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84<br />

ponto de vista<br />

por Suely Carvalho de Sá Yanez<br />

De quem é a<br />

responsabilidade ?<br />

O<br />

ser humano no início da<br />

vida tem uma característica<br />

que é depender dos<br />

outros para se alimentar,<br />

vestir, sobreviver. Ele precisa<br />

ser cuidado, treinado, ensinado e, na<br />

medida que vai crescendo e amadurecendo,<br />

ele começa a tomar conta de si<br />

mesmo. Quando alcança a vida adulta, as<br />

experiências vivenciadas criaram dentro<br />

dele crenças daquilo que ele se sente<br />

capaz de realizar ou não, merecedor ou<br />

não, crenças de que ele pode se responsabilizar<br />

por si mesmo em todas as áreas<br />

da sua vida ou não. São essas crenças<br />

ou estruturas de pensamentos que vão<br />

determinando o padrão de vida que ele<br />

poderá viver.<br />

Independente da condição social, grau<br />

de instrução, deficiência sensorial, física<br />

ou emocional, sabemos hoje pelos<br />

estudos da neurociência que as nossas<br />

crenças podem ser modificadas por aquilo<br />

que comunicamos por atos, palavras<br />

e ações.<br />

Como exemplo...<br />

Um ator de teatro que desenvolve<br />

uma personagem de uma peça que é<br />

exibida diariamente por muitos anos<br />

seguidos. Ocorre que este ator pode<br />

acabar incorporando nas atitudes e<br />

comportamentos da sua vida pessoal<br />

várias características do personagem.<br />

Em algumas situações, o ator precisa<br />

da ajuda de um profissional especializado<br />

que o ajude a “sair” do papel do<br />

personagem.<br />

Tudo isso nos revela que podemos<br />

adquirir e modificar os comportamentos<br />

e pensamentos que desejarmos se permitirmos<br />

ser treinados para isso, e isso<br />

é uma decisão pessoal.<br />

Sabemos que é possível mudar, eliminarmos<br />

aquele comportamento prejudicial,<br />

mas não conseguimos nos livrar dele.<br />

São aquelas reações que não deveríamos<br />

ter, mas, quando demos conta, já tivemos.<br />

Somos seres habituais, praticamos os<br />

comportamentos a que fomos formados<br />

pelas experiências da vida. Sendo<br />

assim, podemos também elaborar uma<br />

programação para nos condicionarmos a<br />

comportamentos adequados e positivos<br />

de acordo com a nossa necessidade. Isso<br />

é uma reprogramação da nossa mente.<br />

Mudança das nossas crenças pela mudança<br />

dos nossos comportamentos.<br />

Quando mudamos as nossas crenças,<br />

mudamos a nossa vida. E a questão é<br />

exatamente essa. Quantas vezes nos<br />

comunicamos, nos comportamos com<br />

reclamação e “lamúrias” sobre as nossas<br />

dificuldades, as nossas derrotas ? Nos<br />

sentimos injustiçados, com pensamentos<br />

de que não vai ter jeito e isso gera uma<br />

crença de incapacidade. Como a crença<br />

estabelece o que a pessoa vai viver, o<br />

resultado é que continuamos vivendo<br />

o produto dos nossos pensamentos e<br />

comportamentos. Mais dificuldades e<br />

mais derrotas. E esse ciclo vai comandando<br />

a nossa vida, pois se torna um hábito.<br />

Existem pessoas que tem a crença de<br />

que podem constantemente desenvolver<br />

doenças e vivem tendo comportamentos<br />

neuróticos de cuidados extremos, mas<br />

o resultado é que acabam somatizando<br />

as expressões emocionais no seu físico.<br />

Como não poderia ser diferente, o surgimento<br />

de sintomas físicos é, na maioria<br />

das vezes, inevitável.<br />

O que isso tem a ver com a área da<br />

deficiência, sendo esta visual ou outras ?<br />

A autorresponsabilidade (responsabilidade<br />

com a nossa vida) com o que<br />

queremos ser, fazer e ter nos confronta<br />

com a questão de uma decisão. Vamos<br />

continuar a dar sequência a ciclos de

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