tecno brega! tecno brega! - Itaú Cultural
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Quais as perspectivas para o grafite no futuro?BINHO: Há dois caminhos claros. Um é que as ruas continuemocupadas por grafiteiros, mesmo que eles sejamdetidos, bem ou mal-interpretados, porque é uma culturaque faz parte de toda grande cidade e transbordapela sociedade. O outro caminho é que, com o amadurecimentodos artistas, surja uma contrapartida. Há ummovimento mundial de fortalecimento do grafite, e ascidades, que antes se sentiam agredidas, agora vêm ganhandocom isso. O futuro dessa arte é aumentar aindamais seu relacionamento com o poder público, a sociedadee as empresas. A cidade oferece o espaço, e os artistascontribuem com suas obras.CHIVITZ: Acho que muitos artistas vão passar para essafase mais contemporânea de museus, galerias e exposições.Como vocês se conheceram?BINHO: Não me lembro da época, mas já encontrava oChivitz andando de esqueite, com amigos que temos emcomum. Eu me lembro de estar pintando numa pista deesqueite e de o Chivitz ter um estúdio de tattoo naquelelugar. A gente aproveitou para ficar trocando ideia.CHIVITZ: Eu conhecia o Binho porque ele já era dografite. Mas lembro do dia em que conheci o Binhomesmo. Eu estava na zona norte com um amigo dandouma caminhada. Aí a gente passou em frente de umaesfiharia e ele disse: “Olha o Binho lá, é ele mesmo!”[risos]. Para a gente era como conhecer o Tony Hawk[famoso esqueitista norte-americano]. Ficamos esperandoele sair para trocar uma ideia. E hoje estamos aí,o cara é meu amigo, meu parceiro.Conheça o trabalho de:Chivitz em: binho em : .Quando vocês estão pintando juntos, como é atroca de ideias?BINHO: A integração é muito natural entre grafiteirosque não se conhecem e não falam a mesma língua [artística].A gente não tem muitos trabalhos em conjunto. Omais frequente são obras de cada um dividindo o mesmoespaço. Mas há uma em especial, na minha casa, quea gente pintou com bastante interação.CHIVITZ: Temos a liberdade de dar um toque no trabalhodo outro, de mostrar um ponto de vista diferente,uma coisa sincera, algo que a amizade construiu.Como o amadurecimento pessoal interferiu notrabalho de vocês?BINHO: Acho que até completar 15 anos de pintura,eu tinha uma produção mais eclética e menos preocupadacom conceitos. De uns oito anos para cá, além domeu trabalho clássico de letra e personagem, comecei amontar outro, em paralelo, que chega a ser o somatóriode tudo o que já fiz, mas concentrado em um conceitoespecífico. Venho trabalhando os animais porque elestêm muitos movimentos e uma plasticidade que me ajudana elaboração da obra. Desprendo-me do colorido etrabalho de forma livre no interior da silhueta do animal.Estou focando minha atuação no universo das artesplásticas, em exposições e galerias.CHIVITZ: Quando comecei a pintar na rua eu já fazia tatuagem,e por isso tinha uma referência muito forte de tattoo.Quando desencanei um pouco dessa arte, passei a olharmais para os meus personagens na cidade, no contexto domovimento hip-hop, do esqueite, do desenho animado, dascoisas de que eu gostava. Inseri mais cores. Depois meutrabalho começou a entrar em galerias e se transformoupor completo. Posso dizer que tenho um estilo figurativo eabstrato para pintar tanto nas ruas quanto na tela.Nos próximos anos QUEREMOSabrir o projeto [do Maau]para que seja um edital para acidade. NO FUTURO, VAMOS fazerum trabalho educacional,realizar oficinas para verquem realmente mereceparticipar.” Chivitz13CONTINUUM12