ABRIL 2017 - edição Nº 228
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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número <strong>228</strong> | Abril <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />
EDITORIAL<br />
Obrigado<br />
trinta e três anos<br />
DIREITO<br />
Divórcio<br />
Crianças<br />
EFEMÉRIDE<br />
19<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
trinta e três anos ao serviço<br />
da Comunidade Portuguesa<br />
03<br />
25 Abril<br />
Abutres<br />
28<br />
UMA NOITE HARMONIOSA ENTRE<br />
ASSOCIAÇÕES, AMIGOS, SÓCIOS,<br />
FAMILIARES E SOBRETUDO UM<br />
SERÃO DEDICADO À GASTRONOMIA<br />
E CULTURA POPULAR.<br />
Páginas 8 e 9
2 Lusitano<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstr, 48<br />
8004 Zürich<br />
www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />
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Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />
Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />
Tel. Geral: 044 200 30 40<br />
Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />
Serviços sociais: 044 261 33 32<br />
Abertura de segunda a sexta-feira das<br />
08:30 às 14:30 horas<br />
Edição anterior<br />
Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />
Cursos de alemão 076 332 08 34<br />
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Futebol<br />
079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />
InCentro<br />
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Publicidade 079 222 09 14 / alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Rancho folclórico 076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />
Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />
Embaixada de Portugal<br />
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Secção consular: 031 351 17 73<br />
Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />
Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />
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imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />
Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />
Tel.: 044 412 37 37<br />
Polícia 117<br />
Bombeiros 118<br />
Ambulância 144<br />
Intoxicações 145<br />
Rega 1414<br />
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />
Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />
Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />
Horário de atendimento:<br />
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EQUIPA EDITORIAL<br />
Directora<br />
Sandra Ferreira - CC nº28<br />
lusitanozurique@gmail.com<br />
Sub-director<br />
Armindo Alves - CC nº31<br />
alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Colaboração<br />
4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />
4 Maria José Bernardo CC nº29<br />
4 Pedro Nabais CC nº 30<br />
4 Joana Araújo CC nº27<br />
4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />
4 Jorge Macieira CC nº 66<br />
4 Maria dos Santos CC nº 65<br />
4 Daniel Bohren<br />
4 Zuila Messmer<br />
4 Domingos Pereira<br />
4 Carmindo de Carvalho<br />
4 Euclides Cavaco<br />
4 Carlos Ademar<br />
4 Carlos Matos Gomes<br />
4 Amílcar Malhó<br />
EDITORIAL<br />
Sandra Ferreira<br />
Directora<br />
Cartão C.C. nº 28 - CCPJ<br />
Editorial<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
3<br />
Armindo Alves<br />
Sub-Director<br />
Cartão C.C. nº 31 - CCPJ<br />
Foi com enorme alegria que comemoramos 33 anos de existência<br />
do Centro Lusitano de Zurique.<br />
Queremos agradecer a todos os nossos sócios, patrocinadores,<br />
amigos, leitores e colaboradores por fazer com que o associativismo<br />
do CLZ esteja vivo e de boa saúde.<br />
Um bem haja a todos...<br />
Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />
a opinião dos seus autores e não vinculam<br />
necessariamente a Direcção desta Revista<br />
Publicidade:<br />
alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Tel.: 079 222 09 14<br />
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e paginação<br />
Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />
Braga – Portugal<br />
araujo@manuelaraujo.org<br />
Tel.:(+351) 912 410 333<br />
Impressão: DM Braga<br />
Tiragem: 2000 exemplares<br />
Periodicidade: Mensal<br />
Distribuição gratuita<br />
O<br />
B<br />
R<br />
I<br />
Esta publicação não<br />
adopta nem respeita o<br />
(des)Acordo Ortográfico<br />
G<br />
Propriedade<br />
& administração:<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
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O
4 Lusitano<br />
DESPORTO<br />
Torneio CLZ <strong>2017</strong><br />
JORGE MACIEIRA<br />
Mais um ano mais<br />
um torneio de futsal<br />
do Centro Lusitano<br />
de Zurique, evento<br />
