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ABRIL 2017 - edição Nº 228

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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número <strong>228</strong> | Abril <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

EDITORIAL<br />

Obrigado<br />

trinta e três anos<br />

DIREITO<br />

Divórcio<br />

Crianças<br />

EFEMÉRIDE<br />

19<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

trinta e três anos ao serviço<br />

da Comunidade Portuguesa<br />

03<br />

25 Abril<br />

Abutres<br />

28<br />

UMA NOITE HARMONIOSA ENTRE<br />

ASSOCIAÇÕES, AMIGOS, SÓCIOS,<br />

FAMILIARES E SOBRETUDO UM<br />

SERÃO DEDICADO À GASTRONOMIA<br />

E CULTURA POPULAR.<br />

Páginas 8 e 9


2 Lusitano<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

PUBLICIDADE<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Edição anterior<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

Futebol<br />

079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />

InCentro<br />

incentro@cldz.ch<br />

Publicidade 079 222 09 14 / alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Rancho folclórico 076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

Publicidade


EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - CC nº31<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4 Maria José Bernardo CC nº29<br />

4 Pedro Nabais CC nº 30<br />

4 Joana Araújo CC nº27<br />

4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4 Jorge Macieira CC nº 66<br />

4 Maria dos Santos CC nº 65<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Ademar<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

EDITORIAL<br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão C.C. nº 28 - CCPJ<br />

Editorial<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

3<br />

Armindo Alves<br />

Sub-Director<br />

Cartão C.C. nº 31 - CCPJ<br />

Foi com enorme alegria que comemoramos 33 anos de existência<br />

do Centro Lusitano de Zurique.<br />

Queremos agradecer a todos os nossos sócios, patrocinadores,<br />

amigos, leitores e colaboradores por fazer com que o associativismo<br />

do CLZ esteja vivo e de boa saúde.<br />

Um bem haja a todos...<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam<br />

necessariamente a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

O<br />

B<br />

R<br />

I<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

G<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

A<br />

D<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch<br />

O


4 Lusitano<br />

DESPORTO<br />

Torneio CLZ <strong>2017</strong><br />

JORGE MACIEIRA<br />

Mais um ano mais<br />

um torneio de futsal<br />

do Centro Lusitano<br />

de Zurique, evento<br />

sempre com a maior<br />

responsabilidade e<br />

com muito trabalho e<br />

empenho de uma boa<br />

equipa de trabalho<br />

se consegue para ter<br />

um bom resultado. O principal objetivo é<br />

realizar um torneio que seja uma exemplo<br />

de Fair-Play e um bom espetáculo se futsal<br />

para dar aos espectadores um belo dia de<br />

futsal e que saiam contentes, eles de ano<br />

para ano exigem mais da nossa organização,<br />

mas é graças a eles nos se realizamos<br />

o torneio.<br />

Um torneio com 20 equipas a participar,<br />

onde muitas são habituais participantes<br />

tanto como no torneio do Centro Lusitano<br />

com nos habituais torneios, todas com<br />

elevada qualidade de jogo que nos deram<br />

um torneio bastante passivo, com muito<br />

fair-play, com jogos de grande qualidade e<br />

muitos golos, sendo assim o torneio ocorre<br />

na perfeição com o espetáculo ser apenas<br />

entre as 4 linhas.<br />

O torneio é para todos, por isso mesmo o<br />

torneio contou com um jogo especial entre<br />

duas equipas dos Juniores F do Centro Lusitano<br />

de Zurique, onde o resultado não é<br />

o mais importante, ver alegria dos jovens a<br />

se divertir com o que mais gostam. Realço<br />

atração que teve este jogo e o ânimo que<br />

deu a bancada.<br />

Um torneio sem prémios não se tornaria<br />

tão interessante e atrativo para equipas<br />

Este torneio contou com prémios do 1º<br />

ao 20º classificado, com a taça de Melhor<br />

Ataque, Melhor Guarda-Redes e de Disciplina.<br />

Mas como em todo lado há pessoas a trabalhar<br />

nos “bastidores” para meter a sala<br />

de máquinas a trabalhar e que passam<br />

quase por desapercebidas mas com uma<br />

grande função e grande responsabilidade,


COMUNIDADE<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

5<br />

refiro-me aos trabalhadores da cozinha que<br />

começam a trabalhar dias antes do torneio<br />

para tudo corra bem e esteja pronto no<br />

dia do torneio, eles foram espetaculares<br />

um grande obrigado a Paula Couto e a sua<br />

grande equipa.<br />

Agradecemos claramente sem os nossos<br />

Patrocinadores que de uma qualquer maneira<br />

ajudaram a realização do Evento, pois<br />

podemos ter uma grande equipas mas sem<br />

a vossa ajuda para nos é fundamental e sem<br />

ela não seria possível fazer um torneio deste<br />

tamanho, o nosso grande obrigado.<br />

Quando vamos a passar e ouvimos feedback<br />

dos responsáveis das equipas e do publico<br />

presente em relação ao nosso evento,<br />

dá-nos mais força e empenho para que<br />

continue-mos com o nosso trabalho e que<br />

pra o ano volte-mos a realizar mais um torneio<br />

tentado fazer ainda melhor orgulhando<br />

o símbolo que representamos.<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

QUAL É O BANCO QUE<br />

O LIGA A PORTUGAL?<br />

A Caixa, com certeza. Um Banco com 140 anos de história<br />

e uma vasta experiência na oferta de soluções financeiras<br />

adequadas a quem está longe.<br />

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6 Lusitano<br />

EFEMÉRIDE<br />

Trinta e três anos a come<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Foi no passado dia 11 de<br />

Março que o C.L.Z festejou<br />

os trinta e três anos dedicados<br />

à Comunidade Portuguesa<br />

na região de Zurich.<br />

Uma noite muito harmoniosa<br />

entre associações, amigos,<br />

sócios, familiares e sobretudo<br />

um serão dedicado à gastronomia<br />

e cultura popular.<br />

Os festejos começaram pelas<br />

20:00 conduzidos por<br />

Joaquim Silva que dedicou<br />

a sua presença e voz a este<br />

evento pleno de sucesso, já<br />

que a Turnhalle Unterrohr<br />

encheu logo no inicio do<br />

serão.<br />

Os Mega Show, grupo de<br />

jovens caracterizados pela<br />

destreza nos instrumentos<br />

musicais e considerados, o<br />

grupo de moda, estes génios<br />

ofereceram-nos um<br />

serão de baile, onde a alegria<br />

foi algo contagiante.<br />

Subiram ao palco envolvidos<br />

numa áurea de jovialidade<br />

o Rancho Folclórico<br />

do C.L.Z. Dançaram mais<br />

de uma hora, com toda a<br />

tenacidade e perseverança<br />

que caracteriza este exemplar<br />

grupo. O rancho Infantil<br />

demonstrou que segue e<br />

soma sucesso e em cada actuação<br />

mostram a evolução<br />

nos passos de dança e coreografia.<br />

O R.C.L.Z. imortalizou o momento<br />

da noite, com o apadrinhamento<br />

ao rancho convidado<br />

e que se estreou<br />

neste dia em plena festa de<br />

aniversário. Falo do Rancho<br />

Danças e Cantares de Arbon<br />

fundado a vinte e sete Maio<br />

2016. Estes ranchos trocaram<br />

sabedoria folclórica nas<br />

suas actuações, já que o<br />

rancho requisitado está em<br />

formação e a organizar-se na<br />

etnografia.<br />

A cerimónia do apadrinhamento<br />

foi simples, mas marcante<br />

pelas palavras dedicadas<br />

e troféus oferecidos que<br />

ficarão para o historial deste<br />

rancho do C.L.Z.<br />

Ao palco subiu também o<br />

Senhor Cônsul Dr. Licínio<br />

Amaral que teve breves,<br />

mas intensas palavras de<br />

dedicação ao C.L.Z., nomeadamente<br />

pelas actividade<br />

desenvolvidas, ao longo dos<br />

anos e um especial agradecimento,<br />

pelos cursos de<br />

Alemão que tanto têm ajudado<br />

na integração da nossa<br />

Comunidade! O Dr. Licínio<br />

Amaral referiu também a<br />

necessidade da aquisição do<br />

passaporte suíço, um documento<br />

que nos aporta muitas<br />

vantagens.<br />

O actual presidente Armindo<br />

Alves e o seu grupo de<br />

trabalho, foi assim valorizado,<br />

pelo percurso como responsáveis<br />

máximos desta<br />

associação e por tudo o que<br />

tem feito em prol da comunidade.<br />

A encerrar este aniversário o<br />

grande ZéZé Fernandes que<br />

com a sua euforia, alegria<br />

e postura única em palco<br />

assim como fora dele, mostrou-nos<br />

um espectáculo recheado<br />

de bons momentos<br />

musicais, humorísticos e o<br />

seu “savoir faire” com o cavaquinho,<br />

tocado em qualquer<br />

posição, fez com que o publico<br />

tivesse algumas horas de<br />

pura adrenalina.<br />

Um agradecimento a todos<br />

aqueles que trabalharam,<br />

para que sócios e não sócios<br />

tivessem um serão perfeito<br />

num aniversario que já faz<br />

parte das memórias desta<br />

casa que se chama Centro<br />

Lusitano de Zurique.


COMUNIDADE<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

7<br />

morar o Associativismo<br />

SEGUROS<br />

Doença ( krakenkasse )<br />

210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />

205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />

47.40 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />

VIDA, JURÍDICO<br />

ACIDENTES<br />

AUTOMÓVEL<br />

POUPANÇA REFORMA, etc...<br />

CRÉDITOS DESDE 8,9%<br />

*Compra de outros créditos, “Permissos” L, B, C<br />

CONTACTOS<br />

Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />

Junto à Estação de Wiedikon<br />

Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />

Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />

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info@andradefinance.ch<br />

continua na página seguinte...


8 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

continuação da página anterior


CULTURA<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

9<br />

Madame Brüllhard<br />

Uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher<br />

SANDRA FERREIRA<br />

No passado dia 11<br />

de Março, realizou-<br />

-se no Kaufleute em<br />

Zurique, mais uma<br />

homenagem ao dia<br />

Internacional da<br />

Mulher. Uma tarde<br />

de encontro entre<br />

mulheres de língua<br />

portuguesas, onde<br />

se debateu sobre a<br />

auto-estima da mulher imigrante na Suíça.<br />

O encontro serviu também para a apresentação<br />

do livro “Madame Brüllhard- A<br />

minha historia”, com a presença da autora<br />

e fundadora da Associação “Madalena’s“.<br />

O evento teve como principal objectivo<br />

homenagear todas as mulheres que vivem<br />

na Suíça e que enfrentam diariamente o<br />

difícil convívio com a interculturalidade e<br />

trabalhar com a auto-estima de todas elas.<br />

Na mesa de debate estiverem mulheres<br />

de força que trabalham todos os dias directamente<br />

com a auto-estima da mulher,<br />

assim como um público, na sua maioria,<br />

feminino. Para além da convidada especial<br />

Lúcia Amelia Brüllhard, estiveram também<br />

Talitha Widmen, do Frauenberatung Zürich,<br />

Andrea Sigrist, da Makeup Beauty Academy,<br />

e Graziela Birnen, como conselheira<br />

psicológica. A moderação do evento esteve<br />

ao cargo de Liliana Tinoco, jornalista do<br />

Swissinfo e fundadora do “Adapte-se“.<br />

A violência contra as mulher teve bastante<br />

foco neste debate em que foram dados várias<br />

informações jurídicas assim como locais<br />

onde esses mulheres em causa podem<br />

encontrar ajuda. “Não existe uma formula<br />

mágica contra a violência. A experiência<br />

que tenho diz que o facto de a mulher ir<br />

buscar informação e ver as possibilidades<br />

que tem já é uma ajuda, referiu a psicóloga<br />

Talitha.<br />

Por fim ainda falou-se como o processo<br />

da migração afecta a auto-estima da mulher:<br />

“a mulher representa vários papeis. e<br />

para a mulher emigrante é difícil pois ela<br />

ao emigrar perde alguns desses papeis…, o<br />

que interfere bastante na sua auto-estima,<br />

referiu a conselheira psicológica, Graziela<br />

Birnen.<br />

No final da tarde foi então hora da apresentação<br />

do Livro “Madame Büllhard“. Baseado<br />

na história de vida de Lúcia Amelia<br />

Büllhard, que foi vítima de tráfico sexual<br />

quando emigrou para a Suíça. Hoje em dia,<br />

com 50 anos de idade, é uma escritora premiada<br />

nacional e internacional pelos seus<br />

trabalhos literários e sociais. Lúcia é também<br />

fundadora da “Madalena’s“ uma organização<br />

não governamental que tem como<br />

objectivo defender os direitos de pessoas<br />

de ambos os sexos, vítimas de crueldade<br />

e maus-tratos.<br />

Este evento foi uma iniciativa da Associação<br />

Saber Direito, uma instituição criada<br />

com a finalidade de apoiar a comunidade<br />

de língua portuguesa na Suíça em assuntos<br />

jurídicos, e da sua fundadora Fernanda<br />

Pontes.


10 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

Sessão aberta à Comunidade<br />

Desafios para a Integração da<br />

Comunidade Portuguesa<br />

Com a moderação do jornalista Hugo<br />

Lupi, discutir-se-ão os “Desafios para<br />

a Integração da Comunidade Portuguesa”,<br />

no próximo dia 8 de Abril de<br />

<strong>2017</strong> (sábado), pelas 16h00, na Grosse<br />

Saal da Bullingerkirche (Bullingerstrasse<br />

4, Zurique).<br />

Esta sessão aberta a toda a Comunidade<br />

Portuguesa ocorre no seguimento<br />

da análise dos resultados do questionário<br />

à Comunidade Portuguesa,<br />

preenchido por mais de 900 residentes<br />

no Cantão de Zurique, entre Julho<br />

e Dezembro do ano transacto.<br />

Os resultados e o tema merecem uma<br />

discussão alargada, pelo que a sua<br />

opinião e experiência são muito importantes<br />

para a compreensão de algo<br />

com um impacto significativo no nosso<br />

quotidiano, seja no trabalho ou na escola<br />

dos nossos filhos, seja no acesso a<br />

informação e serviços ou até na ocupação<br />

dos nossos tempos livres.<br />

O evento será ainda concluído com<br />

uma peça do grupo de Teatro da ARCA<br />

de Regensdorf e um aperitivo.<br />

Compareça! A entrada é gratuita!<br />

Para mais informações contacte-nos<br />

através de info@verein-unidos.ch.<br />

Duarte Pacheco<br />

Projecto UNIDOS “Portugueses para<br />

Portugueses”


DESPORTO<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

11<br />

Juniores E vencidos em Dübendorf<br />

Os Juniores E na<br />

preparação da segunda<br />

metade da<br />

época participaram<br />

no torneio organizado<br />

pelo FC Glattal<br />

Dübendorf no<br />

passado dia 4 de<br />

JORGE MACIEIRA Março.<br />

A equipa treinada<br />

pelo Kalo e pelo Rui conseguiram chegar à<br />

final do torneio mas infelizmente não conseguiram<br />

vencer. Foram derrotados pelo<br />

FC Horgen por 2-1, conquistando assim o<br />

segundo lugar do torneio.<br />

Para estes participantes de tenra idade, o<br />

mais importante é participarem e divertirem-se<br />

ao máximo numa competição saudável.<br />

Parabéns aos pais que acompanharam os<br />

seus filhos durante todo o torneio do início<br />

até ao fim, pois o acompanhamento é essencial<br />

nesta idade.<br />

São estes jovens jogadores o futuro do<br />

Centro Lusitano de Zurique.<br />

Um crédito superior a CHF 10 000,– com uma taxa anual efetiva entre 7.9 % e 9.9 % (intervalo da<br />

taxa de juro) resulta, em 12 meses, num encargo total com juros entre CHF 417,80 a CHF 521,00.<br />

