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só seja possível com demandasde grupos sociais organizados.Isso certamente sensibiliza ostomadores de decisão e leva ainvestimentos em capacitaçãotécnica e formulação de políticaspúblicas para que problemascomo este enfrentado emSão Paulo não se repitam.3. A sua experiência detrabalho junto a RedeBrasileira de PesquisasSobre Mudanças ClimáticasGlobais (Rede Clima)e ao Instituto Nacionalde Ciência e Tecnologiapara mudanças climáticas(INCT para MudançasClimáticas) permiteenumerar os motivos quelevam a esta crise de ausênciade chuvas e o consequenteproblema noabastecimento em SãoPaulo?Eventos climáticos extremosde seca e chuva são esperadosem projeções futuras das mudançasclimáticas globais. Nãoé possível afirmar com precisãoque este evento da seca emSão Paulo seja resultado disso.Mas o problema teria sidomuito minimizado se políticaspúblicas de proteção dos recursoshídricos tivessem sidoimplementadas. Entre as medidasmais importantes estão arestauração da vegetação queprotege os cursos de rios (esseé um procedimento oneroso eque exige capacitação técnica)e educação ambiental para queos cidadãos tenham atitudesmais conscientes em termosde sustentabilidade e para quepossam exigir do poder públicoa garantia da preservaçãodos recursos hídricos.4. Há outros estados comriscos semelhantes? O Paranáestá nesta lista?Estas secas extremas já ocorreramem estados da regiãoamazônica, do nordeste, doCentro Oeste e da região sul.Em 2012 quatro municípiosde Santa Catarina decretaramestado de emergência por umaseca severa: Irani, Jaborá, Ipirae Herval do Oeste. Houvegrandes prejuízos pela perdade cultivares agrícolas. A hidrelétricade Machadinho chegoua parar de funcionar. Nestemesmo ano, no Paraná, 34%dos municípios entraram emestado de emergência. Sim, oParaná está na lista e já sofreucom isso. O fenômeno podeocorrer novamente e trazer osmesmos danos.5. O que é possível e necessáriofazer para mudareste quadro?A preservação da coberturavegetal e a restauração ecológicade ecossistemas degradadosem todo o territórionacional é imprescindível paraque se possa garantir o abastecimentode lençóis freáticos ea proteção dos cursos d´água.Além disso, a conscientizaçãoe participação da sociedade éimprescindível para a formulaçãode políticas públicas quegarantam a segurança hídricae redução do lançamento depoluentes6. No Paraná, por exemplo,notícia recente publicadadá conta de que, nosúltimos 14 anos, só foramaplicados 3% do orçamentoprevisto em recursoshídricos. De R$ 412,5 milhõessó foram investidosR$ 13 milhões, segundomostram os relatóriosdo governo do Estado de2000 a 2014. Em que medidaa ausência de investimentospode por em riscoa segurança hídrica?Se os investimentos não foremaplicados adequadamenteisso pode trazer consequênciasnefastas em termos de crisehídrica. Mais uma vez reforçoaqui a participação da sociedadeorganizada. É precisoacompanhar o que está sendofeito. Por exemplo, se estiveremtranspondo águas de umabacia para abastecer outra estãoadotando uma medida paliativae isso não vai resolver oproblema no longo prazo.7. Em 20 de agosto de2014, o governo federallançou o Programa Nacionalde Segurança Hídrica(PNSH), que tem o objetivode garantir a oferta dolíquido para uso humanoe para as atividades produtivas- além de reduziros riscos associados aeventos climáticos, comoFabiano Micheletto Scarpa é pesquisador do Centro de Ciências do Sistema Terrestre/INPE e membro do escritórioregional da América Latina do International Geosphere-Biospphere Programme (IGBP). É graduado em Biologiapela Universidade Estadual de Campinas (1999), mestre em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas(2002). Recebeu o título de doutor em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas em junho de 2007.Foi membro da Rede Brasileira de Pesquisas Sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e do Instituto Nacionalde ciência e tecnologia para mudanças climáticas (INCT para Mudanças Climáticas).20Revista do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná

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