sempre com a maior<br />
responsabilidade e<br />
com muito trabalho e<br />
empenho de uma boa<br />
equipa de trabalho<br />
se consegue para ter<br />
um bom resultado. O principal objetivo é<br />
realizar um torneio que seja uma exemplo<br />
de Fair-Play e um bom espetáculo se futsal<br />
para dar aos espectadores um belo dia de<br />
futsal e que saiam contentes, eles de ano<br />
para ano exigem mais da nossa organização,<br />
mas é graças a eles nos se realizamos<br />
o torneio.<br />
Um torneio com 20 equipas a participar,<br />
onde muitas são habituais participantes<br />
tanto como no torneio do Centro Lusitano<br />
com nos habituais torneios, todas com<br />
elevada qualidade de jogo que nos deram<br />
um torneio bastante passivo, com muito<br />
fair-play, com jogos de grande qualidade e<br />
muitos golos, sendo assim o torneio ocorre<br />
na perfeição com o espetáculo ser apenas<br />
entre as 4 linhas.<br />
O torneio é para todos, por isso mesmo o<br />
torneio contou com um jogo especial entre<br />
duas equipas dos Juniores F do Centro Lusitano<br />
de Zurique, onde o resultado não é<br />
o mais importante, ver alegria dos jovens a<br />
se divertir com o que mais gostam. Realço<br />
atração que teve este jogo e o ânimo que<br />
deu a bancada.<br />
Um torneio sem prémios não se tornaria<br />
tão interessante e atrativo para equipas<br />
Este torneio contou com prémios do 1º<br />
ao 20º classificado, com a taça de Melhor<br />
Ataque, Melhor Guarda-Redes e de Disciplina.<br />
Mas como em todo lado há pessoas a trabalhar<br />
nos “bastidores” para meter a sala<br />
de máquinas a trabalhar e que passam<br />
quase por desapercebidas mas com uma<br />
grande função e grande responsabilidade,
COMUNIDADE<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
5<br />
refiro-me aos trabalhadores da cozinha que<br />
começam a trabalhar dias antes do torneio<br />
para tudo corra bem e esteja pronto no<br />
dia do torneio, eles foram espetaculares<br />
um grande obrigado a Paula Couto e a sua<br />
grande equipa.<br />
Agradecemos claramente sem os nossos<br />
Patrocinadores que de uma qualquer maneira<br />
ajudaram a realização do Evento, pois<br />
podemos ter uma grande equipas mas sem<br />
a vossa ajuda para nos é fundamental e sem<br />
ela não seria possível fazer um torneio deste<br />
tamanho, o nosso grande obrigado.<br />
Quando vamos a passar e ouvimos feedback<br />
dos responsáveis das equipas e do publico<br />
presente em relação ao nosso evento,<br />
dá-nos mais força e empenho para que<br />
continue-mos com o nosso trabalho e que<br />
pra o ano volte-mos a realizar mais um torneio<br />
tentado fazer ainda melhor orgulhando<br />
o símbolo que representamos.<br />
Residentes no Estrangeiro<br />
QUAL É O BANCO QUE<br />
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6 Lusitano<br />
EFEMÉRIDE<br />
Trinta e três anos a come<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
Foi no passado dia 11 de<br />
Março que o C.L.Z festejou<br />
os trinta e três anos dedicados<br />
à Comunidade Portuguesa<br />
na região de Zurich.<br />
Uma noite muito harmoniosa<br />
entre associações, amigos,<br />
sócios, familiares e sobretudo<br />
um serão dedicado à gastronomia<br />
e cultura popular.<br />
Os festejos começaram pelas<br />
20:00 conduzidos por<br />
Joaquim Silva que dedicou<br />
a sua presença e voz a este<br />
evento pleno de sucesso, já<br />
que a Turnhalle Unterrohr<br />
encheu logo no inicio do<br />
serão.<br />
Os Mega Show, grupo de<br />
jovens caracterizados pela<br />
destreza nos instrumentos<br />
musicais e considerados, o<br />
grupo de moda, estes génios<br />
ofereceram-nos um<br />
serão de baile, onde a alegria<br />
foi algo contagiante.<br />
Subiram ao palco envolvidos<br />
numa áurea de jovialidade<br />
o Rancho Folclórico<br />
do C.L.Z. Dançaram mais<br />
de uma hora, com toda a<br />
tenacidade e perseverança<br />
que caracteriza este exemplar<br />
grupo. O rancho Infantil<br />
demonstrou que segue e<br />
soma sucesso e em cada actuação<br />
mostram a evolução<br />
nos passos de dança e coreografia.<br />
O R.C.L.Z. imortalizou o momento<br />
da noite, com o apadrinhamento<br />
ao rancho convidado<br />
e que se estreou<br />
neste dia em plena festa de<br />
aniversário. Falo do Rancho<br />
Danças e Cantares de Arbon<br />
fundado a vinte e sete Maio<br />
2016. Estes ranchos trocaram<br />
sabedoria folclórica nas<br />
suas actuações, já que o<br />
rancho requisitado está em<br />
formação e a organizar-se na<br />
etnografia.<br />
A cerimónia do apadrinhamento<br />
foi simples, mas marcante<br />
pelas palavras dedicadas<br />
e troféus oferecidos que<br />
ficarão para o historial deste<br />
