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tecno brega! tecno brega! - Itaú Cultural

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REPORTAGEM | programação cultural para bebêso espaço é dos bebêsNo Brasil e no exterior, eventos incentivam o contato dos recém-nascidos com a arteTEXTO malu rangelILUSTRAÇÃO marcio levymanApagam-se as luzes de um cinema de São Paulo. As pessoas se aquietam.De repente, uma risada de bebê desencadeia outras tantas, seguidas degritinhos estridentes e até choros. Indignação da plateia? Longe disso. Osbebês engatinham pelo cinema, enquanto os pais interagem com eles eassistem ao filme. Esse é o cenário das sessões do CineMaterna, uma dasiniciativas pioneiras em programação cultural voltada para famílias combebês e crianças pequenas, criada em 2008 e realizada em São Paulo, no Riode Janeiro, em Salvador, Campinas e Santo André.Noutro canto da cidade, a tarde cai ao som do bom e velho samba. Os artistassão rodeados por bebês que, dançantes, vez por outra invadem o palco:é assim o Sambebê, que desde 2010 junta pais e filhos em eventos que estimulama musicalização e a apreciação artística dos pequenos, não só nacapital paulista, mas também no Rio de Janeiro.Numa oficina de música para bebês realizada no Itaú <strong>Cultural</strong>, em SãoPaulo, em outubro de 2011, a musicalização foi conduzida com leveza ecriatividade. Incentivadas pela musicista Luciana Feres Nagumo, os bebêsbrincaram música, sentindo no corpo, como forma de carinho, as cançõesque traduziam o mundo ao redor. Para Paulo Bira, músico e compositor, “amúsica envolve e o som não tem barreiras. As crianças não têm preconceitos:elas ouvem por inteiro”. Mais um motivo para apresentar essa arte aosbebês desde cedo, então.Música clássica, cinema e iogaÉ justamente o que pensa Tarsila Zagorski, 33 anos, mãe de Iara, de 2, e Joaquim,de 5 meses, e não só no tocante à música: “Iara passeia com a gentedesde os 3 meses. Shows, cinema, teatro: tudo que for interessante para nóse estimulante e confortável para ela é boa pedida. Joaquim já ia ao cinemacom 1 mês e meio”. A declaração de Tarsila reflete uma tendência: instituiçõesculturais, no Brasil e no exterior, cada vez mais dedicam parte desua programação aos bebês, promovendo ações que estimulam o convíviofamiliar e a fruição artística.Em Bolonha (Itália), a Biblioteca Salaborsa ganhou, em 2008, um espaçopara bebês, nascido da percepção da importância da literatura no desenvolvimentocognitivo. É algo que Isabel Minhós, da editora portuguesa PlanetaTangerina, vive diariamente: ela idealiza eventos que incentivam a leiturapara bebês e crianças. Neles percebe, fascinada, como livros “acendem luzesem salas do cérebro que nem sempre frequentamos”.Em terras brasileiras, é crescente o número de programações culturaisvoltadas para bebês e pais dos mais variados gostos. Em setembro de2011, o Sesc SP e o Duo Baby Arts realizaram concertos de música clássicapara os pequenos, apresentando Brahms e Debussy de maneira levee lúdica; o Festival Internacional de Cinema Infantil (Fici) já está emsua 9ª edição, levando filmes de 20 países para crianças de 10 cidadesbrasileiras. Os bebês podem até, quem diria, participar de aulas de iogaespecialmente planejadas para eles, no Gama (Grupo de Apoio à MaternidadeAtiva), em São Paulo.Em meio a tantas opções, em agosto de 2011 o Centro <strong>Cultural</strong> São Paulocolocou a arte feita para crianças pequenas em debate no programa ConversasPoéticas entre Arte e Bebês. “O saldo foi positivo: houve muitaspessoas interessadas”, conta Elenira Peixoto, atriz da Cia. Zin e organizadorado evento. “Quem acompanhou pôde tecer muitas relações da artepara a primeira infância com o mundo em que vivemos.” Não é para menos.O ponto central, sobre o qual muito se refletiu, foi: como apresentararte aos pequenos?Anna Marie Holm, arte-educadora dinamarquesa e autora dos livros Fazere Pensar Arte (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2005) e Baby-Art: OsPrimeiros Passos com a Arte (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2007),lança luz sobre a questão: “É importante que os pais lembrem que a vidaartística de suas pequenas crianças está presente em todos os momentos.Perceber isso é fundamental, além de ser lindo”.Que sorte têm os bebês desta geração, em que artistas e instituições culturaisse unem para realizar eventos que promovam o encontro com arte ecultura desde cedo. É o caso da companhia teatral Sobrevento, cujos participantesacreditam “na capacidade poética inata do ser humano e no direitoà cultura e ao convívio social em qualquer idade”.Esses bebês serão adultos mais humanizados e sem tantos preconceitos, quesempre vivenciaram arte junto de seus pais. Serão capazes de perceber, comoacena Anna Marie, que “a arte nunca começa e nunca termina, está por pertoo tempo todo. É só uma questão de se abrir e conseguir enxergá-la”.

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