124 cod - REVISTA_COLETIVA_NOVEMBRO_DEZEMBRO_2012__atualizar_site_RGB_alterada
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Gestão<br />
Unimed do Brasil apresenta proposta d<br />
Estudos e pesquisas apontam<br />
que o modelo de assistência à<br />
saúde praticado no Brasil está na<br />
contramão das melhores experiências<br />
encontradas no mundo. Isso porque<br />
é hospitalocêntrico, apresenta<br />
qualidade aquém do desejável, com<br />
cuidado fragmentado e baseado em<br />
especialidades; a atenção primária não<br />
é organizada e o pagamento é feito por<br />
procedimento.<br />
Diante dos desafios impostos pela<br />
necessidade de uma medicina de<br />
qualidade, com parâmetros específicos<br />
determinados pela Agência Nacional<br />
de Saúde Suplementar (ANS), como<br />
proteção ao paciente e remuneração<br />
digna, a Unimed do Brasil está<br />
discutindo a mudança do modelo<br />
assistencial e já implantou um projeto<br />
piloto na Unimed Guarulhos, elaborado<br />
por um estudo desenvolvido a partir<br />
de uma série de visitas às melhores<br />
experiências europeias e pesquisas<br />
atuais.<br />
Após a análise dos sistemas de saúde<br />
da Inglaterra, da Alemanha, da França<br />
e da Holanda, este último considerado<br />
o melhor do mundo, a Unimed do<br />
Brasil criou um Centro de Qualidade<br />
e Inovação para estudar e colocar em<br />
prática um modelo próprio baseado na<br />
atenção primária assim como o Saúde<br />
da Família do Sistema Único de Saúde<br />
(SUS).<br />
A comparação dos melhores modelos<br />
do mundo com o modelo praticado<br />
pela Unimed apresenta apenas<br />
uma semelhança: o gerenciamento<br />
de doenças crônicas. As outras<br />
características como o foco no<br />
paciente, atenção primária, incentivos à<br />
qualidade, cuidado coordenado e uso<br />
de protocolos deixam muito a desejar e,<br />
em sua maioria, nem existem.<br />
O coordenador do Grupo Estratégico<br />
de Reforma do Modelo Assistencial<br />
Unimed, Dr. Paulo Borem, esteve<br />
em Goiânia no último dia 31 de<br />
outubro e fez uma ampla exposição<br />
do assunto para os diretores do<br />
Conselho de Administração da Unimed<br />
Goiânia, gerentes, coordenadores<br />
e representantes do Conselho de<br />
Especialidades.<br />
Fazem parte do Grupo, o Dr. Eudes<br />
Aquino, presidente da Unimed do Brasil;<br />
Dr. Humberto Isaac; Dr. João Caetano;<br />
Dr. Valdmário Rodrigues; Edivaldo Del<br />
Grande, presidente do Sescoop; e Dr.<br />
Cloer. A proposta de mudança já foi<br />
aprovada pela Unimed do Brasil, e o<br />
objetivo é implantar seis projetos piloto,<br />
inclusive com programas de formação<br />
para dirigentes e cooperados.<br />
“A maior parte das Unimeds culpa a<br />
ANS, discute o modelo de negócios,<br />
gasta muito para gerenciar os custos<br />
assistenciais e fica atuando na base<br />
do mais: mais auditoria, mais controle,<br />
mais contratações. Essa é a maneira<br />
tradicional de abordar a questão.<br />
Mas o sistema não está funcionando,<br />
se temos excesso de cesarianas, de<br />
procedimentos, por exemplo, é porque<br />
esse sistema está desenhado para isso.<br />
Se quisermos mudar o resultado temos<br />
que mudar o sistema”, afirmou Dr. Paulo<br />
Borem.<br />
A mudança, segundo ele, não é mais<br />
uma questão de vontade, é uma<br />
necessidade de sobrevivência. Quase<br />
70% das grandes Unimeds estão sob<br />
risco iminente ou entrando em risco, e<br />
as menores estão um pouco melhor.<br />
“A ANS vai avaliar as operadoras,<br />
seguindo determinados parâmetros<br />
de qualidade apresentados na recente<br />
normativa 277, que batem com essa<br />
proposta de modelo que elaboramos.<br />
Nos melhores modelos que<br />
visitamos, não encontramos nenhum<br />
parecido com o nosso, porque ele é<br />
hospitalocêntrico, cada médico em<br />
seu consultório fazendo o que dá na<br />
cabeça, sem coordenação nenhuma.<br />
O cliente não tem um gestor da saúde<br />
dele. Quando ele adoece, ele procura<br />
o clínico, o pronto-socorro e não há<br />
continuidade na atenção à saúde.<br />
O cuidado é fragmentado e muito<br />
especializado”, avalia ele.<br />
“Nas regiões dos Estados Unidos, onde<br />
predominam a medicina especializada,<br />
os resultados são muito piores do<br />
que aqueles da medicina baseada<br />
Coletiva | Novembro Dezembro <strong>2012</strong> 18