE CÉSAR CORTEZ,RENATO SANT’ANA DE ALBUQUERQUE, GEORGE LINS DE ALBUQUERQUE, EDSON SARKIS GONÇALVES.Introdução: As lesões genitais são raras no sexo masculino por causa da sua localização e mobilidade, contudo merecemdestaque pela sua complexidade e risco de complicações estéticas e funcionais. Objetivos: Relatar um caso de amputaçãoparcial de pênis por arma de fogo tratado por intermédio de técnicas microcirúrgicas. Paciente e Método: PacienteADC, 48 anos, foi atendido no PS apresentando lesão pérfuro-contusa no dorso da base do pênis causada por arma defogo (de caça). US da região peno-escrotal demonstrava espessamento difuso da parede escrotal, integridade doscorpos cavernosos e testículos, assim como fluxo sangüíneo testicular normal. Identificou-se durante a cirurgia extensalesão vásculo-nervosa dorsal do pênis e dos corpos cavernosos. Foi realizado desbridamento rigoroso e anastomosevásculo-nervosa microcirúrgica. Resultado: No 2.° DPO foi realizado US Doppler do pênis, demonstrando fluxosangüíneo presente nas veias e artéria dorsais do pênis e artérias cavernosas bilateralmente. Conclusão: As lesõesgenitais por arma de fogo são emergências urológicas graves, devendo ser abordadas por meio de exploração cirúrgicaprecoce. Em lesões vásculo-nervosas associadas, devem ser empregadas técnicas de reconstrução microcirúrgicas emfunção do melhor resultado funcional e menor risco de complicações.Correspondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brTUMOR CARARCINCINÓIDE E SEQÜESTRTRO PULMONAR – RELATO DECASOFERNAN<strong>DO</strong> LUIZ WESTPHAL, LUIZ CARLOS DE LIMA,JOSÉ CORRÊA LIMA NETTO, BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO.Introdução: As doenças que cursam com bronquiectasias são numerosas, principalmente as de causas infecciosas,com destaque para a tuberculose. O achado de neoplasia em paciente com bronquiectasia é indicação precisa deressecção pulmonar, mesmo em casos de tumores menos agressivos como o carcinóide, pela possibilidade deobstrução brônquica. Objetivos: Relatar caso de paciente com tumoração endobrônquica, submetido à ressecção80revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007


ANAISpulmonar com intercorrências de sangramento em função do seqüestro pulmonar, atendido pelo Serviço de CirurgiaTorácica do <strong>Hospital</strong> Beneficente Português de Manaus. Relato de caso: Paciente apresenta pneumonia de repetiçãoevoluindo com episódios esporádicos de tosse produtiva e febre. Tomografia computadorizada de tórax mostroubronquiectasias císticas em lobo inferior direito. Broncofibroscopia teve como achado lesão tumoral em brônquiointermediário, a biópsia da tumoração apresentou como resultado tumor carcinóide típico. Realizado bilobectomia(lobo médio e lobo inferior direito), apresentou como complicação intra-operatória sangramento após secção doligamento pulmonar por causa da artéria anômala que irrigava o parênquima pulmonar tendo controle da hemostasiaapós ligadura dela. Paciente com boa evolução pós-operatória tendo alta no 5º dia de pós-operatório. Conclusão: Ascomplicações em razão da ressecção em pacientes com seqüestro pulmonar são muitas vezes graves, podendo levara óbito por choque hipovolêmico pelo fato de a artéria que participa da formação da anomalia ser sistêmica, comgrande pressão e em alguns casos após a lesão dela, esta retrai para a cavidade abdominal, tornando seu controleainda mais difícil.TUMOR DE FRANTZLEONAR<strong>DO</strong> SIMÃO COELHO MAGALHÃES 94 , LAURA BIANCA CABRAL FRAIJI 95 ,EVANDRO AGUIAR AZEVE<strong>DO</strong> 95 , LUCIANO LOURENÇO 95 , PRISCILA DE ALMEIDA LAGO 96RESUMO: Introdução: O tumor de Frantz é uma neoplasia rara, ocorrendo em aproximadamente 0,17 a 2,7% dostumores não-endócrinos do pâncreas, porém é uma neoplasia que tem sido cada vez mais descrita na literatura,sendo encontrada na maioria dos casos em adolescentes do sexo feminino e considerada uma neoplasia compequeno grau de malignidade, desde que seja passível de ressecção cirúrgica completa. Objetivo: Apresentar umcaso de tumor de Frantz em adolescente do sexo feminino. Métodos: Relato de um caso de tumor de Frantz empaciente jovem. Resultados: Paciente de 15 anos, feminino, natural e procedente do Amazonas, é admitida comqueixa de náuseas, vômitos pós-prandiais e epigastralgia há cinco meses. Evoluiu com uma intensa dor epigástricasugestiva de pancreatite aguda. Apresentava uma história familiar de câncer de cabeça de pâncreas e renal emparentes de primeiro grau. Ao exame físico, abdome tenso e doloroso à palpação superficial em toda região domesogástrio e massa palpável em epigástrio. A tomografia computadorizada de abdome evidenciou uma lesãoexpansiva no pâncreas. A paciente foi submetida à cirurgia e o achado foi uma lesão tumoral em cabeça e colo dopâncreas sem invasão de veia mesentérica e/ou metástase hepática. O relatório imuno-histoquímico demonstrouachados confirmatórios de uma neoplasia pseudo-papilífera do pâncreas. Conclusão: Enfatiza-se a necessidadede se considerar o tumor de Frantz no diagnóstico diferencial de massa abdominal em pacientes jovens.TUMOR MEDIASTINTINAL X HIPERPARAARATIREOIDISMO – RELATODE CASOFERNAN<strong>DO</strong> LUIZ WESTPHAL, LUIZ CARLOS DE LIMA, JOSÉ CORRÊA LIMA NETTO,SILVANO BARAÚNA, RODRIGO PADILLA, DANIELLE CRISTINE WESTPHALIntrodução: O hiperparatiroidismo primário é um distúrbio hipercalcêmico que resulta da secreção excessiva deparato-hormônio (PTH). Em 80% dos casos, é causado por adenoma único da paratireóide, sendo que destes 4 a 10%são causados por paratireóide ectópica. Os principais locais onde encontramos essas glândulas ectópicas são o timoe o mediastino anterior embora raramente observamos ectopia em outros locais como o mediastino posterior e aregião submandibular. Objetivos: Relatar um caso de hiperparatireoidismo primário com deformidades esqueléticascausadas por adenoma de paratireóide localizado em mediastino posterior, tratado com toracotomia póstero-laterale ressecção da tumoração. Resultados: MRA, 72 anos, branca, feminina. Há 20 anos apresentava manifestaçõesósseas (dor óssea, fratura traumática) evoluindo há 15 anos com deformidade esquelética, osteoporose. Ao exameapresentava deformidades em membros superiores e inferiores confirmado pelos rx de crânio (lesões em sal e pimenta)e membros (tíbia em sabre e reabsorção óssea em vários ossos). TAC de tórax – tumoração em mediastino posteriorsendo observado plano de clivagem com outras estruturas mediastinais. Cintilografia da paratireóide com 99mTc-Sestamibi evidenciou paratireóide ectópica hipercaptante em terço superior de hemitórax direito. Realizado ressecçãode tumoração no mediastino posterior que teve como resultado após análise histopatológica de adenoma deparatireóide. Conclusão: Nos tumores mediastinais que cursam com hiperparatireoidismo primário é essencial alocalização exata da lesão, pois o planejamento cirúrgico é essencial para o sucesso do tratamento.94Cirurgião do Aparelho Digestivo, médico assistencial do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong> (<strong>HUGV</strong>)95Residentes de Cirurgia Geral do <strong>HUGV</strong>96Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200781


