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Revista do Brasil #116

revista de política, economia, cultura e ambiente

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Reitor e índio<br />

O <strong>do</strong>utor em Agronomia Jefferson Fernandes <strong>do</strong><br />

Nascimento, 51 anos, tornou-se em 12 de março o<br />

primeiro reitor indígena <strong>do</strong> país. Eleito em novembro, ele<br />

assumiu a reitoria da Universidade Federal de Roraima<br />

(UFRR), instituição criada em 1989 e que nunca teve<br />

em sua direção um representante <strong>do</strong> próprio esta<strong>do</strong>.<br />

Nascimento é da etnia Macuxi, a maior de Roraima.<br />

“Somos dividi<strong>do</strong>s em várias comunidades, com localização<br />

diversa no esta<strong>do</strong> em regiões de fronteira”, conta. “Sempre<br />

que posso participo, com minha família, das atividades<br />

culturais, além de acompanhar desafios da região em várias<br />

esferas: política, social, econômica. Valorizo<br />

minhas raízes.”<br />

Ele lembra que a UFRR é a primeira instituição federal<br />

de ensino superior a implementar cursos específicos de<br />

graduação para formação de indígenas. “Nosso objetivo<br />

é desenvolver e articular com professores, comunidades<br />

e organizações de Roraima e com a sociedade em geral a<br />

formação profissional <strong>do</strong>s indígenas da região, de mo<strong>do</strong><br />

específico, diferencia<strong>do</strong> e intercultural. Temos visto a<br />

melhoria na qualidade deste estudante que sai da UFRR<br />

e amplia espaços sociais e políticos na sociedade e a<br />

contribuição para suas comunidades.”<br />

bit.ly/rba_reitor<br />

Eleito em novembro, Jefferson Fernandes <strong>do</strong> Nascimento<br />

é da etnia Macuxi, a maior de Roraima<br />

UFRR<br />

Muitos interesses em<br />

torno <strong>do</strong> fornecimento<br />

da água potável<br />

Não é bem assim<br />

As chuvas <strong>do</strong>s primeiros meses de 2016 trouxeram<br />

alívio à população de São Paulo, mas o problema está<br />

longe de terminar, em que pese declaração feita pelo<br />

governa<strong>do</strong>r Geral<strong>do</strong> Alckmin (PSDB), para quem a<br />

crise está superada. “(A afirmação) mostra uma visão<br />

equivocada sobre segurança hídrica, induz o aumento<br />

<strong>do</strong> consumo e, consequentemente, diminui a já frágil<br />

resiliência da Grande São Paulo para enfrentar novas<br />

crises. Inclusive porque a situação atual é melhor <strong>do</strong><br />

que na mesma data em 2014 e 2015, mas ainda muito<br />

pior <strong>do</strong> que era entre 2010 e 2013, perío<strong>do</strong> anterior<br />

à crise”, diz a Aliança pela Água, que reúne 48<br />

organizações. Para a Aliança, as chuvas contribuíram<br />

para a recuperação <strong>do</strong> nível <strong>do</strong>s reservatórios, “mas<br />

ainda estamos distantes de atingir um nível seguro”.<br />

bit.ly/rba_agua1<br />

O Dia Mundial da Água, celebra<strong>do</strong> em 22 de março,<br />

foi motivo para reflexão sobre como os interesses<br />

financeiros pre<strong>do</strong>minam sobre questões sociais e<br />

ambientais. Os rios de São Paulo são exemplo disso.<br />

“Temos de ter uma cultura de apropriação <strong>do</strong>s rios.<br />

É preciso considerar que os rios são nossos amigos, e<br />

não depósitos de lixo. Isso tem de mudar. O rio não é<br />

sujo, sujos somos nós, que poluímos os rios”, afirma<br />

o pesquisa<strong>do</strong>r e ecologista Ricar<strong>do</strong> Raele, autor <strong>do</strong><br />

livro Análise Ambiental: Sustentabilidade, Cenários e<br />

Estratégia, lança<strong>do</strong> em 2015.<br />

Para ele, os rios são termômetros de nosso estágio<br />

civilizatório. Ele destaca ganhos sociais, econômicos,<br />

políticos, culturais e estratégicos com um processo<br />

de despoluição. “Mas <strong>do</strong> ponto de vista social, os<br />

ganhos são os mais importantes. Com esses rios<br />

limpos, nós poderíamos ter um parque linear<br />

gigantesco. A cidade seria cortada pelos rios e pelo<br />

parque, com árvores, atrain<strong>do</strong> pássaros, por exemplo,<br />

e equipamentos culturais também poderiam atrair<br />

as pessoas, como um museu de história natural, com<br />

da<strong>do</strong>s da fauna e flora construída nesses rios, e que já<br />

existia antes da poluição.” bit.ly/rba_agua2<br />

MARCOS SANTOS/USP IMAGENS<br />

REVISTA DO BRASIL ABRIL 2016 7

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