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L+D 61

Edição: novembro/dezembro de 2016

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LEBLON OFFICES, RIO DE JANEIRO<br />

E MAIS: LA GRANDE PASSERELLE (FRANÇA),<br />

SIAM DISCOVERY – THE EXPLORATORIUM (TAILÂNDIA), EILD 2016 (BRASIL)<br />

1


2 3


4 5


SUMÁRIO<br />

novembro/dezembro 2016<br />

edição <strong>61</strong><br />

42<br />

70<br />

10<br />

AGENDA 2016<br />

12<br />

¿QUÉ PASA?<br />

42<br />

LEBLON OFFICES<br />

Branco tropical<br />

52<br />

LA GRANDE PASSERELLE<br />

Gestos em luz<br />

58<br />

SIAM DISCOVERY – THE EXPLORATORIUM<br />

Laboratório de descobertas<br />

52<br />

58<br />

62<br />

66<br />

EZ TOWERS<br />

Linhas de força<br />

EILD 2016<br />

Imersão sensorial: Em busca do processo criativo<br />

70<br />

EILD 2016 PANORAMA<br />

80<br />

PRODUTOS<br />

6 7<br />

66 40


Romulo Fialdini<br />

Thiago Gaya<br />

publisher<br />

LEBLON OFFICES<br />

Iluminação: LD Studio<br />

Foto: Andrés Otero<br />

Orlando Marques<br />

editor-chefe<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

NOSTAGIA SENSORIAL<br />

EDITOR-CHEFE<br />

Orlando Marques<br />

DIRETORA DE ARTE<br />

Thais Moro<br />

Para mim, um dos momentos mais marcantes do EILD – Encontro Ibero-americano<br />

de Lighting Design 2016 – foi a atividade Ouro Preto sensorial, promovida pelo grupo<br />

Sentidos Urbanos. As paredes em que toquei e a ladeira em que subi vão ficar para<br />

sempre na minha memória sensorial. Além disso, o exercício me fez lembrar as aulas<br />

que tive na disciplina Mensagem, durante o curso de Arquitetura e Urbanismo. Uma<br />

lembrança boa de um momento da vida em que tudo era possível.<br />

Graças à parceria entre a <strong>L+D</strong> e o EILD e à preciosa colaboração de Gilberto Franco,<br />

preparamos o texto “EILD 2016 – Imersão sensorial: Em busca do processo criativo”,<br />

que relata um pouco do que aconteceu nas ladeiras de Ouro Preto. Resumidamente,<br />

apresentamos, ainda, todos os 30 projetos exibidos na mostra Panorama, outro destaque<br />

do EILD deste ano.<br />

Quanto aos demais projetos desta edição, destacamos o edifício Leblon Offices,<br />

assinado pelos arquitetos do escritório nova-iorquino Richard Meier & Partners<br />

Architects; com iluminação do escritório carioca LD Studio. Segundo o escritório<br />

americano, “o edifício é tão bom quanto sua iluminação”, também se referindo à<br />

impecável colaboração entre as duas disciplinas. Outro projeto simbiótico é a midiateca<br />

La Grande Passerelle, localizada na cidade de Saint-Malo, França, com projeto de<br />

arquitetura do escritório AS.Architecture-Studio e projeto de iluminação da 8’18”<br />

Lumière. Já o shopping center Siam Discovery, em Bangcoc, Tailândia, que se autodefine<br />

como um laboratório de consumo contemporâneo, teve projeto de arquitetura do<br />

escritório japonês nendo, que também assina o projeto de iluminação, em parceria com<br />

a Siam Piwat Co.<br />

Nesta edição, as páginas destinadas ao escritório parceiro são dedicadas à instalação<br />

Los Atardeceres Perfectos, projeto da designer chilena Paulina Villalobos e da artista<br />

Macarena Ruiz-Tagle, sensivelmente coeditado pela arquiteta e lighting designer, além<br />

de presidente da AsBAI, Paula Carnelós, que, a partir de agora, passa a dirigir o escritório<br />

Acenda, sem a presença direta de sua fundadora, a arquiteta Luciana Costantin.<br />

Na seção ¿Qué Pasa?, destacamos o lançamento do livro Sintonia fina, da arquiteta<br />

Claudia Moreira Salles, com prefácio de Adélia Borges e fotos de Andrés Otero; a<br />

abertura do Estúdio Brasil Ingo Maurer; o trabalho The Flow Project, do artista australiano<br />

James Tapscott, e muito mais.<br />

Com o final do ano se aproximando, gostaríamos de mais uma vez agradecer o<br />

suporte e a dedicação de todos os nossos colaboradores, patrocinadores e amigos.<br />

REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />

Débora Torii, Fernanda Carvalho, Gilberto Franco, Orlando<br />

Marques, Paula Carnelós, Thiago Gaya e Valentina Figuerola<br />

IMPRESSA POR<br />

REVISÃO<br />

Débora Tamayose<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

Richard Schiavo<br />

Telma Luna<br />

CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICIDADE<br />

Lucimara Ricardi | diretora<br />

Avany Ferreira | contato publicitário<br />

Paula Ribeiro | contato publicitário<br />

Suely Mascaretti | contato publicitário<br />

PARA ANUNCIAR<br />

comercial@editoralumiere.com.br<br />

T 11 2827.0660<br />

PARA ASSINAR<br />

assinaturas@editoralumiere.com.br<br />

T 11 2827.0690<br />

TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />

Um ótimo final de ano e boa leitura!<br />

PUBLICADA POR<br />

Orlando Marques<br />

Editor-chefe<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030, São Paulo SP, T 11 2827.0660<br />

A arquiteta Paula Carnelós,<br />

do escritório parceiro Acenda,<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

é nossa coeditora convidada<br />

para a página dupla do<br />

8<br />

¿Qué Pasa? desta edição.<br />

9<br />

Demian Golovaty


AGENDA 2016<br />

Euroluce: Carola Merello<br />

Lightfair 2015<br />

Mesmo com o fim do ano se aproximando, os eventos<br />

voltados ao mundo da iluminação ainda não terminaram.<br />

No mês de dezembro, quem tiver oportunidade de visitar<br />

a capital holandesa poderá participar do Amsterdam Light<br />

Festival, que oferece uma rota para pedestres – Illuminade, em<br />

cartaz de 15 de dezembro a 8 de janeiro – e um percurso de<br />

barco – Water Colors, aberto de 1o de dezembro a 22 de janeiro.<br />

O primeiro semestre de 2017 receberá ainda duas das mais<br />

tradicionais feiras voltadas ao setor de iluminação: a norteamericana<br />

Lightfair International 2017, a ser realizada na cidade<br />

de Filadélfia entre os dias 7 e 11 de maio ; e a 28a edição da<br />

bienal Euroluce, como parte do Salone del Mobile em Milão,<br />

Itália, de 4 a 9 de abril.<br />

Se o ano de 2016 já foi movimentado, 2017 promete<br />

ainda mais acontecimentos para os amantes da iluminação.<br />

Programe-se!<br />

Amsterdam Light Festival<br />

Amsterdam, Países Baixos<br />

1º de dezembro de 2016 a 22 de janeiro de 2017<br />

www.amsterdamlightfestival.com/en<br />

Euroluce<br />

Milão, Itália<br />

4 a 9 de abril de 2017<br />

www.salonemilano.it/en<br />

Lightfair International 2017<br />

Filadélfia, Estados Unidos<br />

7 a 11 de maio de 2017<br />

www.lightfair.com<br />

10 11


Imagens: Fernanda Ligabue e Rafael Frazão<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ARQUITETURA QUE DANÇA<br />

Fruto de mais de dez anos de pesquisa a respeito das<br />

arquiteturas híbridas e de inúmeros testes e projetos<br />

utilizando sensores e tecnologias alternativas, a nova<br />

instalação rea lizada pelo Estúdio Guto Requena propõe uma<br />

verdadeira transformação na percepção do espaço.<br />

Construído para uma marca de cerveja no Parque<br />

Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, em razão dos Jogos<br />

Olímpicos 2016, O Pavilhão Dançante é um espaço voltado à<br />

música, a festas e a shows, cuja arquitetura pode ser definida<br />

como uma experiência cinética e interativa. A instalação<br />

consiste em diversos sensores, espalhados em seu interior,<br />

que captam a movimentação das pessoas na pista de dança;<br />

os movimentos, por sua vez, são traduzidos pelo giro de<br />

500 espelhos circulares instalados na fachada, que reagem<br />

também ao ritmo da música, graças ao uso de softwares<br />

desenvolvidos especialmente para o projeto.<br />

O giro dos espelhos, que abrem e fecham os orifícios<br />

na fachada, gera os mais distintos efeitos ópticos, seja sob<br />

a luz do sol, seja com iluminação artificial, resultando em<br />

interessantes grafismos de luz, sombra e brilho em seu<br />

entorno e na sensação de estar dançando dentro do globo<br />

de espelhos de uma discoteca. (D.T.)<br />

12 13


1 2 3<br />

David Aloi<br />

Hugo Chinaglia<br />

Cacá Bratke<br />

Reinaldo Cóser<br />

Reinaldo Cóser<br />

1 – Luminária do-it (1º lugar)<br />

2 – Luminária Um (1º lugar)<br />

3 – Abajur Olivia (2º lugar)<br />

4 – Linha Polar (3º lugar)<br />

4 5<br />

5 – Luminária Obturador (1º lugar - protótipo)<br />

¿QUÉ PASA?<br />

30º PRÊMIO DESIGN MCB<br />

Foram anunciados os vencedores da 30ª edição do Prêmio<br />

Design do Museu da Casa Brasileira. A mais importante<br />

premiação brasileira de design, que nesta edição conta com<br />

o apoio da <strong>L+D</strong>, acontece anualmente desde 1986, como<br />

instrumento de reconhecimento e fomento ao design nacional.<br />

Dentre as sete divisões do prêmio, destacamos os vencedores<br />

da categoria Produtos – Iluminação: empatados em primeiro<br />

lugar, ficaram as luminárias Um, de Guilherme Wentz, e Do It, de<br />

Fernando Prado, ambas produzidas pela Lumini. A linha Olivia,<br />

de Ricardo Heder para a Reka Iluminação, conquistou o segundo<br />

lugar. O terceiro lugar foi conferido à linha Polar. Aura, criada<br />

por David Aloi e equipe de design da Interlight Iluminação. Na<br />

modalidade protótipo, venceu a luminária Obturador, de Antonio<br />

Vespoli e Hugo Chinaglia dos Santos, da Madeira Design.<br />

A cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá no dia 24<br />

de novembro e marca a abertura da exposição dedicada aos<br />

trabalhos finalistas e vencedores, que fica aberta à visitação até<br />

o dia 29 de janeiro de 2017.<br />

O MCB promoverá ainda, no dia 26 de novembro, um<br />

encontro de jurados e premiados com o público interessado<br />

em conhecer a forma de avaliação do júri e também o processo<br />

produtivo dos trabalhos vencedores. O encontro é aberto ao<br />

público e realizado na exposição 30º Prêmio Design.<br />

30º Prêmio Design MCB<br />

Local: Museu da Casa Brasileira (SP)<br />

Cerimônia de premiação: 24 de novembro, às 19h30<br />

Encontro com o júri e os premiados: 26 de novembro, às 11h<br />

Exposição dos trabalhos vencedores e finalistas: até 29 de janeiro de 2017<br />

14 15


EFLA Consulting Engineers<br />

Andrés Otero<br />

¿QUÉ PASA?<br />

DARC AWARDS ARCHITECTURAL 2016<br />

No dia 15 de setembro, foram anunciados os vencedores<br />

da edição de 2016 dos Darc Awards – Architectural, única<br />

premiação de iluminação do mundo em que os próprios<br />

lighting designers escolhem os vencedores por meio de<br />

voto direto. Organizada pelas revistas mondo* arc e darc,<br />

com colaboração da equipe do Light Collective, a edição<br />

deste ano recebeu mais de 400 inscrições de 40 países<br />

diferentes, entre projetos e produtos, que concorreram em<br />

12 categorias distintas.<br />

O projeto de iluminação para a Galeria Casa Triângulo –<br />

capa da edição 58 da <strong>L+D</strong> – de autoria da lighting designer<br />