Taxa de juro dependente da qualidade do crédito do cliente. Observação de acordo com a lei:<br />

A concessão de crédito é proibida caso conduza a um endividamento excessivo (artigo 3.º UWG).<br />

CREDIT-now é uma marca de produto do BANK-now AG, Horgen.<br />

Desemprego súbito: posso proteger o meu crédito contra esta situação?<br />

Sim, com a nossa proteção de crédito.<br />

ü Em caso de incapacidade ou desemprego,<br />

cobertura das prestações mensais<br />

ü Para informações contacte o seu departamento português<br />

e fale na sua lingua materna 0800 40 40 12<br />

Há sempre uma solução


12 Lusitano<br />

Helena<br />

Soares


ENTREVISTA<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

13<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

É COM<br />

TRISTEZA QUE<br />

CONSTATO<br />

QUE TEMOS<br />

TIDO MAIS<br />

APOIO DO<br />

PÚBLICO<br />

SUÍÇO QUE<br />

PROPRIAMENTE<br />

DO PUBLICO<br />

PORTUGUÊS.<br />

Helena Soares chegou à Suíça<br />

em 1991. A sua jovialidade olhar<br />

brilhante e sorriso, definem a sua<br />

simpatia. Frequentou a escola<br />

aqui e como tal o idioma não é um<br />

problema para se poder expressar.<br />

Defende a cultura portuguesa<br />

com garras e a justificar esta<br />

paixão pela alma lusitana, dedica-se<br />

ao R.F.C.L.Z. desde há vinte<br />

e três anos. Excelente dançadora<br />

a Helena sente-se portuguesa de<br />

raíz ao envergar o seu traja de<br />

folclore. Profissionalmente sente-se<br />

realizada e as 8 horas laborais<br />

dedica-as à contabilidade. A<br />

Póvoa de Lanhoso viu-a nascer. É<br />

na rosa cor de champanhe, que o<br />

seu olhar se enaltece. Nunca sai<br />

de casa, sem as típicas toalhinhas<br />

húmidas, não vá a sua menina pregar-lhe<br />

uma partida!<br />

Centro Lusitano de Zurique — A<br />

Helena está ligada ao C.L.Z. há<br />

muito tempo, o que pensa desta<br />

associação ao serviço da Comunidade<br />

Portuguesa?<br />

Helena Soares — O C.L.Z. entra na<br />

vida e na casa dos portugueses por<br />

diversos motivos. O C.L.Z. preza<br />

por manter a tradição, a cultura<br />

portuguesa aporta ajuda ao próximo<br />

e isso é um gesto muito bonito<br />

e espero que se mantenha assim<br />

por muitos anos.<br />

C.L.Z. — No passado 11 Março o<br />

C.L.Z. comemorou 33 anos, com<br />

casa cheia. Podemos considerar<br />

que o associativismo continua<br />

saudável?<br />

H.S. — Espero que sim e que assim<br />

continue, para que as nossas tradições<br />

e colectivismo se mantenham<br />

vivas.<br />

C.L.Z. — Todos sabemos que fazes<br />

parte do Rancho Folclórico. O<br />

que representa a cultura folclórica<br />

para ti?<br />

H.S. — O folclore represente muita<br />

coisa; enganar um pouco as saudades<br />

de Portugal, passar um bom<br />

bocado com amigos e representar<br />

uma de muitas coisas que Portugal<br />

tem de bom. É mais ou menos isso<br />

que nós tentamos transmitir às várias<br />

culturas que existem na Suíça,<br />

mesmo sabendo que muitos portugueses<br />

não dão valor ao folclore.<br />

Para esses somos simplesmente<br />

um grupo a fazer barulho em cima<br />

de um palco. Essas pessoas desconhecem<br />

que o folclore vai muito<br />

para além disso. Folclore é conhecer<br />

e reviver a história e a cultura<br />

dos nossos antepassados, representados<br />

nos nossos cantares,<br />

dançares, em cada instrumento,<br />

traje e lenço. Tudo isso conta uma<br />

história. É com tristeza que constato<br />

que temos tido mais apoio do<br />

público suíço que propriamente do<br />

publico português.<br />

C.L.Z. — Tens uma filha que brevemente<br />

irá iniciar a vida escolar.<br />

Achas que o ensino da língua portuguesa<br />

corresponde ao teu anseio,<br />

o que esperas dela?<br />

H.S. — Esta é uma boa pergunta e<br />

se tiver que ser sincera não estou<br />

a pensar nisso. Um dos motivos é<br />

que eu também frequentei a escola<br />

portuguesa aqui e tenho a dizer<br />

que pouco ou nada aprendi. Tudo<br />

que sei foi-me ensinado em casa<br />

pelos meus pais aos quais agradeço<br />

muito. Todo o meu percurso em<br />

todos os sentidos, a eles o devo e<br />

esse será o ensinamento que tentarei<br />

dar à minha filha.<br />

C.L.Z. — As novas tecnologias deixam-nos<br />

perto de tudo, mas longe<br />

da presença humana, da troca de<br />

olhares, do toque pessoal. Como<br />

vês o futuro dos nossos jovens?<br />

H.S. — Esse é um tema muito delicado<br />

mas é uma realidade que<br />

cada vez mais as tecnologias gerem<br />

a nossa vida. Mas acho que<br />

nós somos o espelho dos nosso<br />

filhos, não podemos dizer uma coisa<br />

e fazer outra, temos que ser um<br />

exemplo para eles e ensinar-lhes<br />

que a vida vai para muito além dessas<br />

tais tecnologias.<br />

C.L.Z. — No meu ponte de vista,<br />

as políticas mundiais deixam muito<br />

a desejar. Com uma América<br />

mais do que nunca dividia, que futuro<br />

prevês, para a nossa Europa?<br />

H.S. — É um assunto que me faz<br />

dores de cabeça e que me assusta<br />

muito quando penso nele. Não sei<br />

mesmo o que nos espera e faz-me<br />

medo pensar nesse assunto!<br />

C.L.Z. — A Comunidade Portuguesa<br />

está muito assustada com a declaração<br />

dos rendimento no país<br />

de acolhimento. Que critica teces<br />

à Suíça por esta iniciativa?<br />

H.S. — Já há muito que se ouve dizer<br />

que a suíça ja não é o que era...<br />

mas eu pergunto porque será que<br />

não é? Será que não temos todos<br />

culpa no cartório? Sim porque não<br />

podemos sempre só querer receber<br />

sem dar em troca. Mas quem<br />

está bem informado deste assunto<br />

não é nenhum bicho de sete<br />

cabeças. Irá ser mais complicado<br />

para aqueles que tiveram anos de<br />

ajuda do Estado, trabalhando aqui<br />

ao negro para terem propriedades<br />

e bens de luxo em Portugal que<br />

usufruiriam da isenção de impostos<br />

por serem imigrantes. É o tal<br />

assunto que me referia, de receber<br />

sem dar!<br />

Como residente na suíça só digo<br />

que muitas pessoas não conseguem<br />

ver o quanto a suíça tem de<br />

bom para nos dar. Esta é a minha<br />

opinião.<br />

C.L.Z. — As amizades são cada vez<br />

mais difíceis de manter. Porque<br />

será que chegamos a este ponto<br />

de sermos “amigos por interesse”?<br />

H.S. — Acho que será porque o ser<br />

humano está cada vez mais egoísta<br />

e só olha para o próprio nariz! Não<br />

é a toa que estamos no mundo em<br />

que estamos! É mesmo muito triste<br />

esta situação. Mas gostaria de<br />

dar mais importância aos verdadeiros<br />

amigos e agradecer-lhes por<br />

existirem.<br />

C.L.Z. — Quais são os pilares que<br />

utilizas na educação da tua progenitora?<br />

H.S. — Dar seguimento à educação<br />

e ensinamentos que me foram dados<br />

pelos os meus pais. São esses<br />

mesmos que transmitirei à minha<br />

progenitora.<br />

C.L.Z. — Que mensagem deixarias<br />

para os nossos leitores e amigos?<br />

H.S. — Que sejam felizes, que<br />

olhem mais para eles próprios, que<br />

vivam vida como deve ser vivida,<br />

pois ela é muito valiosa para ser<br />

desperdiçada e ser infeliz e malicioso.<br />

O C.L.Z. agradece a tua disponibilidade<br />

ma parceria da troca de<br />

ideias .<br />

Estamos a entrar em período de<br />

Páscoa, pelo que desejamos para ti<br />

e toda a família os melhores votos<br />

de uma quadra festiva, cheia de<br />

ovinhos e chocolates, mas sobretudo<br />

plena de convívio.


14 Lusitano<br />

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DESPORTO<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