rancho do C.L.Z.<br />
Ao palco subiu também o<br />
Senhor Cônsul Dr. Licínio<br />
Amaral que teve breves,<br />
mas intensas palavras de<br />
dedicação ao C.L.Z., nomeadamente<br />
pelas actividade<br />
desenvolvidas, ao longo dos<br />
anos e um especial agradecimento,<br />
pelos cursos de<br />
Alemão que tanto têm ajudado<br />
na integração da nossa<br />
Comunidade! O Dr. Licínio<br />
Amaral referiu também a<br />
necessidade da aquisição do<br />
passaporte suíço, um documento<br />
que nos aporta muitas<br />
vantagens.<br />
O actual presidente Armindo<br />
Alves e o seu grupo de<br />
trabalho, foi assim valorizado,<br />
pelo percurso como responsáveis<br />
máximos desta<br />
associação e por tudo o que<br />
tem feito em prol da comunidade.<br />
A encerrar este aniversário o<br />
grande ZéZé Fernandes que<br />
com a sua euforia, alegria<br />
e postura única em palco<br />
assim como fora dele, mostrou-nos<br />
um espectáculo recheado<br />
de bons momentos<br />
musicais, humorísticos e o<br />
seu “savoir faire” com o cavaquinho,<br />
tocado em qualquer<br />
posição, fez com que o publico<br />
tivesse algumas horas de<br />
pura adrenalina.<br />
Um agradecimento a todos<br />
aqueles que trabalharam,<br />
para que sócios e não sócios<br />
tivessem um serão perfeito<br />
num aniversario que já faz<br />
parte das memórias desta<br />
casa que se chama Centro<br />
Lusitano de Zurique.
COMUNIDADE<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
7<br />
morar o Associativismo<br />
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continua na página seguinte...
8 Lusitano<br />
COMUNIDADE<br />
continuação da página anterior
CULTURA<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
9<br />
Madame Brüllhard<br />
Uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher<br />
SANDRA FERREIRA<br />
No passado dia 11<br />
de Março, realizou-<br />
-se no Kaufleute em<br />
Zurique, mais uma<br />
homenagem ao dia<br />
Internacional da<br />
Mulher. Uma tarde<br />
de encontro entre<br />
mulheres de língua<br />
portuguesas, onde<br />
se debateu sobre a<br />
auto-estima da mulher imigrante na Suíça.<br />
O encontro serviu também para a apresentação<br />
do livro “Madame Brüllhard- A<br />
minha historia”, com a presença da autora<br />
e fundadora da Associação “Madalena’s“.<br />
O evento teve como principal objectivo<br />
homenagear todas as mulheres que vivem<br />
na Suíça e que enfrentam diariamente o<br />
difícil convívio com a interculturalidade e<br />
trabalhar com a auto-estima de todas elas.<br />
Na mesa de debate estiverem mulheres<br />
de força que trabalham todos os dias directamente<br />
com a auto-estima da mulher,<br />
assim como um público, na sua maioria,<br />
feminino. Para além da convidada especial<br />
Lúcia Amelia Brüllhard, estiveram também<br />
Talitha Widmen, do Frauenberatung Zürich,<br />
Andrea Sigrist, da Makeup Beauty Academy,<br />
e Graziela Birnen, como conselheira<br />
psicológica. A moderação do evento esteve<br />
ao cargo de Liliana Tinoco, jornalista do<br />
Swissinfo e fundadora do “Adapte-se“.<br />
A violência contra as mulher teve bastante<br />
foco neste debate em que foram dados várias<br />
informações jurídicas assim como locais<br />
onde esses mulheres em causa podem<br />
encontrar ajuda. “Não existe uma formula<br />
mágica contra a violência. A experiência<br />
que tenho diz que o facto de a mulher ir<br />
buscar informação e ver as possibilidades<br />
que tem já é uma ajuda, referiu a psicóloga<br />
Talitha.<br />
Por fim ainda falou-se como o processo<br />
da migração afecta a auto-estima da mulher:<br />
“a mulher representa vários papeis. e<br />
para a mulher emigrante é difícil pois ela<br />
ao emigrar perde alguns desses papeis…, o<br />
que interfere bastante na sua auto-estima,<br />
referiu a conselheira psicológica, Graziela<br />
Birnen.<br />
No final da tarde foi então hora da apresentação<br />
do Livro “Madame Büllhard“. Baseado<br />
na história de vida de Lúcia Amelia<br />
Büllhard, que foi vítima de tráfico sexual<br />
quando emigrou para a Suíça. Hoje em dia,<br />
com 50 anos de idade, é uma escritora premiada<br />
nacional e internacional pelos seus<br />
trabalhos literários e sociais. Lúcia é também<br />
fundadora da “Madalena’s“ uma organização<br />
não governamental que tem como<br />
objectivo defender os direitos de pessoas<br />
de ambos os sexos, vítimas de crueldade<br />
e maus-tratos.<br />
Este evento foi uma iniciativa da Associação<br />
Saber Direito, uma instituição criada<br />
com a finalidade de apoiar a comunidade<br />
de língua portuguesa na Suíça em assuntos<br />
jurídicos, e da sua fundadora Fernanda<br />
Pontes.