Fernanda Carvalho, titular do Design da Luz Estúdio,<br />

conquistou o segundo lugar na categoria “Structure:<br />

Best Exterior Lighting Scheme – low budget”, categoria<br />

cujo vencedor foi o projeto luminotécnico para a ponte<br />

Spillepengen, na Suécia, do lighting designer Johan Moritz.<br />

Já na opção “high bugdet”, o grande vencedor foi o lighting<br />

designer Rafael Gallego, palestrante do 7º LEDforum, com o<br />

projeto de iluminação para o posto de combustíveis Cepsa<br />

Flagship Station, na Espanha.<br />

Os prêmios da categoria “Best Interior Lighting Scheme”,<br />

nas opções “low” e “high budget”, foram concedidos,<br />

respectivamente, ao projeto para a loja Bolon Eyewear –<br />

também publicado na edição 58 da <strong>L+D</strong> –, do escritório<br />

alemão pfarré lighting design; e ao projeto para The Broad<br />

Museum, da sede inglesa do multinacional Arup.<br />

Outros três palestrantes da edição deste ano do LEDforum<br />

tiveram seus projetos contemplados na premiação: os artistas<br />

Aleksandra Stratimirovic e Athanassios Danilof conquistaram o<br />

segundo lugar na categoria “Best Light Art Scheme – low budget”,<br />

pelo projeto da instalação Color Wheels; e a peruana Claudia Paz<br />

foi agraciada com a terceira colocação na mesma categoria, na<br />

opção “high budget”, pela instalação interativa Pixel Flow.<br />

O grande vencedor da noite, na categoria “Best of the<br />

Best”, foi o projeto Into the Glacier, também vencedor na<br />

categoria “Best Landscape Lighting Scheme – low budget”. A<br />

iluminação da caverna de gelo turística, situada em um túnel<br />

dentro de uma geleira islandesa, é assinada pelo lighting<br />

designer Agust Gunnlaugsson, do escritório EFLA Consulting<br />

Engineers, da Islândia. (D.T.)<br />

16 17


Andrés Otero<br />

¿QUÉ PASA?<br />

SINTONIA FINÍSSIMA<br />

Sintonia fina<br />

Edição bilíngue<br />

Editora BEĨ<br />

192 páginas<br />

Apesar da tiragem limitada, a coleção de luminárias<br />

Sintonia Fina, da designer Claudia Moreira Salles, com produção<br />

da Lumini, foi eternizada por meio do livro homônimo recémlançado.<br />

Na obra é demonstrado, com detalhes, todo o processo<br />

de fabricação das peças, desde o trabalho com a madeira de<br />

demolição bruta até o delicado processo de montagem das<br />

luminárias e os variados resultados finais que compõem a<br />

coleção, cujo protagonista é o nióbio, um metal raro.<br />

Todas as imagens do livro são de autoria do brasileiro<br />

Andrés Otero, em mais um primoroso trabalho fotográfico<br />

valorizado pela impressão impecável e pelo sensível projeto<br />

gráfico de Raul Loureiro.<br />

O prefácio de Adélia Borges conta a trajetória de Claudia<br />

Moreira Salles contextualizando a coleção em sua vasta<br />

produção. O livro traz ainda uma entrevista que a designer<br />

concedeu à crítica norte-americana Karen Stein. (D.T.)<br />

18 19


Andrés Otero<br />

Juan Guerra<br />

Juan Guerra<br />

¿QUÉ PASA?<br />

FAS ILUMINAÇÃO + ESTÚDIO BRASIL<br />

INGO MAURER<br />

Fruto da parceria de longa data entre a FAS Iluminação<br />

– referência na representação de grandes marcas do<br />

design internacional de iluminação – e o designer alemão<br />

Ingo Maurer, foi inaugurado no dia 22 de setembro o novo<br />

showroom FAS Iluminação + Estúdio Brasil Ingo Maurer, que<br />

abrigará toda a coleção de luminárias do renomado designer,<br />

além de produtos das marcas alemãs Next, serien.lighting e<br />

ClassiCon e da italiana Oty Light.<br />

Único showroom oficial do designer a exibir seu acervo<br />

completo fora de Munique, Alemanha – de onde comanda<br />

também seu escritório de criação –, o novo espaço foi<br />

inteiramente desenhado por Ingo, em parceria com o escritório<br />

brasileiro Rizoma Arquitetura e com o designer de interiores<br />

Ari Lyra.<br />

O edifício de fachada branca, localizado em São Paulo,<br />

na conhecida Alameda Gabriel Monteiro da Silva, possui um<br />

túnel cenográfico logo na entrada que conduz os visitantes a<br />

um espaçoso hall com pé-direito duplo, no qual serão expostas<br />

algumas das peças de grande porte criadas pelo designer.<br />

No showroom poderão ser contemplados verdadeiros<br />

clássicos da vasta lista de criações de Maurer, desde a sua<br />

primeira luminária, Bulb, até coleções como a divertida<br />

Lucellino, todas trazendo sua assinatura, que pode ser traduzida<br />

em verdadeira simbiose entre formas escultóricas e eficiência<br />

luminosa. O toque especial fica por conta de algumas peças<br />

que foram produzidas com exclusividade para a inauguração<br />

do espaço, dentre elas a versão brasileira do famoso pendente<br />

Porca Miseria!, desenvolvida pelo designer como expressão do<br />

seu amor pelo Brasil.<br />

O evento de inauguração contou com a presença de<br />

Maurer, e a <strong>L+D</strong> teve a oportunidade de fazer uma breve<br />

entrevista com designer.<br />

<strong>L+D</strong>: Por que luz?<br />

IM: A luz é um “material imaterial” que pode conter uma<br />

expressividade enorme, desde reconfortante até destruidora.<br />

<strong>L+D</strong>: O que o inspira na vida?<br />

IM: Interações com seres humanos. Um piscar de olhos,<br />

por exemplo.<br />

<strong>L+D</strong>: Qual é a luz do Brasil?<br />

IM: Prefiro a luz natural, especialmente em uma floresta<br />

durante a primavera. Uma vez estive em uma zona rural no Brasil<br />

e lá vivenciei uma bela condição de luz natural. (D.T.)<br />

20 21


Lee Broom<br />

Arthur Woodcroft<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ILUSÃO DE ÓPTICA<br />

Um dos principais designers de produtos e de interiores<br />

do Reino Unido, Lee Broom já lançou, desde 2007, dezenas<br />

de itens de mobiliário e de iluminação – sob sua marca<br />

própria e em colaboração com outras –, além de inúmeros<br />

projetos de interiores para lojas, restaurantes e bares.<br />

Todos os anos, como parte do London Design Festival,<br />

a marca transforma seu showroom para a apresentação de<br />

seus novos produtos. Para a edição deste ano, Lee Broom<br />

preparou a ousada Opticality, uma “exibição pós-moderna<br />

de ilusão de óptica”, como define o designer.<br />

Aberta para visitação durante o festival, a mostra<br />

celebrou o lançamento comercial da coleção Optical, cujo<br />

pré-lançamento ocorreu durante o Salone del Mobile<br />

de Milão. A coleção, inspirada nos padrões gráficos<br />

monocromáticos da Op Art (arte óptica), popular nos anos<br />

1960, é estampada com um padrão linear que se apresenta<br />

de diferentes maneiras, de acordo com o ponto de vista do<br />

observador.<br />

Seguindo o mesmo conceito, Opticality ofereceu uma<br />

experiência imersiva de ilusão de óptica aos visitantes:<br />

paredes inteiras revestidas com espelhos e piso com<br />

estampa monocromática deram um tom surrealista ao<br />

espaço, no qual os visitantes se tornaram parte da instalação<br />

enquanto descobriam as peças da coleção Optical. (D.T.)<br />

22 23


Imagens: Eisenmann<br />

¿QUÉ PASA?<br />

INSPEÇÕES FUTURISTAS<br />

A alemã Eisenmann, líder global no desenvolvimento e no<br />

fornecimento de sistemas, serviços e soluções industriais, foi<br />

uma das premiadas na edição deste ano do prestigioso Red<br />

Dot Award: Product Design. Pioneira na criação de métodos<br />

de produção inovadores, com destaque para os sistemas de<br />

pintura para a indústria automotiva, a empresa foi agraciada<br />

na categoria “Indústria, maquinário e robótica” pelo design<br />

de VarioInspect.<br />

Tendo em vista o rigoroso controle de qualidade a que<br />

estão sujeitos os produtos da indústria automotiva, o<br />

projeto foi desenvolvido com a intenção de possibilitar um<br />

aprimoramento na efetividade das inspeções de qualidade<br />

em oficinas de pintura.<br />

Lançado em 2015, VarioInspect é um túnel de LEDs<br />

brancos, cujas temperaturas de cor e intensidades podem ser<br />

ajustadas, permitindo a adaptação a requisitos específicos,<br />

como uma determinada cor de tinta ou o nível de brilho<br />

da superfície pintada. Além da iluminação, o túnel cria um<br />

ambiente de trabalho ergonômico e agradável, no qual ecos<br />

e níveis de ruído são reduzidos, favorecendo a concentração<br />

no trabalho.<br />

Premiado não apenas por seu design inovador, mas<br />

também graças a sua funcionalidade e sua qualidade<br />

ecológica, o protótipo ficou exposto no Red Dot Design<br />

Museum em Essen, Alemanha, durante o último mês de<br />

julho, assim como os demais vencedores do prêmio. (D.T.)<br />

24 25


Imagens: teamLab<br />

¿QUÉ PASA?<br />

IMENSIDÃO<br />

INTERATIVA<br />

Organizado anualmente pela Fuji Television em Tóquio, no Japão,<br />

o grandioso festival de verão “Odaiba Minna no YUME-TAIRIKU<br />

~A World of Wonders~” contou, neste ano, com uma das maiores<br />

exibições de arte digital já realizadas no mundo. Em cartaz entre os<br />

meses de julho e agosto, a DMM.Planets Art by teamLab pode ser<br />

descrita como um verdadeiro labirinto, com cerca de 3.000 metros<br />

quadrados, no qual os visitantes tiveram a oportunidade de vivenciar<br />

experiências únicas de maneira livre e intuitiva.<br />

A interatividade é uma das características mais marcantes<br />

do trabalho, presente nas três instalações que preencheram o<br />

espaço. Em Wander through the Crystal Universe, o visitante circula<br />

em meio a inúmeros pontos de LEDs, que, instalados de maneira<br />

tridimensional, remetem a um espaço infinito e universal. A<br />

entrada e a movimentação de cada indivíduo no ambiente afetam<br />

o comportamento de todas as luzes, que também podem sofrer<br />

intervenções por meio de smartphones, em uma brincadeira que<br />

coloca o observador como o centro desse universo luminoso.<br />

Já na instalação Floating in the Falling Universe of Flowers, o universo<br />

é das flores, cujo ciclo de vida, desde a floração até a perda do vigor,<br />

foi representado, de maneira contínua, por meio de projeções de<br />

uma “chuva” de mais de 10 milhões de flores na superfície de um<br />

domo de 21 metros de diâmetro e mais de 10 metros de altura. Os<br />

smartphones mais uma vez permitiram aos visitantes intervir na<br />

obra, por meio da seleção e da libertação de borboletas em meio às<br />

flores, o que determinou que as imagens não fossem pré-gravadas,<br />

mas sim renderizadas em tempo real, fazendo com que as cenas,<br />

apesar de contínuas, nunca se repetissem.<br />

A mais inovadora das instalações, porém, foi Drawing on the<br />

Water Surface Created by the Dance of Koi and People Infinity, que<br />

consistiu na projeção de carpas (Koi) sobre a superfície da água de<br />

um tanque em que os visitantes podiam entrar. O movimento dos<br />

peixes, cuja trajetória criava linhas coloridas na superfície da água, era<br />

diretamente influenciado pela presença das pessoas, que, ao tocálos,<br />

observavam sua transformação em flores, em mais uma obra<br />

que contou com renderização em tempo real.<br />

A atmosfera única de cada instalação foi complementada<br />

por sons e aromas específicos, tornando a experiência ainda mais<br />

imersiva e mágica. (D.T.)<br />

26 27


Imagens: iGuzzini<br />

¿QUÉ PASA?<br />

POLINIZAÇÃO LUMINOSA<br />

“A celebração do poder da luz e sua intensa relação com a<br />

comunicação”. Essa é a mensagem por trás de Light Pollination,<br />

obra de arte digital comissionada pela iGuzzini e apresentada<br />

durante o London Design Festival, no mês de setembro deste ano.<br />

Criação do estúdio londrino de artes digitais Universal<br />

AssemblyUnit, a obra é composta de cerca de 20 mil LEDs<br />

pontuais, cuja luz é trazida à superfície por meio de fibras ópticas.<br />

Além de funcionar como um veículo para a iluminação, a presença<br />

desse material remete à sua propriedade de comunicação de alta<br />

velocidade, aludindo a novas formas e possibilidades de interação<br />

com a luz artificial.<br />

Em meio às fibras ópticas foram dispostos diversos “pontos<br />

de polinização”, que, quando iluminados por fontes externas,<br />

respondem por meio de pulsos de luz. Essa resposta cresce<br />

progressivamente por toda a superfície da obra, criando um<br />

“efeito de polinização” que remete às luzes encontradas na<br />

natureza, como a bioluminescência produzida pelos vagalumes.<br />

Muito além da interação entre os visitantes e a obra, os<br />

artistas procuraram estimular a interação entre as pessoas, que,<br />

ao se unirem pela “polinização” da superfície da obra, contribuíram<br />

para ressaltar a importância da comunicação por meio da luz e<br />

seu possível e consequente aspecto agregador. (D.T.)<br />

28 29


30 31


Imagens: James Tapscott<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LUZ, ÁGUA, TEMPO E MOVIMENTO<br />

Ao observar uma fotografia de um estacionamento coberto<br />

pela neve, o artista australiano James Tapscott notou que as<br />

marcas deixadas pelos pneus dos carros contavam uma história<br />

congelada no tempo. Dessa observação surgiu a inspiração para<br />

The Flow Project, projeto fotográfico dedicado à luz, à água, ao<br />

tempo e ao movimento.<br />

Iniciado no ano de 2012 e produzido durante um período<br />

de mais de dois anos, o projeto consiste na captura de imagens<br />

de inúmeras esferas plásticas flutuantes – contendo LEDs<br />

alimentados por energia solar –, lançadas sobre variados<br />

cursos de água. Utilizando como recurso a fotografia em longa<br />

exposição, o artista pôde capturar e mapear a corrente das águas<br />

por meio do rastro deixado pelo movimento das luminárias,<br />

reconstruindo e traduzindo, assim, toda a sua narrativa, em uma<br />

única imagem.<br />

“Há uma sinergia particular entre luz e água que sempre<br />

me interessou e se tornou um elemento central em meu<br />

trabalho. Ambas se comportam de maneira similar e<br />

coexistem em harmonia. Ambas buscam preencher seus<br />

‘recipientes’. Essa sinergia representa o ponto de partida para<br />

cada capítulo deste projeto”, relata Tapscott, fundador, diretor<br />

e curador da Globelight Inc., organização sem fins lucrativos<br />

que busca unir a comunidade de artistas e designers que<br />

trabalham com a luz. (D.T.)<br />

32 33


Imagens: Alexandr Sinitsa<br />

¿QUÉ PASA?<br />

SOBRE LUZES<br />

E BALEIAS<br />

Concebida em 2014 para integrar o acervo de Brusov,<br />

uma antiga embarcação austríaca transformada em galeria<br />

de arte, hoje ancorada em um rio de Moscou, na Rússia,<br />

a instalação interativa MyWhale buscava proporcionar aos<br />

visitantes a sensação de estar navegando serenamente ao<br />

som do canto de baleias.<br />

Originalmente composta de 1.400 ladrilhos hexagonais<br />

instalados no teto do hall central do navio, sobre os quais<br />

um jogo de cores e estampas era gerado por quatro<br />

projetores, a instalação ganhou uma nova versão, intitulada<br />

MyWhale (inner revision), projetada especialmente para<br />

a mostra 9 Lights in 9 Rooms, exibida no D Museum em<br />

Seul, Coreia do Sul.<br />

A nova edição conta com aproximadamente 600 hexágonos<br />

cortados a laser, dessa vez recobrindo teto e paredes, em um<br />

espaço que parece amplificado pelo piso espelhado. Por meio<br />

de projeções mapeadas, luzes pulsantes preenchem a superfície<br />

dos hexágonos, remetendo ao movimento das águas do mar.<br />

Completando a atmosfera, a trilha sonora revisita a sensação<br />

oferecida pela experiência original no navio, lembrando o canto<br />

de baleias. O resultado final pode ser apreciado também em vídeo<br />

no site: vimeo.com/177685943.<br />

Responsável pela criação, o coletivo artístico russo<br />

TUNDRA dedica-se ao desenvolvimento de espaços,<br />

experiências e performances em que som, imagem e emoção<br />

são os elementos principais. (D.T.)<br />

34 35


Imagens: Studio Roosegaarde<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ALÉM DAS NUVENS<br />