ANAISURETEROCELE PROLOLAPSAPSADADA A PÓS-PARARTOJONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI,GIUSEPPE FIGLIUOLO, PABLO FEITOZA,JOSENILSONA SILVA PASSOS, EDSON SARKIS GONÇALVESIntrodução e Objetivos: A ureterocele constitui uma dilatação cística da mucosa ureteral distal, projetando-separa a luz da bexiga ou colo vesical. A incidência varia de 1/5000 a 1/12000, prevalecendo no sexo feminino comuma taxa de 4-7:1. Constitui-se o objetivo relatar um caso incomum, caracterizando-a clinicamente, bem como apropedêutica utilizada para o seu estudo, e sua evolução clínica. Pacientes e Métodos: R.M.M, 19 anos, feminino,estudante e natural do Amazonas. Apresentava dificuldade de urinar e massa avermelhada no intróito vaginal, no1.° dia após parto normal. Solicitado USG abdominal que identificou bexiga contendo grande ureterocele à direita.À UGE demonstrou-se moderada dilatação dos sistemas uretero-pielocaliciais à direita, volumosa ureteroceleipsilateral (imagem em «cabeça de cobra»). Realizou-se tratamento definitivo com redução da ureterocele e ressecçãoendoscópica transuretral da parede da ureterocele. Resultados: Após um mês de pós-operatório, realizou-seseguimento da paciente por meios de exames de imagem que revelaram permeabilidade dos ureteres, com resoluçãocompleta da ureterocele. Conclusão: O tratamento inicial da ureterocele prolapsada consiste na redução do prolapsoe correção cirúrgica definitiva, sendo a ressecção endoscópica transuretral da parede da ureterocele uma opçãopouco invasiva e com altos índices de resolutividade.Serviço de Urologia do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>. Amazonas, BrasilCorrespondência para: jonas_filho2003@yahoo.com.brVALIDALIDAÇÃÇÃO <strong>DO</strong> QUESTIONTIONÁRIO SEMI-QUANTITANTITATIVTIVO DEFREQÜÊNCIA <strong>DO</strong> CONSUMO ALIMENTAR AR – QSFCA E PERFILNUTRICIONAL DA POPULAÇÃÇÃO UNIVERSITÁRIA DA UFAMBARROS, C. R. T.; BEZERRA, M. R.; MESQUITA, C. B.; DRUMOND, M. C. e OLIVEIRA, M. C.As regiões do Brasil se caracterizam por suas peculiaridades culturais, no caso do amazonense há uma grandeingestão de farinha e caldos gordurosos que podem caracterizar um perfil nutricional típico desta população. Opresente estudo teve como objetivo construir o questionário semiquantitativo do consumo alimentar (QSFCA) apartir do recordatório de 24h, do qual foram identificados os alimentos mais representativos, em relação aoconsumo total de energia – carboidrato, proteína, lipídio, cálcio e vitamina C. No QSFCA foram definidas porçõesmédias por meio da medida de tendência central, a moda, e a freqüência de consumo (oito categorias de opção).Os dados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico Epi Info 6,0 e SAS 8.2, 2000. Em conclusão, essaferramenta possibilitará avaliar a ingestão usual de determinada população, pois o QSFCA é constituído pelosalimentos ingeridos em maior freqüência, possibilitando a investigação das características da alimentação habitualdeste grupo e o estabelecimento das possíveis relações entre dieta, estado nutricional e o risco de doençascorrelacionadas.Local da pesquisa: Universidade Federal do Amazonas – Ufam, Manaus/AM.Correspondência para: cynthiarobertaufam@hotmail.com82revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007

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