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Gestão da Qualidade em Lar de Idosos - IPQ

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EnquadramentoO envelhecimento constitui, para as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s cont<strong>em</strong>porâneas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, uma questão ca<strong>da</strong>vez mais central, assumindo reflexos, consequências e implicações num espectro ca<strong>da</strong> vez maisamplo e diverso <strong>de</strong> dimensões <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social. Com efeito, o envelhecimento, que é “à parti<strong>da</strong>simplesmente d<strong>em</strong>ográfico, <strong>de</strong> transformação <strong>da</strong>s estruturas <strong>de</strong> população por i<strong>da</strong><strong>de</strong> e sexo,transformou-se <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> economia e <strong>de</strong> organização social.” (Guill<strong>em</strong>ard, 1991).Da centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> do envelhecimento nas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s actuais, <strong>de</strong>corre, antes <strong>de</strong> mais, um aumento <strong>da</strong>complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> analítica, que se traduz num confronto <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens paradigmáticas,<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente ao nível dos conceitos utilizados, <strong>da</strong> construção dos objectos <strong>de</strong> investigação, dospróprios entendimentos acerca do processo <strong>de</strong> envelhecimento, e <strong>da</strong>s metodologias <strong>de</strong> intervençãoque, no seu conjunto, traduz<strong>em</strong> o modo como as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s li<strong>da</strong>m com um fenómeno <strong>de</strong> importânciacrescente.As características <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças d<strong>em</strong>ográficas inicia<strong>da</strong>s nos séculos XIX e XX, e cujos contornos seconsoli<strong>da</strong>m e expand<strong>em</strong> neste início <strong>de</strong> século, nomea<strong>da</strong>mente no que concerne ao aumento <strong>da</strong>esperança <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, e no que respeita à quebra generaliza<strong>da</strong> dos níveis <strong>de</strong> fecundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e à redução donúmero médio <strong>de</strong> filhos por casal, colocam importantes questões do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> própriaestrutura d<strong>em</strong>ográfica e ao nível <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> geracional (probl<strong>em</strong>as queportanto obrigam a reflectir sobre os modos <strong>de</strong> organização económica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>). Mas estasmu<strong>da</strong>nças d<strong>em</strong>ográficas invocam também questões que se prend<strong>em</strong> com a organização <strong>da</strong>srespostas sociais dirigi<strong>da</strong>s ao ci<strong>da</strong>dão idoso e, nesse âmbito, opções relaciona<strong>da</strong>s com a suaquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, os seus direitos e o reconhecimento <strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> opções quanto aos diferentesmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> envelhecimento e estilos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.As mu<strong>da</strong>nças d<strong>em</strong>ográficas <strong>em</strong> causa traduz<strong>em</strong>-se essencialmente num maior peso <strong>da</strong> populaçãoidosa face ao total <strong>da</strong> população. Segundo a hipótese média <strong>de</strong> projecção <strong>da</strong> população mundial <strong>da</strong>sNações Uni<strong>da</strong>s, a proporção <strong>de</strong> jovens continuará a diminuir e atingirá os 21% do total <strong>da</strong> população<strong>em</strong> 2050. A contrário, a proporção <strong>da</strong> população mundial com 65 ou mais anos regista uma tendênciacrescente <strong>de</strong> aumento, passando <strong>de</strong> 5,3% para 15,6% do total <strong>da</strong> população entre 1960 <strong>em</strong> 2050.Note-se, nestes termos, que para os países <strong>de</strong>senvolvidos estas transformações assum<strong>em</strong> umsignificado muito mais amplo e prufundo, suscitando questões e <strong>de</strong>safios que – apesar <strong>de</strong> tudo – nãose colocam com a mesma pertinância e acui<strong>da</strong><strong>de</strong> nos países com estruturas etárias menosenvelheci<strong>da</strong>s.Em Portugal, <strong>de</strong> acordo com os <strong>da</strong>dos fornecidos pelo INE, entre 1960 e 2001 o envelhecimentod<strong>em</strong>ográfico traduziu-se num <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 36% <strong>da</strong> população jov<strong>em</strong> e num incr<strong>em</strong>ento <strong>em</strong>cerca <strong>de</strong> 140% <strong>da</strong> população idosa. A proporção <strong>da</strong> população idosa, que representava 8% do total<strong>da</strong> população <strong>em</strong> 1960, duplicou <strong>em</strong> 2001, passando para 16%. As projecções d<strong>em</strong>ográficas estimamque esta proporção volte a duplicar nos próximos 50 anos, representando por isso os idosos, <strong>em</strong>1

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