O artista holandês Daan Roosegaarde é bastante<br />

conhecido por obras que esbanjam inovação, beleza e<br />

interação. Baseada na constante busca pelo aperfeiçoamento<br />

das relações entre o homem, a tecnologia e o espaço, a<br />

equipe do Studio Roosegaarde inaugurou, no final de agosto,<br />

a instalação permanente Beyond.<br />

Executada no hall de embarque 3 do Aeroporto Schiphol,<br />

em Amsterdã, trata-se de uma muralha de nuvens que<br />

multiplica o espaço, apesar de ter apenas 10 centímetros de<br />

profundidade. Graças a uma tecnologia de impressão única,<br />

que utiliza minúsculas lentes para gerar perspectiva, os<br />

observadores são surpreendidos por uma mágica sensação<br />

de movimento enquanto circulam pelo extenso corredor. O<br />

efeito de realidade aumentada é apresentado ao longo de<br />

mais de 100 metros, tornando esta a maior obra desse tipo<br />

em todo o mundo. O toque poético é dado por pequenas<br />

lâmpadas LED, em temperatura de cor branco quente,<br />

integradas à parede em locais estratégicos a fim de ressaltar<br />

o efeito tridimensional das imagens.<br />

“Beyond cria um espaço de admiração e identidade – nosso<br />

céu e luz holandeses”, afirma Roosegaarde, que teve como<br />

inspiração os mestres da pintura do século XVII – e seu jogo de<br />

claros e escuros –, com os quais divide a fascinação pelas paisagens<br />

holandesas. Dessa forma, é possível observar desde referências aos<br />

céus característicos das pinturas da Era Dourada holandesa até as<br />

nuvens vistas através das janelas dos aviões. (D.T.)<br />

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Imagens: Voal Estudio<br />

¿QUÉ PASA?<br />

FALEMOS DE FLORES<br />

Como parte das atividades do EILD 2016 – Encontro<br />

Ibero-americano de Lighting Design, em Ouro Preto, no início<br />

deste ano ocorreu um concurso internacional destinado a<br />

selecionar projetos para duas instalações de luz a serem<br />

expostas em áreas da cidade subutilizadas por moradores e<br />

turistas. O vencedor de um dos locais escolhidos, os Jardins<br />

da Ponte Seca, foi o escritório chileno Oh my light! Studio,<br />

com a instalação Campouro, criação de Macarena Meza,<br />

Marcela Carmona e Daniela Orellana.<br />

Trata-se de diversas “flores” feitas de discos de acrílico<br />

transparente, em cores que remetem ao ouro, tão presente<br />

na história da cidade, fixadas em hastes espetadas no solo.<br />

Durante o dia ensolarado, sombras coloridas dessas “flores”<br />

projetam-se sobre o chão gramado da encosta; à noite,<br />

efeito similar é obtido por projetores de facho concentrado<br />

(cedidos pela Schréder), fixados nos postes existentes.<br />

“Uma composição de elementos dourados e brilhantes<br />

que evoca campos de plantações, formando uma relação<br />

poética entre a paisagem natural e construída na cidade”,<br />

descrevem as autoras.<br />

Era premissa do concurso que cada um pudesse dar seu<br />

próprio nome ou escrever sobre sua experiência inspirado<br />

na instalação. O autor deste texto, por exemplo, rebatizou-a<br />

de Les Parapluies de l’Amour (“Os guarda-chuvas do amor”,<br />

referência a um filme francês dos anos 1960), que foi apenas<br />

um dos nomes que a instalação recebeu. (G.F.)<br />

38 39


¿QUÉ PASA?<br />

LOS ATARDECERES PERFECTOS<br />

Texto: Paula Carnelós | Fotos: María Cirano<br />

Há alguns anos comecei uma pesquisa pessoal que vai<br />

além da busca pelo melhor aproveitamento e eficiência da luz<br />

natural. Tem sido um processo de observação e contemplação<br />

do céu, de amanheceres e pores do sol, com variações de cores<br />

e intensidades. São espetáculos em constante mudança e que<br />

muitas vezes passam despercebidos.<br />

Nessa busca, deparei com a obra Los Atardeceres Perfectos,<br />

um belíssimo trabalho elaborado pela artista Macarena Ruiz-<br />

Tagle e pela lighting designer Paulina Villalobos.<br />

A obra nasce da união entre as artes visuais e a busca pela<br />

luz natural em diferentes latitudes.<br />

O trabalho tem como inspiração o céu, numa referência de<br />

sequência de cores e de emoções, conectando-nos com um momento<br />

do dia que se transforma em noite e vice-versa. São rápidos<br />

finais de tarde das latitudes tropicais ou tranquilos e rasantes pores<br />

do sol das latitudes polares. São também as misteriosas e exóticas<br />

cores da aurora boreal, as brilhantes despedidas do sol no deserto,<br />

as nuvens avermelhadas do hemisfério sul ou os tristes e poluídos<br />

nevoeiros das grandes metrópoles. Nessa verdadeira festa de cores<br />

na qual a linha do horizonte é a protagonista, as tonalidades e a<br />

intensidade da luz, saturadas ou suaves, nunca se repetem.<br />

Em Los Atardeceres Perfectos, a interface do céu é recriada por<br />

meio de duas superfícies que não se tocam: o plano de base do<br />

horizonte e o plano côncavo, que recebe as projeções de luzes.<br />

A iluminação foi idealizada para que as sequências variem<br />

de forma imperceptível, por meio de três grupos de LED RGB,<br />

escondidos nos detalhes de união entre planos, projetando,<br />

ora luz rasante, ora frontal, a fim de gerar diferentes cenas do<br />

céu. A programação das sequências das cores projetadas foi<br />

desenvolvida por Paulina Villalobos.<br />

As dimensões da obra são 8,50 × 2,20 × 3 metros, as quais<br />

foram adaptadas para o espaço da Galeria Gabriela Mistral em<br />

Santiago, Chile, onde ficou exposta em julho e agosto deste<br />

ano. Pensada como um primeiro protótipo, em que foram<br />

utilizados aço, madeira e tecido, a composição pode variar<br />

suas dimensões e o desenho da luz, dependendo do espaço<br />

disponível e da latitude do local de montagem.<br />

O projeto em si intensifica a reflexão para algumas<br />

perguntas: Como falar de luz e cultura? Que aspectos sobre cor<br />

da luz são reconhecidos em diferentes lugares, nas estações<br />

do ano e em cada variação sutil da natureza? O estado de<br />

espírito está vinculado às emoções? A cor da luz tem relação<br />

com nossa identidade?<br />

Depois de tomar conhecimento desse trabalho, sinto<br />

que minha pesquisa pessoal ainda tem certo caminho a ser<br />

percorrido e descoberto. Encorajo todos a contemplar o céu e<br />

fazer suas reflexões, pois ali temos muitas respostas para os<br />

nossos projetos, sejam eles de iluminação, sejam de vida.<br />

40 41


Considerada elemento construtivo fundamental, tal qual o concreto ou a pedra, a luz natural é objeto central nos projetos de<br />

Richard Meier. Equilibrá-la harmoniosamente com a luz artificial e ainda imprimir personalidade foi um dos principais desafios<br />

do projeto de iluminação. Nesta imagem, a fachada quase transparente é iluminada por sistemas de luz indireta e difusa das<br />

áreas internas, acentuando por silhueta os brises horizontais, um dos principais elementos arquitetônicos do edifício.<br />

BRANCO TROPICAL<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Andrés Otero<br />

No discurso de aceitação do Prêmio Pritzker em 1984,<br />

Richard Meier contou a seguinte história de quando<br />

foi indagado pelos filhos a respeito de qual seria sua<br />

cor predileta: “Branco é a cor mais maravilhosa, porque dentro<br />

dela você pode ver todas as cores do arco-íris. A brancura do<br />

branco nunca é apenas branca; ela é quase sempre transformada<br />

pela luz, que também está em constante mudança; o céu, as<br />

nuvens, o sol e a lua”.<br />

Localizado no Rio de Janeiro, o projeto do Leblon Offices – o<br />

primeiro do mundialmente conhecido escritório norte-americano<br />

Richard Meier & Partners Architects a ser finalizado na América<br />

do Sul – é caracterizado pelo uso abundante de iluminação natural<br />

em seus interiores e pela composição única de materiais como<br />

concreto, vidro e paredes verdes, além da cor branca, um dos<br />

elementos recorrentes na obra do arquiteto.<br />

O edifício tem sete andares, 25 metros de altura e área útil<br />

de 6.500 m² e está implantado de maneira recuada no terreno,<br />

um detalhe que visa à privacidade dos usuários.<br />

O projeto de iluminação, desenvolvido pelo premiado escritório<br />

LD Studio do Rio de Janeiro, tem como principal característica a<br />

ousadia. Em resposta à elegância purista do projeto de arquitetura, o<br />

conceito do projeto de iluminação procurou minimizar a diversidade<br />

de soluções, utilizando a própria arquitetura como suporte da luz.<br />

FACHADAS<br />

A orientação oeste da fachada principal do edifício possibilitou<br />

ao projeto de arquitetura celebrar dois elementos recorrentes<br />

no modernismo brasileiro: o pano de vidro e o brise-soleil. Além<br />

de permitir, ao mesmo tempo, sombreamento, privacidade e<br />

vistas para a cidade durante o dia, esses elementos também<br />

ajudam a acentuar a horizontalidade da elevação.<br />

Com o intuito de reforçar tal partido arquitetônico e<br />

elementos construtivos, o projeto de iluminação utilizou a<br />

luz uniforme e indireta das áreas internas para destacar os<br />

brises em silhueta. Assim, à noite, os interiores do edifício<br />

são revelados, devolvendo à edificação o olhar que durante<br />

o dia é voltado para a cidade.<br />

Marquises na entrada, na varanda do primeiro pavimento e na<br />

cobertura do edifício também foram iluminadas indiretamente,<br />

de maneira a também evidenciar a horizontalidade do edifício.<br />

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Na página ao lado, a vitrine foi iluminada por luminárias para<br />