15<br />

Falcão<br />

JORGE MACIEIRA<br />

“GOSTARIA QUE<br />

APOIASSEM<br />

MAIS A<br />

MODALIDADE<br />

AQUI NA<br />

SUÍÇA”<br />

Hélder Guilherme Bastos da Silva de 32 anos natural<br />

de Feira (Aveiro), conhecido no mundo do futsal<br />

por Hélder “Falcão”, actual bicampeão da primeira<br />

divisão suíça de Futsal com o AFM Futsal Maniacs e<br />

Futsal Minerva respectivamente.<br />

CLZ — Falcão porquê?<br />

Hélder Silva — Empenho, vontade, alcunha metida<br />

por um ex-director<br />

CLZ — Onde começaste a jogar?<br />

HS — Comecei no futsal no Azeméis com 21 anos,<br />

antes só desporto escolar.<br />

CLZ — Falando em referência. Tinhas alguma na tua<br />

infância?<br />

HS — Minha referência no futsal sempre foi o Falcão<br />

e ainda hoje o admiro, mas desde há 4 - 5 anos a minha<br />

primeira referência é o Ricardinho porque é uma<br />

potência enorme.<br />

CLZ — E gostavas de futebol?<br />

HS — Sim, sempre gostei ver o Figo, mas o futsal passou<br />

a ser o meu preferido aos 22 - 23 anos.<br />

CLZ — Quando eras miúdo, o que é que querias ser?<br />

HS — Como quase todo miúdo pequeno queria ser<br />

futebolista, era o que dava na TV lembro-me de ver<br />

ao domingo, até tomar o gosto pelo Futsal.<br />

CLZ — Quais as equipas que já representastes?<br />

HS — Comecei no Azeméis, Dínamo Sanjoanense,<br />

voltei ao Azeméis, vim para a Suíça, joguei em Schaufassen,<br />

Benfica de Rorschach, Maniacs e agora o Minerva.<br />

CLZ — Já chegaste ao bicampeão Suíço. Qual é a<br />

sensação?<br />

HS —É uma boa sensação mas também sei que aqui<br />

sou bicampeão e se calhar em Portugal mal jogava na<br />

primeira divisão.<br />

CLZ — Qual foi o teu maior ponto na carreira?<br />

HS — Este momento, são três conquistas uma da segunda<br />

divisão e duas da primeira divisão.<br />

CLZ — Mas não és o único português campeão, correcto?<br />

HS — Certo, a equipa tem mais portugueses o Fábio<br />

Soares, Tiago Melo Tiago Machado, Edson, Pedro<br />

Santos (T. Principal) e Ricardo Vicente (T. GR)<br />

CLZ — Como vês o futsal na Suíça e em Portugal?<br />

HS — A diferença como do branco para o preto. Desde<br />

do piso do pavilhão, à própria bola e o público nos<br />

jogos.<br />

CLZ — A nível mundial como está o futsal?<br />

HS — Tem quatro potencias (Portugal, Espanha, Itália<br />

e Rússia), neste momento são os mais fortes juntamente<br />

com o Brasil que mantém a sua posição de boa<br />

equipa de futsal.<br />

CLZ — Fazes em Setembro 33 anos...<br />

HS — E espero que em Agosto esteja na UEFA cup e<br />

que tudo corra pelo melhor, fazer uma melhor época<br />

a nível pessoal e que ajude o Minerva a conquistar o<br />

bicampeonato.<br />

CLZ — Quais os teus objectivos por cumprir?<br />

HS — O meu principal era jogar a UEFA cup e se deus<br />

quiser vou jogar em Agosto deste ano e talvez um dia<br />

jogar em Portugal um dia.<br />

CLZ — Qual a mensagem que deixas aos leitores e<br />

teus seguidores?<br />

HS — Gostaria que apoiassem mais a modalidade<br />

aqui na Suíça e que haja mais pessoas a ver os jogos e<br />

não só a final onde tiveram duas mil pessoas.<br />

Respostas rápidas:<br />

-Hélder Falcão<br />

Boa pessoa<br />

-Portugal<br />

Boa comida<br />

-Futsal<br />

Ricardinho<br />

-Minerva<br />

Boa gente<br />

-Suíça<br />

Muito trabalho<br />

-Ricardinho<br />

Melhor do mundo<br />

-Falcão<br />

Segundo melhor do mundo<br />

-Sonho<br />

Ser jogador profissional<br />

-Bicampeonato<br />

Espectacular<br />

-Futuro<br />

A Deus pertence<br />

-UEFA Cup<br />

Estamos aí em Agosto


16 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

Ai aguenta, aguenta!<br />

ou a vitória do capitalismo selvagem<br />

AUTOR: Carlos Ademar<br />

@ cademar@gmail.com<br />

«UM HOMEM<br />

MATOU-SE<br />

COM UM<br />

TIRO NA<br />

CABEÇA NO<br />

GABINETE<br />

DE UM<br />

CHEFÃO DO<br />

BPI. ESTE<br />

FOI DOS<br />

QUE NÃO<br />

AGUENTOU,<br />

AZAR O<br />

DELE E NÃO<br />

É NOTÍCIA.»<br />

E NÃO FOI<br />

«Ai aguenta, aguenta!» Ficou<br />

tristemente célebre esta expressão<br />

usada pelo então presidente<br />

do Conselho de Administração<br />

do Banco Português<br />

de Investimento, Fernando<br />

Ulrich, numa altura em que a<br />

espada afiada da austeridade<br />

estava bem encostada à<br />

garganta do povo português.<br />

Esta verdadeira afronta teve<br />

enorme repercussão, designadamente<br />

nas redes sociais,<br />

porque o senhor falou do alto da sua<br />

arrogância, de um pedestal restrito,<br />

alicerçado pelas famílias poderosas<br />

e abastadas de que é originário.<br />

Sempre lhe foi proporcionado bem-<br />

-estar o que o dispensou, e ainda<br />

bem para ele, das privações que ao<br />

longo de gerações sempre tocaram<br />

a esmagadora maioria dos portugueses,<br />

que foram confrontados<br />

com o desplante. Não fica bem aos<br />

anafados desta vida referirem-se<br />

assim a quem, de alguma forma, conheceu<br />

directa ou indirectamente a<br />

pobreza ou mesmo a fome. É imoral,<br />

senhor Ulrich.<br />

Embora a História não se apague<br />

nem se deva apagar, este facto a ela<br />

pertence. O BPI já está, feliz ou infelizmente,<br />

na mão de espanhóis e<br />

o senhor Ulrich foi chutado para um<br />

outro pedestal, com menos relevância,<br />

ainda que, acreditamos, não pior<br />

remunerado.<br />

***<br />

No dia 10 de Março último, um funcionário<br />

do BPI suicidou-se com um<br />

tiro de caçadeira nas instalações<br />

daquele banco na Rua Braamcamp,<br />

em Lisboa. O homem tinha 51 anos<br />

e desempenhava funções na instituição<br />

há mais de 25. «Não há uma<br />

razão objectiva para o que aconteceu»,<br />

adiantou uma fonte do banco.<br />

Ainda assim, um dirigente sindical<br />

considerou que talvez fosse altura<br />

de se fazer uma reflexão profunda<br />

sobre as consequências da crise na<br />

vida dos trabalhadores da banca. O<br />

sindicalista lembrou que só na última<br />

década a banca perdeu cerca<br />

20% dos trabalhadores, num processo<br />

que se agravou a partir de<br />

2011. «Os trabalhadores estão agora<br />

muito pressionados», prosseguiu.<br />

Pressionados pelos empregadores<br />

e pela incerteza que tomou conta<br />

de um sector que era, até há bem<br />

poucos anos, considerado estável.<br />

«Existem relatos de casos dramáticos;<br />

casos-limite que afectam as<br />

pessoas de forma diferente».<br />

O sindicado dos bancários oferece,<br />

através dos seus serviços de assistência<br />

médica e social, vários cuidados<br />

de saúde, incluindo na área<br />

da psicologia, lembrou o mesmo<br />

sindicalista, antes de acenar com<br />

outro dado: «Nos últimos 5 ou 6<br />

anos, estas consultas são disponibilizadas<br />

em permanência e têm esgotado<br />

sistematicamente. E há mais<br />

um dado inegável: registou-se um<br />

aumento da sua procura com o início<br />

da crise», acrescentou ao jornal<br />

online Observador. Seja qual for a<br />

motivação que gerou esta tragédia,<br />

trata-se de um sinal de alerta que<br />

não deve ser ignorado.<br />

***<br />

Na verdade, o capitalismo selvagem<br />

venceu este homem. Quantas<br />

vitórias não tem alcançado nos últimos<br />

anos de que não chegámos<br />

a tomar conhecimento apenas por<br />

não ser bom que se saiba? Estamos<br />

habituados a aguentar, mas se não<br />

soubermos destas e doutras coisas<br />

aguentamos ainda mais.<br />

Também a morte deste homem passou<br />

muito ao lado das televisões e<br />

jornais, sempre tão ávidos de sangue.<br />

Não é por nada, mas parece<br />

que estava em causa um banco e<br />

quando assim é, tudo pára, até o ardente<br />

e permanente desejo de chocar<br />

os espectadores ou leitores. Não<br />

há acidente de que resultem feridos<br />

ou mortos que não faça as delícias<br />

destes vampiros; não há desastres<br />

mortais que não façam crescer os<br />

caninos destes sanguinários; não<br />

há morte ocasional ou propositada<br />

que não faça despertar estas hienas<br />

da informação. Mas este caso<br />

é diferente. Podem estar em causa<br />

os altos interesses de um banco,<br />

logo, o conluio nacional dos meios<br />

de informação está estabelecido<br />

e aqui o sangue, que tem a mesma<br />

cor e o mesmo cheiro, já não interessa.<br />

Caraças, fosse um bebé que<br />

caísse de um 6º andar, um alcoólico<br />

atropelado, um homem assassinado<br />

num bar e teríamos os estagiários<br />

de todos os vampirescos órgãos de<br />

informação a correr para os locais a<br />

fazer directos e nestes, as perguntas<br />

mais disparatadas que alguém pode<br />

ouvir, só para ocupar a antena porque<br />

o share está a subir e há que o<br />

manter o maior número de minutos<br />

que for possível. Mas quando pode<br />

estar em causa um banco e a sua<br />

gestão na morte a tiro de um funcionário<br />

nas instalações desse banco,<br />

aí é preciso travar a fundo. Os<br />

estagiários têm mais que fazer e se<br />

não têm que inventem. Não se pode<br />

alimentar o ódio que o povo já sente<br />

por este sistema, em que os homens<br />

são cifrões enquanto rendem ou fusíveis<br />

quando é hora de os substituir<br />

por outros a ganharem metade.<br />

Afinal, a estas hienas sanguinolentas<br />

nem todo o sangue interessa.<br />

O que é produzido pelo acaso, pelo<br />

descuido, pelo crime, por vontade<br />

própria, desde que choque e cheire,<br />

sem pôr certos interesses em causa,<br />

tudo bem e há que investir; quando<br />

o mesmo sangue é derramado<br />

em instalações de um banco devido<br />

ao tratamento maquinal a que são<br />

submetidos os trabalhadores bem<br />

como às chantagens e pressões que<br />

limitam os horizontes de quem as<br />

sofre, ao ponto de não verem outra<br />

solução senão a morte, este sangue<br />

não interessa. Chamam-lhe assédio<br />

moral… Puta que os pariu. Chantagem<br />

pura de quem tudo pode<br />

contra quem não tem quem o defenda.<br />

O sistema reage porque está<br />

montado em cartel de interesses de<br />

todos quantos cuidam da informação<br />

a que podemos ter acesso. O<br />

verdadeiro serviço de censura dos<br />

tempos modernos, que tal como a<br />

de outros tempos servia e defendia<br />

um sistema. Só que então podíamos<br />

responsabilizar a ditadura, e agora?<br />

A culpa é de quem? Não sei, mas de<br />

uma coisa tenho a certeza, os interesses<br />

de quem manda nas hienas<br />

informativas coincidem com os dos<br />

donos do banco onde se deu a tragédia<br />

que é preciso silenciar.<br />

Grita o chefe de redação para a<br />

redação depois de pousar o auscultador<br />

do telefone: «Um homem<br />

matou-se com um tiro na cabeça no<br />

gabinete de um chefão do BPI. Este<br />

foi dos que não aguentou, azar o<br />

dele e não é notícia.» E não foi.


