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No topo do favela, passados osinúmeros degraus e as passarelascimentadas, todas construídascom o recurso e trabalhoda comunidade, apesarda escuridão da noite, abre-se,para os turistas a vista para apraia de Botafogo e para o Cristo,à direita do morro DonaMarta. Já para os moradores,a distância das suas casas aopé do morro é diretamenteproporcional às dificuldades.“Construir uma casa aqui emcima é muito caro. Você acabapagando o dobro dela, sópor conta do transporte. Alémdisso, nos últimos anos, temmuita procura por casas aqui”,afirma Roberta.No alto da favela, o termo“gentrificação” na faixa coladaem uma das casas aponta apreocupação de Roberta e deoutros moradores com a valorizaçãoimobiliária e o deslocamentodas pessoas com menorpoder econômico para fora desuas casas. Segundo a turismóloga,os preços dos imóveis nafavela variam de R$ 100 a R$150 mil para as casas próximasao topo, a R$ 1 milhão, para asque estão no pé da favela.“Antes conseguia morar aquino morro locando uma casapor uns R$ 450. Hoje não achapor menos de R$ 800. Praquem ganha salário mínimo,como a maioria dos moradores,é muito difícil. Além disso,tem muita gente com grana,como artistas, procurandopara morar aqui, pois é umaárea central. Tem até uma áreana favela que estão buscandodespejar os moradores. Támudando muito a populaçãoda favela, e estamos preocupadosporque não sabemos atéquando será isso. Estamos lutandopara não ser removidos.Não queremos sair do morro.Lutamos para viver aqui, paraconquistar nossas casas. O quea gente quer é mais atenção dogoverno, para questões comosaneamento e transporte ”.Como diz o dito, “pra descertodo santo ajuda”, mas nasescadarias, um pouco de precauçãoreduzindo o embalo énecessário. No pequeno porémaconchegante Bar do Zequinha– para completar o conceito deTurismo de Base Comunitária- , perto da segunda estaçãodo Plano Inclinado, encerra-sea visita à Santa Marta. Fica ocansaço da subida num copovazio de refrigerante, e parte,junto com cada turista, a experiênciade mais uma realidadeconhecida.No pé do morro, de volta à ruaBarão de Macaúbas, perto daPraça Corumbá, um últimoolhar ao morro.Atrás de Roberta, que se despedecom um sempre presentesorriso, e com a promessa deportas abertas,as luzes acessas nas casas nãoindicam apenas a noite quehavia se instalado em Botafogo,mas sim a vida na FavelaSanta Marta, dos seus mais de6 mil moradores, mesmo comos problemas de acesso, saneamento,e vários outros, fincamos pés no morro, e lutam porjustiça social, por reconhecimentodos seus direitos, e pelasua identidade, pois o “o morroé Dona, mas a favela é Santa”.Faixa na Favela Dona Marta mostra a preocupação com o processo de “elitização” da comunidade que acaba expulsando os moradores para outros núcleos habitacionais.

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