10 Lusitano<br />
COMUNIDADE<br />
Sessão aberta à Comunidade<br />
Desafios para a Integração da<br />
Comunidade Portuguesa<br />
Com a moderação do jornalista Hugo<br />
Lupi, discutir-se-ão os “Desafios para<br />
a Integração da Comunidade Portuguesa”,<br />
no próximo dia 8 de Abril de<br />
<strong>2017</strong> (sábado), pelas 16h00, na Grosse<br />
Saal da Bullingerkirche (Bullingerstrasse<br />
4, Zurique).<br />
Esta sessão aberta a toda a Comunidade<br />
Portuguesa ocorre no seguimento<br />
da análise dos resultados do questionário<br />
à Comunidade Portuguesa,<br />
preenchido por mais de 900 residentes<br />
no Cantão de Zurique, entre Julho<br />
e Dezembro do ano transacto.<br />
Os resultados e o tema merecem uma<br />
discussão alargada, pelo que a sua<br />
opinião e experiência são muito importantes<br />
para a compreensão de algo<br />
com um impacto significativo no nosso<br />
quotidiano, seja no trabalho ou na escola<br />
dos nossos filhos, seja no acesso a<br />
informação e serviços ou até na ocupação<br />
dos nossos tempos livres.<br />
O evento será ainda concluído com<br />
uma peça do grupo de Teatro da ARCA<br />
de Regensdorf e um aperitivo.<br />
Compareça! A entrada é gratuita!<br />
Para mais informações contacte-nos<br />
através de info@verein-unidos.ch.<br />
Duarte Pacheco<br />
Projecto UNIDOS “Portugueses para<br />
Portugueses”
DESPORTO<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
11<br />
Juniores E vencidos em Dübendorf<br />
Os Juniores E na<br />
preparação da segunda<br />
metade da<br />
época participaram<br />
no torneio organizado<br />
pelo FC Glattal<br />
Dübendorf no<br />
passado dia 4 de<br />
JORGE MACIEIRA Março.<br />
A equipa treinada<br />
pelo Kalo e pelo Rui conseguiram chegar à<br />
final do torneio mas infelizmente não conseguiram<br />
vencer. Foram derrotados pelo<br />
FC Horgen por 2-1, conquistando assim o<br />
segundo lugar do torneio.<br />
Para estes participantes de tenra idade, o<br />
mais importante é participarem e divertirem-se<br />
ao máximo numa competição saudável.<br />
Parabéns aos pais que acompanharam os<br />
seus filhos durante todo o torneio do início<br />
até ao fim, pois o acompanhamento é essencial<br />
nesta idade.<br />
São estes jovens jogadores o futuro do<br />
Centro Lusitano de Zurique.<br />
Um crédito superior a CHF 10 000,– com uma taxa anual efetiva entre 7.9 % e 9.9 % (intervalo da<br />
taxa de juro) resulta, em 12 meses, num encargo total com juros entre CHF 417,80 a CHF 521,00.<br />
Taxa de juro dependente da qualidade do crédito do cliente. Observação de acordo com a lei:<br />
A concessão de crédito é proibida caso conduza a um endividamento excessivo (artigo 3.º UWG).<br />
CREDIT-now é uma marca de produto do BANK-now AG, Horgen.<br />
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e fale na sua lingua materna 0800 40 40 12<br />
Há sempre uma solução
12 Lusitano<br />
Helena<br />
Soares
ENTREVISTA<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
13<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
É COM<br />
TRISTEZA QUE<br />
CONSTATO<br />
QUE TEMOS<br />
TIDO MAIS<br />
APOIO DO<br />
PÚBLICO<br />
SUÍÇO QUE<br />
PROPRIAMENTE<br />
DO PUBLICO<br />
PORTUGUÊS.<br />
Helena Soares chegou à Suíça<br />
em 1991. A sua jovialidade olhar<br />
brilhante e sorriso, definem a sua<br />
simpatia. Frequentou a escola<br />
aqui e como tal o idioma não é um<br />
problema para se poder expressar.<br />
Defende a cultura portuguesa<br />
com garras e a justificar esta<br />
paixão pela alma lusitana, dedica-se<br />
ao R.F.C.L.Z. desde há vinte<br />
e três anos. Excelente dançadora<br />
a Helena sente-se portuguesa de<br />
raíz ao envergar o seu traja de<br />
folclore. Profissionalmente sente-se<br />
realizada e as 8 horas laborais<br />
dedica-as à contabilidade. A<br />
