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Gestão<br />

Unimed do Brasil apresenta proposta d<br />

Estudos e pesquisas apontam<br />

que o modelo de assistência à<br />

saúde praticado no Brasil está na<br />

contramão das melhores experiências<br />

encontradas no mundo. Isso porque<br />

é hospitalocêntrico, apresenta<br />

qualidade aquém do desejável, com<br />

cuidado fragmentado e baseado em<br />

especialidades; a atenção primária não<br />

é organizada e o pagamento é feito por<br />

procedimento.<br />

Diante dos desafios impostos pela<br />

necessidade de uma medicina de<br />

qualidade, com parâmetros específicos<br />

determinados pela Agência Nacional<br />

de Saúde Suplementar (ANS), como<br />

proteção ao paciente e remuneração<br />

digna, a Unimed do Brasil está<br />

discutindo a mudança do modelo<br />

assistencial e já implantou um projeto<br />

piloto na Unimed Guarulhos, elaborado<br />

por um estudo desenvolvido a partir<br />

de uma série de visitas às melhores<br />

experiências europeias e pesquisas<br />

atuais.<br />

Após a análise dos sistemas de saúde<br />

da Inglaterra, da Alemanha, da França<br />

e da Holanda, este último considerado<br />

o melhor do mundo, a Unimed do<br />

Brasil criou um Centro de Qualidade<br />

e Inovação para estudar e colocar em<br />

prática um modelo próprio baseado na<br />

atenção primária assim como o Saúde<br />

da Família do Sistema Único de Saúde<br />

(SUS).<br />

A comparação dos melhores modelos<br />

do mundo com o modelo praticado<br />

pela Unimed apresenta apenas<br />

uma semelhança: o gerenciamento<br />

de doenças crônicas. As outras<br />

características como o foco no<br />

paciente, atenção primária, incentivos à<br />

qualidade, cuidado coordenado e uso<br />

de protocolos deixam muito a desejar e,<br />

em sua maioria, nem existem.<br />

O coordenador do Grupo Estratégico<br />

de Reforma do Modelo Assistencial<br />

Unimed, Dr. Paulo Borem, esteve<br />

em Goiânia no último dia 31 de<br />

outubro e fez uma ampla exposição<br />

do assunto para os diretores do<br />

Conselho de Administração da Unimed<br />

Goiânia, gerentes, coordenadores<br />

e representantes do Conselho de<br />

Especialidades.<br />

Fazem parte do Grupo, o Dr. Eudes<br />

Aquino, presidente da Unimed do Brasil;<br />

Dr. Humberto Isaac; Dr. João Caetano;<br />

Dr. Valdmário Rodrigues; Edivaldo Del<br />

Grande, presidente do Sescoop; e Dr.<br />

Cloer. A proposta de mudança já foi<br />

aprovada pela Unimed do Brasil, e o<br />

objetivo é implantar seis projetos piloto,<br />

inclusive com programas de formação<br />

para dirigentes e cooperados.<br />

“A maior parte das Unimeds culpa a<br />

ANS, discute o modelo de negócios,<br />

gasta muito para gerenciar os custos<br />

assistenciais e fica atuando na base<br />

do mais: mais auditoria, mais controle,<br />

mais contratações. Essa é a maneira<br />

tradicional de abordar a questão.<br />

Mas o sistema não está funcionando,<br />

se temos excesso de cesarianas, de<br />

procedimentos, por exemplo, é porque<br />

esse sistema está desenhado para isso.<br />

Se quisermos mudar o resultado temos<br />

que mudar o sistema”, afirmou Dr. Paulo<br />

Borem.<br />

A mudança, segundo ele, não é mais<br />

uma questão de vontade, é uma<br />

necessidade de sobrevivência. Quase<br />

70% das grandes Unimeds estão sob<br />

risco iminente ou entrando em risco, e<br />

as menores estão um pouco melhor.<br />

“A ANS vai avaliar as operadoras,<br />

seguindo determinados parâmetros<br />

de qualidade apresentados na recente<br />

normativa 277, que batem com essa<br />

proposta de modelo que elaboramos.<br />

Nos melhores modelos que<br />

visitamos, não encontramos nenhum<br />

parecido com o nosso, porque ele é<br />

hospitalocêntrico, cada médico em<br />

seu consultório fazendo o que dá na<br />

cabeça, sem coordenação nenhuma.<br />

O cliente não tem um gestor da saúde<br />

dele. Quando ele adoece, ele procura<br />

o clínico, o pronto-socorro e não há<br />

continuidade na atenção à saúde.<br />

O cuidado é fragmentado e muito<br />

especializado”, avalia ele.<br />

“Nas regiões dos Estados Unidos, onde<br />

predominam a medicina especializada,<br />

os resultados são muito piores do<br />

que aqueles da medicina baseada<br />

Coletiva | Novembro Dezembro <strong>2012</strong> 18

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