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56<br />

lição de vida<br />

Oscar Capucho<br />

Sensação nas Paralimpíadas,<br />

ator e bailarino segue nos palcos<br />

Fotos: Charles Pereira<br />

Quem esteve na cerimônia<br />

de abertura dos Jogos Paralímpicos<br />

Rio 2016, em<br />

7 de setembro último, ou<br />

viu o espetáculo pela tevê,<br />

com certeza se encantou com o número<br />

de dança executado pelos bailarinos<br />

cegos Oscar Capucho e Renata Prates.<br />

A dupla apresentou um pas des deux ao<br />

som de “Bachianas Brasileiras Nº 4”, de<br />

Heitor Villa-Lobos, logo após o número<br />

que reuniu 400 bailarinos dançando com<br />

bengalas gigantes de led, um dos pontos<br />

altos da festa.<br />

Aos 33 anos, o mineiro da cidade de<br />

Pedro Leopoldo/MG é também um ator<br />

tarimbado, há vários anos nos palcos. Até<br />

28 de novembro, por exemplo, esteve no<br />

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), de<br />

Belo Horizonte/MG, com o espetáculo “E<br />

a cor a gente imagina”, ao lado do diretor e<br />

bailarino Victor Alves, em que Capucho foi<br />

também o responsável pela dramaturgia.<br />

A montagem colocou em perspectiva o<br />

pensamento que se tem da visão e a forma<br />

como a pessoa com deficiência visual<br />

se relaciona com o mundo à sua volta.<br />

Cego desde a infância, ele perdeu o<br />

olho esquerdo aos 5 anos, por causa de<br />

um deslocamento de retina, devido a um<br />

alto grau de miopia, e o olho direito aos<br />

9 anos. “Como ainda era criança, foi uma<br />

grande novidade”, lembra o ator. “Encarei<br />

como uma brincadeira poder enxergar de<br />

outra forma, tocando e identificando os<br />

objetos através do toque. Acredito que<br />

para os meus pais não foi muito fácil.<br />

Quando recebemos a notícia, em um consultório<br />

médico, que infelizmente tudo<br />

que poderia ser feito já havia sido feito,<br />

eles choraram muito. Então eu disse: não<br />

chorem, vocês serão a luz dos meus olhos.<br />

Eles foram, fizeram de mim o homem que<br />

sou hoje, me deram estudo e me ensinaram<br />

entender a vida, respeitar minhas<br />

limitações e viver neste mundo caótico e<br />

tão pouco inclusivo”, conta.<br />

Capucho lembra que a vida escolar

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