Póvoa de Lanhoso viu-a nascer. É<br />
na rosa cor de champanhe, que o<br />
seu olhar se enaltece. Nunca sai<br />
de casa, sem as típicas toalhinhas<br />
húmidas, não vá a sua menina pregar-lhe<br />
uma partida!<br />
Centro Lusitano de Zurique — A<br />
Helena está ligada ao C.L.Z. há<br />
muito tempo, o que pensa desta<br />
associação ao serviço da Comunidade<br />
Portuguesa?<br />
Helena Soares — O C.L.Z. entra na<br />
vida e na casa dos portugueses por<br />
diversos motivos. O C.L.Z. preza<br />
por manter a tradição, a cultura<br />
portuguesa aporta ajuda ao próximo<br />
e isso é um gesto muito bonito<br />
e espero que se mantenha assim<br />
por muitos anos.<br />
C.L.Z. — No passado 11 Março o<br />
C.L.Z. comemorou 33 anos, com<br />
casa cheia. Podemos considerar<br />
que o associativismo continua<br />
saudável?<br />
H.S. — Espero que sim e que assim<br />
continue, para que as nossas tradições<br />
e colectivismo se mantenham<br />
vivas.<br />
C.L.Z. — Todos sabemos que fazes<br />
parte do Rancho Folclórico. O<br />
que representa a cultura folclórica<br />
para ti?<br />
H.S. — O folclore represente muita<br />
coisa; enganar um pouco as saudades<br />
de Portugal, passar um bom<br />
bocado com amigos e representar<br />
uma de muitas coisas que Portugal<br />
tem de bom. É mais ou menos isso<br />
que nós tentamos transmitir às várias<br />
culturas que existem na Suíça,<br />
mesmo sabendo que muitos portugueses<br />
não dão valor ao folclore.<br />
Para esses somos simplesmente<br />
um grupo a fazer barulho em cima<br />
de um palco. Essas pessoas desconhecem<br />
que o folclore vai muito<br />
para além disso. Folclore é conhecer<br />
e reviver a história e a cultura<br />
dos nossos antepassados, representados<br />
nos nossos cantares,<br />
dançares, em cada instrumento,<br />
traje e lenço. Tudo isso conta uma<br />
história. É com tristeza que constato<br />
que temos tido mais apoio do<br />
público suíço que propriamente do<br />
publico português.<br />
C.L.Z. — Tens uma filha que brevemente<br />
irá iniciar a vida escolar.<br />
Achas que o ensino da língua portuguesa<br />
corresponde ao teu anseio,<br />
o que esperas dela?<br />
H.S. — Esta é uma boa pergunta e<br />
se tiver que ser sincera não estou<br />
a pensar nisso. Um dos motivos é<br />
que eu também frequentei a escola<br />
portuguesa aqui e tenho a dizer<br />
que pouco ou nada aprendi. Tudo<br />
que sei foi-me ensinado em casa<br />
pelos meus pais aos quais agradeço<br />
muito. Todo o meu percurso em<br />
todos os sentidos, a eles o devo e<br />
esse será o ensinamento que tentarei<br />
dar à minha filha.<br />
C.L.Z. — As novas tecnologias deixam-nos<br />
perto de tudo, mas longe<br />
da presença humana, da troca de<br />
olhares, do toque pessoal. Como<br />
vês o futuro dos nossos jovens?<br />
H.S. — Esse é um tema muito delicado<br />
mas é uma realidade que<br />
cada vez mais as tecnologias gerem<br />
a nossa vida. Mas acho que<br />
nós somos o espelho dos nosso<br />
filhos, não podemos dizer uma coisa<br />
e fazer outra, temos que ser um<br />
exemplo para eles e ensinar-lhes<br />
que a vida vai para muito além dessas<br />
tais tecnologias.<br />
C.L.Z. — No meu ponte de vista,<br />
as políticas mundiais deixam muito<br />
a desejar. Com uma América<br />
mais do que nunca dividia, que futuro<br />
prevês, para a nossa Europa?<br />
H.S. — É um assunto que me faz<br />
dores de cabeça e que me assusta<br />
muito quando penso nele. Não sei<br />
mesmo o que nos espera e faz-me<br />
medo pensar nesse assunto!<br />
C.L.Z. — A Comunidade Portuguesa<br />
está muito assustada com a declaração<br />
dos rendimento no país<br />
de acolhimento. Que critica teces<br />
à Suíça por esta iniciativa?<br />
H.S. — Já há muito que se ouve dizer<br />
que a suíça ja não é o que era...<br />