15 de Março de 1961<br />

HISTÓRIA<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

17<br />

Os massacres de Angola e a<br />

estranha inacção de Salazar<br />

CARLOS MATOS GOMES<br />

Coronel de Cavalaria.<br />

Condecorado com as medalhas<br />

de Cruz de Guerra<br />

de 1ª e de 2ª Classe.<br />

Pertenceu à primeira Comissão<br />

Coordenadora do<br />

Movimento dos Capitães<br />

na Guiné. Foi membro da<br />

Assembleia do MFA. É<br />

escritor.<br />

Em época de mais uma<br />

manhosa convocação<br />

de Salazar como salvador<br />

da Pátria, grandiosa<br />

outra vez, continua<br />

a ser silenciada a sua<br />

inacção perante os<br />

massacres da UPA, no<br />

Norte de Angola, realizados<br />

a partir de 15 de<br />

Março de 1961.<br />

Eu e o Aniceto Afonso<br />

abordámos o tema em<br />

“Os Anos da Guerra”.<br />

Voltamos a ele nos livros<br />

que o jornal Público<br />

está a apresentar semanalmente<br />

com os DVD<br />

dos programas “A Guerra”,<br />

de Joaquim Furtado.<br />

No número 4 escrevemos<br />

que, apesar de<br />

tantos indícios do que ia<br />

ocorrer – nós listámos<br />

10 informações que<br />

Salazar e o seu governo<br />

receberam de várias<br />

fontes - Salazar não<br />

preparou sequer um<br />

esboço de defesa (nem<br />

uma unidade militar foi<br />

colocada junto à fronteira<br />

com o Congo), e<br />

deixou Angola, em particular<br />

as populações<br />

do Norte, abandonadas<br />

à sua sorte.” De Lisboa<br />

não chega sequer uma<br />

palavra de esperança!”<br />

Lamentaria, Amândio<br />

César, um escritor do<br />

regime, no livro “Angola,<br />

1961”.<br />

A hipótese que parece<br />

mais lógica para explicar<br />

a inacção do “grande<br />

homem”. é a de que só<br />

lhe interessava o seu<br />

poder. Salazar apenas<br />

reagiu depois de abortar<br />

o pronunciamento militar<br />

dirigido pelo general<br />

Botelho Moniz (13 de<br />

Abril) e de consolidar o<br />

seu regime em Lisboa.<br />

Proferiu o discurso para<br />

Angola, em força, a 14<br />

de Abril, um mês após<br />

o início dos massacres!<br />

A 20 de Abril embarcam<br />

4 companhias por via<br />

aérea. A 21 embarcam<br />

por via marítima os primeiros<br />

contingentes,<br />

que chegarão a Luanda<br />

a 1 de Maio, um mês e<br />

meio de inacção!<br />

Parece legítimo admitir<br />

que Salazar pretendeu<br />

causar em Portugal, na<br />

Metrópole, uma deliberada<br />

excitação popular<br />

de apoio à sua desgastada<br />

figura. Daí, nada ter<br />

preparado para evitar<br />

os massacres e tudo ter<br />

feito para fossem publicitados<br />

e explorados<br />

ad nauseam. O que justifica<br />

a inaudita abertura<br />

das portas da censura<br />

para deixar publicar as<br />

fotografias macabras<br />

dos corpos esventrados<br />

de homens, mulheres e<br />

crianças nas fazendas<br />

do Norte… Salazar apenas<br />

afirma que “Angola<br />

é nossa!”, depois de se<br />

assegurar que Portugal<br />

continuava a ser dele!<br />

O aproveitamento que<br />

Salazar fez dos massacres<br />

de Angola, a<br />

sua responsabilidade<br />

naquelas mortes e nas<br />

da guerra podiam ser<br />

bons temas para uma<br />

conferência sobre populismo…


18 Lusitano<br />

ACTUALIDADE<br />

Sr. Governador?<br />

Demita-se!<br />

JOÃO DE SOUSA (*)<br />

Torna-se cada vez mais claro<br />

que o BES, o BANIF e o descalabro<br />

na descapitalização<br />

da CGD foram efeitos colaterais<br />

da sede de poder de Passos<br />

Coelho e Maria Luís Albuquerque<br />

com a conivência<br />

do Governador do Banco de<br />

Portugal, para permitir uma<br />

falsa saída limpa.<br />

Ao ignorar todos os indícios da situação<br />

do GES e do impacto disso na situação do<br />

BES, a vergonhosa situação do BANIF e<br />

o abafar e atrasar a capitalização da CGD<br />

sob pretexto de que não era permitida<br />

pelas regras comunitárias, justificação<br />

que o futuro veio a provar que apenas<br />

servia para esconder a falta de vontade<br />

política de o fazer, devia levar qualquer<br />

sujeito que compreenda o significado da<br />

palavra responsabilidade, a apresentar de<br />

imediato o seu pedido de demissão.<br />

Acresce a participação do Governador<br />

no logro que foi o aumento de capital<br />

do BES ao qual deu o seu aval de forma<br />

tão exuberante que até “levou” o Sr. Presidente<br />

da República de então a participar<br />

na farsa.<br />

O Sr. Governador está a minar a credibilidade<br />

da Instituição que governa. E arrastar<br />

todo o Conselho de Administração<br />

consigo pode ser adequado e justo mas<br />

em nada o exime da sua responsabilidade<br />

própria de Governador.<br />

Passos Coelho, Maria Luís e o Sr Governador,<br />

ocultaram e procrastinaram decisões<br />

por razões de ordem política e para<br />

permitir uma saída falsamente limpa.<br />

Com esta decisão custaram, e ainda irão<br />

custar, milhares de milhões de euros aos<br />

portugueses e deveriam estar a ser alvo<br />

de um inquérito, sim, mas do DCIAP.<br />

Sra. Procuradora-Geral da República,<br />

tem aqui uma denúncia que não é anónima.<br />

É pública, está assinada por mim e<br />

terá certamente muitas assinaturas de<br />

milhões de Portugueses. Os Portugueses<br />

estão fartos de ser feitos de parvos por<br />

entidades reguladoras que não regulam,<br />

mas recebem como se regulassem, e por<br />

uma justiça que não funciona, tornando-<br />

-se dessa forma cúmplice do esbulho diário<br />

a que estão sujeitos.<br />

Basta!<br />

(*) Director do Jornal Tornado


Divórcio<br />

DIREITO<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

19<br />

O Senhor S. divorciou-se<br />

por mútuo<br />

consentimento em<br />

Portugal da sua<br />

mulher. A sua mulher<br />

tinha um advogado;<br />

ele não. Ele<br />

DANIEL BOHREN assinou um acordo<br />

de divórcio, segundo<br />

o qual ele teria<br />

de pagar por cada um dos dois filhos<br />

alimentos no valor de CHF 700,00<br />

mensais acrescidos da metade das<br />

despesas. As crianças vivem junto da<br />

mãe na Suíça. O tribunal português<br />

que julgou o divórcio homologou o<br />

acordo. A seguir o Senhor S. verificou<br />

que, com o seu vencimento de CHF<br />

3.700,00, não se encontra em condições,<br />

de pagar para além do seu sustento<br />

os alimentos na íntegra. O que<br />

pode ele fazer?<br />

O caso permite-me esclarecer algumas<br />

perguntas fundamentais relativas ao divórcio,<br />

com os seus efeitos judiciais acessórios<br />

e as suas relações internacionais.<br />

O divórcio por mútuo consentimento só é<br />

possível em Portugal, se as partes tiverem<br />

chegado a acordo sobre os interesses das<br />

crianças. É por isso necessário um acordo<br />

sobre com quem a criança fica a viver, de<br />

como o contacto com o outro progenitor é<br />

feito e que alimentos são pagos. O acordo<br />

entre os pais tem de ser homologado pelo<br />

tribunal de família. O tribunal examina se<br />

o acordo é feito para o bem superior da<br />

criança. No caso do Senhor S. o tribunal<br />

homologou o acordo.<br />

As sentenças de divórcio portuguesas com<br />

os seus efeitos judiciais acessórios (alimentos,<br />

etc…) são basicamente válidos e<br />

exequíveis na Suíça. Os alimentos podem<br />

no entanto ser posteriormente reduzidos<br />

(ou levantados), se as condições se tiverem<br />

alterado desde o divórcio, se as alterações<br />

forem duradouras e não surgirem propositadamente.<br />

Se o devedor de alimentos<br />

por exemplo perde o seu emprego e ganha<br />

menos no novo posto de trabalho, pode<br />

exigir a redução dos alimentos, não podendo<br />

contudo fazê-lo se decidir livremente<br />

só trabalhar part-time. Também quem é<br />

de novo pai, pode exigir uma redução dos<br />

alimentos dos filhos mais velhos, para que<br />

o filho mais novo também obtenha a sua<br />

parte. Regra geral uma pessoa torna-se livremente<br />

pai, mas o tornar-se pai também<br />

é válido como direito de personalidade,<br />

pelo que neste caso pode, apesar de voluntariedade<br />

da alteração, ser exigida uma<br />

redução dos alimentos.<br />

O Senhor S. não poderá aliás tirar partido<br />

de uma alteração dos alimentos, porque as<br />

condições não se alteraram desde o divórcio.<br />

O seu problema é a assinatura irreflectida<br />

de um acordo. Não é aqui possível a<br />

queixa para alteração.<br />

Pode não obstante haver uma solução<br />

para o problema do Senhor S. Exactamente<br />

como em Portugal também na Suíça um<br />

acordo entre os pais sobre os alimentos<br />

tem de ser examinado e homologado pelo<br />

tribunal. O Tribunal Suíço também examina,<br />

se o montante dos alimentos estipulado<br />

teve em consideração as condições<br />

económicas de ambos os pais. Para tal o<br />

tribunal tem de esclarecer as condições<br />

económicas de ambos os progenitores, o<br />

que o tribunal de Portugal não fez. Segundo<br />

uma decisão do Tribunal de Apelação<br />

de Zurique de 2012 encontra-se agora<br />

infringida a ordem pública, quando o tribunal<br />

não esclarece antes da autorização<br />

do acordo sobre alimentos para crianças<br />

aprofundadamente as condições económicas<br />

dos pais.<br />

O tribunal português aplicou na autorização<br />

do acordo manifestamente o direito<br />

português. A Suíça e Portugal assinaram<br />

aliás a Convenção de Haia sobre a Lei<br />

Aplicável às Obrigações Alimentares de<br />

1973. De acordo com a Convenção para a<br />

obrigação do sustento de crianças menores<br />

deve ser sempre aplicado o direito do<br />

país, onde as crianças têm de facto a sua<br />

residência – no caso do Senhor S. trata-se<br />

do direito suíço. Segundo o direito suíço a<br />

autorização do acordo pelo tribunal sem<br />

esclarecimento aprofundado das condições<br />

económicas infringe a ordem pública.<br />

Com estas condições prévias a sentença<br />

de divórcio portuguesa não deverá ser reconhecida<br />

na Suíça, quer dizer a sentença<br />

não seria aqui exequível.<br />

O que significa isto para o Senhor S.? Ele<br />

pode reduzir os alimentos para um valor,<br />

que ache adequado. A mãe das crianças<br />

poderia então tentar executar na Suíça<br />

a sentença de divórcio portuguesa. Se<br />

o tribunal competente para a execução<br />

recusar o reconhecimento da sentença,<br />

a sentença de divórcio é lacunar e a mãe<br />

das crianças poderia/teria de apresentar<br />

queixa na Suíça quanto à atribuição de alimentos.<br />

O tribunal suíço examinaria então<br />

antes de estipular o montante dos alimentos<br />

as condições económicas de ambas as<br />

partes progenitoras e determinaria depois<br />

alimentos apropriados. Se estes são então<br />

mais baixos do que os estipulados pela<br />

sentença portuguesa, é incerto e depende<br />

da totalidade das condições. Garantido<br />

seria todavia, que o tribunal suíço teria de<br />

ter em conta o mínimo de subsistência do<br />

Senhor S. Este mínimo é calculado com<br />

base num montante global de subsistência<br />

(CHF 1.200,00 para adultos, que vivem<br />

sozinhos), o montante da renda de aluguer<br />

da casa e os prémios o seguro de assistência<br />

médica (Krankenkasse), assim como as<br />

despesas para poder trabalhar (despesas<br />

do transporte para o trabalho, de vestuário<br />

de trabalho). Se S. paga, por exemplo,<br />

CHF 1.300,00 de renda de casa, CHF<br />

300,00 para o seguro de assistência médica<br />

e CHF 100,00 para o autocarro, então<br />

o seu mínimo de existência comporta CHF<br />

2.900,00. O tribunal obrigá-lo-ia, com um<br />

vencimento de CHF 3.700,00, a pagar no<br />

máximo CHF 800,00 de alimentos quer dizer<br />

Fr. 400 para cada criança.<br />

Outra coisa seria com uma execução da<br />

sentença portuguesa em Portugal. Aí a<br />

sentença seria exequível, o que se pode<br />

tornar num problema, se o Senhor S. tiver<br />

património em Portugal.<br />

Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano”<br />

a: Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229,<br />

8024 Zürich ou para: mail@dbohren.ch


20 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

Casa do Benfica de Aargau<br />

É em Lenzburg que<br />

encontramos a emblemática<br />

Casa do<br />

Benfica comandada<br />

por Vitor Figo.<br />

A tradicional Águia,<br />

supervisiona cada<br />

MARIA DOS SANTOS um de nós, para<br />

além de uma curiosa<br />

decoração bem característica<br />

dos amantes benfiquistas.<br />

Conhecida pela maioria da comunidade<br />

portuguesa, este espaço físico, proporciona-nos<br />

uma excelente gastronomia, ambiente,<br />

convívio e momentos de laser inesquecíveis.<br />

Dedicado à nossa cultura, o actual presidente<br />

Vitor Figo, procura inovar a Casa do<br />

Benfica e surpreender os sócios e não sócios<br />

que em cada fim de semana, procuram<br />

na mesa momentos de convívio em família<br />

ou pura e simplesmente a partilha da amizade!<br />

A gastronomia portuguesa com excelente<br />

qualidade e quantidade é procurada<br />

com entusiasmo e acompanha pelos bons<br />

vinhos da região alentejana.<br />

Vitor Figo foi o fundador e actualmente<br />

conta com cerca de 220 sócios que lhe dão<br />

estabilidade e confiança, para continuar<br />

este percurso na defesa da nossa cultura.<br />

Como forma de agradecimento e por<br />

ser também uma paixão de longa data,<br />

Vitor Figo viu no vinho uma opção de por<br />

no mercado algo inédito. Surgiu assim em<br />

2013 o primeiro vinho tinto denominado<br />

Vitor Figo Casa do Benfica. Homenagear os<br />

que amo foi o propósito e em 2014 surge<br />

Mãe Maria, reserva tinto alentejano.<br />

Em 2015 o tributo é para o Pai Figo, um vinho<br />

branco da Quinta Choca Palha.<br />

A mãe das suas filhas, Angeles Ferreira<br />

merece também uma reverência e nasce o<br />

vinho verde Carinho, da Casa Santos Lima.<br />

E porque ser Pai, é uma honra, as filhas<br />

Debora e Jessica foram também condecoradas<br />

com o Espumante Quinta das Abides<br />

de Francisco Aragão que com a sua “Casa<br />

Lusitana” situada em Berna deu asas a este<br />

projecto validando o sonho deste pequeno,<br />

mas grande homem<br />

Foi o próprio Vitor Figo que escolheu os<br />

aromas de todos estes vinhos incluído o espumante.<br />

Considerando-se uma verdadeira<br />

caixa de surpresas a comunidade espera<br />

sempre dele o melhor. O objectivo é para<br />

além de ver os visitante felizes, dar a oportunidade<br />

de conviver que nos dias de hoje é<br />

quase raro; que os mais jovens deixem por<br />

breves momentos as tecnologias de parte e<br />

se olhem, se toquem, se abraçem e sobretudo<br />

valorizem a harmonia de estar frente<br />

a frente.<br />

E para finalizar Vitor Figo deseja que a sua<br />

casa se mantenha com bom ambiente, que<br />

as famílias possam usufruir deste espaço<br />

em plena afinidade e que reine sempre o<br />

respeito.<br />

https://www.facebook.com/transportes.fernandes


R E C A N T O S<br />

HELVÉTICOS<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

21<br />

Feliz Páscoa a todos os nossos leitores<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Acordei, antes do despertador tocar. Considero<br />

já um dia ganho, fico sempre tão mal<br />

disposta, quando acordo por ordem deste<br />

infiel amigo necessário na minha vida.<br />

Deslizo suavemente dos lençóis que<br />

me aconchegaram durante a noite e deparo-me<br />

com um céu azul e uma claridade<br />

ainda suave do nascer do sol.<br />

O meu destino seria uma rota, algo especial, já que estamos prestes<br />

a festejar uma quadra especial, principalmente para os fieis<br />

amigos da vida religiosa.<br />

Estamos à porta da Páscoa onde festejamos a ressurreição de<br />

Cristo e hoje conduzo até aos Wallis para descobrir uma caminho<br />

que tinha ficado na minha memória, pelo nome: Wallfahrtskapelle<br />

Maria zur Hohen Stiege.<br />

Foi em 1687 que a primeira Capela foi construída, no entanto<br />

tivemos que esperar até 1755 para que o circuito das capelas,<br />

situado em Saas Grund, fosse aberto e visitado pelos peregrinos.<br />

Hoje é visitados por todas as etnias religiosas.<br />

Constituído por 15 pequenas capelas, num percurso que demora<br />

uma hora e meia, podemos ver a vida de Jesus de uma forma intensa<br />

e em plena natureza, como sempre foi a vida de Jesus.<br />

A primeira capela com a indicação de “Zur Hohen Stiege“ convida-nos<br />

a uma trajectória singular e de uma beleza única.<br />

A vida de Jesus dentro de cada capela, elaborada com estátuas de<br />

madeira e cuidadosamente pintadas, adornam toda a etapa que<br />

culmina com a chegada a Saas Fee.<br />

Cada estátua representa o percurso de Jesus e o mais interessante<br />

que cada uma delas, nos transporta para a realidade, desde<br />

a morte à ressurreição.<br />

Porque nós portugueses somos religiosos e de fé pura, aqui está<br />

um passeio a ser feito em grupo e com a inseparável merenda e<br />

o garrafão de tintol.<br />

Uma proposta deliciosa, após os quarenta dias de jejum, orações e<br />

penitência, impostas pela tradição, cumpridas ainda hoje por muitos<br />

de nós. Temos que festejar a vida e a Páscoa também é para<br />

além de tudo a passagem da morte para a vida.<br />

A natureza é a melhor amiga, para conseguir o equilíbrio entre<br />

o físico e o espiritual. Não podemos e não devemos esquecer, que<br />

por mais dura que a nossa vida seja, somos sempre um farol com<br />

capacidade de encontrar essa luz tão necessária a vida.


