grandes capitais. A taxa de computador e internet no Sul do País é muito alta, a populaçãotem mais intimidade com a tecnologia interativa.Segundo o IBGE, o setor de comércio e serviços responde por 77,8% da formação doPIB em Londrina. Philip Kotler, que você cita em seu livro, diz que toda empresa éuma empresa de serviços. Isso torna as coisas diferentes para Londrina?Sim. Quem trabalha com serviços está muito mais ligado à informação. No final dascontas, o que você vende é informação. Um serviço é informação: uma pessoa tem umconhecimento específico e o vende em forma de serviço. É preciso deixar claro: economiade informação não é só algo ligado à internet. Mas existe um mundo de conhecimentoque não passa pela internet – e que tem um valor inestimável. Nem todo conhecimentoé bit. Quando Alvin Toffler falou pela primeira vez em era da informação, não existiainternet. Ele se referia a serviços, profissionais que vendem conhecimento, consultores.Uma cidade mais ligada à economia de serviços é uma cidade muito mais ligada àinformação.Não há risco de massificação nas redes sociais e na internet?Existe uma falácia na expressão “velha economia”. Ela é uma parte da economia atual.Não há uma velha economia que foi derrubada pela nova economia. O que existe hojeé uma economia muito mais complexa. A “velha” simplesmente ficou maior, maiscomplexa, mais rápida, com muito mais variáveis. Hoje você tem uma economia dosátomos – da padronização, da massificação em termos de produtos – junto com a novaeconomia, ou economia dos bits. E as duas economias se influenciam mutuamente.Por exemplo, quando um consumidor pode comprar um carro ou uma geladeiratotalmente customizados para ele, temos uma economia massificada caminhando cadavez mais rápido para a economia personalizada, criativa, individualizada. Existe umaeconomia só. Falamos em “velha” e “nova” economia por uma questão didática. Antesde falar sobre o risco de massificação nas redes sociais e na internet, é preciso definirmassificação: é enviar a mesma mensagem ou o mesmo produto para todas as pessoas,independentemente de quem seja e sem a possibilidade de interação. É reproduzir amesma coisa milhões de vezes e colocar no mercado; ou produzir a mesma mensagemque é distribuída para milhões de vezes para as pessoas, na TV. O fato de que milhões depessoas aderem à mesma coisa é inerente ao capitalismo, a um país que tem 193 milhõesde habitantes. Mesmo com as massas aderindo à internet e às redes sociais, existemmilhares e milhares de matizes diferentes para essa adesão. Na internet, na economiados bits, um consumidor não tem o mesmo comportamento do outro. Na economiados átomos, você força o consumidor a ter o mesmo comportamento. Pense na décadade 80: quantos carros nós tínhamos no País? Basicamente dez ou doze modelos, os quemais vendiam, e depois uma miríade de modelos que vendiam pouco. Era um conjuntopequeno de carros que serviam à população inteira. Você conseguia decorar todos osnomes de carros disponíveis no mercado. Hoje, não. Tem carro que passa na rua e eunão sei o nome dele. Isso mostra que a economia da individualização invade a economiaindustrial da massificação. As máquinas ficaram mais modernas e a economia criaprodutos diferentes para cada público.“Há um mundode conhecimentoque não passapela internet – eque tem um valorinestimável. Nemtodo conhecimentoé bit. Quando AlvinToffler falou pelaprimeira vez em erada informação, nãoexistia internet. Elese referia a serviços,profissionaisque vendemconhecimento,consultores. Umacidade mais ligadaà economia deserviços é umacidade muito maisligada à informação.“E quando se dá a passagem entre a economia dos bits e a economia dos átomos?O ser humano tende a segmentar a história a partir de marcos. A Revolução Industrialse desenvolveu ao longo de 200 anos, mas a gente procura sempre uma data específica:a criação da máquina a vapor. Com a Revolução Francesa, é a mesma coisa: o marco foi20outubro a dezembro de 2012 | www.acil.com.br
a Queda da Bastilha em 1789. Esses marcos passaram a representar mudanças, outrasmaneiras de ver o mundo. No caso da Revolução Francesa, as pessoas não acordaramum dia e disseram: “Hoje vou decapitar um rei”. Na verdade, houve um longo processo,com a população insatisfeita, a Queda da Batilha. A Primavera Árabe foi um marco dainternet, muito mais do que a bolha da Nasdaq. Mas daqui a 30 anos talvez as pessoas selembrem da bolha da Nasqad como um marco da transição da era industrial para a erade conhecimento compartilhado. Mas a Primavera Árabe tornou a internet funcionouem termos de cidadania, em termos sociais. A transição, na verdade, vem acontecendodesde os anos 80, quando sai o livro A Terceira Onda, de Alvin Toffler. A terceira ondanão começou com a internet; foi potencializada por ela, mas começou nos anos 60, talveznos anos 50. Sem falar do catálogo impresso da Sears, que vendia informação em vez deproduto, no começo do século 20. Temos praticamente cem anos de transição de uma eratotalmente industrial para uma era muito mais informacional.Mago da internet e autor de best-seller,Conrado fala a diferentes públicos: “Nasci nageração X, que nem tinha celular”Quando existem descompassos entre o tangível e o intangível, entre o real e o virtual,não podem ocorrer crises – as famosas bolhas econômicas?Sim, o risco de bolhas existe – e nós já vimos isso acontecer em 2008. O intangível podeser duplicado sem se perder: essa é a principal característica do bit em comparação comátomo. Isso faz com que a economia mude completamente e possibilite a formação debolhas. Quando você vê o aumento do preço dos imóveis no Brasil, o que nós temos é obit, não o átomo. Não é o imóvel em si, mas a informação sobre o imóvel. Muitas vezesse consegue aumentar o preço a partir de uma informação – que pode ser um boato ouuma expectativa superestimada. Quando se ouve falar em Brasil superpotência, Copa doA MIDIOGRAF É PREMIADA DE NOVO E DE NOVO!TOP NIKKEY {LONDRINA}OSCAR SCHRAPPE {ESTADUAL}LONDRINA, OBRIGADOPELA CONFIANÇA.Associação Comercial e Industrial de Londrina 21