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A ordem de um tempo: folhetos na coleção Barbosa Machado - Topoi

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96 • RODRIGO BENTES MONTEIRO • ANA P. S AMPAIO CALDEIRAções Unidas em Nova York, Borba <strong>de</strong> Morais trouxe especialistas norteamericanos,entre eles William Jackson, que apresentou parecer <strong>de</strong>soladorsobre o estado dos livros raros, especialmente os que integravam a RealBiblioteca. Chegou a sugerir que os doc<strong>um</strong>entos fossem restaurados nosEstados Unidos ...Nesse contexto insere-se o trabalho com a coleção <strong>Barbosa</strong> <strong>Machado</strong>,em meados do século XX. Borba <strong>de</strong> Morais dirigira anteriormente a BibliotecaMunicipal <strong>de</strong> São Paulo – atual Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> – caracterizadapelo incentivo à mo<strong>de</strong>rnização das bibliotecas sob influxo do pragmatismonorte-americano, em contraposição à influência francesa, erudita egeneralista, então vigente <strong>na</strong> Biblioteca Nacio<strong>na</strong>l. O termo doc<strong>um</strong>entaçãoe a concepção do bibliotecário como servo dos servos da ciência cresciamem importância. Enquanto o bibliotecário tradicio<strong>na</strong>l seria guardião doacervo, com conhecimentos enciclopédicos, o bibliotecário mo<strong>de</strong>rno, medianteorganização técnica dos materiais bibliográficos e seu uso, orientavaos leitores. Esse novo pesquisador imparcial, especialista, seguia técnicas<strong>de</strong> acordo com a nova ciência da informação: a biblioteconomia. 37O catálogo dos opúsculos foi publicado nos A<strong>na</strong>is da Biblioteca Nacio<strong>na</strong>lentre 1974 e 1988, em oito vol<strong>um</strong>es, com início <strong>na</strong> gestão <strong>de</strong> JanniceMonte-Mór (1971-1979), outro momento forte <strong>de</strong> reestruturação da BibliotecaNacio<strong>na</strong>l. Antes, já haviam sido editados catálogos em separatados vilancicos, dos sermões <strong>de</strong> autos <strong>de</strong> fé, e <strong>um</strong>a “brasilia<strong>na</strong>” da coleção<strong>Barbosa</strong> <strong>Machado</strong>. 38Po<strong>de</strong>ríamos prosseguir no <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> mudanças administrativase realizações <strong>na</strong> Biblioteca, no entanto, importa observar que a impressãodas peças origi<strong>na</strong>is (os opúsculos), sua confecção em conjunto doc<strong>um</strong>ental(a coleção) e a trajetória <strong>de</strong>ste acervo po<strong>de</strong>m ser relacio<strong>na</strong>das adiferentes regimes <strong>de</strong> historicida<strong>de</strong>, <strong>na</strong> acepção <strong>de</strong> François Hartog. Paraformular esta noção, o historiador parte das idéias <strong>de</strong> Clau<strong>de</strong> Lévi-Strauss.Com seu apelo a <strong>um</strong>a teoria da relativida<strong>de</strong> generalizada, o antropólogoelaborou ampla reflexão sobre a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> culturas, no texto produzidoem meio à <strong>de</strong>scolonização mundial. Hartog também se vale <strong>de</strong> MarshallSahlins, ao estudar as viagens do capitão James Cook em seus embatescom ilhéus do Pacífico. Para este antropólogo norte-americano, a propostada antropologia histórica, materializada <strong>na</strong> expressão estrutura da con-TOPOI, v. 8, n. 14, jan.-jun. 2007, pp. 77-113.

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