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O estudo levado a<br />
cabo pela Proteste<br />
foi da autoria de<br />
Alexandre Marvão<br />
O estudo deu conta de que, em média, os pneus novos são vendi<strong>dos</strong> com 8 mm de profundidade de piso. Os usa<strong>dos</strong> rondam os 2,5 mm<br />
w Crime, disse o estudo<br />
O estudo da Proteste ganha contornos<br />
ainda mais sérios atendendo ao facto<br />
de o mercado nacional de pneus usa<strong>dos</strong><br />
continua a ganhar expressão, um pouco, se<br />
quisermos, à semelhança da própria idade<br />
da população portuguesa.<br />
Mas qual foi, afinal, o método utilizado pela<br />
investigação? Simples. Alexandre Marvão percorreu<br />
várias oficinas espalhadas pelo país<br />
e comprou 89 pneus usa<strong>dos</strong>, optando por<br />
exemplares de três medidas distintas. Destes,<br />
concluiu, 18 <strong>dos</strong> pneus apresentavam menos<br />
de 1,6 mm de profundidade de piso. Uma falha<br />
A 80 km/h, a distância<br />
de travagem pode<br />
aumentar 10 metros<br />
se o pneu tiver<br />
menos de 1,6 mm de<br />
profundidade de piso.<br />
Se um usado não tiver,<br />
pelo menos, 4,5 mm<br />
de profundidade de<br />
piso, será mais rentável<br />
comprar um novo<br />
O autor do estudo<br />
comprou sempre dois<br />
pneus iguais para<br />
instalar no mesmo<br />
eixo. Em 11 <strong>dos</strong> casos,<br />
adquiriu apenas um<br />
por não existir pneu<br />
idêntico para as<br />
dimensões procuradas<br />
grave e que, em alguns países, não passaria<br />
em claro perante a justiça. Ainda no início<br />
deste ano, o dono de uma oficina do Reino<br />
Unido foi condenado a 12 meses de prisão<br />
e ao pagamento de €28.200 (20.000 libras,<br />
no caso), por comercializar pneus que não<br />
respeitavam a profundidade mínima de piso<br />
(2 mm) exigida pela lei para que pudessem<br />
estar à venda, além de apresentar danos na<br />
sua estrutura base. Segundo a justiça inglesa,<br />
estas falhas potenciavam, consideravelmente,<br />
os riscos de acidente. E não houve contemplações.<br />
Por cá, a realidade é outra. O estudo da<br />
Proteste revelou muito mais. <strong>Pneus</strong> com remen<strong>dos</strong><br />
laterais? Foram cinco! Ao todo, 23<br />
usa<strong>dos</strong> eram ilegais.<br />
No nosso país, o autor encontrou de tudo<br />
um pouco. Apenas não encontrou uma lei que<br />
regulamentasse a comercialização <strong>dos</strong> pneus<br />
usa<strong>dos</strong>. Porque tal não existe. “Falta de todo<br />
uma regulamentação”, acusa Alexandre Marvão.<br />
“Vender pneus usa<strong>dos</strong> é legal, mas não<br />
há nenhuma lei que diga o estado mínimo<br />
em que um pneu deve estar no mercado”.<br />
Ou seja, em Portugal, está tudo nas mãos do<br />
bom senso (ou da falta dele...) do comerciante.<br />
“Estamos apenas à distância de um decreto-<br />
-lei para que as coisas mudem”, acrescenta.<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 05