18forma autoritárias, a partir <strong>de</strong> uma dimensão “Top Down”. Entretanto, po<strong>de</strong> parecer que aopção pela <strong>de</strong>mocracia, tenha a vocação <strong>de</strong> encontrar soluções, mas a verda<strong>de</strong>ira face <strong>de</strong>sseprocesso é muitas vezes ambígua e <strong>de</strong>safia os padrões consolida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pensar, e assumirpapéis perante a comunida<strong>de</strong> (HEIDEMANN, 2004).Nos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>sse trabalho há o interesse <strong>de</strong> perseguir exemplos <strong>de</strong> criação e<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> políticas públicas, através inclusão da iniciativas <strong>de</strong> participação popular.Esse tipo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> vem sen<strong>do</strong> priorida<strong>de</strong> pelos pesquisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s emGestão Social da UFSC. Para Secchi (2010) uma abordagem através <strong>de</strong> varias esferas <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r nas políticas públicas é a mais indicada, pois existem correntes conceituais e <strong>de</strong> técnicasanalíticas. Assim sen<strong>do</strong>, trabalhou-se com o tamanho <strong>de</strong> uma causa on<strong>de</strong> o ator <strong>social</strong> secomporta <strong>como</strong> atacante na proposta <strong>de</strong> enfrentamento ao problema público, e os resulta<strong>do</strong>sterem melhor aproveitamento por organizações e indivíduos.Dentre as correntes sobre gestão pública, no cunho epistemológico, sua gran<strong>de</strong>zatécnico-científica faz nascer os alicerces práticos <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> conhecimentoadministrativo, inserin<strong>do</strong> nas valiosida<strong>de</strong>s das temáticas <strong>do</strong> saber, competências inova<strong>do</strong>rasque se procura reproduzir. A outra, <strong>de</strong> cunho prático, que transforma<strong>do</strong> em fato, traz apossibilida<strong>de</strong> que admitir <strong>de</strong>finitivamente a integrida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sujeitos civis que a<strong>de</strong>ntram nasorganizações públicas, com valores, emoções e sonhos, e que po<strong>de</strong>rão estar mais prepara<strong>do</strong>spara os problemas que requerem em sua maioria, soluções imediatas (TENÓRIO, 2005).Evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> que uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores enfrentam problemas públicoscomplexos, <strong>de</strong>sse par, argumenta Tenório (2005, p.15), ao mesmo tempo antagônico edialógico surge aí a gestão <strong>social</strong>, <strong>como</strong> teoria crítica à gestão estratégica, “investigan<strong>do</strong> asinterconexões recíprocas <strong>do</strong>s fenômenos sociais, à luz das leis históricas”. Vale a penalembrar que os saberes <strong>de</strong> forma separada, principalmente os critérios <strong>de</strong> formação <strong>do</strong> bemcomum, não mostram a verda<strong>de</strong>ira intenção <strong>de</strong> universalizar a cidadania, porque esta nasce <strong>do</strong>teste a da aprovação solidária, e não da improvisação <strong>de</strong> todas as disciplinas (CANÇADO;PEREIRA, 2010).Por isso, a relação histórica com a Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong> faz parte dacontextualização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, por ser exemplo da luta <strong>de</strong> direitos e por emancipação <strong>social</strong> naregião <strong>do</strong> Meio Oeste Contesta<strong>do</strong>, reflete aos dias <strong>de</strong> hoje, pelas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamentooferecidas pelas instituições públicas governamentais à região.O projeto <strong>de</strong> acompanhamento Agro Industrialização Sustentável (CRESCER) <strong>do</strong>SEBRAE, que foi “carro chefe” no plano estratégico da instituição nos Territórios daCidadania <strong>do</strong> Meio Oeste Contesta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> 2009 a 2011, serviu <strong>de</strong> base para a pesquisa. Esta
19dissertação analisou os projetos incuba<strong>do</strong>s, através <strong>de</strong> uma matriz com base comparativa,envolven<strong>do</strong> categorias que distinguem a administração pública em três vieses, o burocrata, oestratégico e o <strong>social</strong>, <strong>de</strong>senvolvida por Pimentel e Pimentel (2010). Ela nos propiciou umpanorama das características das ações <strong>de</strong>senvolvimentistas a<strong>do</strong>tadas nos Territórios daCidadania, em trabalho conjunto com SEBRAE e seus resulta<strong>do</strong>s juntos à socieda<strong>de</strong> civilorganizada.Figura 1 - Dinâmica <strong>de</strong> Pesquisa Meio Oeste Contesta<strong>do</strong>Territórios daCidadaniaSebraeSocieda<strong>de</strong>CivilColegia<strong>do</strong>sTerritoriaisFonte: Elabora<strong>do</strong> pelo autor.Para Pimentel e Pimentel (2010) as categorias que melhor centralizam a gestão emsi, são: objetivo, valor, racionalida<strong>de</strong>, esfera <strong>de</strong> atuação, protagonistas, comunicação, processo<strong>de</strong>cisório, autonomia/po<strong>de</strong>r, e operacionalização. A gestão <strong>social</strong> <strong>como</strong> sen<strong>do</strong> um campo emcontinuo <strong>de</strong>bate, precisa <strong>de</strong> argumentos e iniciativas que tratam <strong>de</strong> inovar quanto práticas <strong>de</strong>administração voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>social</strong> e ambiental.De acor<strong>do</strong> com Tenório (2008), a proposta para emancipação <strong>do</strong>s oprimi<strong>do</strong>ssociais também é econômica, por isso o foco da análise foi direcionada nos resulta<strong>do</strong>s daestratégia territorial a<strong>do</strong>tada e o impacto <strong>social</strong> na região, analisan<strong>do</strong> a dinâmica <strong>do</strong>sprocessos <strong>de</strong> discussão em prol <strong>do</strong> bem comum. Lembramos que o quadro acima é estático,enquanto a realida<strong>de</strong> local é complexa, dialógica e portanto, dinâmica.Corroboran<strong>do</strong>, o eixo meto<strong>do</strong>lógico <strong>de</strong> critérios para avaliação <strong>de</strong> processos<strong>de</strong>liberativos envolve a concepção <strong>de</strong> gestão <strong>social</strong> <strong>como</strong> instrumento, processo ou conjunto<strong>de</strong> ações a<strong>de</strong>quadas à intervenção na realida<strong>de</strong> <strong>social</strong>. Representa a dimensão <strong>de</strong>sobrevivência digna e i<strong>de</strong>al, on<strong>de</strong> os aparatos públicos e forma<strong>do</strong>res da república espelhem o
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