Anais do XI Encontro de Iniciação Científica UNIP/PIBIC-CNPq 2009

EFEITO DA FRAÇÃO SOLÚVEL DE PETRÓLEO (FSA) SOBRE AS BRÂNQUIAS DO PEIXEANTÁRTICO TREMATOMUS NEWNESIAluna: Eryka Zolcsák de SousaOrientador: Prof. Dr. João Carlos Shimada BorgesCurso: Ciências BiológicasCampus: MarquêsA poluição marinha causada pelos derrames de petróleo é uma ameaça para a vida dascomunidades marinhas. A Península Antártica é uma região com restrita atividade humana e,consequentemente, com baixos índices de poluição, portanto ideal para se verificar o efeito depoluentes uma vez que se pode obter exemplares controle totalmente isentos da ação antrópica. Afração solúvel do petróleo é aquela que apresenta maior solubilidade na água e maior bioacúmulonos animais marinhos por causa de suas características lipossolúveis.Foram utilizados Trematomus newnesi (n=36), machos e fêmeas. Os animais foram expostosa diferentes concentrações de frações solúveis de petróleo (FSA) em caixas plásticas de 5 litros(controle 0,4 e 0,8 ppm de FSA e expostos a FSA por 5, 10 e 15 dias).Decorrido o prazo experimental, os animais foram sacrificados por secção medular e suas brânquiasforam retiradas e analisadas histologicamente quanto à presença de alterações do índice histológico(IAH).O epitélio da brânquia é a principal superfície de contato com o ambiente e constitui umimportante alvo dos poluentes presentes na água, em virtude da sua extensa área superficial (WONGe WONG, 2000).No presente estudo, foram observados diversos níveis de alterações histológicas no epitélio dasbrânquias, tais como descolamento e espessamento do epitélio lamelar, fusões lamelares,aneurismas, dilatação capilar, constrição capilar, proliferação de células de cloreto e muco, ehemorragias, que tiveram mais incidência nas maiores concentrações de FSA.Outra lesão observada foi a hipertrofia de Rodlet Cells. Todas essas alterações histológicasfuncionam como mecanismos de defesa, porque diminuem a área de superfície vulnerável dabrânquia e/ou aumentam a barreira de difusão ao poluente (KARLSSON-NORRGREN et al., 1985;ERKMEN e KOLANKAYA, 2000). Essas respostas dificultam o acesso do poluente ao sangueprejudicando, contudo, a realização de trocas gasosas e podendo comprometer as funçõesbranquiais (MCDONALD e WOOD, 1993).