mas eu pergunto porque será que<br />
não é? Será que não temos todos<br />
culpa no cartório? Sim porque não<br />
podemos sempre só querer receber<br />
sem dar em troca. Mas quem<br />
está bem informado deste assunto<br />
não é nenhum bicho de sete<br />
cabeças. Irá ser mais complicado<br />
para aqueles que tiveram anos de<br />
ajuda do Estado, trabalhando aqui<br />
ao negro para terem propriedades<br />
e bens de luxo em Portugal que<br />
usufruiriam da isenção de impostos<br />
por serem imigrantes. É o tal<br />
assunto que me referia, de receber<br />
sem dar!<br />
Como residente na suíça só digo<br />
que muitas pessoas não conseguem<br />
ver o quanto a suíça tem de<br />
bom para nos dar. Esta é a minha<br />
opinião.<br />
C.L.Z. — As amizades são cada vez<br />
mais difíceis de manter. Porque<br />
será que chegamos a este ponto<br />
de sermos “amigos por interesse”?<br />
H.S. — Acho que será porque o ser<br />
humano está cada vez mais egoísta<br />
e só olha para o próprio nariz! Não<br />
é a toa que estamos no mundo em<br />
que estamos! É mesmo muito triste<br />
esta situação. Mas gostaria de<br />
dar mais importância aos verdadeiros<br />
amigos e agradecer-lhes por<br />
existirem.<br />
C.L.Z. — Quais são os pilares que<br />
utilizas na educação da tua progenitora?<br />
H.S. — Dar seguimento à educação<br />
e ensinamentos que me foram dados<br />
pelos os meus pais. São esses<br />
mesmos que transmitirei à minha<br />
progenitora.<br />
C.L.Z. — Que mensagem deixarias<br />
para os nossos leitores e amigos?<br />
H.S. — Que sejam felizes, que<br />
olhem mais para eles próprios, que<br />
vivam vida como deve ser vivida,<br />
pois ela é muito valiosa para ser<br />
desperdiçada e ser infeliz e malicioso.<br />
O C.L.Z. agradece a tua disponibilidade<br />
ma parceria da troca de<br />
ideias .<br />
Estamos a entrar em período de<br />
Páscoa, pelo que desejamos para ti<br />
e toda a família os melhores votos<br />
de uma quadra festiva, cheia de<br />
ovinhos e chocolates, mas sobretudo<br />
plena de convívio.
14 Lusitano<br />
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DESPORTO<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
15<br />
Falcão<br />
JORGE MACIEIRA<br />
“GOSTARIA QUE<br />
APOIASSEM<br />
MAIS A<br />
MODALIDADE<br />
AQUI NA<br />
SUÍÇA”<br />
Hélder Guilherme Bastos da Silva de 32 anos natural<br />
de Feira (Aveiro), conhecido no mundo do futsal<br />
por Hélder “Falcão”, actual bicampeão da primeira<br />
divisão suíça de Futsal com o AFM Futsal Maniacs e<br />
Futsal Minerva respectivamente.<br />
CLZ — Falcão porquê?<br />
Hélder Silva — Empenho, vontade, alcunha metida<br />
por um ex-director<br />
CLZ — Onde começaste a jogar?<br />
HS — Comecei no futsal no Azeméis com 21 anos,<br />
antes só desporto escolar.<br />
CLZ — Falando em referência. Tinhas alguma na tua<br />
infância?<br />
HS — Minha referência no futsal sempre foi o Falcão<br />
e ainda hoje o admiro, mas desde há 4 - 5 anos a minha<br />
primeira referência é o Ricardinho porque é uma<br />
potência enorme.<br />
CLZ — E gostavas de futebol?<br />
HS — Sim, sempre gostei ver o Figo, mas o futsal passou<br />
a ser o meu preferido aos 22 - 23 anos.<br />
CLZ — Quando eras miúdo, o que é que querias ser?<br />
HS — Como quase todo miúdo pequeno queria ser<br />
futebolista, era o que dava na TV lembro-me de ver<br />
ao domingo, até tomar o gosto pelo Futsal.<br />
CLZ — Quais as equipas que já representastes?<br />
HS — Comecei no Azeméis, Dínamo Sanjoanense,<br />
voltei ao Azeméis, vim para a Suíça, joguei em Schaufassen,<br />
Benfica de Rorschach, Maniacs e agora o Minerva.<br />
CLZ — Já chegaste ao bicampeão Suíço. Qual é a<br />
sensação?<br />
HS —É uma boa sensação mas também sei que aqui<br />
sou bicampeão e se calhar em Portugal mal jogava na<br />
primeira divisão.<br />
