Ednal<strong>do</strong> Pereira Filho 41Apesar da gratuidade <strong>do</strong>s transportes coletivos urbanos para osi<strong>do</strong>sos ter si<strong>do</strong> instituída ainda na década de 1980, muito antes<strong>do</strong> Estatuto, esta é uma das áreas mais sensíveis no dia a dia <strong>do</strong>si<strong>do</strong>sos e ainda há muito a ser feito para garantir os direitos quelhes são assegura<strong>do</strong>s em lei. (grifo meu)Estas duas premissas associadas contêm uma contradiçãoem si, pois a dificuldade de transporte repercute diretamente nolazer, pois qualquer restrição de locomoção implica no não acessoaos locais específicos de espetáculos e atividades culturais e esportivas,bem como às casas de parentes e amigos.Aliás, isso está fartamente demonstra<strong>do</strong> na literatura específicae também aparece claramente em Brasil (2007) – na ColeçãoCadernos de Políticas Culturais –, onde o IPEA (Instituto dePesquisa e Economia Aplicada), em parceria com o Ministério daCultura, realizou um belo mapeamento e estu<strong>do</strong> sobre os equipamentos,práticas de consumo e atividades da esfera cultural noBrasil. Neste <strong>do</strong>cumento ficam expressas, entre tantas outras informações,que a atual dinâmica das cidades urbanas, onde os deslocamentossão desorganiza<strong>do</strong>s, confusos e caros, dificulta e atéimpede que os escassos e pouco acessíveis espaços públicos sejamutiliza<strong>do</strong>s para entretenimentos, lazer e práticas culturais, em geral.E como possível alternativa de solução é aventada a necessidadede formulação de políticas e ações intersetoriais sistemáticasque tanto levem em consideração as condições <strong>do</strong> consumo (transporte,segurança, localização <strong>do</strong>s equipamentos de cultura e lazer,bem como as logísticas específicas destes) quanto as condições <strong>do</strong>spúblicos-alvo no que diz respeito à educação, renda e acesso a outrosserviços.Ora, com isso quero finalizar dizen<strong>do</strong> da necessidade dequalificarmos nossas compreensões sobre os direitos sociais <strong>do</strong> esporte,<strong>do</strong> lazer e de ser i<strong>do</strong>so, pois só assim poderemos legitimá-losem nossa vida cotidiana, pois, como vimos anteriormente,as coisas, de fato, se realizam no tempo presente, que é carrega<strong>do</strong>de marcas e contornos históricos e é onde fazemos as nossas opções.
42 Envelhecer com esporte e lazer: direitos de uma sociedade...Fazer opções é se permitir 5 . Permito-me dizer que envelhecercom direito ao esporte e ao lazer é se permitir fazer opçõesdiante das coisas no cotidiano de nossas vidas.------------------------------QUESTÕES PARA REFLEXÃO1. O que é envelhecer com direito ao esporte e ao lazer?2. Quais as gerações de direitos humanos? E quais delas se enquadram no esportee no lazer?3. Para os i<strong>do</strong>sos o esporte e o lazer são questões sociais?4. É possível pensar em direitos humanos a partir das premissas da inclusão/exclusãosocial?------------------------------REFERÊNCIASBERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: trata<strong>do</strong>de sociologia <strong>do</strong> conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1985.BOBBIO, Norberto. A era <strong>do</strong>s direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.BRASIL. Constituição da República Federativa <strong>do</strong> Brasil. 1989.BRASIL. Ministério da Cultura. Economia e Política Cultural: acesso, emprego e financiamento.Frederico A. Barbosa da Silva, autor – Brasília: Ministério daCultura, 2007.Carta <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos à nação brasileira. Encontro Nacional de I<strong>do</strong>sos. São Paulo,2005. Disponível em . Acessa<strong>do</strong> em 13 de outubro de 2008.FRIEDMANN, John. “Repensan<strong>do</strong> a pobreza: delegação de poderes e direitosde cidadania.” ISSJ – Internacional Social Science Journal 148/1996, Unesco,Paris, p. 161-172.5 Alusão à etimologia da palavra Lazer que vem da expressão latina Licere e significa“se permitir a algo”.
- Page 4 and 5: VIVENDO E ENVELHECENDORecortes de p
- Page 6 and 7: SUMÁRIOPREFÁCIO . . . . . . . . .