lâmpadas fluorescentes T5, 28 W, 4.000K, embutidas no piso<br />

junto ao caixilho. A faixas luminosas que compõe a logomarca<br />

do cliente foram iluminadas por montagem de painel com<br />

superfície refratora e LEDs fixados na sua moldura e placa de<br />

acrílico translúcido. Na recepção, a obra de arte e a parede foram<br />

iluminadas por luminárias LED tipo wallwasher, 3.000 lm, 30 W,<br />

enquanto o balcão foi destacado por luminárias LED orientáveis,<br />

com facho de 6°, 2.400 lm, 24 W – ambas com 4.000K e IRC 90;<br />

já a sanca foi iluminada por lâmpadas fluorescentes T5, 28 W,<br />

4.000K. Na recepção de veículos, luminárias embutidas no piso<br />

com luz difusa são idênticas às da vitrine.<br />

Nesta página, o hall de entrada foi iluminado por luminárias lineares<br />

de LED embutidas no forro, com dimensões mínimas, refletor<br />

antibrilho, 48° de facho, 1.250 lm, 10 W, 4.000K. Nos escritórios,<br />

sistema linear de sobrepor para lâmpadas fluorescentes T5, 28 W,<br />

4.000K e visor de acrílico translúcido. Na parede junto à escada,<br />

luminárias embutidas no piso, tais quais às da vitrine e da recepção<br />

de veículos. Obras de arte são destacadas por luminárias lineares de<br />

LED embutidas no forro, tipo wallwasher, 1.250 lm, 10 W, 4.000K.<br />

HALL DE ENTRADA E RECEPÇÃO<br />

As áreas de entrada e de recepção do edifício podem<br />

ser divididas em três ambientes: entrada de automóveis, à<br />

esquerda; entrada principal e recepção, no centro; e vitrine,<br />

à direita.<br />

A entrada e recepção de veículos foi iluminada por duas<br />

montagens de linhas contínuas de luminárias com visor<br />

translúcido embutidas no piso, nas extremidades do ambiente.<br />

Além de iluminar indireta e uniformemente, a montagem<br />

ajuda a balizar o desembarque dos veículos. A distribuição<br />

das linhas, perpendiculares ao plano da fachada, seguiu<br />

os mesmos princípios de distribuição de luminárias dos<br />

pavimentos tipo.<br />

Na recepção, o projeto de iluminação destacou o balcão<br />

e seu plano de fundo. Junto à fachada, o projeto incluiu um<br />

detalhe de iluminação indireta para o teto, também seguindo<br />

os princípios de iluminação do pavimento tipo.<br />

A vitrine, visualmente integrada à fachada e à entrada<br />

do edifício, foi iluminada de maneira indireta, por meio de<br />

uma linha de luminárias lineares embutidas no piso das<br />

áreas internas, junto à caixilharia da fachada.<br />

Cuidado especial foi necessário para que o brilho das<br />

luminárias não fosse refletido nas superfícies verticais dos<br />

painéis de vidro opaco branco, no fundo da vitrine.<br />

A logomarca do cliente, composta de três faixas translúcidas<br />

de vidro como parte do painel opaco, foi iluminada uniformemente<br />

por uma placa refratora e LEDs fixados em suas laterais.<br />

Entre a placa e o vidro translúcido foi incluída uma camada<br />

intermediária de acrílico translúcido, com o intuito de distribuir<br />

homogeneamente a luz em toda a superfície da logo. Essa<br />

solução se repetiu no hall do elevador da recepção.<br />

Adjacente à recepção, o hall de entrada do edifício é<br />

caracterizado pela sobriedade. O ambiente foi iluminado<br />

discretamente por luminárias de dimensões reduzidas, cujo<br />

conjunto óptico é caracterizado por apresentar rigoroso<br />

controle de luminâncias e brilho em seus refletores, quase<br />

desaparecendo no teto.<br />

A arquitetura desse ambiente é marcada por uma escada<br />

branca circular, com guarda-corpo de vidro. Sua iluminação<br />

foi feita por uma linha de luminárias com visor translúcido,<br />

embutidas no piso, junto à parede lateral. Essa solução visou<br />

evidenciar o caráter escultórico de sua forma, assim como<br />

os materiais que a compõem.<br />

No pavimento superior, no vazio da escada, a iluminação foi<br />

feita por meio de luminárias tipo wallwasher, para dar destaque<br />

à parede do fundo a fim de destacar seu volume no vazio.<br />

A iluminação do ambiente de estar do pavimento superior<br />

seguiu o mesmo partido do pavimento inferior. Além da iluminação<br />

de destaque por meio de luminárias de pequenas dimensões, o<br />

ambiente pode ser suavemente iluminado pela luz difusa proveniente<br />

dos fechamentos de vidro translúcido das salas no perímetro do<br />

ambiente quando elas estão em uso.<br />

44 45


Na página ao lado, as áreas de escritório tipo “open plan”<br />

foram iluminadas de maneira indireta e direta por linhas de<br />

luminárias pendentes montadas de maneira solidarizadas,<br />

para lâmpadas fluorescentes T5, 28 W, 4.000K. Para a<br />

porção direta, o conjunto óptico possui refletor de 98%<br />

de refletância. Na página seguinte, a copa é iluminada por<br />

meio de pendentes e detalhes integrados no mobiliário, com<br />

temperatura de cor 3.000K. Nesta página, nos halls dos<br />

elevadores, três composições diferentes de linhas luminosas<br />

embutidas no piso e no teto e sobrepostas às paredes,<br />

distribuídas pelos pavimentos do edifício, formam o conceito<br />

das “pontes de vidros”, rebatizadas pelas designers de<br />

“lighting tunnels”.<br />

PONTE DE VIDRO E PRISMAS<br />

PAVIMENTO TIPO<br />

Inicialmente projetado em consonância com elementos<br />

estruturais da fachada, o projeto de iluminação dos pavimentos<br />

tipo estabeleceu linhas perpendiculares à fachada como ponto<br />

de partida para a distribuição das luminárias nos ambientes<br />

tipo “open plan”.<br />

Uma premissa do projeto de arquitetura constituiu o conceito<br />

inicial do projeto de iluminação e de seu sistema de iluminação:<br />

luz indireta voltada para o forro e luz direta, para baixo.<br />

Como resposta, a LD Studio definiu uma iluminação uniforme<br />

para todo o ambiente do escritório, o que permitiu flexibilidade na<br />

distribuição de layout do mobiliário. Para a escolha da luminária que<br />

mais complementasse o partido arquitetônico, foram apresentados<br />

mockups de três luminárias diferentes. Foram considerados aspectos<br />

de fabricação e de desenho em conformidade com os princípios<br />

estéticos de Richard Meier, assim como aspectos técnicos que<br />

respondessem às demandas luminotécnicas do projeto.<br />

A copa, único ambiente do projeto com temperatura de cor<br />

3.000K, seguiu princípios da iluminação residencial, definindo<br />

níveis de iluminância mais baixos e menos uniformes que os<br />

das demais área.<br />

Para entender melhor o conceito do projeto de iluminação<br />

dessas áreas, é necessário contar um pouco do histórico do projeto.<br />

Com o intuito de reforçar a relação com a luz no ambiente<br />

construído, o bloco do edifício principal e o de circulação e de<br />

banheiros eram inicialmente ligados pelas “glass bridges” (pontes<br />

de vidro), como foram chamadas, formando, assim, o ambiente<br />

do hall de elevadores dos pavimentos. Seguindo esse conceito, o<br />

projeto de iluminação previu iluminar as “glass bridges”, a fim de<br />

também acentuar a relação do edifício com a luz.<br />

No entanto, com o avanço da construção ao tentar equacionar<br />

custos e normatizações construtivas na viabilização do detalhe,<br />

as pontes de vidro, e com elas o detalhe de iluminação proposto,<br />

tiveram de ser substituídas por lajes simples de concreto.<br />

Em resposta à nova configuração arquitetônica, a LD Studio<br />

decidiu manter o conceito do espaço preenchido por luz, criando,<br />

para tanto, um novo desenho. Chamado pelas designers de “lighting<br />

tunnel” (túnel de iluminação), os halls de elevadores receberam<br />

composições de linhas luminosas embutidas no piso e no teto e<br />

sobrepostas às paredes. “Nossa abordagem conceitual procurou<br />

criar um espaço adimensional, descaracterizando a percepção<br />

teto-piso-parede e marcando os cantos do ambiente”, explica<br />

Monica Lobo. “A sucessão de linhas luminosas proposta procura<br />

também transmitir a sensação de profundidade e perspectiva ao<br />

espaço”, continua.<br />

Nos cantos posteriores do edifício, junto ao hall dos<br />

elevadores, dois pátios externos, chamados de primas – por<br />

serem isometricamente congruentes –, completam o conceito<br />

do uso de luz natural no edifício. Suas paredes de 21,4 metros<br />

de altura foram cobertas por uma seleção de espécies da flora<br />

brasileira que se adequassem às condições físicas desses espaços.<br />

Um estudo conduzido por uma empresa de consultoria energética<br />

para entender detalhes a respeito da penetração de luz natural<br />

nos primas apontou a necessidade de aumentar a iluminância<br />

na parte inferior dos vazios, a fim de permitir a sobrevivência e o<br />

desenvolvimento das plantas.<br />

46 47


48 49


Para isso, o projeto de iluminação distribuiu junto às paredes,<br />

luminárias embutidas no piso, voltadas para cima, com temperatura<br />

de cor 4.000K e facho cônico, as quais são acesas somente<br />

durante o dia.<br />

À noite, essas luminárias são apagadas, dando lugar à iluminação<br />

vinda da parte de cima do prisma. Luminárias com facho elíptico<br />

e temperatura de cor 4.000K foram fixadas no topo das paredes,<br />

com a intenção de ajudar a criar profundidade, cor e textura nas<br />

superfícies do prisma, trazendo a vegetação tropical brasileira<br />

para dentro das áreas internas do edifício.<br />

Além disso, luminárias decorativas lineares de 2,11 metros de<br />

altura e 12 centímetros de largura, com acabamento em pintura<br />

de aço corten, distribuídas irregularmente na malha estrutural das<br />

paredes verdes, entre os vasos, ajustam o volume dos prismas à<br />

escala humana, completando o projeto de iluminação dessas áreas.<br />

Na página ao lado, iluminação dos prismas por meio de downlights para lâmpada de vapor metálico bulbo cerâmico, com facho<br />

assimétrico 62° × 18°, 14.500 lm, 150 W, 4.000K, IRC 90 e iluminação uplight por meio de luminárias embutidas no piso, junto<br />

à parede verde, para lâmpadas de vapores metálico, com facho concentrado de 10°, 6.800 lm, 70 W, IRC 85. Na parede verde,<br />

luminárias decorativas de LED com acabamento de aço corten com 100 lm, 2 W, 4.000K, IP65.<br />

Nesta página, escada de incêndio iluminada por meio de detalhe do guarda-corpo, com catodo frio 1.800 lm/metro , 25 W/metro,<br />

4.000K, IRC 84. Nas portas, foram utilizados perfis metálicos de LED com difusor translúcido. Nos banheiros, luminária com difusor<br />

translúcido para lâmpadas fluorescentes T5, 28 W, 4.000K, embutida na lateral do espelho. Junto aos mictórios, a parede de<br />

concreto foi iluminada por meio do mesmo sistema. Nos elevadores, iluminação indireta do forro e do piso por meio de perfis de LED<br />

com difusor translúcido 4.000K.<br />

CIRCULAÇÕES VERTICAIS E BANHEIROS<br />

Não menos importante que as demais áreas, o bloco posterior<br />

do edifício, onde se encontram os ambientes da escada, dos<br />

elevadores e dos banheiros, teve também uma minuciosa abordagem<br />

no projeto de arquitetura e de iluminação.<br />

O ambiente da escada possui estrutura de concreto armado<br />

aparente, piso cerâmico escuro, guarda-corpo e portas de acesso<br />

de aço pintados de branco fosco e corrimões de aço inoxidável.<br />

Os lances de escada e seus patamares são apoiados em três<br />

das quatro paredes que compõem a caixa da escada. A parede do<br />

fundo é livre de apoios, deixando-a com um vão de 30 centímetros<br />

até o lance de escada/patamares.<br />

Para evidenciar esse detalhe, o projeto de iluminação incluiu<br />

uma linha de catodo frio na base do guarda-corpo, a qual ilumina a<br />

parede e o ambiente de maneira indireta e difusa. Para completar<br />

a iluminação das escadas, na folha fixa que compõe as portas de<br />

acesso, foi montado verticalmente, junto à porta, um perfil de<br />

LED com difusor translúcido.<br />

Os banheiros possuem a mesma paleta de cores e acabamentos<br />

da escada. Nos cubículos, o projeto de iluminação criou um<br />

detalhe para iluminação difusa com lâmpadas fluorescentes,<br />

junto aos espelhos. O detalhe, além de iluminar frontalmente o<br />

rosto dos usuários, ilumina o ambiente de maneira indireta, pela<br />

lateral do detalhe.<br />

No banheiro masculino, além de no espelho, foi incluído um<br />

detalhe vertical no revestimento da parede, seguindo o princípio da<br />

iluminação lateral do espelho, para a iluminação indireta das paredes.<br />

A circulação dos banheiros recebeu iluminação indireta para o<br />

teto, por meio de perfil linear de LED, montado em detalhe sobre<br />

as portas dos cubículos.<br />

Os elevadores também receberam atenção especial no projeto<br />

de iluminação. A iluminação indireta para o forro e para o piso,<br />

por meio de perfis lineares de LED, foi montada no topo da parede<br />

de espelho, do lado oposto à porta e nas duas paredes laterais.<br />

Sobre a parceria entre os escritórios de arquitetura e o de<br />

iluminação, Meier afirmou que o resultado do projeto “ficou tão<br />

bom quanto sua iluminação” e continua: “o escritório LD Studio foi<br />

um parceiro essencial neste projeto. Nossa colaboração foi baseada<br />

em respeito mútuo e na intenção de sempre encontrar a melhor<br />

solução possível tanto para o edifício quanto para o usuário”.<br />

O edifício é também certificado com o selo ambiental LEED<br />

Core & Shell, categoria Silver.<br />

LEBLON OFFICES<br />

Rio de Janeiro, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

LD Studio: Monica Luz Lobo e Danielle<br />

Valle (arquitetas titulares);<br />

Pedro Tessarollo (arquiteto colaborador)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Richard Meier & Partners Architects<br />

Projeto de arquitetura local:<br />

RAF Arquitetura<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Quadro Vivo<br />

Fornecedores:<br />

Dimlux, e:light (Artemide, Erco e<br />

Targetti), Osvaldo Matos (iGuzzini),<br />

Itaim, Ledplus, Lumini, Onlight<br />

(Alfilux), Piperlux, Trilux, Ventana<br />

Lighting Solutions<br />

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Contrastando com a verticalidade, um pendente monumental de 53m lineares integra num “gesto” os espaços interno e externo.<br />

GESTOS EM LUZ<br />

Texto: Gilberto Franco | Fotos: Thomas Mayer<br />

Localizada ao norte da França, a cidade litorânea de Saint-<br />

Malo (diz-se “San Malô”) é um importante polo de ligação<br />

entre terra e mar: interligada em terra às principais cidades<br />

do país por TGV (trens de grande velocidade) e ao mar a diferentes<br />

regiões da Grã-Bretanha.<br />

Com a relocação da importante estação de trens TGV,<br />

surgiu a oportunidade de aproveitar um espaço defronte a ela,<br />

destinado a funcionar como um grande polo cultural, com uma<br />

arquitetura repleta de metáforas e simbologias.<br />

Assim, o complexo cultural La Grande Passerelle, de autoria<br />

do escritório AS.Architecture-Studio, faz referência, desde o<br />

seu nome até suas formas curvilíneas e interligadas, a um<br />

caráter dinâmico e de conexão entre diferentes rotas, reais<br />

ou metafóricas.<br />

O escritório 8'18" Lumière partiu de princípios semelhantes<br />

aos do projeto de arquitetura ao repetir em sua linguagem<br />

os princípios presentes nele, seja reforçando as ideias desta<br />

última, seja agindo de forma mais autoral, mas sempre tendo<br />

presente o mote da interconexão, da interligação, da passagem.<br />

O conjunto arquitetônico compõe-se de dois blocos pisciformes<br />

e um retangular, interligados e entrecortados por um arco<br />

sinuoso em diagonal, situado no centro de uma grande praça<br />

retangular. Interior e exterior confundem-se e entrelaçam-se;<br />

um anfiteatro na praça liga-se visualmente a um dos blocos,<br />

como que em continuidade a ele. O programa do conjunto<br />

inclui midiateca, cinema de arte, centro de mídia e uma área<br />

de uso múltiplo. Entre os dois “edifícios-peixes”, um foyer com<br />

cobertura envidraçada serve de transição e acesso.<br />

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FACHADAS INTERNAS / SALA DE LEITURA<br />

As fachadas que se abrem para a esplanada entre os edifícios<br />

são todas envidraçadas, reforçando o caráter de edifício-esplanada<br />

desejado pelos arquitetos. No interior de ambos os edifícios, uma<br />

cobertura de madeira, livre de pontos de luz, cobre os ambientes. Um<br />

inusitado sistema de iluminação linear e vertical, colocado nos pilares<br />

das fachadas de ambos os edifícios, ilumina os espaços internos. Para<br />

evitar ofuscamento, já que a fonte é vertical, uma série de aletas de<br />

madeira inclinadas protege sua visualização direta, causando um<br />

interessantíssimo efeito de luz. A fim de garantir homogeneidade<br />

sem ofuscamento, a inclinação das aletas é variável continuamente<br />

conforme a altura. O uso de fontes lineares de LED ajudou a garantir a<br />

eficiência do sistema, mesmo com a relativa perda causada pelas aletas.<br />

Na biblioteca/sala de leitura, além da iluminação descrita, um<br />

pendente linear descreve um círculo imperfeito no ar, como num delicado<br />

gesto de luz solto no ar. Inesperadamente parte desse círculo atravessa<br />

a fachada, descrevendo um arco na parte do foyer, para depois retornar<br />

ao espaço da biblioteca. De forma poderosa, essa permeabilidade<br />

entre os espaços expressa, por meio dessa estranha luminária, a ideia<br />

de fluidez entre os espaços e as pessoas, tal qual ocorre com toda a<br />

arquitetura, já que os edifícios entremeiam-se entre si como ondas.<br />

Nesse encontro e desencontro entre as diferentes edificações,<br />

um bloco de circulação sinuosa percorre os edifícios no segundo<br />

pavimento. Uma bandeja de gesso, acompanhando a sinuosidade<br />

da circulação, deixa escapar luz pelas laterais, fazendo transparecer<br />

perfeitamente a forma do bloco.<br />

Linhas de LED verticais,<br />

de excelente IRC e alto<br />

fluxo luminoso, iluminam<br />

o ambiente de forma<br />

engenhosa, preservando o<br />

teto livre de pontos.<br />

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Uma bandeja de gesso com fitas de LED flexíveis acompanha a sinuosidade da circulação, deixando escapar luz pelas<br />

laterais e, assim, definindo o trajeto.<br />

"A linha azul materializa a<br />

abertura da cidade em direção<br />

ao mar. Este gesto plástico<br />

permite trazer coerência entre a<br />

esplanada da estação existente e<br />

o projeto urbano realizado agora",<br />

definiram os autores.<br />

ÁREAS EXTERNAS / PRAÇA<br />

Chama atenção uma linha de luz azulada perfeitamente reta<br />

que percorre longitudinalmente mais de 200 metros de piso, desde<br />

o acesso à estação de TGV, atravessando o foyer do edifício, até<br />

terminar na avenida oposta, “materializando a abertura da cidade em<br />

direção ao mar”, conforme descrevem os lighting designers. “Esse<br />

gesto plástico, que chamamos de ‘Axe Malouin’ (eixo Malouino),<br />

permite trazer coerência entre a esplanada da estação (construída<br />

em 2005) e o projeto urbano realizado agora”, completam.<br />

Adicionalmente ao eixo principal, retângulos luminosos,<br />

“pixels”, como os arquitetos a eles se referem, são embutidos no<br />

solo, acompanhando o percurso dos pedestres em direção à rua<br />

envidraçada no interior do edifício. Sobre os edifícios, um grande<br />

arco metálico, equipado com placas fotovoltaicas em sua cobertura,<br />

“emoldura” e confere personalidade ao conjunto arquitetônico.<br />

Esse arco beneficia-se de uma iluminação colorida que destaca<br />

sua estética “industrial” e sua engenhosidade.<br />

Nos caminhos externos, paralelos ao eixo principal, postes<br />

equipados com projetores orientáveis e iluminação sob bancos<br />

completam o conjunto.<br />

Vemos então a presença de uma iluminação bastante “gestual”,<br />

tanto nas soluções internas quanto nas externas, como que<br />

expressando uma “autoria” em ambos os casos. Arriscaria dizer<br />

que na iluminação interna a ousadia da luminária que atravessa<br />

vidros foi muito feliz no modo como se integrou a todo o conjunto.<br />

Na área externa, a linha azul luminosa parece destoar um pouco<br />

da composição de formas do projeto, como se fosse mais um<br />

capricho do lighting designer. Um gesto, sem dúvida, mas sem a<br />

mesma força dos outros.<br />

LA GRANDE PASSERELLE<br />

Saint-Malo, França<br />

Projeto de iluminação:<br />

8’18” Lumière<br />

Projeto de arquitetura:<br />

AS.Architecture-Studio<br />

Fornecedores:<br />

Crealum’in, Secante, Tridonic<br />

56 57


LABORATÓRIO DE<br />

DESCOBERTAS<br />

Texto: Débora Torii | Fotos: Takumi Ota<br />

À esquerda, o átrio central, cuja iluminação é predominantemente originada nos elementos multimídia dispostos nos 202 cubos ali<br />

instalados, além da abundante luz natural que inunda o espaço durante o dia.<br />

