12.07.2015 Views

José Eduardo Carvalho Dar vida às margens do Tejo ... - CCDR-LVT

José Eduardo Carvalho Dar vida às margens do Tejo ... - CCDR-LVT

José Eduardo Carvalho Dar vida às margens do Tejo ... - CCDR-LVT

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Destaque | Pedro Almeida VieiraFotografia | Pedro SoaresRECURSOS HÍDRICOSRIOS DE PROBLEMAS...E DE OPORTUNIDADESNão andam cristalinas as águas que atravessam as regiões <strong>do</strong> Oeste e Vale <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong>. Os atrasosno saneamento urbano e a poluição causada pelas indústrias e agricultura continuam,exigin<strong>do</strong> uma nova abordagem, sobretu<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> em conta que grande parte da populaçãovive em pequenos aglomera<strong>do</strong>s. Mas não é apenas a qualidade que é alvo de atenção <strong>do</strong>PROT desta região. Uma equipa <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s Geográficos inventariou cerca de450 zonas críticas e 745 quilómetros quadra<strong>do</strong>s de território que está sujeita a cheias.O novo regulamento irá, no futuro, evitar que haja problemas quan<strong>do</strong> chover em demasia.Lá diz o provérbio que a água corre para o mar e ascoisas para o seu natural. Mas em Portugal, para algumanossa infelicidade, quase sempre corre conspurcada,o que sen<strong>do</strong> «natural» – porque assim é há muitosanos – não deveria ser aceitável. Nesse aspecto, a região<strong>do</strong> Oeste e Vale <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong> não foge à regra. No diagnóstico <strong>do</strong> PlanoRegional de Ordenamento <strong>do</strong> Território desta região (PROT-OVT),o quadro traça<strong>do</strong> é bastante claro na forma como mostra que aságuas correm sujas. Quer as que se vêem quer as que estão longeda vista.Com efeito, nas várias ribeiras <strong>do</strong> Oeste – por regra pequenos cursosde água, grande parte <strong>do</strong>s quais de carácter intermitente –não há nenhuma que se possa mostrar cristalina. «Todas se apresentamextremamente poluídas ou poluídas, de acor<strong>do</strong> coma classificação <strong>do</strong> Instituto da Água», refere Amílcar Ambrósio,responsável pela empresa de consultoria Ambio e coordena<strong>do</strong>rda área de saneamento básico <strong>do</strong> PROT-OVT. No caso <strong>do</strong>s cursosde água da bacia <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong> – em que se destacam, para além desserio, o Zêzere, o Alviela, o Almonda, o Trancão e o Sorraia –, o cenárionão é também muito lisonjeiro. «De uma forma geral, mostrammá qualidade física, química e microbiológica, sobretu<strong>do</strong> naregião entre a foz <strong>do</strong> Zêzere e o Trancão», salienta AmílcarAmbrósio.Mesmo a principal origem de água <strong>do</strong> país – a albufeira de Castelode Bode, no Zêzere –, que abastece cerca de <strong>do</strong>is milhões de portugueses,não se encontra nas melhores condições. «Não está emrisco de deixar de ser uma origem de água, porque é sempre tecnicamentepossível tratá-la, mas exigirá maiores custos», refereeste técnico. E ainda bem que sim, até porque, malgra<strong>do</strong> os custos,as águas subterrâneas desta região apresentam também problemas.Na grande maioria das zonas, a sua qualidade é medíocre,incluin<strong>do</strong> num <strong>do</strong>s maiores aquíferos <strong>do</strong> país que se prolonga atéà península de Setúbal.Estas situações devem-se, em grande medida, às acti<strong>vida</strong>des agrícolas– sobretu<strong>do</strong> na Lezíria <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong> –, às pecuárias – com maiorincidência no Oeste e Lezíria <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong>, onde, por exemplo, estãolocaliza<strong>do</strong>s um terço <strong>do</strong>s suínos <strong>do</strong> país – e à poluição urbana.Neste último caso, diga-se, o problema é quase generaliza<strong>do</strong>.De facto, apenas entre 50% e 65% da população residente no Oestee Vale <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong> tem a sua residência ligada a uma rede de esgotos,mas destas nem todas têm acopladas uma estação de tratamento(ETAR). E aqui está um problema que pode ser complica<strong>do</strong> deresolver nos próximos anos. Com quase 60% da sua populaçãoviven<strong>do</strong> dispersa e em aglomera<strong>do</strong>s com menos de <strong>do</strong>is mil habitantes,não se encontra nas prioridades <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> PlanoEstratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de ÁguasResiduais. «Para estas zonas ter-se-á de aplicar soluções integradas»,advoga Amílcar Ambrósio.Nesta medida, este responsável destaca a necessidade de integraras componentes «em alta» e «em baixa» quer <strong>do</strong>s sistemas deabastecimento de água quer <strong>do</strong>s de saneamento de águas residuais,diminuin<strong>do</strong>, consequentemente, o número de entidadesgestoras. E isso implicará também melhorar o serviço de distribuiçãode água – que atinge ainda pouco mais de 90% da população –,| 37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!