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4. Síndrome de alport: relato de caso - Hospital Universitário Getúlio ...

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Elami<strong>de</strong> et alFigura 1: Biomicroscopia do paciente mostrando sinal da gota<strong>de</strong> óleo – lentecone anterior.Diagnóstico Clínico da Síndrome <strong>de</strong> Alport1. Antece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> nefrite ou hematuria emfamiliar <strong>de</strong> primeiro grau;2. Hematuria persistente sem evidência <strong>de</strong> outranefropatia hereditária;3. Sur<strong>de</strong>z neurossensorial bilateral, ausente na infânciae estabelecida antes dos 30 anos;<strong>4.</strong> Mutação nos genes correspon<strong>de</strong>ntes (COL4A3,COL4A4, COL4A5);5. Evidência imuno-histoquímica <strong>de</strong> falta do epítopo <strong>de</strong>Alport nas membranas basais glomerulares, epidérmi<strong>caso</strong>u ambas;6. Mudanças ultraestruturais da MBG: a<strong>de</strong>lgaçamento,espessamento ou laminação;7. Lesões oculares: lentecone, catarata subcapsularposterior, distrofia polimórfica posterior;8. Insuficiência renal crônica no paciente ou ao menosdois familiares;9. Macrotrombocitopenia ou inclusões granulocíticas;10. Leiomiomatose difusa do esôfago, genitais femininasou ambos.Tabela 1: Critérios diagnósticos para a Síndrome <strong>de</strong> Alport.DiscussãoA Síndrome <strong>de</strong> Alport foi <strong>de</strong>scrita pelaprimeira vez por Alport em 1927, quandopassou a relacionar quadros <strong>de</strong> nefropatiahereditária com hipoacusia. Sohar (1954)observou alterações visuais acompanhandoa síndrome, mas apenas em 1959 Nieth<strong>de</strong>screveu o lentecone anterior como sendoa alteração oftalmológica mais frequente. Écaracterizada pela tría<strong>de</strong> clássica <strong>de</strong> nefritecrônica hereditária, disacusia neurossensorialprogressiva e lentecone anterior. 4,8No paciente <strong>de</strong>scrito, as alteraçõesapareceram mais tardiamente, com umperíodo <strong>de</strong> evolução mais acelerado,progredindo rapidamente para insuficiênciarenal crônica e distúrbio auditivo e visualseveros. As manifestações iniciais da nefritehereditária po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a hematúriaassintomática ou proteinúria, que seinicia geralmente na infância, chegando àadolescência com alterações significativas,po<strong>de</strong>ndo até ter já falência terminal. Apesardisso, também po<strong>de</strong> ser diagnosticada noadulto, apesar <strong>de</strong> ser infrequente. A perdaauditiva ocorre comumente na infância,iniciando com a perda dos sons agudos,po<strong>de</strong>ndo progredir para a sur<strong>de</strong>z total em 30a 50% dos <strong>caso</strong>s. Já as manifestações ocularesparecem estar associadas à evolução dafunção renal. 1,9,10É importante pesquisar a doença emparentes <strong>de</strong> portadores da doença, apesar<strong>de</strong> que o tipo <strong>de</strong> transmissão genética éainda bastante controverso, mas a teoriamais aceita é a <strong>de</strong> transmissão por meio <strong>de</strong>um gene autossômico dominante ligado aocromossomo X, <strong>de</strong> penetrância e expressãovariáveis, levando à heterogenicida<strong>de</strong>genética. Esse <strong>de</strong>feito é que levaria aalterações bioquímicas na composiçãoda membrana basal glomerular, cápsulado cristalino e algumas partes do ouvidointerno. 9,11Outra característica da doença é apresença <strong>de</strong> leiomiomatose, principalmente<strong>de</strong> esôfago, que po<strong>de</strong> ocasionar dorretroesternal ou em epigástrico, disfagia,vômitos pós-prandiais e leiomiomatose naárvore traqueobrônquica, que se manifestacom bronquite recorrente, dispneia eestridor. 7A biópsia renal ainda é consi<strong>de</strong>radapor muitos autores como imprescindível37revistahugv - Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio Vargasv.10. n. 2 jul./<strong>de</strong>z. – 2011

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