À direita, a entrada principal do centro comercial, com destaque para a escultura luminosa Growing Vases. São 521 pendentes de vidro<br />

soprado, em 11 diferentes formatos, que alcançam alturas de até 9 metros, iluminados tanto por equipamentos embutidos no forro quanto<br />

por pequenas lâmpadas instaladas no interior de 70 peças, ambos utilizando LEDs.<br />

O<br />

conceito por trás do recém-inaugurado shopping Siam<br />

Discovery, em Bangcoc, Tailândia, foge do óbvio. Em<br />

funcionamento há 18 anos, o edifício foi fechado durante<br />

12 meses para passar por uma completa remodelação. O projeto<br />

ficou a cargo do internacionalmente premiado estúdio japonês de<br />

design nendo, comandado pelo renomado designer Oki Sato, em seu<br />

maior e mais ambicioso projeto até o momento. Desde a arquitetura<br />

do edifício até o mobiliário, tudo foi cuidadosamente planejado pelo<br />

designer, que acredita não haver grande diferença entre o design de<br />

uma pequena embalagem para goma de mascar ou o de um amplo<br />

centro de compras: “No fim das contas, trata-se sempre de fazer as<br />

pessoas sorrirem”, afirma.<br />

Uma das principais diretrizes do projeto de Sato, desde a fachada<br />

até as áreas internas, foi a busca pela eliminação do caráter opressivo<br />

da arquitetura original. Assim, a equipe de designers decidiu abrir o<br />

edifício, o máximo possível, para o exterior, deixando exposta toda a<br />

sua estrutura através da nova fachada envidraçada. Em razão dessa<br />

mudança, passou a haver forte incidência de luz natural no edifício,<br />

por isso foi utilizada uma camada dupla de lâminas de vidros, o que<br />

também contribui para aliviar o calor nas áreas internas.<br />

Durante o dia, a atenção dos visitantes é atraída para a movimentação<br />

no interior do Siam Discovery e, principalmente, para a estampa gráfica<br />

desenhada na lâmina externa da fachada, composta de uma série de<br />

retângulos brancos, de diversos tamanhos. À noite, essa estampa,<br />

que é replicada na camada interna dos vidros, ganha vida por meio<br />

de retroiluminação, gerando uma sensação de profundidade e de<br />

tridimensionalidade da fachada.<br />

A entrada principal, um imponente hall com pé-direito triplo,<br />

recebe os visitantes com a encantadora escultura luminosa Growing<br />

Vases, resultante de uma parceria entre nendo e a tcheca Lasvit,<br />

fabricante artesanal de artefatos de vidro soprado. No total, são<br />

521 peças de vidro com formatos orgânicos e acabamento opalino,<br />

fixadas em cabos de aço com diferentes alturas, preenchendo um<br />

espaço de mais de 12 metros de comprimento. A inspiração de Sato<br />

na concepção das peças foi o estágio da fabricação em que o vidro<br />

fundido ainda se encontra anexo ao tubo de sopro: em vez de remover<br />

o tubo, o designer deixa-o fixado ao vidro e corta-o, de maneira que o<br />

resultado final remete a galhos que crescem de cada uma das peças,<br />

em uma verdadeira floresta de vasos de vidro.<br />

A fluidez nos espaços internos foi obtida, principalmente,<br />

pela abertura de um grande átrio central, que cria uma espécie de<br />

cânion, com 58 metros de altura. Em uma de suas elevações, mais<br />

de 200 molduras de cubos “empilhadas”, de diversos tamanhos,<br />

estabelecem um diálogo com a estampa da fachada. Esses cubos<br />

são responsáveis por toda a comunicação com os visitantes – por<br />

meio de vídeos, de sinalização digital ou mesmo como vitrines<br />

expositoras de produtos – , atraindo sua atenção para o topo do<br />

átrio e motivando-os a explorar os diversos andares do edifício.<br />

58 59


Acima, o Skin Lab, no qual são oferecidos cosméticos voltados ao público masculino, tem ambientação que remete a<br />

um laboratório. Seus acabamentos predominantemente escuros e, ao mesmo tempo, altamente reflexivos, multiplicam<br />

a percepção das dezenas de pendentes circulares que iluminam o espaço. O destaque aos produtos é dado também por<br />

meio da retroiluminação das mesas expositoras.<br />

Em sentido horário: o Street Lab, cuja iluminação foi totalmente integrada aos elementos de madeira, seja no mobiliário, para destaque<br />

dos produtos, seja no teto, para iluminação geral; já no Her Lab todas as luzes partem do forro – tanto por meio de luminárias embutidas<br />

quanto de projetores orientáveis instalados em nichos –, em solução que se aproveita da propriedade de alta refletância dos acabamentos<br />

em cores claras; no His Lab a iluminação geral fornecida pelos embutidos circulares é complementada por detalhes integrados ao<br />

mobiliário de madeira, tanto para iluminação geral indireta quanto para destaque dos produtos; e, finalmente, no Digital Lab, toda a<br />

iluminação é integrada ao mobiliário, de maneira a potencializar o caráter futurista desse ambiente. Todos os equipamentos especificados<br />

no projeto utilizam LEDs como fontes luminosas, de maneira a realçar a importância da utilização de tecnologias sustentáveis.<br />

A área interna de varejo do Siam Discovery ocupa cerca de<br />

40 mil metros quadrados, e sua principal premissa é permitir aos<br />

clientes experimentar os novos produtos expostos, incentivando-os<br />

ao descobrimento e à interação, individuais e coletivos. Sendo assim,<br />

os produtos não são organizados de maneira tradicional, por marca<br />

ou categoria, mas por interesses, como uma espécie de narrativa<br />

que pode satisfazer os gostos e as necessidades de cada indivíduo.<br />

Sob o tema Lifestyle Laboratory (laboratório de estilos de<br />

vida), as mercadorias à venda foram divididas em cinco diferentes<br />

categorias, que se mesclam nos oito pavimentos pelos quais se<br />

estendem as áreas de varejo, todos com interiores que remetem<br />

a itens encontrados em laboratórios.<br />

No térreo, o Her Lab oferece artigos de moda feminina, em<br />

ambiente com acabamentos claros e itens de mobiliário inspirados<br />

em diagramas de química, iluminados de maneira direta e indireta.<br />

No mezanino há o His Lab, que, por sua vez, traz itens voltados<br />

ao público masculino, em atmosfera mais sóbria e repleta de<br />

acabamentos de madeira, representando antigas boticas e farmácias,<br />

iluminado por meio de detalhes incorporados ao mobiliário. Nesse<br />

piso também se encontra o Skin Lab, setor especialmente voltado<br />

à oferta de cosméticos masculinos, cuja decoração e iluminação<br />

remetem a um mágico laboratório, o que incentiva os visitantes<br />

a testar os produtos.<br />

O Street Lab, situado no primeiro andar, é dedicado a itens<br />

para a vida cotidiana, com design que recria um pouco do caos<br />

urbano – ao mesmo tempo sem abandonar a paleta de cores<br />

claras e de acabamentos de madeira utilizada no restante dos<br />

ambientes. O segundo andar abriga o Digital Lab, no qual os mais<br />

recentes lançamentos do mundo dos dispositivos eletrônicos<br />

estão disponíveis para ser testados, em um espaço futurista<br />

inspirado em grandes lentes de microscópios.<br />

Os pavimentos seguintes são dedicados inteiramente à<br />

experimentação e à interação: o Creative Lab, localizado no<br />

terceiro andar; o Play Lab, no quarto andar; e o Retail Innovation<br />

Lab, que ocupa o quinto e o sexto andares.<br />

Diferentemente dos centros comerciais triviais, o Siam<br />

Discovery apresenta-se como uma ampla arena de experiências<br />

relacionadas a diferentes estilos de vida, em que os consumidores<br />

– e não os produtos – são o elemento central.<br />

SIAM DISCOVERY – THE EXPLORATORIUM<br />

Bangcoc, Tailândia<br />

Projeto de iluminação:<br />

nendo e Siam Piwat Co.<br />

Projeto de arquitetura:<br />

nendo<br />

Cliente:<br />

Siam Piwat Co.<br />

Fornecedores:<br />

Endo, Lasvit<br />

60 <strong>61</strong>


Na página ao lado, a iluminação das fachadas das duas torres comerciais se apoia nos volumes criados pela arquitetura ao desenhar linhas<br />

de luz utilizando barras de LEDs lineares com 5.000K de temperatura de cor e difusores. Na imagem acima vemos uma cascata iluminada<br />

por projetores subaquáticos com LEDs de 3 W e 4.000K de temperatura de cor.<br />

LINHAS DE FORÇA<br />

Texto: Fernanda Carvalho | Fotos: Marcelo Paoli<br />

Mais duas torres de vidro impõem-se sobre a paisagem da<br />

zona sul de São Paulo, fruto da Operação de Intervenção<br />

Urbana Água Espraiada, que visa atrair investimentos<br />

para essa região da cidade por meio de incentivos à construção<br />

civil. Com um forte desenho curvo nas fachadas laterais, as torres<br />

marcam presença de modo diferente das inúmeras construções<br />

ao redor. Foi essa curva que o lighting designer Plínio Godoy usou<br />

como maior força no projeto de iluminação desse empreendimento.<br />

Nos últimos dez anos a região onde estão localizadas as<br />

EZ Towers foi amplamente povoada por empreendimentos<br />

com o mesmo perfil, o que as fez conviver na nova paisagem<br />

urbana que compreende a região da Marginal Pinheiros e seus<br />

arredores, também conhecida como novo centro econômico<br />

de São Paulo.<br />

Desde o início da concepção da iluminação da fachada, o lighting<br />

designer trocou ideias com Carlos Ott, arquiteto responsável pelo<br />

empreendimento. A premissa principal era criar um efeito de luz<br />

energeticamente responsável, que exprimisse preocupação com a<br />

qualidade de vida urbana no sentido de evitar poluição luminosa e<br />

valorizar a personalidade da arquitetura. A construção ainda atende<br />

à certificação LEED Gold, o que exigiu das soluções de iluminação<br />

cuidados com a eficiência luminosa e o consumo de energia.<br />

Analisando todas as variáveis, o lighting designer estabeleceu<br />

o partido do projeto: o edifício necessitava de uma solução que<br />

destacasse o empreendimento não pela quantidade de luz,<br />

premissa adotada por muitos vizinhos, mas por um desenho<br />

impactante e simples, com linhas que reproduzissem o desenho<br />

da arquitetura na paisagem noturna da região.<br />

62 63


Nesta página, grandes planos verticais luminosos se impõem no hall de entrada das torres. O lighting designer colaborou com o<br />

projeto de interiores especificando fitas de LED e drivers dimerizáveis para esse efeito, com o intuito de equalizar as luminâncias<br />

do interior com as do exterior dos edifícios. Na página ao lado, luminárias fixadas em postes completam a iluminação das áreas<br />

externas. Abaixo, vista geral das torres no lusco-fusco.<br />

Assim, o projeto de arquitetura propõe para o exterior do edifício<br />

o desenho de um volume curvo que sobressai do alinhamento das<br />

fachadas laterais. Essa curva do volume foi destacada com uma<br />

linha luminosa que a acompanha, combinada com uma reta na<br />

mesma elevação. A fachada frontal foi reforçada pelo desenho<br />

de um único traço vertical de luz no eixo da superfície. “Tivemos<br />

preocupação em destacar as linhas e as formas mesmo durante<br />

o período noturno, criando uma identidade na paisagem noturna<br />

daquela microrregião tão densa de novos empreendimentos de<br />

vidro”, ressalta o lighting designer.<br />

EFEITO ESPECULAR<br />

O fato de as duas torres estarem situadas em meio a muitas<br />

torres de vidro exigiu que o lighting designer atentasse para<br />

o efeito especular dessas superfícies. A ideia de criar linhas,<br />

e não planos luminosos, é coerente com a preocupação com<br />

as luminâncias percebidas pelo observador em diferentes<br />

posições em relação aos edifícios. Ao evitar iluminar os panos<br />

de vidro, os reflexos inconvenientes que poderiam incidir no<br />

entorno são minimizados.<br />

Se, por um lado, evita a reflexão de grandes planos luminosos<br />

no entorno, por outro, a solução criada para as torres aproveitase<br />

da propriedade reflexiva dos vizinhos para replicar o desenho<br />

marcante das linhas de LED.<br />

Para garantir o bom funcionamento dos equipamentos, bem<br />

como sua adequada manutenção, o lighting designer trabalhou no<br />

detalhamento dos caixilhos, para assegurar a correta instalação<br />

dos LEDs e dos drivers, que deveriam estar seguros e protegidos,<br />

com fácil acesso para eventuais consertos ou trocas.<br />

DENTRO E FORA<br />

O hall de acesso principal de cada uma das torres foi pensado<br />

em conjunto com a equipe de design de interiores, que propôs<br />

uma grande escultura volumétrica de material translúcido, além de<br />

pendentes de cristal nas laterais. O trabalho do lighting designer<br />

foi equilibrar as diversas luminâncias ao longo do dia e da noite,<br />

para garantir o conforto visual dos usuários. “É comum entender<br />

que um espaço aberto com grandes panos de vidro, durante o<br />

dia, fique bem iluminado. Porém, o que acontece é o contrário. A<br />

grande quantidade de luz natural faz com que as pessoas percebam<br />

os ambientes internos como mais escuros.”<br />

ÁREAS EXTERNAS<br />

A iluminação das áreas externas foi desenvolvida com a intenção<br />

de permitir uma boa visualização dos diversos volumes criados<br />

a partir de quedas de água e elementos arbóreos, presentes no<br />

projeto paisagístico desenvolvido pelo arquiteto Benedito Abbud.<br />

Esses volumes foram destacados por linhas de LED e projetores<br />

subaquáticos com a intenção de equilibrar a luz desses espaços<br />

com as obras de arte iluminadas no interior do hall, vistas pelo<br />

observador que está do lado de fora. Segundo o lighting designer,<br />

o projeto de iluminação conseguiu “definir uma boa relação entre<br />

os espaços interno e externo nos seus diversos momentos, usos<br />

e expectativas”.<br />

EZ TOWERS<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Godoy Luminotécnica<br />