22 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

TÃO FELIZES QUE NÓS ÉRAMOS<br />

Clara Ferreira Alves (*)<br />

Neste filme a preto e branco, pintado<br />

de cinzento para dar cor, podia<br />

observar-se o mundo português<br />

continental a partir de uma rua. O<br />

resto do mundo não existia, estávamos<br />

orgulhosamente sós.<br />

“Anda por aí gente com saudades<br />

da velha portugalidade.<br />

Saudades do nacionalismo, da<br />

fronteira, da ditadura, da guerra,<br />

da PIDE, de Caxias e do Tarrafal,<br />

das cheias do Tejo e do<br />

Douro, da tuberculose infantil,<br />

das mulheres mortas no parto,<br />

dos soldados com madrinhas de<br />

guerra, da guerra com padrinhos<br />

políticos, dos caramelos espanhóis,<br />

do telefone e da televisão<br />

como privilégio, do serviço militar<br />

obrigatório, do queres fiado<br />

toma, dos denunciantes e informadores<br />

e, claro, dessa relíquia<br />

estimada que é um aparelho de<br />

segurança”<br />

Eu não ponho flores<br />

neste cemitério.<br />

Nesse Portugal toda a gente era pobre<br />

com exceção de uma ínfima parte da população,<br />

os ricos. No meio havia meia dúzia<br />

de burgueses esclarecidos, exilados ou educados<br />

no estrangeiro, alguns com apelidos<br />

que os protegiam, e havia uma classe<br />

indistinta constituída por remediados.<br />

Uma pequena burguesia sem poder aquisitivo<br />

nem filiação ideológica a rasar o que<br />

hoje chamamos linha de pobreza.<br />

Neste filme a preto e branco, pintado de<br />

cinzento para dar cor, podia observar-se o<br />

mundo português continental a partir de<br />

uma rua. O resto do mundo não existia,<br />

estávamos orgulhosamente sós. Numa rua<br />

de cidade havia uma mercearia e uma taberna.<br />

Às vezes, uma carvoaria ou uma capelista.<br />

A mercearia vendia açúcar e farinha<br />

fiados. E o bacalhau. Os clientes pagavam<br />

os géneros a prestações e quando recebiam<br />

o ordenado. Bifes, peixe fino e fruta<br />

eram um luxo. A fruta vinha da província,<br />

onde camponeses de pouca terra praticavam<br />

uma agricultura de subsistência e<br />

matavam um porco uma vez por ano. Batatas,<br />

peras, maçãs, figos na estação, uvas na<br />

vindima, ameixas e de vez em quando uns<br />

preciosos pêssegos. As frutas tropicais só<br />

existiam nas mercearias de luxo da Baixa.<br />

O ananás vinha dos Açores no Natal e era<br />

partido em fatias fininhas para render e<br />

encharcado em açúcar e vinho do Porto<br />

para render mais. Como não havia educação<br />

alimentar e a maioria do povo era<br />

analfabeta ou semianalfabeta, comia-se<br />

açúcar por tudo e por nada e, nas aldeias,<br />

para sossegar as crianças que choravam,<br />

dava-se uma chucha embebida em açúcar<br />

e vinho. A criança crescia com uma bola de<br />

trapos por brinquedo, e com dentes cariados<br />

e meia anã por falta de proteínas e<br />

de vitaminas. Tinha grande probabilidade<br />

de morrer na infância, de uma doença sem<br />

vacina ou de um acidente por ignorância e<br />

falta de vigilância, como beber lixívia. As<br />

mães contavam os filhos vivos e os mortos,<br />

era normal. Tive dez e morreram-me<br />

cinco. A altura média do homem lusitano<br />

andava pelo metro e sessenta nos dias<br />

bons. Havia raquitismo e poliomielite e o<br />

povo morria cedo e sem assistência médica.<br />

Na aldeia, um João Semana fazia o favor<br />

de ver os doentes pobres sem cobrar,<br />

por bom coração.<br />

Amortalhado a negro, o povo era bruto e<br />

brutal. Os homens embebedavam-se com<br />

facilidade e batiam nas mulheres, as mulheres<br />

não tinham direitos e vingavam-se<br />

com crimes que apareciam nos jornais com<br />

o título ‘Mulher Mata Marido com Veneno<br />

de Ratos’. A violação era comum, dentro e<br />

fora do casamento, o patrão tinha direito<br />

de pernada, e no campo, tão idealizado,<br />

pais e tios ou irmãos mais velhos violavam<br />

as filhas, sobrinhas e irmãs. Era assim<br />

como um direito constitucional. Havia filhos<br />

bastardos com pais anónimos e mães<br />

abandonadas que se convertiam em putas.<br />

As filhas excedentárias eram mandadas<br />

servir nas cidades. Os filhos estudiosos<br />

eram mandados para o seminário. Este<br />

sistema de escravatura implicava o apartheid.<br />

Os criados nunca dirigiam a palavra<br />

aos senhores e viviam pelas traseiras. O<br />

trabalho infantil era quase obrigatório<br />

porque não havia escolaridade obrigatória.<br />

As mulheres não frequentavam a universidade<br />

e eram entregues pelos pais aos<br />

novos proprietários, os maridos. Não podiam<br />

ter passaporte nem sair do país sem<br />

autorização do homem. A grande viagem<br />

do mancebo era para África, nos paquetes<br />

da guerra colonial. Aí combatiam por<br />

um império desconhecido. A grande viagem<br />

da família remediada ao estrangeiro<br />

era a Badajoz, a comprar caramelos e<br />

castanholas. A fronteira demorava horas<br />

a ser cruzada, era preciso desdobrar um<br />

milhão de autorizações, era-se maltratado<br />

pelos guardas e o suborno era prática<br />

comum. De vez em quando, um grande<br />

carro passava, de um potentado veloz que<br />

AS MULHERES NÃO<br />

TINHAM DIREITOS E<br />

VINGAVAM-SE<br />

COM<br />

CRIMES QUE APARECIAM NOS JORNAIS<br />

COM O TÍTULO ‘MULHER MATA MARIDO<br />

COM VENENO DE RATOS’. A VIOLAÇÃO ERA<br />

COMUM, DENTRO E FORA DO CASAMENTO,<br />

O PATRÃO TINHA DIREITO DE PERNADA, E<br />

NO CAMPO, TÃO IDEALIZADO, PAIS E TIOS<br />

OU IRMÃOS MAIS VELHOS VIOLAVAM AS<br />

FILHAS, SOBRINHAS E IRMÃS. ERA ASSIM<br />

COMO UM DIREITO CONSTITUCIONAL.<br />

HAVIA FILHOS BASTARDOS COM PAIS<br />

ANÓNIMOS E MÃES ABANDONADAS QUE<br />

SE CONVERTIAM EM PUTAS. AS FILHAS<br />

EXCEDENTÁRIAS ERAM MANDADAS SERVIR<br />

NAS CIDADES.<br />

não parecia sujeitar-se à burocracia do regime<br />

que instituíra uma teoria da exceção<br />

para os seus acólitos. O suborno e a cunha<br />

dominavam o mercado laboral, onde não<br />

vigorava a concorrência e onde o corporativismo<br />

e o capitalismo rentista imperavam.<br />

Salazar dispensava favores a quem o<br />

servia. Não havia liberdade de expressão<br />

e o lápis da censura aplicava-se a riscar<br />

escritores, jornalistas, artistas e afins. Os<br />

devaneios políticos eram punidos com<br />

perseguição e prisão. Havia presos políticos,<br />

exilados e clandestinos. O serviço militar<br />

era obrigatório para todos os rapazes e<br />

se saíssem de Portugal depois dos quinze<br />

anos aqui teriam de voltar para apanhar<br />

o barco da soldadesca. A fé era a única<br />

coisa que o povo tinha e se lhe tirassem a<br />

religião tinha nada. Deus era a esperança<br />

numa vida melhor. Depois da morte, evidentemente.<br />

(*) expresso


CRÓNICA<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

23<br />

CHOVE<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />

HÁ MILHARES<br />

DE ANOS QUE<br />

AS CRENÇAS<br />

(CEGAS)<br />

PROMOVEM<br />

O REINO DA<br />

GUERRA.<br />

CHOVE NESTE<br />

TEMPO DE<br />

POUCA MEMÓRIA.<br />

Como em Santiago, sobre Santiago,<br />

nesse (também) dia 11 de Setembro<br />

– talvez a estúpida cupidez<br />

escolha os números pares<br />

– corria o ano de 1973. Allende<br />

iria morrer às mãos de um ditador<br />

com bigode aparado e muitas insígnias<br />

militares – Luís Sepúlveda<br />

conta histórias de dentro, mas<br />

Sepúlveda é hoje um proscrito<br />

da esquerda alinhada com o passado,<br />

aquela que já foi revolucionária<br />

por ter ideias novas e hoje<br />

às mesmas se agarra como se o<br />

tempo pudesse e valesse voltar<br />

atrás – esta esquerda engana a<br />

revolução das ideias.<br />

A mudança não se faz de razias<br />

sob o batimento das Kalashnikov,<br />

uns achando-se melhores e capazes<br />

de dizimar os outros, para<br />

logo a seguir se agarrarem a chusmas<br />

policiais e censura receando<br />

o mesmo fim – não quero esse<br />

‘bem’ imposto. O internacionalismo<br />

morreu, se é que alguma vez<br />

existiu, não é que lhe desse grande<br />

valor, era uma forma de vender<br />

mais Kalashnikov – os americanos<br />

faziam outro tanto para o<br />

lado oposto ou qualquer lado que<br />

pagasse, os chineses aprendiam<br />

a poda, os búlgaros e os romenos<br />

seguiam a estrela vermelha<br />

do norte; Portugal também, em<br />

Braço de Prata. Sem arados ou<br />

sinfonias para o povo, como na<br />

propaganda difundida, as armas<br />

cresciam em vez das searas – a<br />

fome continua longe de nós.<br />

Putin, um homem que cresceu<br />

supostamente como ‘homem<br />

novo’ do regime soviético, agarrou<br />

depois o poder entregue pelo<br />

voto e nunca mais o largou: continuamos<br />

a ver cair opositores<br />

políticos e jornalistas incómodos.<br />

Calamo-nos.<br />

Erdogan, outro eleito pelo voto,<br />

anunciava a meio da semana que<br />

“nenhum europeu andaria em segurança”<br />

nas ruas do seu quintal<br />

turco – façamos-lhe a vontade,<br />

o homem quer rebentar com os<br />

diques holandeses, vê nazis em<br />

todo o lado, ignorando que Hitler<br />

também chegou ao poder pelo<br />

voto. Já nos esquecemos quantos<br />

juízes, jornalistas e políticos foram<br />

silenciados, presos e impedidos<br />

de exercer as suas competências<br />

desde a inventona do verão<br />

passado? Esquecemos, Erdogan<br />

não esquece. Pressuroso e atento<br />

ao Brexit, enviou condolências<br />

aos britânicos pelo golpe desta<br />

semana junto ao Parlamento britânico<br />

– dividir para reinar.<br />

Como a estupidez não paga imposto<br />

o presidente holandês do<br />

euro-grupo resolveu tratar os do<br />

sul à maneira de um consumidor<br />

de Heineken (os húngaros querem<br />

proibir a estrela do rótulo<br />

desta belíssima cerveja por ser<br />

vermelha, símbolo comunista que<br />

consideram ‘totalitário’ – como<br />

os tempos correm, o universo<br />

soviético continua a revelar enormidades<br />

de extrema-direita e nenhum<br />

‘homem novo’).<br />

A malta de cá, que tem acesso ao<br />

microfone do poder, chateou-se.<br />

Todos unidos, quase se juntaram<br />

ao ódio de Erdogan pela Holanda.<br />

Civilizadamente, Vital Moreira,<br />

que não é só um ilustre e competente<br />

constitucionalista quando<br />

convém, alegou que a metáfora<br />

podia fazer sentido porque há<br />

quem gaste à tripa forra, sem tino<br />

ou destino (como cá) e depois alegue<br />

todos os males internacionais<br />

(azar, oh azar) para pedir dinheiro<br />

aos do norte. E se fosse ao contrário,<br />

aceitaríamos?<br />

Como não gosto da gritaria populista,<br />

reflictamos sobre algum<br />

fundo de verdade. Não foram as<br />

pessoas, mas foram alguns políticos<br />

coligados com a finança saloia<br />

e os empreiteiros do regime<br />

dos sorrisos que nos obrigou aos<br />

onze por cento que a Caixa Geral<br />

de Depósitos vai pagar de juro<br />

pela última emissão de dívida. Pagam<br />

os do costume. E calam.<br />

Curiosamente, dos EUA vêm lições<br />

de boa democracia. Trump<br />

vai sendo parado por decisões<br />

judiciais nas suas fobias e o programa<br />

Obamacare não foi desconjuntado<br />

(para já). Os contra-<br />

-poderes funcionam e isso daria<br />

uma enorme arrelia a um sujeito<br />

de nome Sócrates, se ainda estivesse<br />

em São Bento, que vai<br />

varrendo tudo e todos com o seu<br />

adjectivo de estimação: desprezível.<br />

Com vontade de encarcerar a<br />

Justiça.<br />

A democracia foi sendo distorcida<br />

sob o nosso olhar, porque<br />

andamos distraídos, entretidos<br />

com novos brinquedos. Porque a<br />

democracia só se exerce no seu<br />

esplendor quando os que votam<br />

não preenchem um rebanho, não<br />

escutam a voz do chefe, mas sabem<br />

o que estão a decidir com<br />

uma pequena cruz. Sabem. Ou<br />

não.<br />

Chove. O Sol vai e vem sem<br />

aquecer, há frio na rua no final<br />

de Março. Estamos assim, sem<br />

saber como será o amanhã se um<br />

lunático avançar com um carro e<br />

uma faca sobre nós. Essa é outra<br />

conversa, a das religiões, de todas<br />

as grandes religiões que ninguém<br />

quer pôr em causa para não perder<br />

poder, influência, sustentado<br />

dogmas que prolongam estes<br />

tempos sinistros. Tudo deve ser<br />

debatido, haverá outras verdades<br />

sob as mentiras piedosas. Mas<br />

há milhares de anos que as crenças<br />

(cegas) promovem o reino da<br />

guerra. Chove neste tempo de<br />

pouca memória.


24 Lusitano<br />

CIDADANIA<br />

RANKING GLOBAL DE FELICIDADE<br />

A Suíça é um dos países mais<br />

felizes do mundo<br />

A felicidade pode ser fugaz...<br />

Foto, Keystone<br />

No Dia Mundial da Felicidade,<br />

as Nações Unidas classificaram<br />

a Suíça como o quarto<br />

país mais feliz do mundo -<br />

logo atrás da Noruega, Dinamarca<br />

e Islândia.<br />

No ano passado, a Suíça ficou em segundo<br />

lugar e, em 2015, em primeiro. Mas a queda<br />

nos rankings não é motivo para franzir<br />

a testa, de acordo com o World Happiness<br />

Report <strong>2017</strong>.<br />

“Todos os quatro principais países estão<br />

altamente bem posicionados em todos os<br />

principais factores encontrados para apoiar<br />

a felicidade: cuidados, liberdade, generosidade,<br />

honestidade, saúde, renda e boa<br />

governança. Suas médias são tão próximas<br />

que pequenas mudanças podem reordenar<br />

os rankings de ano para ano”, explicam os<br />

autores.<br />

Produzido pela Rede de Soluções de Desenvolvimento<br />

Sustentável da ONU, o Relatório<br />

Anual da Felicidade Mundial é baseado em<br />

medições do bem-estar por especialistas de<br />

áreas como economia, saúde e psicologia.<br />

“Cada vez mais, a felicidade é considerada a<br />

medida adequada do progresso social e da<br />

meta da política pública”, afirmam os autores,<br />

destacando que em Junho de 2016 a<br />

OCDE (um grupo de países relativamente<br />

ricos) se comprometeu a redefinir o crescimento<br />

para colocar o bem-estar das pessoas<br />

no centro dos esforços dos governos.<br />

Este ano, o relatório de 188 páginas enfatiza<br />

a importância dos fundamentos sociais<br />

da felicidade - coisas como ter alguém em<br />

quem confiar em momentos difíceis. Outros<br />

factores incluem o PIB per capita e a expectativa<br />

de vida, que “dependem muito do<br />

contexto social”, observa o relatório.<br />

Existem capítulos específicos dedicados à<br />

China, África e Estados Unidos. Aparentemente,<br />

os chineses não são mais felizes hoje<br />

do que há 25 anos atrás - apesar de um aumento<br />

constante na renda durante o último<br />

quarto de século. A China ficou em 79º lugar.<br />

Os EUA, que ocuparam o terceiro lugar entre<br />

os países da OCDE em 2007, ocuparam<br />

a 14ª posição no Relatório Mundial sobre a<br />

Felicidade deste ano, que atribui a queda<br />

ao declínio do apoio social e ao aumento<br />

da corrupção. Dos 155 países avaliados, a<br />

República Centro-Africana ocupa o último<br />

lugar, com o Burundi, a Tanzânia e a Síria a<br />

completar os quatro últimos.<br />

in Swissinfo<br />

Torne-se<br />

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de Zurique<br />

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SALÁRIOS<br />

ECONOMIA<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

25<br />

Quanto se ganha na Suíça?<br />

Por Kai Reusser & Susan Misicka (*)<br />

Do padeiro ao banqueiro, os trabalhadores suíços<br />

ganham salários que devem ser relativizados.<br />

Como em qualquer lugar do mundo, os salários na<br />

Suíça variam dependendo de factores como formação,<br />

experiência e localização. Todos os anos,<br />

a Secretaria de Economia e Trabalho do cantão<br />

de Zurique publica um guia que descreve os salários<br />

de quase todas as profissões imagináveis.<br />

Este ano, o Lohnbuch <strong>2017</strong>, com 800 páginas,<br />

compila dados salariais como mínimos sugeridos,<br />

além de salários por categoria baseados na idade<br />

e experiência.<br />

Você pode saber mais sobre as condições de trabalho<br />

na Suíça no guia de salários da swissinfo.ch,<br />

que abrange tudo, desde pagamentos e deduções<br />

até contratos e horário de trabalho.<br />

Operários trabalham em um túnel entre Bellinzona<br />

e Lugano. Foto, Keystone<br />

(*) Swissinfo


26 Lusitano<br />

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SAÚDE<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