CLZ — Qual foi o teu maior ponto na carreira?<br />
HS — Este momento, são três conquistas uma da segunda<br />
divisão e duas da primeira divisão.<br />
CLZ — Mas não és o único português campeão, correcto?<br />
HS — Certo, a equipa tem mais portugueses o Fábio<br />
Soares, Tiago Melo Tiago Machado, Edson, Pedro<br />
Santos (T. Principal) e Ricardo Vicente (T. GR)<br />
CLZ — Como vês o futsal na Suíça e em Portugal?<br />
HS — A diferença como do branco para o preto. Desde<br />
do piso do pavilhão, à própria bola e o público nos<br />
jogos.<br />
CLZ — A nível mundial como está o futsal?<br />
HS — Tem quatro potencias (Portugal, Espanha, Itália<br />
e Rússia), neste momento são os mais fortes juntamente<br />
com o Brasil que mantém a sua posição de boa<br />
equipa de futsal.<br />
CLZ — Fazes em Setembro 33 anos...<br />
HS — E espero que em Agosto esteja na UEFA cup e<br />
que tudo corra pelo melhor, fazer uma melhor época<br />
a nível pessoal e que ajude o Minerva a conquistar o<br />
bicampeonato.<br />
CLZ — Quais os teus objectivos por cumprir?<br />
HS — O meu principal era jogar a UEFA cup e se deus<br />
quiser vou jogar em Agosto deste ano e talvez um dia<br />
jogar em Portugal um dia.<br />
CLZ — Qual a mensagem que deixas aos leitores e<br />
teus seguidores?<br />
HS — Gostaria que apoiassem mais a modalidade<br />
aqui na Suíça e que haja mais pessoas a ver os jogos e<br />
não só a final onde tiveram duas mil pessoas.<br />
Respostas rápidas:<br />
-Hélder Falcão<br />
Boa pessoa<br />
-Portugal<br />
Boa comida<br />
-Futsal<br />
Ricardinho<br />
-Minerva<br />
Boa gente<br />
-Suíça<br />
Muito trabalho<br />
-Ricardinho<br />
Melhor do mundo<br />
-Falcão<br />
Segundo melhor do mundo<br />
-Sonho<br />
Ser jogador profissional<br />
-Bicampeonato<br />
Espectacular<br />
-Futuro<br />
A Deus pertence<br />
-UEFA Cup<br />
Estamos aí em Agosto
16 Lusitano<br />
OPINIÃO<br />
Ai aguenta, aguenta!<br />
ou a vitória do capitalismo selvagem<br />
AUTOR: Carlos Ademar<br />
@ cademar@gmail.com<br />
«UM HOMEM<br />
MATOU-SE<br />
COM UM<br />
TIRO NA<br />
CABEÇA NO<br />
GABINETE<br />
DE UM<br />
CHEFÃO DO<br />
BPI. ESTE<br />
FOI DOS<br />
QUE NÃO<br />
AGUENTOU,<br />
AZAR O<br />
DELE E NÃO<br />
É NOTÍCIA.»<br />
E NÃO FOI<br />
«Ai aguenta, aguenta!» Ficou<br />
tristemente célebre esta expressão<br />
usada pelo então presidente<br />
do Conselho de Administração<br />
do Banco Português<br />
de Investimento, Fernando<br />
Ulrich, numa altura em que a<br />
espada afiada da austeridade<br />
estava bem encostada à<br />
garganta do povo português.<br />
Esta verdadeira afronta teve<br />
enorme repercussão, designadamente<br />
nas redes sociais,<br />
porque o senhor falou do alto da sua<br />
arrogância, de um pedestal restrito,<br />
alicerçado pelas famílias poderosas<br />
e abastadas de que é originário.<br />
Sempre lhe foi proporcionado bem-<br />
-estar o que o dispensou, e ainda<br />
bem para ele, das privações que ao<br />
longo de gerações sempre tocaram<br />
a esmagadora maioria dos portugueses,<br />
que foram confrontados<br />
com o desplante. Não fica bem aos<br />
anafados desta vida referirem-se<br />
assim a quem, de alguma forma, conheceu<br />
directa ou indirectamente a<br />
pobreza ou mesmo a fome. É imoral,<br />
senhor Ulrich.<br />
Embora a História não se apague<br />
nem se deva apagar, este facto a ela<br />
pertence. O BPI já está, feliz ou infelizmente,<br />
na mão de espanhóis e<br />
o senhor Ulrich foi chutado para um<br />
outro pedestal, com menos relevância,<br />
ainda que, acreditamos, não pior<br />
remunerado.<br />
***<br />
No dia 10 de Março último, um funcionário<br />
do BPI suicidou-se com um<br />
tiro de caçadeira nas instalações<br />
daquele banco na Rua Braamcamp,<br />
em Lisboa. O homem tinha 51 anos<br />
e desempenhava funções na instituição<br />
