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O potencial educativo do audiovisual na educação ... - Livros LabCom

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COMUNICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO643sucesso à superioridade tecnológica <strong>do</strong>s seusprodutos e ao facto de representar umaverdadeira escolha oferecida aos utiliza<strong>do</strong>res.Contrariamente às opções propostas aosconsumi<strong>do</strong>res pela indústria automóvel, quese limitam a algumas variantes (e não oferecemsubstituto para o motor de combustão),a Internet representa uma solução dealteração fundamental à escrita tradicio<strong>na</strong>l,assim como ao telefone. A expansão aceleradada World Wide Web explica-se emgrande parte pelo acolhimento favorável quelhe reservaram os consumi<strong>do</strong>res. As preferências<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res podem constituir umfactor de adesão e de eleição importante deconceitos tecnológicos revolucionários, arrastan<strong>do</strong>uma série de inovações importantes nosplanos técnico e organizacio<strong>na</strong>l. Convémreconhecer que os utiliza<strong>do</strong>res fazem parteintegrante da plêiade de actores que contribuempara a difusão das inovações socialmentedesejáveis.Um outro aspecto posto em evidência éo contexto político e social em que se inscrevemas diversas estratégias, em matériade inovação. O triunfo <strong>do</strong> modelo Internetcorresponde a uma tendência geral para adesregulamentação. A dispersão das organizaçõesmonopolistas tradicio<strong>na</strong>is de telecomunicaçõesfavorece o aparecimento defornece<strong>do</strong>res que utilizam a rede local, propon<strong>do</strong>serviços clássicos com tarifas maisvantajosas ou pon<strong>do</strong> em funcio<strong>na</strong>mento novosmeios de exploração da rede.O interesse que a sociedade demonstrapelas novas formas de comunicação e serviçosdigitais coincide com uma vontadepolítica de aligeirar a regulamentação <strong>do</strong> quepertencia anteriormente ao sector público.Estas condições não estão reunidas no sectorautomóvel, onde não existem actores influentespara propôr conceitos diferentes emmatéria de mobilidade, nem tecnologias emconcorrência, entre as quais os utiliza<strong>do</strong>respossam escolher.Estes factos, conduzem aos aspectosorganizacio<strong>na</strong>is da inovação tecnológica. Adiversidade <strong>do</strong>s esquemas de inovação ilustradapelos sectores referi<strong>do</strong>s ajuda a tomarconsciência <strong>do</strong> facto de que a inovaçãotecnológica não conduz automaticamente auma inovação organizacio<strong>na</strong>l. Reciprocamente,as inovações organizacio<strong>na</strong>is não decorremde tecnologias novas e a emergência denovos mo<strong>do</strong>s de organização não garante quesejam criadas novas tecnologias e utilizadascom sucesso.Ten<strong>do</strong> em conta a dimensão e gravidadeda crise da modernidade, as organizações nãopodem permitir a entrada em exclusividadede um <strong>potencial</strong> de inovação esperan<strong>do</strong> queo resto das inovações acabe por se materializar.Para fazer face à crise, as organizaçõesnão devem explorar os potenciais deinovação tecnológica ou organizacio<strong>na</strong>l deforma independente mas sim misturá-lossistematicamente.O <strong>potencial</strong> de inovação real das organizaçõestecnológicas e organizacio<strong>na</strong>is, atéagora insuficientemente desenvolvi<strong>do</strong>, nãoreside <strong>na</strong>s inovações tecnológicas eorganizacio<strong>na</strong>is propriamente ditas, mas sim<strong>na</strong> sua fusão, a qual representa um <strong>potencial</strong>de inovação secundário. Da aptidão paraentender este <strong>potencial</strong> e da vontade de oconcretizar dependerá o sucesso <strong>do</strong>s esforçosdesenvolvi<strong>do</strong>s pelas organizações para elaborarestratégias que visam enfrentar estascrises.Os exemplos referi<strong>do</strong>s chamam a atençãodas organizações para a existência de um tal<strong>potencial</strong> de inovação secundário mostran<strong>do</strong>claramente porque lhes é possível e necessárioligarem-se ao seu desenvolvimento,contrariamente ao aconteci<strong>do</strong> no passa<strong>do</strong>. Écerto que as organizações sofrem a tentaçãode se abster desse <strong>potencial</strong> de inovaçãofugin<strong>do</strong> às dificuldades inerentes, seguin<strong>do</strong>,por exemplo, a via da ‘estagnovação’, utilizan<strong>do</strong>as inovações tecnológicas paraestabilizar e preservar as visões prospectivas,as estruturas sociais e as estratégiasorganizacio<strong>na</strong>is tradicio<strong>na</strong>is.O exemplo da normalização da Internetmostra, no entanto, que esta atitude pode levara um impasse de forma muito rápida, quan<strong>do</strong>outras organizações mais jovens e dinâmicascombi<strong>na</strong>m as inovações tecnológica e social,apontan<strong>do</strong> caminhos novos e origi<strong>na</strong>is.Estas incursões em terreno desconheci<strong>do</strong>representam riscos, porque <strong>na</strong>da garante queencontrarão um sucesso durável, ainda quebem conseguidas. As organizações que ousamprocurar novas vias de desenvolvimentoe de crescimento podem encontrar-se emcaminhos para além <strong>do</strong>s baliza<strong>do</strong>s.

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