27<br />

Doença Celíaca (DC)<br />

A intolerância ao glúten<br />

ZUILA MESSMER<br />

Cerca de 3 a 5 % da população<br />

no mundo, entre homens<br />

e mulheres são portadores da<br />

doença celíaca, mais conhecida<br />

como – a doença das pessoas<br />

que não podem comer glúten.<br />

Sua origem provém da reacção<br />

do organismo diante dos factores<br />

intrínsecos e extrínsecos<br />

(internos e externos), da predisposição<br />

genética, das alterações<br />

hormonais e das respostas<br />

imunológicas de cada um.<br />

A DC não é uma alergia, é uma<br />

intolerância alimentar, um<br />

transtorno auto-imune de natureza<br />

crónica, que se manifesta<br />

à nivel de intestino delgado.<br />

E o que é o sistema auto-imune:<br />

É o sistema imunológico,<br />

que tem função de proteger<br />

e defender o organismo de<br />

substâncias estranhas - bactérias,<br />

vírus, fungos, parasitas,<br />

evitando doenças. Como é um<br />

sistema bastante complexo, às<br />

vezes reage inadequadamente,<br />

diminuindo à tolerância orgânica,<br />

caracterizando as doenças<br />

auto-imune.<br />

O intestino faz parte de sistema<br />

digestivo e é composto<br />

pelo intestino delgado e grosso.<br />

O delgado é responsável<br />

pela absorção dos nutrientes<br />

e o grosso pela absorção da<br />

maior parte da água, dando<br />

consistência firme às fezes.<br />

Mede de 6 a 8 metros e é revestido<br />

por muitas vilosidades<br />

que o faz enrugar e aumentar<br />

à área de contacto com os alimentos,<br />

favorecendo o processo<br />

digestivo e à absorção dos<br />

alimentos.<br />

Na DC, o organismo reage com<br />

uma inflamação nas paredes<br />

do intestino, seguido por modificações<br />

nas vilosidades, que<br />

tendem a ficar lisas, originando<br />

a má absorção intestinal e<br />

a permanente sensibilidade ao<br />

glúten, caracterizando a doença<br />

celíaca.<br />

Se a pessoa continuar à ingerir<br />

alimentos contendo o produto,<br />

haverá piora do quadro - adesão<br />

dos mesmos nas paredes<br />

intestinais, atrofia e perda da<br />

capacidade de absorção de nutrientes.<br />

Os cereais fazem parte da<br />

história da alimentação do<br />

homem há mais de seis mil<br />

anos. O Glúten é encontrado<br />

no trigo, centeio, cevada, aveia<br />

e malte. É composto por duas<br />

proteínas - a gliadina e a glutenina,<br />

sendo elas quem influenciam<br />

no crescimento, elasticidade,<br />

resistência e textura das<br />

massas utilizadas na fabricação<br />

de produtos básicos como<br />

- macarrão, biscoitos, pizzas,<br />

pães, bolos e outros, podendo<br />

assim desenvolver problemas<br />

de saúde nas pessoas portadoras<br />

da intolerância ao glúten.<br />

Sintomas da doença<br />

Diarreia, vomito, perda de<br />

peso, inchaço nas pernas, anemias,<br />

alterações na pele, fraqueza<br />

das unhas, queda de pelos,<br />

diminuição da fertilidade,<br />

alterações do ciclo menstrual e<br />

sinais de desnutrição.<br />

Nas crianças até 5 anos: diarreia,<br />

emagrecimento e barriga<br />

inchada. Dos 6 aos 10 anos:<br />

dor de barriga e anemia. Jovens<br />

e adolescentes: anemia, dor abdominal<br />

e dispepsia (digestão<br />

lenta e difícil).<br />

Vínculo entre a Doença Celíaca<br />

(DC) e intolerância à lactose<br />

A lactose é metabolizada pelo<br />

organismo através da ação<br />

da enzima chamada lactase,<br />

a qual é produzida nas células<br />

intestinais. Como na DC existe<br />

um dano na célula intestinal, a<br />

produção de lactase fica prejudicada.<br />

Como consequência, há<br />

dificuldade na absorção da lactose.<br />

Essa deficiência melhora<br />

com a dieta, e o leite, no futuro<br />

pode em geral ser adicionado<br />

na alimentação.<br />

Diagnóstico<br />

A doença pode surgir em qualquer<br />

idade, depende do grau de<br />

sensibilidade do indivíduo. Há<br />

crianças que manifestam reacção<br />

logo que ingerem os primeiros<br />

alimentos com glúten,<br />

todavia há pessoas que convivem<br />

anos com o problema sem<br />

apresentar sintomas<br />

O diagnóstico é feito através<br />

dos exames de sangue e ou da<br />

biopsia do intestino, e confirmado<br />

com a constatação de<br />

mudanças das vilosidades que<br />

revestem a parede do intestino<br />

delgado.<br />

A demora no diagnóstico da<br />

doença leva a deficiências no<br />

desenvolvimento da criança.<br />

Caso não seja tratada, a doença<br />

pode provocar o aparecimento<br />

de osteoporose, esterilidade e<br />

até câncer de intestino.<br />

Tratamento<br />

A doença celíaca não tem cura.<br />

A base do tratamento é a dieta<br />

que deve ser seguida por toda<br />

a vida. Se faz necessário uma<br />

conscientização e disciplina,<br />

visto que, a dificuldade do tratamento<br />

está em conviver com<br />

as restrições alimentares no<br />

dia-a-dia.<br />

Antes de comprar qualquer<br />

alimento, observe o conteúdo<br />

nos rótulos! Recomenda-se o<br />

consumo de arroz, batata, milho,<br />

mandioca e derivados para<br />

substituir os produtos contendo<br />

glúten.<br />

Evitar cerveja, uísque, vodka,<br />

gin, bebidas contendo malte e<br />

cafés misturados com cevada.<br />

Cuidado com os achocolatados,<br />

porque a maioria contém<br />

glúten (ler o rótulo).<br />

Ao ingerir frutas, observar as<br />

reacções.<br />

Conclusão: Ao retirar o Glúten<br />

da alimentação, os sintomas<br />

desaparecem.<br />

Seguindo as instruções, a pessoa<br />

terá uma vida normal, evitará<br />

crises e complicações da<br />

doença, internações hospitalares<br />

e óbito.


28 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

O 25 DE <strong>ABRIL</strong><br />

E A VITÓRIA DOS ABUTRES<br />

CARLOS MATOS GOMES (*)<br />

FALAR DOS<br />

HERÓIS DO PÓS-<br />

25 DE <strong>ABRIL</strong> É<br />

FALAR DA ALA<br />

DOS NAMORADOS QUE SE<br />

REUNIU À VOLTA DE CAVACO<br />

SILVA E DO SEU CONDESTÁVEL<br />

OLIVEIRA E COSTA, DA SUA<br />

MOCIDADE PORTUGUESA COM<br />

PASSOS COELHO E PORTAS.<br />

TODOS GOZANDO DE BOA<br />

SAÚDE E AMPLAS LIBERDADES<br />

As chamadas “revoluções” são, na maior<br />

parte dos casos, a substituição de um<br />

grupo que tinha constituído uma linhagem<br />

por um outro, normalmente de bastardos,<br />

de segundos filhos, de arrivistas.<br />

Em Portugal foi assim com a crise de<br />

1385, com a restauração de 1640, com a<br />

revolução liberal, com a República, com o<br />

Estado Novo. Com o 25 de Abril de 1974<br />

não foi diferente.<br />

Os “capitães de Abril” correspondem aos<br />

conjurados de 1640. Foram instrumentos.<br />

Os conjurados esgotaram-se no momento<br />

em que entregaram o poder ao Duque de<br />

Bragança, acobardado em Vila Viçosa. Os<br />

capitães, depois de se terem eliminado<br />

uns aos outros (como aconteceu aos do<br />

28 de Maio de 1926) entregaram o poder<br />

aos políticos que constituíram o Bloco<br />

Central, tal como os militares vindos de<br />

Braga o tinham entregado a Salazar, a<br />

Cerejeira e a uns lentes de Coimbra, herdeiros<br />

do miguelismo que se crismou de<br />

integralismo, ao serviço da chamada Confederação<br />

dos Interesses Económicos e<br />

dos latifundiários.<br />

Falar do 25 de Abril é falar do pós 25 de<br />

Abril e de como os “filhos segundos e<br />

colaterais”, dos chacais que tomaram de<br />

novo conta do poder em Portugal. Diga-se,<br />

em abono da verdade, que a substituição<br />

de casas reinantes em Inglaterra<br />

não é diferente deste modelo e que a revolução<br />

francesa seguiu o mesmo figurino,<br />

como as revoluções russas, a de 1917 e<br />

a de Putin de há poucos anos. No final<br />

da agitação revolucionária, dos PREC’s<br />

de cada um, os poderes reconstituem-se<br />

como as baratas que regressam após uma<br />

desinfestação.<br />

Refletir sobre o 25 de Abril é identificar os<br />

que, como os abutres, estavam a aguardar<br />

uma oportunidade. No seu caso, uma<br />

oportunidade para se fazerem comendadores,<br />

banqueiros, agentes internacionais,<br />

concessionários de obras públicas,<br />

mestres de leis, compradores dos bens<br />

do Estado postos em leilão, como já havia<br />

acontecido no vintismo do século XIX.<br />

O Bom do 25 de Abril.<br />

O 25 de Abril de 1974 provocou dois<br />

grandes e positivos abalos no velho tronco<br />

da história de Portugal:<br />

– A democracia liberal e libertária. Pela<br />

primeira vez os portugueses foram considerados<br />

como cidadãos. O 25 de Abril<br />

entregou Portugal aos portugueses.<br />

As escolhas posteriores são dos portugueses.<br />

Esse extraordinário feito teve<br />

como custo associado o de revelar as<br />

nossas fraquezas, os nossos baixos níveis<br />

Torne-se<br />

associado<br />

do Centro<br />

Lusitano<br />

de Zurique<br />

Ligue<br />

Tel.: 079 222 09 14


OPINIÃO<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

29<br />

de cidadania, as deformações causadas por<br />

séculos de fatalismo, de sebastianismo, de<br />

crença em que as divindades resolverão os<br />

nossos problemas. O povo em geral, diga-se,<br />

prefere ir a Fátima e ao Futebol do que ir às<br />

urnas votar.<br />

– O problema colonial. O segundo grande<br />

assunto resolvido pelo 25 de Abril foi o<br />

problema colonial, que se arrastava desde<br />

que os republicanos do século XIX promoveram<br />

a excitação patriótica contra o Ultimato<br />

inglês. A questão colonial era como o catarro<br />

de um fumador. Os governos gostavam<br />

de fumar – isto é de ter colónias – mas não<br />

sabiam como resolver o problema do catarro.<br />

O 25 de Abril resolveu esse problema.<br />

Acabou-se o fumo, mas resta algum catarro<br />

de ressentimento.<br />

Resolvido o problema da responsabilidade<br />

(mais do que o da falta de liberdade) e o das<br />

colónias, Portugal voltou à velha e histórica<br />

questão da chegada ao poder de uma nova<br />

matilha que reproduz os comportamentos<br />

da anterior, simplesmente com mais fome e<br />

ansiedade. Logo ainda com menos escrúpulos.<br />

Os bárbaros tomam a cidade<br />

– O pior do 25 de Abril<br />

– A reprivatização da Banca, com a vinda<br />

dos Espirito Santo, nobilitados pelo Estado<br />

Novo, a criação do BCP, uma aliança entre<br />

a Opus Dei e os arrivistas que defenestraram<br />

os industriais e banqueiros nortenhos<br />

mais antigos (Cupertino de Miranda e Pinto<br />

Magalhães, p.ex), com os regressos triunfais<br />

de salvadores como Champalimaud e<br />

Melos e respectivas cortes, que iniciaram<br />

a espanholização do sistema financeiro e a<br />

transferência da actividade produtiva para a<br />

especulativa.<br />

– A destruição do tecido produtivo nacional<br />

na indústria e na agricultura como<br />

condição para a adesão à CEE e ao Euro. A<br />

distribuição dos “Fundos Estruturais” pelo<br />

grupo escolhido para nos entregar à penhora,<br />

com as brutais transferências de populações<br />

e de riqueza do interior para o litoral.<br />

O endividamento público e privado, com as<br />

PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />

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COBERTURA CONTA.<br />

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respectivas PPP. Foi este o modelo com que<br />

nos apresentamos às portas da sopa dos pobres<br />

da CEE.<br />

– O cavaquismo, que representou a tomada<br />

da cidade pelos bárbaros. O regime do novo-riquismo<br />

tem um retrato à la minute: o<br />

BPN e um credo: o Compromisso Portugal!<br />

Tanto o BPN como o Compromisso Portugal<br />

eram uma burla. Nem BPN era um banco,<br />

nem o compromisso era com Portugal.<br />

Pelo meio disto ocorreram outros assaltos<br />

de bastardos ao poder, mas nenhum tão<br />

prolongado e tão organizado como o do<br />

cavaquismo.<br />

O monumento, o emblema e<br />

os heróis do pós 25 de Abril<br />

As épocas mais marcantes da nossa História<br />

têm, cada uma, o seu monumento. Os<br />

Jerónimos para as descobertas, Mafra para<br />

o colonialismo do Brasil, o “monumento do<br />

empurra”, em Belém, para o Estado Novo. O<br />

monumento do pós 25 de Abril é a EDP!<br />

A entrega do sector essencial da produção<br />

e distribuição de energia a um Estado estrangeiro<br />

feita pelo governo de Passos<br />

Coelho e Paulo Portas é a pedra de fecho<br />

do cavaquismo. Em vez da tradicional estrofe,<br />

«Ditosa Pátria que tais filhos tem», o<br />

estandarte do cavaquismo bem poderia ter<br />

o lema: «Tudo se vende, até a luzinha para<br />

ler à noite!»<br />

Os cravos, como símbolo do 25 de Abril e<br />

da reconquista da dignidade por um povo,<br />

foram substituídos pelos dois submarinos<br />

que o mais escorregadio dos arrivistas comprou.<br />

O Tridente e o Arpão servem para<br />

defender as barragens e as torres de distribuição<br />

de electricidade dos chineses, os<br />

aeroportos dos franceses, as pontes<br />

dos ingleses, perante a apatia da maioria<br />

e o aplauso dos inquisidores da religião<br />

única do neoliberalismo.<br />

Falar dos heróis do pós-25 de Abril é<br />

falar da ala dos namorados que se reuniu<br />

à volta de Cavaco Silva e do seu<br />

condestável Oliveira e Costa, da sua<br />

Mocidade Portuguesa com Passos<br />

Coelho e Portas. Todos gozando de boa<br />

saúde e amplas liberdades!<br />

São os únicos? Claro que não… com uma<br />

resma de papel ao lado cada um pode<br />

fazer a sua lista dos que constituem<br />

hoje a classe reinante em Portugal…<br />

SEGUROS DA ZURICH.<br />

PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />

(*) Coronel de Cavalaria. Condecorado com<br />

as medalhas de Cruz de Guerra de 1ª e de<br />

2ª Classe. Pertenceu à primeira Comissão<br />

Coordenadora do Movimento dos Capitães<br />

na Guiné. Foi membro da Assembleia do<br />

MFA. É escritor.


30 Lusitano<br />

CULINÁRIA<br />

Caldo de<br />

origem Asiática<br />

com Carapau<br />

<br />

Um prato ‘exótico’ com um peixe normalmente pouco valorizado,<br />

que recebeu a 2ª Menção Honrosa do Concurso “O Mar a Meu<br />

Gosto II” promovido pela Fileira do Pescado.<br />

Ingredientes<br />

Carapau; Cenoura; Alho francês; Alface do mar; Batata; Hortelã;<br />

Erva Príncipe; Coentros; Gengibre; Chalota; Azeite; Sal; Pimenta<br />

Preparação<br />

Amanhar e filetar o carapau. Temperar com sal e pimenta<br />

Regar com fio de azeite e levar ao forno a vapor a 90ºc durante<br />

5 minutos.<br />

Caldo Asiático<br />

Num tabuleiro colocar as espinhas de carapau mais a cenoura, cebola,<br />

alho francês em mirepoix (1) e levar assar no forno até ficar com textura<br />

acastanhada.<br />

Depois de assado colocar numa panela adicionar água e deixar levantar<br />

fervura.<br />

Quando ferver escumar das impurezas baixar o lume e deixar continuar<br />

a cozinhar sem ferver de forma o caldo ganhar os aromas.<br />

Depois passar o caldo a chinês.<br />

Colocar novamente na panela e levar ao lume e juntar os coentros,<br />

o gengibre e a erva príncipe. Deixar ferver rectificar os temperos e<br />

desligar. Cortar batatas em brunesa (2) pequena e suar em azeite com<br />

chalotas em brunesa fina. Uma vez amolecidas, hortelã, alface do mar<br />

picada.<br />

Temperar com sal e pimenta, reservar.<br />

Fritar as lascas da cenoura<br />

Empratamento<br />

Colocar no centro do prato a salada de batata com Alface do Mar. Sobre<br />

esta colocar o carapau. Por último em frente ao cliente verter o<br />

caldo Asiático<br />

Júlia Medeiros<br />

aluna da EHT de Ponta Delgada./Jornal Sabores<br />

(1) Mirepoix:<br />

É uma mistura de vegetais típica da<br />

culinária da França. Os ingredientes<br />

tradicionais são a cebola, o aipo e a<br />

cenoura e, por vezes, presunto ou toucinho,<br />

todos normalmente cortados<br />

em pequenos pedaços e salteados em<br />

manteiga no início duma preparação,<br />

ou cozidos com outros ingredientes<br />

para fazer um caldo. Para fazer um<br />

fundo escuro, é costume caramelizar<br />

o mirepoix antes de o misturar com o<br />

caldo.<br />

(2) Corte Brunesa:<br />

Cortar o legume em pedaços regulares<br />

com 6 a 7 cm de comprimento, cortar<br />

os pedaços em fatias e de seguida em<br />

palitos com 2mm de largura. Cortar os<br />

cubos em 2mm de espessura.<br />

Preço do azeite vai subir<br />

<br />

A queda da produção de azeitona para azeite em 30% em 2016 torna inevitável a<br />

subida dos preços.<br />

O ministro da Agricultura, em declarações à agência Lusa declarou que o facto de<br />