- Page 8 and 9: PREFÁCIONa atualidade, as polític
- Page 10 and 11: APRESENTAÇÃOAssim como as pessoas
- Page 12: Stela Nazareth Meneghel 11lançamos
- Page 16 and 17: ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO EPOLÍT
- Page 18 and 19: Suzana Hübner Wolff 17pendência e
- Page 20 and 21: Suzana Hübner Wolff 19Com o envelh
- Page 22 and 23: Suzana Hübner Wolff 21Na sociedade
- Page 24 and 25: Suzana Hübner Wolff 23uma condiç
- Page 26 and 27: Suzana Hübner Wolff 25• que as c
- Page 28 and 29: Suzana Hübner Wolff 27CASTRESANA,
- Page 30: Suzana Hübner Wolff 29STANO, Rita
- Page 33 and 34: 32 Envelhecer com esporte e lazer:
- Page 35 and 36: 34 Envelhecer com esporte e lazer:
- Page 37 and 38: 36 Envelhecer com esporte e lazer:
- Page 39 and 40: 38 Envelhecer com esporte e lazer:
- Page 41: 40 Envelhecer com esporte e lazer:
- Page 46 and 47: CONCEBENDO A VIDA SAUDÁVEL DESDE O
- Page 48 and 49: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 47
- Page 50 and 51: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 49
- Page 52 and 53: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 51
- Page 54 and 55: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 53
- Page 56 and 57: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 55
- Page 58 and 59: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 57
- Page 60 and 61: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 59
- Page 62: Cláudio Augusto Silva Gutierrez 61
- Page 65 and 66: 64 Educar, aprender e viver com qua
- Page 67 and 68: 66 Educar, aprender e viver com qua
- Page 69 and 70: 68 Educar, aprender e viver com qua
- Page 71 and 72: 70 Educar, aprender e viver com qua
- Page 73 and 74: 72 Educar, aprender e viver com qua
- Page 75 and 76: 74 Educar, aprender e viver com qua
- Page 77 and 78: 76 Educar, aprender e viver com qua
- Page 79 and 80: 78 Educar, aprender e viver com qua
- Page 81 and 82: 80 Violência contra a pessoa idosa
- Page 83 and 84: 82 Violência contra a pessoa idosa
- Page 85 and 86: 84 Violência contra a pessoa idosa
- Page 87 and 88: 86 Violência contra a pessoa idosa
- Page 89 and 90: 88 Violência contra a pessoa idosa
- Page 91 and 92: 90 Violência contra a pessoa idosa
- Page 93 and 94:
92 Violência contra a pessoa idosa
- Page 95 and 96:
94 Violência contra a pessoa idosa
- Page 97 and 98:
96 Revendo uma trajetória e procur
- Page 99 and 100:
98 Revendo uma trajetória e procur
- Page 101 and 102:
100 Revendo uma trajetória e procu
- Page 103 and 104:
102 Revendo uma trajetória e procu
- Page 105 and 106:
104 Revendo uma trajetória e procu
- Page 107 and 108:
106 O sol refulge ao entardecer da
- Page 109 and 110:
108 O sol refulge ao entardecer da
- Page 111 and 112:
110 O sol refulge ao entardecer da
- Page 113 and 114:
112 O sol refulge ao entardecer da
- Page 115 and 116:
114 O sol refulge ao entardecer da
- Page 117 and 118:
116 O sol refulge ao entardecer da
- Page 120:
CAPOEIRA COMO INSTRUMENTO DEEDUCAÇ
- Page 123 and 124:
122 Capoeira como instrumento de ed
- Page 125 and 126:
124 Capoeira como instrumento de ed
- Page 127 and 128:
126 Alongamento, flexibilidade e qu
- Page 129 and 130:
128 Alongamento, flexibilidade e qu
- Page 131 and 132:
130 Alongamento, flexibilidade e qu
- Page 133 and 134:
132 Alongamento, flexibilidade e qu
- Page 136 and 137:
GINÁSTICA COREOGRAFADASilvana Bian
- Page 138 and 139:
Silvana Bianchi e Suzana Hübner Wo
- Page 140 and 141:
Silvana Bianchi e Suzana Hübner Wo
- Page 142 and 143:
Silvana Bianchi e Suzana Hübner Wo
- Page 144 and 145:
Silvana Bianchi e Suzana Hübner Wo
- Page 146 and 147:
Silvana Bianchi e Suzana Hübner Wo
- Page 148:
Silvana Bianchi e Suzana Hübner Wo
- Page 151 and 152:
150 Jogos desportivos para a tercei
- Page 153 and 154:
152 Jogos desportivos para a tercei
- Page 155 and 156:
154 Jogos desportivos para a tercei
- Page 157 and 158:
156 Jogos desportivos para a tercei
- Page 159 and 160:
158 Jogos desportivos para a tercei
- Page 161 and 162:
160 Jogos desportivos para a tercei
- Page 163 and 164:
162 Jogos desportivos para a tercei
- Page 166 and 167:
CAMINHADA ORIENTADA:passos firmes e
- Page 168 and 169:
Daniela Martins e Suzana Hübner Wo
- Page 170 and 171:
Daniela Martins e Suzana Hübner Wo
- Page 172 and 173:
GRUPO DE REFLEXÃO:espaço de acolh
- Page 174 and 175:
Maria Regina Morales 173Pensar o Gr
- Page 176:
Maria Regina Morales 175OUTRAS CONS