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TRABALHO MAURO SANTAYANA<br />
A “multa-bomba”<br />
de R$ 7 bilhões<br />
Estamos cheios de gente com contas na Suíça solta e sem contas na<br />
Suíça atrás das grades – com a onipotente destruição <strong>do</strong> país,<br />
de milhares de empregos e bilhões em investimentos<br />
Finalmente, depois de meses de pressão desumana,<br />
gestapiana, sobre o empresário Marcelo Odebrecht, o<br />
juiz Sérgio Moro levou-o a julgamento, condenan<strong>do</strong>-o<br />
– basea<strong>do</strong> não em provas de sua participação direta,<br />
mas na suposição condicional de que um<br />
empresário que comanda uma holding com mais de 180<br />
mil funcionários e que opera em mais de 20 países tem a<br />
obrigação de saber de tu<strong>do</strong> que ocorre nas dezenas de empresas<br />
que a compõem – a 19 anos e quatro meses de prisão.<br />
Não satisfeito com a pena, e com a chantagem, que prossegue<br />
– já que o objetivo é quebrar o exemplo <strong>do</strong> réu –, um <strong>do</strong>s poucos<br />
que não se <strong>do</strong>braram à prepotência e ao arbítrio – com o aceno<br />
ao preso da possibilidade de “fazer delação premiada a qualquer<br />
momento”, o juiz Moro, na impossibilidade de provar propinas e<br />
desvios, ou a existência de superfaturamento da ordem <strong>do</strong>s bilhões<br />
de reais alardea<strong>do</strong>s aos quatro ventos desde o princípio dessa<br />
operação, pretende impor ao grupo Odebrecht uma estratosférica<br />
multa “civil” que pode chegar a R$ 7 bilhões – mais de 12 vezes o<br />
lucro da empresa em 2014 – que, pela sua magnitude, se cobrada<br />
for, deverá levá-lo à falência, ou à paralisação destrutiva, leia-se sucateamento,<br />
de dezenas de obras e de projetos, a maior parte deles<br />
essenciais, estratégicos, para o futuro <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> nos próximos anos.<br />
Com a imposição dessa multa, absolutamente desproporcional,<br />
da ordem de 30 vezes as quantias que a sentença afirma terem<br />
si<strong>do</strong> pagas em propina pela Odebrecht, por meio de subsidiárias<br />
situadas no exterior, a corruptos da Petrobras que já estão, para<strong>do</strong>xalmente,<br />
soltos, o juiz Sérgio Moro – e seus colegas <strong>do</strong> Ministério<br />
Público de uma operação que deveria se chamar “Destrói<br />
a Jato” – prova que não lhe importam, em nefasto efeito cascata,<br />
nem as dezenas de milhares de empregos que ainda serão elimina<strong>do</strong>s<br />
pelo grupo Odebrecht, no <strong>Brasil</strong> e no exterior, nem a quebra<br />
de milhares de acionistas e fornece<strong>do</strong>res <strong>do</strong> grupo, nem a<br />
paralisação das obras com que a empresa se encontra envolvida<br />
neste momento, nem o futuro, por exemplo, de projetos de extrema<br />
importância para a defesa nacional, como os submarinos<br />
convencionais e o submarino nuclear brasileiro que estão sen<strong>do</strong><br />
fabrica<strong>do</strong>s pela Odebrecht em parceria com a DCNS francesa, ou<br />
o míssil ar-ar A-Darter, que está sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> por sua controlada<br />
Mectron, em conjunto com a Denel sul-africana, além de<br />
MARINHA DO BRASIL SAAB GROUP<br />
16 ABRIL 2016 REVISTA DO BRASIL