ATITUDE Orgulho de Dalva JAILTON GARCIA/RBA Depois de um dia cheio de trabalho, a empregada <strong>do</strong>méstica Dalvina Borges Ramos, mais conhecida como <strong>do</strong>na Dalva, chega em casa, senta na sala e fica observan<strong>do</strong> seu jardim através da parede de vidro. Aos 74 anos, ela esbanja sorrisos a cada elogio que ouve sobre sua casa nova, para a qual mu<strong>do</strong>u há quase um ano, em maio de 2015. Ela mora há mais de 30 anos no mesmo terreno, na Vila Matilde, zona leste de São Paulo, e nunca imaginou que as economias que guar<strong>do</strong>u durante toda a vida seriam suficientes para pagar uma casa tão bonita e ainda por cima vence<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> prêmio internacional de arquitetura ArchDaily Building, que elege os 14 melhores projetos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. “Eu nem acredito nisso que está acontecen<strong>do</strong>, sabe? Morar nessa casa é uma felicidade muito grande, é muito gratificante, muito bom. A casa antiga foi demolida, era velha, com rachadura. Um dia eu cheguei <strong>do</strong> trabalho, fui tomar banho e escutei um estouro. Quan<strong>do</strong> eu abri a porta <strong>do</strong> quarto, foi aquele cenário: o teto tinha desaba<strong>do</strong> em cima da minha cama! Não tinha mais condições. A gente começou <strong>do</strong> zero”, relembra. Segun<strong>do</strong> o escritório responsável pelo projeto de baixo custo, o maior desafio foi a fase inicial da obra. “Foram quatro meses demolin<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente a casa antiga, ao mesmo tempo em que se executavam as fundações e arrimos que escoravam as casas vizinhas, apoiadas em seus muros de divisa”. Com estrutura e blocos aparentes, a nova morada de <strong>do</strong>na Dalva tem chama<strong>do</strong> a atenção: “Eu nunca tinha visto uma casa assim. Os vizinhos também acham diferente”, afirma a empregada <strong>do</strong>méstica nascida no distrito de Itaquaraí, na cidade de Bruma<strong>do</strong>, interior da Bahia. O prêmio deixou Dalva orgulhosa, mas felicidade mesmo é poder cuidar de seu novo jardim. “Foi o que eu mais gostei. Na casa antiga, não tinha nenhuma terrinha. Agora eu tenho as minhas plantas, um grama<strong>do</strong>, uma árvore de pitanga. Quan<strong>do</strong> eu chego <strong>do</strong> trabalho, fico sentada na sala ven<strong>do</strong> as plantas. A casa é toda iluminada, é toda de vidro. Eu não preciso nem abrir pra ver as plantas. A chuva cain<strong>do</strong> deixa tu<strong>do</strong> ainda mais bonito...” Por Xandra Stefanel 50 ABRIL 2016 REVISTA DO BRASIL
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