Plínio Godoy (autor), Rogério Costa (colaborador)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Carlos Ott<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Benedito Abbud Arquitetura Paisagística<br />

Fornecedores:<br />

Alloy, Osram, Traxon<br />

64 65


1 2 3<br />

4 5<br />

EILD 2016<br />

IMERSÃO SENSORIAL:<br />

EM BUSCA DO PROCESSO CRIATIVO<br />

Fotos: Fotógrafos em Ouro Preto + Estúdio Buena Vista + Macaca Filmes<br />

Aconteceu em Ouro Preto, de 21 a 24 de outubro, a quarta<br />

edição do Encontro Ibero-americano de Lighting Design,<br />

o EILD.<br />

Desde a sua origem em 2010, em Valparaíso, Chile, esse<br />

encontro iniciou uma trajetória peculiar que o levou a se diferenciar<br />

dos demais simpósios, fóruns e seminários do segmento.<br />

O EILD foi formatado com a proposta de discutir temas<br />

e projetos de iluminação comuns a países da América Latina<br />

e da Península Ibérica, basicamente falantes de espanhol ou<br />

de português.<br />

Já em Valparaíso percebeu-se a importância e a peculiaridade<br />

dessa, digamos, “região”, dadas determinadas afinidades culturais<br />

e mesmo econômicas entre os países dela integrantes.<br />

Aos poucos, e em cada nova edição subsequente – Querétaro<br />

(México), Medellín (Colômbia) e, finalmente, Ouro Preto (Minas<br />

Gerais, Brasil) –, tornou-se claro para seus organizadores que sua<br />

vocação deveria transcender a fórmula tradicional de congressos<br />

já existentes e estabelecidos e enveredar por novas maneiras de<br />

interagir com seus participantes, sempre com o objetivo de ajudar<br />

a elevar a qualidade e a criatividade na profissão.<br />

Nessa busca pela formação heterodoxa dos lighting designers<br />

– jovens ou maduros –, o EILD encontrou sua expressão máxima<br />

na edição de Ouro Preto, onde esboços de experiências similares<br />

em outros encontros ganharam contornos mais definitivos. O que<br />

antes eram experiências com caixas de luz (Querétaro, México)<br />

agora são salas de experiências sensoriais. Se antes as cidades –<br />

sempre cuidadosamente escolhidas – eram pano de fundo para<br />

o evento, nesta edição a cidade passa a “acontecer” com ele.<br />

A <strong>L+D</strong>, mídia oficial do evento, conta a seguir um pouco da<br />

experiência do EILD 2016 em Ouro Preto.<br />

PROFUSÃO DE ESTÍMULOS<br />

Logo no primeiro dia, os 274 participantes foram convidados a<br />

ser parte de uma experiência, desenvolvida pelo Iphan – Instituto<br />

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – e denominada<br />

Sentidos Urbanos 1 2 3 . O grupo foi dividido em subgrupos de<br />

aproximadamente 20 pessoas, cada um deles capitaneado por<br />

dois ou mais monitores do Iphan e acompanhado por um dos 17<br />

membros do comitê organizador. A experiência que se sucedeu<br />

consistia em fazer o participante experimentar sua percepção da<br />

cidade com base em diversos sentidos, além da visão, de modo a<br />

aguçá-la. Assim, e alternadamente, vendas, bloqueadores auriculares<br />

e outros dispositivos foram utilizados com essa finalidade, convidando<br />

o participante a finalmente integrar sua percepção de modo global.<br />

Segundo relatos, muitos participantes jamais haviam se privado de<br />

um ou mais sentidos em exercícios de percepção sensorial desse<br />

tipo. Curiosamente, dentre os sentidos exercitados, a visão foi o<br />

que causou relatos mais entusiasmados a respeito da experiência.<br />

AS PALESTRAS<br />

Intercaladamente às atividades que ocorriam na cidade, algumas<br />

palestras, cujo conteúdo estava de uma forma ou de outra relacionado<br />

ao processo criativo, foram proferidas no charmoso Teatro da<br />

Ópera de Ouro Preto – o mais antigo teatro em funcionamento<br />

no Brasil – e no Centro de Convenções da Universidade Federal<br />

de Ouro Preto, a Ufop 4 . A mais contundente palestra foi a do<br />

Prof. Charles Watson 5 , escocês residente no Rio de Janeiro, que<br />

tratou de forma muito original da questão da criatividade e da<br />

importância do que se poderia chamar de “ginástica cerebral” – o<br />

conjunto de atividades que nos faz manter o cérebro ativo e criativo,<br />

a cada instante incentivados a buscar novas maneiras de fazer as<br />

coisas. As palestras foram programadas de modo a oferecer inputs<br />

intercalados com as demais atividades do evento, constituindo uma<br />

construção narrativa que inicia com uma introdução ao processo<br />

criativo, passa pela importância dos vocabulários da luz, aproximase<br />

do objeto de projeto, no caso a cidade de Ouro Preto, e culmina<br />

com o entendimento dos processos decisórios, tão importantes<br />

no processo criativo.<br />

66 67


11<br />

12 13<br />

6 7<br />

8 9 10<br />

14<br />

7.L.I.G.H.T.SET<br />

A MOSTRA PANORAMA<br />

projetos vencedores foram: Campouro, do escritório chileno Oh<br />

my light!, inspirado na era do ouro da cidade (veja mais sobre<br />

patrocinadores, organizadores, monitores, palestrantes, etc., 14<br />

visando à troca de ideias sobre a experiência vivida. E a partir dos<br />

No edifício da Ufop – o instigante galpão siderúrgico reformado<br />

onde ocorreu a maioria das palestras –, criou-se o 7.L.I.G.H.T.Set,<br />

uma sala negra vedada, sem nenhuma iluminação, recheada com<br />

sete espaços interativos, cada qual instalado em uma espécie<br />

de contêiner em que se podia “imergir” em uma experiência<br />

sensorial distinta. Cada um desses sete ambientes foi criado por<br />

um lighting designer diferente, a partir de temas previamente<br />

definidos pela lighting designer Maria João Pinto Coelho, curadora<br />

da atividade 6 7 8 .<br />

ESPAÇO DE INTERAÇÃO<br />

De maneira totalmente original, os patrocinadores Ouro – que<br />

podiam ter estandes para apresentar seus produtos – foram alojados<br />

em espaços delimitados por imensos “silos” de voil suspensos,<br />

que despencavam suavemente do teto, formando a delimitação<br />

dos espaços de cada um. No local, o visitante encontrava um<br />

produto, ou uma família deles, sempre relacionado às temáticas<br />

presentes nos espaços interativos contíguos. A proposta visou<br />

integrar, de forma lúdica e por um viés não percorrido antes, a<br />

produção criativa do fabricante com a do lighting designer, como<br />

que a demonstrar a unidade desse processo. 11<br />

Conforme ocorrera na edição anterior em Medellín e paralelamente<br />

ao evento, foi apresentada a mostra Panorama, que reuniu uma seleção<br />

do que se produziu de significativo em lighting design ibero-americano<br />

nos últimos dois anos (veja os projetos e as instalações selecionados na<br />

página 71). Esta edição da mostra, que contou com o apoio institucional<br />

da <strong>L+D</strong>, foi patrocinada pelo escritório LD Studio. E, no espírito de<br />

mão dupla que norteou o Encontro, a AsBAI estabeleceu parceria<br />

com a Casa dos Contos – que abrigou a mostra –, a qual teve como<br />

contrapartida por ceder o espaço pelo período do evento e mais um<br />

mês, o recebimento de um novo sistema de iluminação, desenvolvido<br />

pela lighting designer Mariana Novaes, e doado pela Associação com<br />

o apoio de um dos patrocinadores do Encontro, a fabricante mineira<br />

Iluminar, que ofereceu o equipamento utilizado. 9 10<br />

AS INTERVENÇÕES URBANAS<br />

Outra faceta do evento (sim, não faltaram facetas!) foram<br />

as duas intervenções temporárias destinadas a ocupar com luz<br />

certas lacunas da cidade. As intervenções foram selecionadas<br />

por meio de um concurso internacional entre lighting designers<br />

de diferentes países, incluindo Alemanha, Argentina, Brasil, Chile,<br />

Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Grécia e México. Os dois<br />

a instalação na página 38); e Ouro Preto Collage, de Primitivo<br />

Arquitectura (México) 12, inspirado nas minas e na arquitetura<br />

barroca da cidade. Parte da “missão” dos participantes do evento<br />

foi completar esses trabalhos com suas próprias interferências.<br />

RECORTES DA CIDADE<br />

A fim de incentivar o olhar do espectador para a cidade, foi<br />

desenvolvido um aplicativo para celular especialmente para o evento.<br />

Ele consistia em um jogo que, além de estimular o convívio com a<br />

cidade, já que era preciso dar “check-in” em diferentes pontos de valor<br />

arquitetônico ou ambiental da cidade, dependia do envolvimento dos<br />

participantes em todas as atividades do evento (caixas sensoriais,<br />

espaços dos patrocinadores, intervenções urbanas, etc.). Quanto mais<br />

se envolviam, maior a pontuação. O prêmio oferecido ao vencedor<br />

foi uma inscrição para a próxima edição do EILD. 13<br />

A PLENÁRIA FINAL<br />

Ao final das atividades, a título de coroamento , deu-se no<br />

Teatro da Ópera uma plenária aberta a todos os participantes,<br />

relatos surgidos daqui e dali ficou evidente a complexidade e a<br />

intensidade do processo que acabara de ocorrer.<br />

Alguns muito interessantes deram conta de como o percurso<br />

vivido representou, em última análise, uma analogia ao próprio<br />

“processo criativo” em si, ao intercalar inputs teóricos, inputs da<br />

cidade, informações técnicas, trocas de experiências, como se<br />

todos estivessem vivendo um grande trabalho conjunto.<br />

Sem dúvida, essa foi a mais ousada proposta dentre todas as<br />

edições do EILD e consagra um caminho iniciado em 2010, em<br />

Valparaíso. De lá para cá, pode-se dizer que uma comunidade de<br />

lighting designers de diferentes países se formou e cresceu, e hoje<br />

esses profissionais compartilham ideias e projetos, um incremento<br />

poderoso para a profissão. É um gigantesco salto, visto que se trata<br />

de um caminho nunca antes trilhado e, exatamente por isso, com<br />

incertezas – e mesmo erros. Mas o próprio erro, como pudemos<br />

aprender na palestra de Charles Watson, é parte integrante do processo.<br />

O importante é que cada participante leve sua própria experiência<br />

e, de alguma forma, faça-a repercutir em seus trabalhos – esse é<br />

o objetivo traçado pelos 17 membros do comitê transnacional do<br />

EILD. E vale lembrar que o EILD 2018 já está agendado para Colônia<br />

de Missiones, antigo vilarejo português, incrustrado no Uruguai, à<br />

beira do rio da Prata, e debruçado para a cidade de Buenos Aires,<br />

na Argentina. Mais ibero-americano impossível!<br />

68 69


1 2 3 4 5 6<br />

7 8 9 10 11 12<br />

EILD 2016<br />

PANORAMA<br />

13 14 15 16 17 18<br />

Texto: Valentina Figuerola<br />

19 20 21 22 23 24<br />

25 26 27 28 29 30<br />

De 21 a 24 de setembro, a cidade mineira de Ouro Preto<br />

foi palco do 4º Encontro Ibero-americano de Lighting<br />

Design, o EILD 2016.<br />

Além de várias atividades coletivas e palestras, o evento<br />

também promoveu uma competição de projetos de iluminação<br />

que culminou em uma exposição na galeria do Museu Casa<br />

dos Contos, na mesma cidade.<br />

Dos mais de 60 projetos recebidos, 30 deles, realizados<br />

entre 2014 e 2016, foram selecionados pelo comitê do EILD.<br />

Divididos em três categorias – exteriores, interiores e<br />

instalações –, os projetos de iluminação podem ser conferidos<br />

nesta edição da revista <strong>L+D</strong>, mídia oficial do evento.<br />

70 71


MUSEO DE HISTORIA NATURAL DE VALPARAÍSO<br />

Elaborado pelo escritório Limarí Lighting Design Spa, de<br />

Pascal Chautard, o projeto de iluminação do Museu de História<br />

Natural de Valparaíso, no Chile, teve papel-chave na criação de<br />

atmosferas específicas para cada uma das treze salas onde o<br />

visitante vivencia os ecossistemas da região de Valparaíso. Nas<br />

primeiras salas, a profundidade marinha é explorada por meio<br />

de uma iluminação geral indireta na cor azul. As intensidades<br />

distintas e a “transição lumínica” para o verde marcam a passagem<br />

dos espaços “marítimos” para os “terrestres”. Já as vitrines são<br />

iluminadas por um sistema de fibra óptica.<br />

Museo de Historia Natural de Valparaíso, 2014 – Valparaíso, Chile<br />

Projeto de iluminação: Limarí Lighting Design Spa<br />

Aryeh Kornfeld<br />

1 3<br />

Nelson Kon<br />

GALERIA CASA TRIÂNGULO<br />

Durante o dia, a luz natural invade a Galeria Casa Triângulo,<br />

atravessando a fachada de policarbonato translúcido. À noite, a mesma<br />

fachada, atravessada pela luz do interior, transforma o edifício em<br />

uma luminária. O projeto de iluminação criado por Fernanda Carvalho<br />

contou com a colaboração do Metro Arquitetos Associados, autor do<br />

projeto de arquitetura, para criar soluções de “forte personalidade”, mas<br />

sem que nenhuma delas sobressaísse ao conjunto. O interior branco<br />

da galeria é iluminado de forma difusa por luminárias com lâmpadas<br />

fluorescentes tubulares. Propositalmente aparentes, as lâmpadas<br />

formam um grid modular intercalado por trilhos eletrificados, os quais<br />

futuramente receberão projetores em LED para destacar obras de arte.<br />

Galeria Casa Triângulo, 2016 – São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Design da Luz Estúdio<br />

Andrés Otero<br />

Aryeh Kornfeld<br />

BASÍLICA SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS<br />

Tombada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a Basílica Santa<br />