2016 ter sido um ano, do ponto de vista climatérico, “muito mau para a agricultura<br />

e que provocou baixas de produção em vários sectores, designadamente no azeite”,<br />

deverá provocar um inevitável aumento de preços pois “quando a produção cai os<br />

preços tendem a subir”.<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó


SAÚDE<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

31<br />

MANJERICÃO<br />

(Ocimum basilicum<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

PLANTAS MEDICINAIS<br />

MALVA (Malva sylvestris): Indicada para<br />

problemas respiratórios, favorece a cicatrização<br />

e processos gastrointestinais, com<br />

benefícios à pele. A malva é usada popularmente<br />

como expectorante, emoliente,<br />

diurética e calmante. Indicada para problemas<br />

da garganta, dos brônquios e inflamações<br />

dentárias, Funciona como suavizante<br />

nas picadas de insetos e irritações da pele.<br />

As malváceas compreendem quase mil espécies,<br />

que se distribuem dos trópicos ao<br />

ártico. O nome da família vem do grego<br />

“malake”ou suave, uma vez que a planta é<br />

conhecida por acalmar.<br />

MANJERICÃO (Ocimum basilicum): O<br />

chá das folhas é excitante, estimulante,<br />

digestivo, evita a formação de gases, anti-<br />

-febril, diurético e anti-reumático. Também<br />

é usado para regularizar o ciclo menstrual.<br />

MARACUJÁ (Passiflora alata): Conhecido<br />

por sua ação tranquilizante, antiespasmódica<br />

e diurética. Indicado em dores de<br />

cabeça de origem nervosa, ansiedade, perturbações<br />

nervosas. Contra-indicado em<br />

pressão baixa. Recentemente, a medicina<br />

popular também descobriu que a fibra da<br />

casca do maracujá é rica em pectina (fibra<br />

solúvel), um poderoso aliado no combate<br />

e controle dos níveis altos de glicemia. É<br />

considerado o alimento amigo dos diabéticos.<br />

Popularmente, a fibra do maracujá<br />

tem sido usada para auxiliar em regimes<br />

de emagrecimento e reduzir as taxas de<br />

colesterol e glicemia. A fibra do maracujá,<br />

rica em pectina, ao ser ingerida forma um<br />

gel, dificultando a absorção de carboidratos.<br />

Ela funciona como um bloqueador de<br />

gordura. A fibra do maracujá é rica em fósforo,<br />

que é fonte de renovação celular, cálcio,<br />

ferro e vitamina B3. Já foi comprovado<br />

seu efeito emagrecedor e sua capacidade<br />

de proteger o coração e baixar as taxas de<br />

açúcar no sangue. Foi realizado um estudo<br />

na Universidade Federal da Paraíba, com<br />

17 mulheres com colesterol alto. Após 70<br />

dias consumindo a fibra do maracujá, elas<br />

reduziram as taxas de colesterol ruim e eliminaram<br />

até 8 quilos..<br />

MARAPUAMA (Ptychopetalum olacoides):<br />

Planta de origem amazônica, é<br />

considerada energética e afrodisíaca. Seu<br />

alcalóide tem ação estimulante do sistema<br />

nervoso central, é usada como anti-depressivo<br />

e indicada em casos de esgotamento<br />

físico, falta de libido e impotência<br />

sexual.<br />

MASTRUÇO (Lepidium sativum): Depurativo<br />

muito empregado em doenças<br />

pulmonares, como pneumonia, bronquite<br />

e raquitismo. Alivia hematomas e feridas.<br />

As folhas são usadas em cataplamas para<br />

aliar sinusite.<br />

MELISSA (Melissa officinalis): Calmante<br />

e sedativa, induz ao sono. Indicada em<br />

crises nervosas, taquicardia, histerismo e<br />

depressão. O chá é usado como antiácido<br />

e tônico. A melissa faz parte da composição<br />

de licores e da água de melissa. Conhecida<br />

também como erva-cidreira verdadeira,<br />

a melissaé usada popularmente<br />

para diminuir gases e cólicas, estimular a<br />

transpiração, como um excelente calmante<br />

e sedativo, é digestiva, age contra a insônia,<br />

enxaqueca, tensão nervosa, ansiedade<br />

e ajuda nos casos de traumatismo emocional.<br />

MIL FOLHAS (Aquilea millefolium):<br />

Também conhecida como “novalgina”, é<br />

uma das ervas mais importantes da farmacopéia.<br />

O chá é bom para baixar febre,<br />

aliviar dores, reumatismo, varizes, insônia,<br />

pressão alta, má circulação, males do estômago<br />

e fígado. A infusão forte transformada<br />

em cubos de gelo, pode ser aplicada<br />

sobre hemorróidas. Em temperatura morna,<br />

a infusã é usada em banhos de assento<br />

contra problemas ginecológicos.<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />

substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


32 Lusitano<br />

TECNOLOGIA<br />

Transmita em directo<br />

JOANA ARAÚJO (*)<br />

através do Facebook<br />

O Facebook anunciou no passado dia 22 um novo recurso para quem<br />

gosta de fazer transmissões ao vivo.<br />

A partir de agora e nesta primeira fase, qualquer perfil do Facebook que use o respectivo aplicativo<br />

para Android ou para iOS, pode realizar emissão em directo sem precisar de programas especiais. É<br />

muito simples e é fácil, basta personalizar a emissão, incluindo o streaming de jogos, gráficos, sobreposições<br />

e até alternar a emissão entre duas câmaras.<br />

Boa<br />

Páscoa!<br />

Aplicativos:<br />

para IOS - goo.gl/0uyXaN<br />

para Android - goo.gl/SDhyUf<br />

Para iniciar uma transmissão ao vivo, basta aceder à caixa principal de postagem de conteúdo na<br />

página inicial do seu feed de notícias e<br />

seleccionar a opção “Vídeo ao vivo”.<br />

Para transmitir em directo siga os seguintes<br />

passos:<br />

— Toque em Em que estás a pensar? na<br />

parte superior do seu Feed de Notícias<br />

— Toque em Vídeo em Directo<br />

— Escreva uma descrição opcional para<br />

a sua transmissão<br />

— Toque em Transmitir para iniciar a sua<br />

transmissão<br />

— Toque em Terminar quando pretender<br />

terminar a sua transmissão.<br />

Também pode transmitir em directo<br />

num grupo ou evento ao tocar em Escreve<br />

alguma coisa ou em Diz alguma coisa<br />

e, em seguida, tocar no ícone Em Directo.<br />

Nota: pode impedir utilizadores de verem a sua transmissão em directo durante a mesma. Basta<br />

tocar na imagem de perfil junto ao comentário de uma pessoa e em seguida, em Bloquear. Também<br />

pode desbloquear alguém que tenha bloqueado anteriormente.<br />

Blusão com<br />

manga “táctil”para<br />

controlar telefone<br />

A Google e uma conhecida marca de “jeans” a Levis vão lançar um<br />

blusão de ganga “inteligente”. Este é o próximo passo na tecnologia<br />

que se pode vestir. As mangas funcionam como um ecrã táctil, que<br />

permite utilizar o telemóvel mesmo sem o ecrã à vista.<br />

Estará à venda no Outono e custará à volta de 300 euros.<br />

com Agências


HORÓSCOPO<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

33<br />

Carneiro<br />

Abril pede para você desacelerar,<br />

reflectir, reavaliar os seus passos<br />

nestes primeiros meses de <strong>2017</strong>.<br />

Ao contrário do mês anterior,<br />

Abril tem uma energia mais calma<br />

e você precisa buscar a interiorização<br />

e a conexão com a espiritualidade.<br />

O planeta do amor e dos relacionamentos,<br />

Vénus, ficará retrógrado<br />

no seu signo. Há uma série<br />

de sentimentos e situações nos<br />

relacionamentos que você necessitará<br />

reavaliar. Podem, inclusive,<br />

retornar pessoas do passado e<br />

questões mal resolvidas.<br />

É um momento interessante para<br />

você mudar a forma de se relacionar<br />

e de agir. Os últimos 10 dias<br />

do mês são mais activos, pois o<br />

Sol inicia um novo ano astrológico<br />

com um movimento no seu signo.<br />

Touro<br />

Neste mês de Abril o seu planeta<br />

regente, Vénus, estará em movimento<br />

retrógrado. Sabe aquela<br />

sensação de situações que você<br />

já vivenciou? Experiências que já<br />

teve, caminhos que já passou? É<br />

hora de aprender com isso e evoluir<br />

emocionalmente.<br />

Você continua tendo um importante<br />

aprendizado de amor-próprio,<br />

de auto-estima e da necessidade<br />

de rever as suas atitudes<br />

emocionalmente, e também em<br />

termos de parcerias, relações e,<br />

inclusive, no trabalho.<br />

Abril favorece a união com amigos<br />

e grupos, a fim de realizações<br />

que tocam não somente a sua<br />

vida profissional, mas que reflectem<br />

o anseio da alma do signo<br />

Touro.<br />

Gémeos<br />

Abril é um excelente momento<br />

para você compreender que realização<br />

não envolve apenas coisas<br />

concretas, lógicas e reconhecimento<br />

profissional ou social.<br />

Abril também traz um desafio<br />

para você rever as suas atitudes<br />

em relação ao amor e à amizade.<br />

O planeta Vénus estará retrógrado<br />

e podem retornar antigas<br />

situações envolvendo os relacionamentos.<br />

É hora de parar, reflectir<br />

e não repetir os padrões<br />

do passado.<br />

Neste mês você tem um chamado<br />

da alma e é importante agir com<br />

mais criatividade e sensibilidade,<br />

se utilizar da imaginação e da inspiração.<br />

Isso poderá resultar em<br />

belas realizações profissionais,<br />

mas também em um alento e uma<br />

satisfação que são mais amplo-<br />

Caranguejo<br />

Espiritualidade, sensibilidade e intuição<br />

estão fortemente presentes<br />

ao longo de Abril para o signo<br />

Caranguejo.<br />

É um momento interessante para<br />

você reflectir, se conectar com a<br />

fé, questionar o sentido de suas<br />

actividades e o rumo que sua vida<br />

e relacionamentos estão tomando.<br />

Profissionalmente, é um momento<br />

em que podem retornar antigos<br />

projectos, ideias e parcerias,<br />

fruto do movimento retrógrado<br />

do planeta Vénus. A satisfação na<br />

carreira dependerá de bons relacionamentos<br />

e de um uso mais<br />

autêntico de sua singularidade e<br />

criatividade.<br />

Leão<br />

É melhor parar, reflectir e pensar<br />

muito antes de tomar uma decisão,<br />

isso também é reflexo da<br />

movimentação retrógrada do planeta<br />

Vénus. Por outro lado, é um<br />

mês em que você estará mais intensamente<br />

conectado com a sua<br />

essência, com os sentimentos e o<br />

propósito de evolução espiritual.<br />

Muito cuidado com as ilusões em<br />

Abril. É um mês em que você tende<br />

a um excesso de expectativas<br />

que podem apresentar problemas<br />

nos relacionamentos e até mesmo<br />

em questões financeiras.<br />

Não é um mês positivo para negociações<br />

ou questões que envolvem,<br />

de uma forma delicada,<br />

outras pessoas.<br />

Virgem<br />

Saber quando dizer sim ou não é<br />

uma tarefa necessária neste mês<br />

em que o discernimento será a<br />

qualidade essencial. Perceberá<br />

intensamente a diferença entre<br />

os seus valores e os valores<br />

alheios.<br />

É hora de olhar para os seus relacionamentos<br />

com mais empatia<br />

e sensibilidade, sob um olhar da<br />

alma que pede mais compaixão,<br />

mas que também indica que você<br />

deverá estar atento às ilusões e à<br />

uma tendência a fazer um papel<br />

de mártir ou vítima nas relações.<br />

Materialmente, o mês pode trazer<br />

alguns desafios, pois teremos a<br />

movimentação retrógrada do planeta<br />

Vénus. Você terá testes de<br />

autonomia e independência, mas<br />

não deve esquecer de colaborar.<br />

Balança<br />

Diminuir o ritmo e, simultaneamente,<br />

não deixar de atender as<br />

suas demandas profissionais é o<br />

desafio do signo Balança ao longo<br />

do mês de Abril.<br />

Uma notícia não muito agradável<br />

para o signo Balança, mas que<br />

contém um importante aprendizado<br />

emocional: o seu planeta<br />

regente, Vénus, iniciará um<br />

movimento retrógrado no signo<br />

oposto ao seu. Há muita coisa a<br />

rever em suas relações e antigos<br />

sentimentos retornarão, não para<br />

serem repetidos em um velho padrão,<br />

mas para aprender e evoluir.<br />

É um excelente mês para empreendimentos<br />

que envolvam<br />

arte, criatividade e sensibilidade,<br />

mas você deve ter cuidado com<br />

a saúde, buscando um equilíbrio<br />

maior entre actividade e repouso.<br />

Escorpião<br />

Emotividade, sensibilidade e romance<br />

são os temas enfatizados<br />

em Abril para o signo Escorpião.<br />

O planeta do amor e dos relacionamentos,<br />

Vénus, inicia um<br />

movimento retrógrado, o que<br />

significa a necessidade de resolver<br />

pendências do passado que<br />

podem estar relacionadas tanto<br />

a factores emocionais quanto a<br />

questões profissionais.<br />

Um mês em que você tende a<br />

se sentir um tanto nostálgico e<br />

melancólico e isso reflecte a tendência<br />

a estar idealizando em demasia<br />

os seus sentimentos, o que<br />

pode provocar confusões emocionais.<br />

No trabalho, é um bom momento<br />

para retomar contactos anteriores<br />

e aprimorar seus talentos.<br />

Sagitário<br />

Ao contrário do mês anterior, em<br />

que você estava mais impetuoso,<br />

agora é hora de parar, rever e<br />

reflectir se sua vida afectiva envolve<br />

os seus valores mais essenciais.<br />

Abril será também um mês<br />

importantíssimo para questões<br />

vinculadas à família, lar e vida doméstica.<br />

É um momento em que<br />

necessitará de mais silêncio e introspecção.<br />

Podem retornar algumas situações<br />

mal resolvidas do passado<br />

amoroso e isso serve para que<br />

você tenha mais independência,<br />

autonomia e consciência dos seus<br />

sentimentos.<br />

Agora você será testado na paciência<br />

e maturidade emocional.<br />

Capricórnio<br />

No âmbito familiar, podem retornar<br />

algumas situações desgastantes<br />

do passado e será preciso<br />

contornar a tendência ao conflito<br />

com muita cautela.<br />

Poderá haver dificuldades de<br />

comunicação por uma diferença<br />

entre o que você está esperando<br />

das pessoas e como elas realmente<br />

são, isso envolve também um<br />

aprendizado de autenticidade e<br />

maior autonomia.<br />

Menos pressa e mais consciência<br />

é o desafio para o signo Capricórnio.<br />

É um mês em que você<br />

deverá estar atento à linguagem<br />

não verbal, aos aspectos subtis e<br />

abstractos da realidade, a fim de<br />

aprender o que realmente importa.<br />

Aquário<br />

É hora de perceber o que realmente<br />

você considera valioso e<br />

prioritário, isso não está unicamente<br />

relacionado ao dinheiro,<br />

embora Abril seja um mês com referências<br />

materiais significativas.<br />

É um momento para você repensar<br />

na sua atitude e nos seus vínculos<br />

com pessoas próximas, a fim<br />

de resolver pendências do passado<br />

que ainda possam atrapalhar a<br />

qualidade destas interacções.<br />

Você tem talentos tão criativos e<br />

sensíveis, chegou a hora de utilizá-los.<br />

O mês de Abril promove<br />

uma consciência maior de suas<br />

habilidades e qualidades que passam<br />

justamente pela inspiração,<br />

intuição e imaginação, mas nas<br />

questões mais concretas e lógicas<br />

como, por exemplo, as financeiras,<br />

é preciso que tenha mais<br />

cautela.<br />

Peixes<br />

Até o dia 19 de Abril, o Sol estará<br />

se movimentando no seu signo,<br />

caracterizando o início de uma<br />

nova etapa de desenvolvimento<br />

em que você está mais conectado<br />

com sua intuição e sentimentos.<br />

Entretanto, é um excelente momento<br />

para você se concentrar<br />

mais em valores emocionais e espirituais.<br />

Um cuidado que o signo Peixes<br />

sempre devem ter é a tendência<br />

a idealizar em demasia, gerando<br />

falsas expectativas e criando confusões<br />

nos relacionamentos.<br />

No sector financeiro teremos o<br />

movimento retrógrado do planeta<br />

Vénus, que alerta para transacções<br />

que não serão favoráveis<br />

ou para prejuízos decorrentes de<br />

uma atitude precipitada e impensada.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


