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José Eduardo Carvalho Dar vida às margens do Tejo ... - CCDR-LVT

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O queijo de Azeitão continua a ser produzi<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> regras tradicionaise artesanais, sen<strong>do</strong> a respectiva qualidade asseguradapor um rigoroso controlo de qualidade e certificação. O queijo <strong>do</strong>leite das ovelhas que pastam nas terras de Palmela, e também deSetúbal e Sesimbra, remete-nos para as Beiras e para o final <strong>do</strong> séculoxix (1830), quan<strong>do</strong> Gaspar Henriques de Paiva chegou a Azeitãopara se dedicar à acti<strong>vida</strong>de agrícola. Trouxe consigo ovelhas leiteirase to<strong>do</strong>s os anos mandava vir um queijeiro para lhe fazer queijoscom o leite das ovelhas, tal como se fazia na Serra da Estrela.Só que as condições edafo-climáticas da Arrábida são diferentesdas da Serra da Estrela. Apesar de, como acontece com o seu inspira<strong>do</strong>r,o de Azeitão também ser feito com leite cru de ovelha, sale car<strong>do</strong>, o seu aroma, textura e sabor são diferentes, embora igualmentedeliciosas. É que, a flora das pastagens da Arrábida é diferenteda Estrela e o clima também. O queijo de Azeitão, salvo os <strong>do</strong>final da época (Abril/Maio) que chegam a ter um quilo e mais, massão só para consumo caseiro, não têm mais de 250 gramas. Actualmentetambém se fazem uns de 100 gramas. A forma é cilindrícaachatada, sem bor<strong>do</strong>s vinca<strong>do</strong>s e de crosta amarelada. A pasta,de cor entre o amarelo desmaia<strong>do</strong> e o marfim, é amanteigada,untuosa, praticamente sem olhos e com uma zona de corte facilmentedeformável. De aroma e sabor muito delica<strong>do</strong>s e característicos,transmitem sensações moderadamente acídulas e salgadas,com notas ligeiras de amargo e picante. Este último acentua-se como tempo, embora a maioria <strong>do</strong>s apreci<strong>do</strong>res goste de comer o Azeitãonuma fase de meia cura. Façam-no sempre à fatia. Não lhe façama desfeita de o comer à colher. O pão e um vinho da região sãoboas companhias. Há quem se incline para um tinto com algumaevolução. Eu prefiro um branco com alguma complexidade.Periquita e MoscatelFinalmente, o vinho. Melhor, os vinhos. Palmela e toda a Penínsulade Setúbal, no conjunto «terra mãe de vinhos», podem orgulhar‐sede os ter to<strong>do</strong>s: espumantes, brancos, rosés, tintos e generosos. Umaparte importante da história de Palmela está ligada à sua facetade região vitivinícola. O solo e o clima são propícios, por isso desdea mais alta Antiguidade que têm fama os vinhos palmelenses. Assuas castas de uvas também são bem conhecidas. Nos tintos, <strong>do</strong>minaa Periquita, agora de nome muda<strong>do</strong> para Castelão, depois de játer si<strong>do</strong> Castelão Francês; nos brancos, a Fernão Pires e a Moscatel,esta também matéria-prima de um grande generoso português.Os historia<strong>do</strong>res admitem que a cultura da vinha foi introduzidano Vale <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong> e Sa<strong>do</strong> pelos tartésios (2000 anos antes de Cristo(a.C.). Mais tarde, os fenícios (século x a.C.) estabeleceram feitoriascomerciais por aqui e assenhorearam-se <strong>do</strong> comércio <strong>do</strong> vinho.58 |

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