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O "ut pictura poesis" e as origens críticas da ... - UNESP-Assis

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Sânderson Reginaldo de Mellohumano, considerando que a produção poética deve estar intimamenteintegra<strong>da</strong> às funções pe<strong>da</strong>gógica e hedonística.É importante ressaltar que Aristóteles lança <strong>as</strong> b<strong>as</strong>es de uma teoriapoética (literária) mais sistematiza<strong>da</strong>. Na sua Poética, propõe uma teoria dosgêneros, dividindo <strong>as</strong> form<strong>as</strong> literári<strong>as</strong> produzid<strong>as</strong> até então, tomando comoponto de apoio a concepção <strong>da</strong> arte como mimese, ou seja, imitação <strong>da</strong>reali<strong>da</strong>de. Assim, de acordo com o objeto de imitação, Aristóteles diferencia apoesia épica e trágica (imitação de ações nobres) d<strong>as</strong> poesi<strong>as</strong> satíric<strong>as</strong>, líric<strong>as</strong>etc. (imitação de ações do cotidiano), e, de acordo com o modo de imitação,diferenciava entre si a poesia épica, a poesia lírica e a poesia dramática. Nessesentido, tratando-se sobre <strong>as</strong> disjunções <strong>da</strong> comunicação entre o poeta e osespectadores, com b<strong>as</strong>e n<strong>as</strong> form<strong>as</strong> de representação, a tradição <strong>da</strong> tríadegenológica instaura<strong>da</strong> por Aristóteles apresenta: “o genus narrativum,constituído pelo epos ou “a palavra narra<strong>da</strong>” por um rapsodo perante umauditório; o genus liricum, que é a “palavra canta<strong>da</strong>” pelo próprio poeta,expressão de sua subjetivi<strong>da</strong>de; o genus dramaticum, ou seja, “a palavrarepresenta<strong>da</strong>” por atores para espectadores” (D’ONOFRIO, 1994, p. 10-1).Assim, dentro desse universo, o caráter mimético <strong>da</strong> poesia, conformeAristóteles, proporciona o saber (conhecimento) e o prazer (fruição) ao serhumano. Nesse sentido, através <strong>da</strong> imitação poética (representação verbal), háa promoção <strong>da</strong> informação, tanto a filósofos como a homens comuns; e domesmo modo, na imitação pictórica (representação plástica), os homens podemse deleitar no ornato d<strong>as</strong> imagens, disc<strong>ut</strong>indo-<strong>as</strong>, e até mesmo vindo a sereconhecer nel<strong>as</strong>.A Arte é imitação, segundo os princípios teóricos de Aristóteles. Diantedisso, <strong>as</strong> diferentes representações artístic<strong>as</strong> podem suscitar a imitação <strong>da</strong>reali<strong>da</strong>de, e/ou de si mesm<strong>as</strong>, indicando certo anseio de superação <strong>da</strong> noção demeio de imitação como prescrição genológica d<strong>as</strong> artes imitativ<strong>as</strong>, pois ca<strong>da</strong>arte supõe linguagem e técnica específic<strong>as</strong>, que não se restringem numa únicaarte, uma vez que a representação se configura em torno do meio, do objeto eMiscelânea, <strong>Assis</strong>, vol.7, jan./jun.2010 228

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