34 Lusitano<br />

HUMOR<br />

Dúvida colocada no site das Finanças:<br />

“Sou sócio do Porto e estou a fazer a minha<br />

declaração de IRS.<br />

Como pago a quota de sócio todos os meses,<br />

devo colocar o Porto como meu dependente?“<br />

Resposta das Finanças:<br />

“Claro que não. Só pode colocar dependentes<br />

na Declaração de IRS quem ganhou alguma<br />

coisa em 2016.<br />

No seu caso, uma simples Declaração de Isenção<br />

é o suficiente.”<br />

——————<br />

Sabem qual a diferença entre o Sporting e<br />

o salário mínimo?<br />

A diferença é que no salário mínimo a pessoa<br />

ganha, ganha, ganha e não compra nada.<br />

Já o Sporting compra, compra, compra e não<br />

ganha nada.<br />

——————<br />

Dizia uma comadre para outra:<br />

- Ò comadre eu sou extremamente asseada,<br />

mudo de roupa interior três vezes por dia.<br />

Diz-lhe então a outra:<br />

- eu também fui assim até aos dois anos, mas<br />

depois nunca mais foi necessário.<br />

Sabem como é que os alentejanos fazem o<br />

seu planeamento familiar?<br />

-Atiram pedras às cegonhas !<br />

E o planeamento familiar dos lisboetas, como<br />

é? Sabem?<br />

-Atiram pedras aos alentejanos!<br />

——————<br />

Em Jerusalém, uma repórter da tv vai<br />

ao muro das lamentações para entrevistar um<br />

velho palestiniano. Chega ao local, e vê-o a<br />

rezar. Depois de uma hora, o ancião pára de<br />

rezar e quando se prepara para deixar o local,<br />

ela aborda-o:<br />

- Bom dia, senhor! Eu sou da TV AL JAHZIRA<br />

e queria entrevistá-lo. O senhor é a pessoa<br />

mais antiga que vem diariamente rezar aqui<br />

no muro. Há quanto tempo o senhor vem aqui<br />

para rezar?<br />

- Ahh… Há uns 80 anos - responde o senhor.<br />

- 80 anos?! E, durante todos estes anos, o senhor<br />

rezou pedindo o quê?<br />

- Rezo pela Paz entre judeus, muçulmanos e<br />

cristãos, rezo para que o ódio pare e que nossos<br />

filhos cresçam juntos em Paz e Amizade.<br />

- E como se sente após 80 anos de orações<br />

diárias?<br />

- Sinto-me como se estivesse falando com<br />

uma parede…<br />

Uma Freira ia a caminho do Convento<br />

quando uma loira lhe oferece boleia.<br />

A Freira entra no carro e começa a reparar no<br />

seu luxuoso interior:<br />

- Mas que belo carro a Senhora tem! Deve ter<br />

trabalhado muito arduamente para o conseguir<br />

comprar.<br />

- Olhe Irmã, por acaso não foi bem assim. Foi<br />

um industrial com quem andei durante uns<br />

tempos que me ofereceu.<br />

Entretanto, a Freira olha para o banco de trás<br />

onde estava pousado um casaco de vison e<br />

exclama:<br />

- Oh! O seu casaco de peles é lindo! Deve ter<br />

custado uma fortuna.<br />

- Não me custou muito pois bastou-me passar<br />

uns dias com o Ronaldo.<br />

Após ouvir isto, a Freira manteve-se calada<br />

durante o resto da viagem.<br />

Ao chegar ao Convento foi para os seus aposentos<br />

tomar um revigorante banho.<br />

Estava a Freira na banheira quando ouve alguém<br />

a bater à porta do seu quarto.<br />

- Quem é?<br />

- Sou eu... o Padre António...<br />

- Vai e desaparece com os teus rebuçadinhos<br />

de mentol...<br />

Datas Comemorativas de <strong>2017</strong><br />

01 SÁB Dia das Mentiras<br />

01 SÁB Dia Inter. da Diversão no Trabalho<br />

02 DOM Dia Internacional do Livro Infantil<br />

02 DOM Dia da Consciencialização do Autismo<br />

04 TER Dia Mundial do Rato<br />

04 TER Dia Inter. Contra as Minas Antipessoais<br />

06 QUI Dia Mundial da Atividade Física<br />

07 SEX Dia Mundial da Saúde<br />

07 SEX Dia Internacional do Castor<br />

08 SÁB Dia Internacional do Cigano<br />

09 DOM Domingo de Ramos<br />

10 SEG Dia do Golfista<br />

11 TER Dia Mundial da Doença de Parkinson<br />

12 QUA Dia de São Victor<br />

12 QUA Dia de São Frutuoso<br />

13 QUI Dia do Beijo<br />

13 QUI Dia de São Hermenegildo<br />

14 SEX Sexta-Feira Santa <strong>2017</strong><br />

14 SEX Dia Internacional do Café<br />

15 SÁB Sábado Santo<br />

16 DOM Páscoa<br />

16 DOM Dia Mundial da Voz<br />

17 SEG Dia Mundial da Hemofilia<br />

18 TER Dia Intern. dos Monumentos e Sítios<br />

19 QUA Dia de Santo Expedito<br />

19 QUA Dia de Santa Ema<br />

19 QUA Dia Mundial da Bicicleta<br />

21 SEX Dia de Santo Anselmo<br />

22 SÁB Dia Mundial da Terra<br />

23 DOM Dia Mundial do Livro<br />

23 DOM Dia Mundial do Escutismo<br />

23 DOM Dia Nacional da Educação de Surdos<br />

23 DOM Dia de São Jorge<br />

24 SEG Dia Mundial do Animal de Laboratório<br />

25 TER Dia da Liberdade (25 de Abril)<br />

25 TER Dia de São Marcos<br />

25 TER Dia Mundial do Pinguim<br />

26 QUA Dia da Produção Nacional<br />

26 QUA Dia Mundial da Propriedade Intelectual<br />

26 QUA Dia de São Pedro de Rates<br />

26 QUA Dia Internacional do Cão-Guia<br />

27 QUI Dia Mundial do Design Gráfico<br />

29 SÁB Dia Mundial da Dança<br />

30 DOM Dia Internacional do Jazz


JÚNIOR<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

35<br />

Liga os números e surpreende-te<br />

PROPOSTA DE LEITURA<br />

O Monge de Cister<br />

de Alexandre Herculano<br />

Vasco da Silva deseja matar Lopo Mendes, que tinha casado com Leonor, sua<br />

bem-amada; também queria vingar o pai, ofendido por um cavaleiro que, ainda<br />

por cima, tinha abusado de sua irmã Beatriz.<br />

Depois de assassinar o rival, Vasco arrepende-se profundamente, e torna-se<br />

padre. Enquanto isso, o sedutor de Beatriz - Fernando Afonso - abandona-a.<br />

D. João de Ornelas, abade de Alcobaça, incentiva o ódio de Vasco, dizendo-lhe<br />

que Fernando Afonso era amante de Leonor (a mulher que Vasco nunca deixara<br />

de amar).<br />

Beatriz morre e Vasco conta ao rei D. João o tenebroso, nefando, terrível e<br />

maldoso, além de maléfico, passado de Fernando Afonso, que é condenado a<br />

morrer queimado, ou seja na fogueira. Por fim - uff! - Vasco morre e a narrativa<br />

acaba.<br />

A acção do romance transcorre no século XIV (1385). Com seus 3 romances<br />

históricos - Eurico, o Presbítero, O Monge de Cister e O Bobo - Herculano pretendia<br />

reconstituir a história de Portugal, desde as lutas da reconquista do território<br />

aos árabes invasores, até ao final da Idade Média, com a formação do<br />

Estado português.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


36 Lusitano<br />

POESIA<br />

Escravos, sonâmbulos e<br />

zombies<br />

CARMINDO<br />

DE CARVALHO<br />

https://www.facebook.com/carmindo.<br />

carvalho<br />

Saio de casa. São 4:20. A cidade<br />

dorme. Mesmo indo por zona residencial,<br />

em cerca de 9 quilómetros<br />

não vejo vivalma.<br />

Mais um sábado temperado com<br />

uma sessão de trabalho.<br />

Cruzo-me com um gato, mais à frente outro e eles fazem-me<br />

pensar que afinal tinha razão quando por várias vezes disse que<br />

a noite existe para os animais caçarem.<br />

Na noite, os humanos normais, ora se divertem em festanças,<br />

ora se refregam numa saborosa massagem enrolados em<br />

lençóis, ora dormem o sono dos justos.<br />

Na lista musical procuro algo que me espicace, que me remexa<br />

os neurónios, que sirva de tónico para arranjar apetite para enfrentar<br />

mais um sábado danado.<br />

Agora, que de uns tempos a esta parte, trabalhamos quase grátis<br />

para arranjar minutos que diariamente nos vão tirando. Simplesmente<br />

porque os senhores do grande capital cada vez mais<br />

alargam o cinto e de nós exigem cada vez mais.<br />

E assim vão eliminando direitos que levaram décadas a serem<br />

conseguidos.<br />

Tudo isto nas barbas dos governantes cúmplices, calados e<br />

tolerantes porque é esse mesmo grande capital que os senta<br />

no cadeirão do poder .<br />

Porque sou branco, sinto-me um escravo moderno.<br />

E lembro-me e comparo-me àqueles desgraçados escravos<br />

negros de outros tempos .<br />

“ Sou mais um escravo caçado por um qualquer negreiro e<br />

este meu carro é o navio negreiro que me vai levar até lá, à<br />

casa da escravatura”, penso.<br />

Sinto-me violado, violentado na minha dignidade de Ser humano,<br />

prostituto, neste meu querer tentar aguentar até à<br />

meta por mim traçada.<br />

Há-de chegar o dia de fazer uma faixa a dizer : “Adeus casa<br />

de ratazanas.”<br />

Já nas redondezas da fábrica começo a ver outros que<br />

também se vão pôr a jeito...<br />

Lá dentro os do turno da noite, circulam amarelados, calados<br />

como ratos, sonâmbulos, mais zombies que humanos.<br />

E hoje, tenho que trabalhar mais quinze minutos porque<br />

o senhor, decidiu não pagar todo o tempo da pausa. Coisa<br />

nunca vista nestes vinte e sete anos que por aqui, por estas<br />

paredes já cumpri.<br />

18 de Março de <strong>2017</strong><br />

Palavras e foto de : Carmindo de Carvalho


POESIA<br />

Abril <strong>2017</strong><br />

37<br />

Semana Santa<br />

EUCLIDES CAVACO<br />

https://www.facebook.com/euclides.<br />

cavaco<br />

Páscoa<br />

Feliz!<br />

Dobram tristes na igreja<br />

Na torre que se agiganta<br />

Os sinos p'ra quem deseja<br />

Viver a Semana Santa.<br />

Morreu Cristo numa cruz<br />

Pela bondade ser tanta<br />

P'lo martírio de Jesus<br />

Se evoca a Semana Santa.<br />

Há cânticos da paixão<br />

Que algum povo crente canta<br />

Cultos de celebração<br />

Próprios da Semana Santa.<br />

Há quem faça penitência<br />

E se almoça já não janta<br />

Em jejum e abstinência<br />

Durante a Semana Santa.<br />

Neste mundo atormentado<br />

Que a maldade desencanta<br />

Devia ser transformado<br />

P'ra sempre em Semana Santa.<br />

O mais profundo sentido<br />

Que tem a Semana Santa<br />

É quando Cristo remido<br />

Do sepulcro se levanta !…<br />

Heróis de Abril<br />

Deixem-me cantar Abril<br />

E evocar tal heroísmo<br />

Militar junto ao civil<br />

Que derrubou o fascismo.<br />

Prestar aos bravos meu preito<br />

Dizer-lhes Valeu a pena<br />

Os cravos e o tema eleito<br />

Grandola Vila Morena !...<br />

Deixem-me clamar victória<br />

Às nossas Forças Armadas<br />

Pelo seu triunfo e glória<br />

Com o povo de mãos dadas.<br />

Que a hístória jamais olvide<br />

Os militares de excelência<br />

Que incutiram fim à pide<br />

E à maldita prepotência...<br />

Deixem-me exaltar os bravos<br />

Do nosso Portugal novo<br />

Da Revolução dos Cravos<br />

Que trouxe justiça ao povo.<br />

Dando a Abril o sentido<br />

Com coragem e vontade<br />

De abrir com o povo unido<br />

As portas da liberdade !...


38 Lusitano<br />

POESIA<br />

CHICO BENTO<br />

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chico.bento.98<br />

AO MEU PAI<br />

É mais um dia a recordar<br />

Olho o Céu e digo ai ai<br />

Por não poder abraçar<br />

O meu tão querido pai<br />

Não o lembro só neste dia<br />

A saudade faz-me pensar<br />

Mas hoje fico sem alegria<br />

É mais um dia a recordar<br />

Não o posso esquecer<br />

Um ano vem e outro vai<br />

Lágrimas teimosas a correr<br />

Olho o Céu e digo ai ai<br />

É tão longa esta saudade<br />

Que jamais posso matar<br />

É triste. Mas é verdade<br />

Por não poder abraçar<br />

Neste meu poema sentido<br />

Recito-o e uma lágrima cai<br />

Tenho no peito escondido<br />

O meu tão querido pai.<br />

A SEXTA FEIRA CHEGOU<br />

A Sexta feira chegou<br />

trazendo o fim de semana<br />

vai ser só borga e folia<br />

e até a barraca abana<br />

Estando eu tão bem disposto<br />

o vento baixinho soprou<br />

alegrem-se ó rapaziada<br />

a Sexta feira chegou<br />

Para musicar este poema<br />

fiz um pífaro de cana<br />

porque esta música vai<br />

trazer o fim de semana<br />

Até á segunda feira<br />

vai ser cá uma alegria<br />

com dois dias de descanso<br />

vais ser só borga e folia<br />

Vai haver cerveja e vinho<br />

e grelhados na cabana<br />

vai ser festa e mais festa<br />

e até a barraca abana.<br />

Serviço de Diárias de Segunda a Sexta-Feira - 18 Frs tudo incluído - Aguardámos a sua visita


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Abril <strong>2017</strong><br />

39<br />

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