Teresinha do Menino Jesus carecia de uma iluminação que valorizasse<br />

a arquitetura de estilo romano e também aumentasse a iluminância<br />

para atender às necessidades de leitura durante as celebrações. A<br />

tecnologia LED foi privilegiada pelo projeto concebido pelas lighting<br />

designers Monica Ann Diniz e Maria Cláudia Bousquet Barreto, o que<br />

permitiu, ao mesmo tempo, economizar energia elétrica e valorizar<br />

a arquitetura por meio de equipamentos pequenos e discretos.<br />

Basílica Santa Teresinha do Menino Jesus, 2015 – Rio de Janeiro, Brasil<br />

Projeto de iluminação: MD Light<br />

Erik Barros Pinto<br />

5 7<br />

Ricardo Bassetti<br />

HILTON BARRA HOTEL<br />

O projeto de iluminação do Hilton Barra Hotel, criado pelo RBF<br />

Arquitetura de Iluminação, de Monica Rio Branco e Giani Faccini,<br />

assume papel fundamental na separação e na transição dos diferentes<br />

espaços, ao mesmo tempo que destaca elementos da arquitetura<br />

de interiores, como o painel de pedra retroiluminado e a escultura<br />

da artista Iole de Freitas, no imponente lobby de 37 metros de pédireito.<br />

Ao anoitecer, a peça é realçada pela luz, podendo ser avistada<br />

de todos os pavimentos do edifício.<br />

Hilton Barra Hotel, 2016 – Rio de Janeiro, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Rio Branco & Faccini Arquitetura de Iluminação<br />

Christopher Kewish Divulgação Hilton<br />

6 8<br />

MUSEU PELÉ VALONGO<br />

Um dos principais objetivos da lighting designer Neidi Senzi<br />

ao criar o projeto de iluminação do Museu Pelé foi valorizar seu<br />

acervo e a arquitetura dos antigos Casarões do Valongo, onde<br />

o museu está instalado. No interior do edifício, destaca-se a<br />

iluminação sutil das rampas, proporcionada por linhas de LEDs<br />

encapsulados, que foram fixados nas bases dos guarda-corpos de<br />

vidro. O desenho irregular da estrutura metálica do teto envidraçado<br />

do foyer – onde fica a loja e o café, no térreo – foi realçado por<br />

linhas de LEDs translúcidos fixadas nos perfis estruturais.<br />

Museu Pelé Valongo, 2014 – Santos, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Senzi Consultoria Luminotécnica<br />

2 4<br />

CASAS DE LO MATTA<br />

O projeto de iluminação criado pelos lighting designers Pascal<br />

Chautard, Aquiles Pavez, Costanza Valdebenito, Fabiola Martinez<br />

e Felipe Grandon, integra arquitetura, função e intervenção por<br />

meio de uma luz sutil que reconhece a espacialidade interior. As<br />

instalações e os equipamentos de iluminação passam despercebidos,<br />

para que apenas as obras expostas e a arquitetura permaneçam<br />

em evidência. A iluminação permite criar diferentes condições<br />

expositivas, destacando os planos verticais em contraste com<br />

a circulação central livre.<br />

Casas de Lo Matta, 2016 – Santiago, Chile<br />

Projeto de iluminação: Limarí Lighting Design Spa<br />

APARTAMENTO THEO<br />

No apartamento dos anos 1970, paredes e forros foram derrubados,<br />

restando apenas o volume cúbico correspondente ao hall de elevador, ao<br />

redor do qual estão os ambientes de estar. A laje nervurada de concreto<br />

aparente foi realçada pelo projeto de iluminação indireta, criada por<br />

Marcos Castilha. Perfis com fitas de LED foram instalados nas bordas<br />

de algumas cubetas, realçando o efeito “tabuleiro de xadrez”. Além<br />

de evidenciar o desenho geométrico do teto, a iluminação integrada<br />

ao grid estrutural proporciona uma luz suave e difusa.<br />

Apartamento Theo, 2015 – São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Castilha Iluminação<br />

HOTEL BH<br />

A arquitetura de interiores do Hotel BH evoca as nuances e as<br />

cores do carnaval de Barranquilla, na Colômbia. Criada pelo escritório<br />

ClaroOscuro Lighting Design, de Julia Erlhoefer e Alfredo García<br />

Mejía, o projeto de iluminação privilegia, nas áreas comuns, uma<br />

luz geral homogênea que contrasta com o jogo de luz direcionado<br />

aos detalhes coloridos. Além das cores, as texturas dos materiais de<br />

acabamento são acentuadas pela iluminação.<br />

Hotel BH, 2016 – Barranquilla, Colômbia<br />

Projeto de iluminação: ClaroOscuro Lighting Design<br />

72 73


THE GRAND HOTEL<br />

O projeto criado pelos lighting designers Joel Fregosi, Ricardo<br />

Hofstadter e Carlos Buzzo para The Grand Hotel privilegia a iluminação<br />

indireta, por meio de sancas de LED que proporcionam ambientes<br />

agradáveis e confortáveis aos hóspedes. Iluminadas, as superfícies<br />

verticais conferem amplitude aos corredores e às áreas comuns do hotel.<br />

Outro destaque é o restaurante com teto estrelado, efeito proporcionado<br />

pelas luminárias de LED de 8 mm de diâmetro embutidas no forro.<br />

The Grand Hotel, 2014 – Punta del Este, Uruguai<br />

Projeto de iluminação: Ricardo Hofstadter Lighting Design<br />

Federico Cairoli<br />

9 11<br />

Luis Vigil Romero<br />

MALL CASA COSTANERA<br />

Erguido em uma zona residencial de Santiago, no Chile, o shopping<br />

de bairro Casa Costanera foi projetado pelo escritório BMA Arquitectos<br />

para ser confortável e acolhedor. O projeto de iluminação, de autoria<br />

do escritório Diseñadores Independientes de Iluminación Profesional,<br />

reforça essas características ao privilegiar a iluminação indireta nas áreas<br />

comuns, com níveis e contrastes adequados para casa tipo de ambiente.<br />

Mall Casa Costanera, 2015 – Santiago, Chile<br />

Arquitetura de iluminação: Diseñadores Independientes de Iluminación<br />

Profesional – Felipe Vicuña, Gonzalo Sáez, Álvaro Olave e Lukas Aravena<br />

Jose Campos Álvaro Olave Lepeley<br />

EMPRESA FINANCEIRA EM SÃO PAULO<br />

O escritório, que ocupa o pavimento inteiro de um edifício, abriga<br />

a presidência de um conglomerado financeiro, com salas de diretores<br />

e de reuniões, auditório, foyer e recepção. O projeto de iluminação,<br />

de autoria de Gilberto Franco e sua equipe, formada pelas lighting<br />

designers Juliana Scialis e Renata Bodi, buscou criar um repertório<br />

de soluções que dialogasse entre si e conferisse um caráter único ao<br />

conjunto. Na antessala do espaço dos diretores, acolhida por uma<br />

parede curva, a escultura de Victor Brecheret é iluminada de modo<br />

ligeiramente assimétrico por dois pontos de luz de facho médio,<br />

posicionados para proporcionar uma única sombra.<br />

Empresa financeira em São Paulo, 2015 – São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Franco Associados Lighting Design<br />

Maíra Acayaba<br />

13 15<br />

Maíra Acayaba<br />

OFICINAS DEL GOBIERNO DE LA CIUDAD DE BUENOS AIRES<br />

Um dos principais objetivos do projeto de iluminação criado pela<br />

lighting designer Eli Sirlin para a sede de escritórios do governo da<br />

cidade de Buenos Aires foi valorizar as abóbodas da laje do edifício,<br />

por meio de iluminação indireta. Pendentes circulares “flutuam” no<br />

grande átrio, que é revelado ao exterior como uma grande lâmpada de<br />

luz através da fachada envidraçada que integra o edifício ao parque. Em<br />

todo o espaço foram utilizadas lâmpadas de alta eficiência energética,<br />

com eficiência luminosa superior a 80 lm/W, e número reduzido de<br />

tipologias de equipamentos, para facilitar a manutenção.<br />

Oficinas del Gobierno de La Ciudad de Buenos Aires, 2015 –<br />

Buenos Aires, Argentina<br />

Projeto de iluminação: Eli Sirlin<br />

Elida Elizabeth Sirlin/Carolina Yonamine/Alejandra Clarissa<br />

ARQ. Gonzalo Viramonte/ING. Gino Longo<br />

10 12<br />

14 16<br />

EL SALAR MARAS BAR<br />

Bar exclusivo do restaurante Maras, no Hotel Westin Lima, no<br />

Peru, El Salar Maras Bar foi decorado para que o visitante se sentisse à<br />

vontade, comendo e bebendo em meio aos amigos, como se estivesse<br />

na casa do chef Rafael Piqueras, que comanda o estabelecimento.<br />

Em sintonia com a arquitetura de interiores, o projeto de iluminação<br />

criado por Maria Antonia Villegas Londoño busca recriar o ambiente<br />

aconchegante de uma casa por meio de uma iluminação tênue e<br />

quente, proporcionada por LED linear integrado ao mobiliário, além<br />

de downlights e uplights de lâmpadas halógenas dimerizáveis.<br />

El Salar Maras Bar, 2015 – Lima, Peru<br />

Projeto de iluminação: Maria Antonia Villegas Londoño<br />

HOTEL TAVIRA OZADI<br />

Criado pela lighting designer portuguesa Paula Rainha, do<br />

escritório Synapse Architectural Light Design, o projeto de iluminação<br />

do Hotel Tavira Ozadi buscou valorizar a arquitetura do edifício<br />

original, construído nos anos 1970, além de realçar os novos<br />

elementos arquitetônicos que surgiram depois da reforma, como<br />

a nova estrutura de madeira que parece flutuar sobre a piscina.<br />

A sensação de leveza é reforçada pela convidativa iluminação<br />

quente, que destaca a forma contemporânea do novo anexo.<br />

Hotel Tavira Ozadi, 2014/2015 – Tavira, Portugal<br />

Arquitetura de iluminação: Synapse Architectural Light Design<br />

BANCO CETELEM<br />

O desenho irregular e assimétrico do forro que se sobrepõe às<br />

áreas de trabalho da Cetelem é realçado pelo projeto de iluminação<br />

do lighting designer Rafael Leão. O contorno do forro que marca<br />

a “fronteira” entre espaços é destacado por um sistema linear de<br />

LED, promovendo uma sensação de luminosidade e de adaptação<br />

visual ao longo dos espaços de transição. As estações de trabalho<br />

são iluminadas com luminárias retangulares de LED embutidas<br />

em forros modulados em paginação aleatória, distribuídos como<br />

“ilhas” em meio ao forro irregular.<br />

Banco Cetelem, 2016 – Barueri, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Conforto Visual Projetos de Iluminação<br />

CASA NARANJA (SEDE TARJETA NARANJA)<br />

Conhecida como “Casa Naranja”, em razão de sua fachada colorida<br />

e vibrante, a nova sede da empresa Tarjeta Naranja, projetada pelo<br />

AFT Arquitectos, buscou refletir os valores que a companhia atribui<br />

a si mesma: dinamismo, flexibilidade, inovação e alegria. O projeto<br />

de iluminação, criado pelo lighting designer Pablo Pizarro, partiu<br />

dessa mesma premissa e privilegiou a tecnologia LED como forma de<br />

economizar energia. No átrio de pé-direito duplo, a escultura laranja<br />

suspensa ganha vida com a iluminação vinda do teto.<br />

Casa Naranja (Sede Tarjeta Naranja), 2015 – Córdoba, Argentina<br />

Projeto de iluminação: Pablo Pizarro<br />

74 75


Juan Francisco Vargas – Cristián Barahona<br />

EDIFÍCIO CLARO<br />

A composição arquitetônica do Edifício Claro é marcada por<br />

dois volumes principais: um vertical, com 11 pavimentos, e outro<br />

horizontal, de três andares. A fachada de painéis perfurados de<br />

alumínio em ziguezague sombreia e filtra a luz natural que entra nos<br />

espaços corporativos. À noite, o entorno é iluminado apenas pela luz<br />

que emana do interior, atravessando os componentes metálicos. A<br />

eficiência energética e o conforto visual foram privilegiados pelo lighting<br />

designer Douglas Leonard Aliaga, autor do projeto de iluminação.<br />

Edifício Claro, 2015 – Santiago, Chile<br />

Arquitetura de iluminação: Douglas Leonard Lighting Designers<br />

CEPSA FLAGSHIP STATION<br />

No posto de combustível da empresa espanhola CEPSA, a<br />

iluminação é um aspecto fundamental da marquise de policarbonato<br />

e aço. À noite, a cobertura adquire uma impactante tonalidade<br />

vermelha, graças às luminárias de LED integradas à estrutura<br />

metálica. Como uma lanterna, a construção atrai a atenção dos que<br />

passam pelo local, um dos objetivos do escritório Aureolighting<br />

ao criar o projeto de iluminação.<br />

CEPSA Flagship Station, 2015 – Arevalo, Espanha<br />

Arquitetura de iluminação: Aureolighting – Rafael Gallego Vargas<br />

TEMPLO EXPIATORIO DE LEÓN GUANAJUATO<br />

Marco arquitetônico importante da cidade de León, em Guanajuato,<br />

México, o Templo Expiatorio destaca-se pelo estilo arquitetônico<br />

neogótico e pelos vitrais coloridos, que foram valorizados pelo projeto de<br />

iluminação criado pelo time de Gustavo Avilés e Fernando Vázquez. A<br />

“presença divina”. materializada pela luz, que se intensifica gradativamente<br />

ao longo da altura do edifício, “começando de baixo, em silêncio, até<br />

terminar com uma grande intensidade na parte superior”. Segundo os<br />

autores do projeto, a gradação da luz “simboliza a proximidade com<br />

Deus”. À noite, a iluminação interna dá vida aos vitrais.<br />

Templo Expiatorio de León Guanajuato, 2015 – León, México<br />

Arquitetura de iluminação: Lighteam Gustavo Avilés e Fernando Vázquez<br />

Leonardo Finotti - divulgação<br />

Ariel Ramirez<br />

Martin Garcia Perez<br />

Daniel Ducci<br />

Montse Zamorano<br />

Fabián Garcilita Ruiz<br />

17 19<br />

21 23<br />

ESCRITÓRIOS EM SÃO PAULO<br />

A sede de uma empresa mundial do mercado financeiro em São<br />

Paulo ocupa o andar inteiro de um edifício corporativo com certificação<br />

LEED Core & Shell. A hierarquia dos ambientes foi reforçada pelo<br />

projeto de iluminação criado pelo Estúdio Carlos Fortes – Luz + Design,<br />

que privilegiou a iluminação indireta nas circulações. A recepção foi<br />

suavemente iluminada por perfis de LED sobre a parede atrás do<br />

balcão. A área de convivência e a de café destacam-se pela solução<br />

que mistura nos trilhos projetores e pendentes.<br />

Escritórios em São Paulo, 2015 – São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Estúdio Carlos Fortes – Luz + Design<br />

Marcelo Kahn<br />

24<br />

SAMSUNG NOVA SEDE<br />

Com a arquitetura de interiores assinada pelo escritório Athié<br />

Wohnrath Associados, a nova sede da Samsung ocupa nove pavimentos<br />

e o terraço da cobertura do edifício Morumbi Corporate – Diamond<br />

Tower, em São Paulo. A utilização de luminárias fornecidas pelo<br />

condomínio foi um dos requisitos que deveriam ser atendidos<br />

pelo projeto de iluminação desenvolvido pela Lit Arquitetura de<br />

Iluminação, já que o edifício é certificado com o selo LEED. As áreas<br />

de estar e de reunião informais distribuídas nos andares de staff,<br />

recepção e restaurante do 21º pavimento são marcadas por um<br />

pergolado de madeira que desce lateralmente como divisória,<br />

um dos elementos valorizados pela iluminação.<br />

Samsung Nova Sede, 2014 – São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação: Lit Arquitetura de Iluminação<br />

