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VIVENDO E ENVELHECENDO - Ministério do Esporte

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Suzana Hübner Wolff 17pendência entre o físico e o moral, que, em regra, não seguem umaevolução rigorosamente paralela. Em termos morais, um indivíduopode ter sofri<strong>do</strong> perdas consideráveis antes que se esboce suadegradação física; por outro la<strong>do</strong>, ele também pode, ao longo dessadecadência física, realizar ganhos intelectuais importantes. Dependen<strong>do</strong><strong>do</strong>s aspectos que são mais valoriza<strong>do</strong>s, os indivíduosou as sociedades estabelecem uma hierarquia das idades. Esseexemplo de Beauvoir reforça a definição de que a velhice, para sercompreendida em sua totalidade, precisa ser refletida em várias eprofundas dimensões.Para Both (2003), mais <strong>do</strong> que em outras fases da vida, namaturidade é que a dimensão existencial se destaca pela necessidadeem encontrar os significa<strong>do</strong>s e senti<strong>do</strong>s das coisas. É evidenteque a construção de uma identidade, como processo dinâmico,perpassa toda a vida, como resulta<strong>do</strong> das condições apreendidasem diálogo permanente com as funções biopsicossociais. Assim,as limitações físicas provenientes <strong>do</strong> processo de envelhecimentopodem ser compensadas pelo desempenho psicológico e destepelo social e o social pelo físico, modifican<strong>do</strong> a relação <strong>do</strong> indivíduocom o tempo e, por conseguinte, sua relação com o mun<strong>do</strong> ecom sua própria história. Porém é evidente que esse processo nãoé tão simples assim, especialmente para os mais velhos, que buscama concretização de uma identidade referendada na cidadaniae na ética social. Sensações experimentadas na juventude, associadasà beleza física, independência e força, vão se perden<strong>do</strong> e nãose sustentam mais. A lógica social da produção, reprodução, acúmulode riquezas e <strong>do</strong> consumo descartam aqueles que são maisvelhos, assim como as privações sociais (atuais e passadas) e umbaixo nível de desenvolvimento cognitivo e afetivo podem dificultara percepção pessoal, interferin<strong>do</strong> no mo<strong>do</strong> de constituir a identidade.Esse contexto remete ao sujeito que envelhece desafiar acomplexidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> atual, que lhe proporcionou maior longevidadee pouca qualidade de vida (Py, 2004).Outra significativa dimensão <strong>do</strong> processo de envelhecimentohumano, referendada por autores atuais, é a dimensão espiritual.Teóricos como Junges (2003), Guela (2002) e Py (1999) defendemque, na velhice, homens e mulheres deparam-se mais intensamen-

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