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76<br />

mulher<br />

ência, porque temos demandas fortíssimas,<br />

mulheres engajadas que são capacitadas<br />

no tema, com vasta experiência<br />

em militância, somente precisam mudar<br />

o foco e vir pra luta conosco.<br />

Em Audiência Pública no dia 8 de dezembro<br />

na Câmara dos Deputados sobre<br />

o tema de violência contra a Mulher<br />

com deficiência, a Ong Essas Mulheres,<br />

na representação de Adriana Dias e eu,<br />

levamos dados que incomodaram muito<br />

várias Deputadas presentes, pois elas<br />

não faziam idéia do tamanho descaso<br />

que passamos e a nossa vulnerabilidade<br />

social. Estamos em debate franco<br />

sem disfarces sobre nossas necessidades<br />

e demandas, um debate rico com<br />

ganhos sociais para todos os grupos<br />

que participam, viemos para transformar<br />

a sociedade, a nossa realidade em<br />

direitos e qualidade de vida.<br />

O capacitismo que é colocado em<br />

nossos ombros como forma de imposição,<br />

atrapalha muito nossas conquistas,<br />

nossas vidas, trazendo a pobreza, a ignorância<br />

a nossa volta, impossibilitando<br />

o crescimento interpessoal que temos<br />

direito de vivenciar, por outro lado, enpor<br />

Márcia Gori<br />

#ÉCapacitismoQuando<br />

#ÉCapacitismoQuando -<br />

Essa hasthag lhe diz alguma<br />

coisa ? Como você,<br />

mulher com deficiência<br />

sente em relação ao capacitismo<br />

social que é nos imposto<br />

goela abaixo ? Te incomoda a ponto<br />

de fazer algo para mudar, orientar outras<br />

mulheres para que haja mudanças<br />

positivas em relação a nossas vidas ?<br />

Essa mobilização nas redes sociais<br />

no dia 3 de dezembro foi algo genial e<br />

que foram levantadas diversas circunstâncias<br />

negativas e que são vistas de<br />

forma natural e que o próprio deficiente<br />

se acostuma e se cala, porque a maioria<br />

não tem consciência da violação<br />

que sofre todos os dias, é visto como<br />

normal.<br />

A mulher é 12% a mais na sociedade<br />

e no universo feminino social somos<br />

13% composto de mulheres com deficiência,<br />

um número alarmante para um<br />

grupo vulnerável que não tem políticas<br />

inclusivas e protetivas, até pouco mais<br />

de 10 anos não se falava em direitos<br />

e movimentos de mulheres com deficiência,<br />

era um assunto delegado aos<br />

outros grupos de militância, que era<br />

um capacitismo sem igual e por não<br />

discutirmos nossos assuntos, ficamos<br />

ausentes dos debates e das políticas<br />

públicas.<br />

O que mais deixa feliz é que diante<br />

de todo o nosso esforço em falar, participar<br />

de grupos de debates, promovendo<br />

eventos, falando, falando, falando incansavelmente<br />

estamos chegando nos<br />

espaços de poder, mobilizando políticos<br />

no Legislativo, Executivo, aparecendo<br />

Movimentos feministas de Mulheres<br />

com Deficiência para engrossar o coro<br />

sobre os nossos direitos. Isso é fantástico<br />

!<br />

Logo seremos tão fortes quanto aos<br />

movimentos de mulheres sem defici-<br />

tendemos que socialmente estamos<br />

rompendo barreiras, forçando portas e<br />

janelas para nossa saída e a compreensão<br />

do coletivo ainda está amadurecendo,<br />

somos vistas ainda de forma<br />

infantilizada, mas todo o processo tem<br />

sido feito para que o crescimento seja<br />

forte e cheio de quebras de paradigmas,<br />

um novo olhar social tem sido construído<br />

de forma intensa e continua.<br />

Nossas demandas já foram discutidas<br />

no Ministério da Saúde por meses,<br />

agora na Câmara dos Deputados, em<br />

diversos eventos, vejo isso como construções<br />

sociais de altíssimo valor e vigor,<br />

precisamos de mais mulheres com deficiência<br />

engajadas na luta, estudando,<br />

capacitando, vindo para as trincheiras,<br />

porque nós envelhecemos e é necessário<br />

que venham novas lideranças com<br />

idéias novas e arejadas.<br />

Com as conquistas de nossos direitos,<br />

com soluções de nossas demandas<br />

vindo em futuro próximo e, mesmo<br />

que muitas de nós estejam machucadas,<br />

quebradas emocional e psicologicamente,<br />

conseguiremos dar-lhes<br />

um norte, um mundo melhor, mas no

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