18 20<br />

ARENA DA JUVENTUDE<br />

Palco das competições de basquete feminino e esgrima dos<br />

Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a arena projetada<br />

por Vigliecca & Associados é como um hangar esportivo<br />

fechado em que se destacam as fachadas compostas de telas<br />

e venezianas móveis. O projeto, concebido pelos lighting<br />

designers Paula Carnelós, Luciana Costantin e Eder Ferreira,<br />

do escritório Acenda Projeto de Iluminação, explora os<br />

fechamentos, as transparências e as aberturas do edifício,<br />

despertando a curiosidade dos visitantes. Foram especificados<br />

sistemas de iluminação de fácil e baixa manutenção.<br />

Arena da Juventude, 2016 – Rio de Janeiro, Brasil<br />

Arquitetura de iluminação: Acenda Projeto de Iluminação<br />

EDIFÍCIO MODERNISTA CAIXAFORUM BARCELONA<br />

Criado pelo AIA Instal.lacions Arquitectoniques e Michela<br />

Mezzavilla, o projeto de iluminação do Edifício Caixaforum Barcelona,<br />

a antiga fábrica têxtil Casaramona, buscou destacar a arquitetura<br />

modernista e industrial da edificação projetada pelo arquiteto Josep<br />

Puig i Cadafalch. Discretas e integradas à arquitetura, as soluções de<br />

iluminação “cedem o protagonismo ao edifício”, erguido em 1912. A<br />

luz suave e difusa que emana das claraboias e das grandes aberturas<br />

das fachadas se contrapõe ao efeito wallwasher nas paredes de tijolos.<br />

Edifício Modernista CaixaForum Barcelona, 2016 – Barcelona, Espanha<br />

Arquitetura de iluminação: AIA Instal.lacions Arquitectoniques +<br />

Michela Mezzavilla<br />

22<br />

REHABILITACIÓN DEL FUERTE VICTORIA<br />

GRANDE DE MELILLA<br />

Parte importante da restauração do Fuerte Victoria Grande<br />

de Melilla, na Espanha, o projeto de iluminação, elaborado<br />

pelo escritório DCI Diseño y Consultoria de Iluminación, de<br />

Francisco Javier Gorriz Sanchez, visa valorizar as características<br />

arquitetônicas da fortificação do século XVIII. Intensamente<br />

empregada, a tecnologia LED foi associada a sistemas de<br />

automação para criar “poesia lumínica”. Sanchez buscou criar<br />

um ambiente teatral, cuja narrativa pudesse acompanhar o<br />

visitante por todo o percurso, com interessantes jogos de<br />

luzes e sombras.<br />

Rehabilitación del Fuerte Victoria Grande de Melilla, 2015 – Melilla, Espanha<br />

Arquitetura de iluminação: DCI Diseño y Consultoria de Iluminación<br />

76 77


PIXEL FLOW<br />

Criada pela lighting designer Claudia Paz em parceria com<br />

Cesar Castro (desenho da estrutura e sistema de controle),<br />

Chris Plant (programação interativa), Neil Spragg (desenho<br />

de som) e Giancarlo Aita (áudio), a instalação Pixel Flow<br />

proporciona aos visitantes uma experiência sensorial dentro<br />

do espaço gerado pelo som e pela luz. Os usuários podem<br />

se expressar livremente, envoltos por uma espiral de pixels e<br />

luz, que se ativam com o movimento dos corpos. A instalação<br />

apresenta dez cenários distintos.<br />

Pixel Flow, 2015 – Lima, Peru<br />

Projeto de iluminação: Claudia Paz Lighting Studio<br />

Silvia Neyra<br />

25<br />

LLUVIA DE LUCES EN NAVIDAD<br />

O projeto de iluminação natalina, criado pelo escritório<br />

interior 137 arquitectos para o município de Envigado, na<br />

Colômbia, é uma instalação urbana planejada como uma rota<br />

luminosa que transforma a região central da cidade em um<br />

ambiente festivo e mágico para o Natal. A luz cria cenários e<br />

realça volumetrias e marcos arquitetônicos de Envigado, como<br />

a igreja do Parque Central.<br />

Lluvia de Luces en Navidad, 2014 – Envigado, Colômbia<br />

Projeto de iluminação: interior137 arquitectos<br />

Yafra Phillips Interior 137/arquitetos s.a.s.<br />

26<br />

MENSAJE EN UNA BOTELLA<br />

Criada por Aquiles Pavez Toro, a instalação Mensagem em<br />

uma Garrafa reúne em pequenas garrafas luminosas as opiniões<br />

e os desejos dos habitantes de Caspana, vilarejo chileno da<br />

Província de El Loa. Suspensas sob a cobertura de sapé de uma<br />

praça, cem garrafas de vidro carregam em seu interior uma<br />

fonte lumínica de cor mais quente (LED a bateria), quartzo<br />

e sal do deserto do Atacama. À noite, quando a cobertura<br />

“desaparece” na escuridão, restam pontos luminosos, que<br />

são contemplados pela comunidade local.<br />

Mensaje en una Botella, 2015 – Caspana, Chile<br />

Projeto de iluminação: Aquiles Pavez Toro<br />

Transnoche<br />

28 29<br />

Aquiles Pavez Toro<br />

DISEÑO PARTICIPATIVO DE ILUMINACIÓN PÚBLICA<br />

Uma das estratégias da Empresa de Acueducto y Alcantarillado<br />

de Bogotá (EAAB) para recuperar os córregos da cidade é<br />

desenvolver espaços de uso público para aproximar a comunidade<br />

desses cursos de água. A missão inicia com o córrego La Nutria,<br />

na capital colombiana, que já possuía postes convencionais<br />

de iluminação pública. Com base nas informações obtidas<br />

em três oficinas noturnas realizadas junto à comunidade,<br />

para observar o local e identificar suas necessidades, o pluZ<br />

elaborou o projeto de iluminação com o objetivo de melhorar<br />

o conforto lumínico nos arredores do córrego.<br />

Deseño Participativo de Iluminación Pública, 2015 - Bogotá, Colômbia<br />

Projeto de iluminação: Coletivo Trasnoche / Laboratorio de Iluminación<br />

Social – Ana Maria Bustamante, Solanyi Ramirez, Esteban Yepes,<br />

Carolina Pedraza, Raphaël Giruard, David Vanegas e Sebastian Calle<br />

Cristobal Heiss, Puentes UC<br />

URBAN LIGHT SCORE RACE (ULSR 2015)<br />

2015 foi declarado o Ano Internacional da Luz pela Unesco.<br />

Em homenagem a isso, as lighting designers espanholas Luisa<br />

Alvarez e Lara Elbaz propuseram uma ação luminosa coletiva e<br />

sincronizada em várias cidades do mundo. Batizado de Urban<br />

Light Score Race (ULSR 2015), o percurso noturno e luminoso,<br />

realizado em países como Espanha, México, Chile, Reino<br />

Unido, Austrália, Porto Rico e Brasil, criou uma “onda de luz”<br />

que atravessou o mundo no dia 20 de junho de 2015, solstício<br />

de verão no hemisfério norte e de inverno no hemisfério sul.<br />

Urban Light Score Race (ULSR 2015), 2015 – vários países do mundo<br />

Projeto de iluminação: Luisa Alvarez e Lara Elbaz<br />

27<br />

30<br />

LUZ PARA TU BARRIO<br />

Exame do curso de Iluminación UC da Escuela de Diseño<br />

da Pontificia Universidad Católica de Chile, “Luz para tu Barrio”<br />

deu aos estudantes a possibilidade de criar e gerir um projeto<br />

de iluminação para clientes reais, os comerciantes do bairro<br />

Ictinos, na capital chilena. Realizado em um semestre, o trabalho<br />

proporcionou melhor iluminação dos produtos e dos serviços<br />

oferecidos pelos estabelecimentos que não dispõem de boa<br />

infraestrutura.<br />

Luz para tu Barrio, 2016 – Santiago, Chile<br />

Projeto de iluminação: Departamento de Iliminación, Escuela de<br />

Diseño, Pontificia Universidad Católica de Chile<br />

78 79


PRODUTOS<br />

TRACE<br />

Desenhada pelo escritório espanhol artec3, a nova<br />

coleção de arandelas da Lamp tem como inspiração a luz da<br />

lua durante um eclipse. Disponíveis em quatro tamanhos e<br />

formatos, todos com opções de IP20 ou IP65, as luminárias<br />

de embutir apresentam versões tanto com facho homogêneo<br />

como assimétrico, sempre gerando luz suave e difusa em razão<br />

da posição indireta do LED 3.000K.<br />

lamp.es<br />

SPLITBOX<br />

O novo sistema da Delta Light combina a discrição de uma<br />

luminária sem moldura com a flexibilidade de um equipamento<br />

aplicado. A caixa de instalação retangular da luminária Splitbox<br />

tem acabamento preto fosco e apresenta versões para um,<br />

dois ou três projetores orientáveis (104 lm/W, 18°, 2.700K,<br />

IRC > 90). Oferecidos nas cores preta e branca, os projetores<br />

Spy podem ser posicionados tanto interna quanto externamente<br />

à luminária, oferecendo 90° de orientabilidade e giro de 355°.<br />

deltalight.com<br />

THE RUNNING<br />

MAGNET 2.0<br />

A coleção The Running Magnet, da Flos, acaba de ganhar<br />

uma ampliação. Nova versão do projetor Spot Module,<br />

disponível em dois tamanhos, o novo módulo Multi Spot,<br />

possui quatro projetores em uma única peça; já a família de<br />

pendentes decorativos String Lights é assinada pelo designer<br />

Michael Anastassiades. Ambos os produtos estão entre as<br />

novidades da versão 2.0 da coleção. Disponíveis em versões<br />

embutidas, aplicadas ou suspensas, as luminárias têm<br />

instalação magnética em exclusivos trilhos 24 V, o que permite<br />

total flexibilidade de configurações.<br />

flos.com<br />

No Brasil:<br />

Onlight Iluminação<br />

onlight.com.br<br />

KEPLERO<br />

A nova geração de luminárias de piso da Targetti combina<br />

a robustez do IP68 com a flexibilidade, ao oferecer um<br />

sistema óptico ajustável, capaz de produzir desde um facho<br />

vertical concentrado de 20° até uma luz horizontal e difusa<br />

de 360°. Disponíveis em dois diâmetros (280 mm e 1<strong>61</strong> mm),<br />

as luminárias são oferecidas em quatro versões diferentes –<br />

Zoom, Gimbal, High Efficacy e Wall Washer –, com ópticas e<br />

fontes de LED diversificadas.<br />

targetti.com<br />

No Brasil:<br />

e:light<br />

goelight.com.br<br />

80 81


PARA SABER MAIS<br />

8’18’’ Lumière<br />

T +33 (4) 9192 0167<br />

www.8-18lumiere.com<br />

BEĨ Editora<br />

T +55 11 3089 8855<br />

bei.com.br<br />

EILD<br />

eild.org<br />

Eisenmann do Brasil<br />

T +55 11 21<strong>61</strong> 1200<br />

www.eisenmann.com/en.html<br />

Estudio Guto Requena<br />

T +55 11 3081 2974<br />

www.gutorequena.com.br<br />

FAS Iluminação + Estúdio<br />

Brasil Ingo Maurer<br />

T + 55 11 3086 16<strong>61</strong><br />

www.fasiluminacao.com.br<br />

Godoy Luminotécnica<br />

T +55 (11) 5575 4540<br />

godoyassociados.com.br<br />

Ingo Maurer GmbH<br />

T +49 89 381 606 0<br />

www.ingo-maurer.com<br />

James Tapscott<br />

paper-st-art.com<br />

LD Studio<br />

T +55 21 2507 2087<br />

www.ldstudio.com.br<br />

Lee Broom<br />

T +44 (0) 207 820 0742<br />

www.leebroom.com<br />

Macarena Ruiz-Tagle<br />

macarenaruiztagle.com<br />

Museu da Casa Brasileira<br />

mcb.org.br<br />

nendo<br />

T +81 3 5414 3470<br />

www.nendo.jp<br />

Oh My Light!<br />

ohmylight.cl/projects<br />

Paulina Villalobos<br />

T +56 2 2264 9846<br />

Studio Roosegaarde<br />

T +31 (0) 103 070 909<br />

www.studioroosegaarde.net<br />

teamLab Inc.<br />

T +81 (0) 3 5804 2356<br />

www.team-lab.com<br />

Tundra<br />

hello@wearetundra.com<br />

www.wearetundra.com<br />

UniversalAssemblyUnit<br />

hello@universalassemblyunit.com<br />

www.universalassemblyunit.com<br />

PATROCINADORES<br />

Artemide/Cynthron<br />

T (11) 3846 8100<br />

cynthron.com.br<br />

página 7 e 9<br />

Lemca Iluminação<br />

T (11) 2827 0600<br />

lemca.com.br<br />

página 15<br />

Mister LED<br />

T (11) 23<strong>61</strong> 3405<br />

misterled.com.br<br />

páginas 17<br />

Stillux<br />

T (11) 2898 9921<br />

stillux.com<br />

página 23<br />

Aureon<br />

T (11) 3966 6211<br />

aureon.com.br<br />

página 27<br />

Light Design+Exporlux<br />

T (81) 3339 1654<br />

lightdesign.com.br<br />

2ª capa<br />

Omega Light<br />

T (11) 5034 1233<br />

omegalight.com.br<br />

páginas 4 e 5<br />

Syflar<br />

T (11) 3228 4326<br />

syflar.com.br<br />

página 35<br />

Gevi Gamma<br />

T (11) 3842 7655<br />

gevigamma.com.br<br />

página 31<br />

Lumitenzi<br />

T (11) 2308 1331<br />

www.lumitenzi.com.br<br />

página 21<br />

Oplus Led Brasil<br />

T (11) 5051 1942<br />

oplusledbrasil.com<br />

página 37<br />

Sylvania<br />

T (11) 3133 2430<br />

sylvania-americas.com<br />

página 29<br />

Iluminar<br />

T (31) 3589 1400<br />

iluminar.com.br<br />

página 25<br />

Lutron<br />

sacbrasil@lutron.com<br />

lutron.com/latinamerica<br />

página 11<br />

Osvaldo Matos<br />

T (11) 3045 3095<br />

osvaldomatos.com.br<br />

4ª capa<br />

Unitron<br />

T (11) 3931 4744<br />

unitron.com.br<br />

página 39<br />

Itaim Iluminação<br />

T (11) 4785 1010<br />

itaimiluminacao.com.br<br />

3ª capa<br />

Luxion<br />

T (54) 3021 0007<br />

luxion.com.br<br />

página 13<br />

Steluti<br />

T (11) 3079 7339<br />

steluti.com.br<br />

página 33<br />

Ventana<br />

T (11) 4596 1100<br />

ventanabr.com<br />

página 19<br />

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