há mais de 25. «Não há uma<br />
razão objectiva para o que aconteceu»,<br />
adiantou uma fonte do banco.<br />
Ainda assim, um dirigente sindical<br />
considerou que talvez fosse altura<br />
de se fazer uma reflexão profunda<br />
sobre as consequências da crise na<br />
vida dos trabalhadores da banca. O<br />
sindicalista lembrou que só na última<br />
década a banca perdeu cerca<br />
20% dos trabalhadores, num processo<br />
que se agravou a partir de<br />
2011. «Os trabalhadores estão agora<br />
muito pressionados», prosseguiu.<br />
Pressionados pelos empregadores<br />
e pela incerteza que tomou conta<br />
de um sector que era, até há bem<br />
poucos anos, considerado estável.<br />
«Existem relatos de casos dramáticos;<br />
casos-limite que afectam as<br />
pessoas de forma diferente».<br />
O sindicado dos bancários oferece,<br />
através dos seus serviços de assistência<br />
médica e social, vários cuidados<br />
de saúde, incluindo na área<br />
da psicologia, lembrou o mesmo<br />
sindicalista, antes de acenar com<br />
outro dado: «Nos últimos 5 ou 6<br />
anos, estas consultas são disponibilizadas<br />
em permanência e têm esgotado<br />
sistematicamente. E há mais<br />
um dado inegável: registou-se um<br />
aumento da sua procura com o início<br />
da crise», acrescentou ao jornal<br />
online Observador. Seja qual for a<br />
motivação que gerou esta tragédia,<br />
trata-se de um sinal de alerta que<br />
não deve ser ignorado.<br />
***<br />
Na verdade, o capitalismo selvagem<br />
venceu este homem. Quantas<br />
vitórias não tem alcançado nos últimos<br />
anos de que não chegámos<br />
a tomar conhecimento apenas por<br />
não ser bom que se saiba? Estamos<br />
habituados a aguentar, mas se não<br />
soubermos destas e doutras coisas<br />
aguentamos ainda mais.<br />
Também a morte deste homem passou<br />
muito ao lado das televisões e<br />
jornais, sempre tão ávidos de sangue.<br />
Não é por nada, mas parece<br />
que estava em causa um banco e<br />
quando assim é, tudo pára, até o ardente<br />
e permanente desejo de chocar<br />
os espectadores ou leitores. Não<br />
há acidente de que resultem feridos<br />
ou mortos que não faça as delícias<br />
destes vampiros; não há desastres<br />
mortais que não façam crescer os<br />
caninos destes sanguinários; não<br />
há morte ocasional ou propositada<br />
que não faça despertar estas hienas<br />
da informação. Mas este caso<br />
é diferente. Podem estar em causa<br />
os altos interesses de um banco,<br />
logo, o conluio nacional dos meios<br />
de informação está estabelecido<br />
e aqui o sangue, que tem a mesma<br />
cor e o mesmo cheiro, já não interessa.<br />
Caraças, fosse um bebé que<br />
caísse de um 6º andar, um alcoólico<br />
atropelado, um homem assassinado<br />
num bar e teríamos os estagiários<br />
de todos os vampirescos órgãos de<br />
informação a correr para os locais a<br />
fazer directos e nestes, as perguntas<br />
mais disparatadas que alguém pode<br />
ouvir, só para ocupar a antena porque<br />
o share está a subir e há que o<br />
manter o maior número de minutos<br />
que for possível. Mas quando pode<br />
estar em causa um banco e a sua<br />
gestão na morte a tiro de um funcionário<br />
nas instalações desse banco,<br />
aí é preciso travar a fundo. Os<br />
estagiários têm mais que fazer e se<br />
não têm que inventem. Não se pode<br />
alimentar o ódio que o povo já sente<br />
por este sistema, em que os homens<br />
são cifrões enquanto rendem ou fusíveis<br />
quando é hora de os substituir<br />
por outros a ganharem metade.<br />
Afinal, a estas hienas sanguinolentas<br />
nem todo o sangue interessa.<br />
O que é produzido pelo acaso, pelo<br />
descuido, pelo crime, por vontade<br />
própria, desde que choque e cheire,<br />
sem pôr certos interesses em causa,<br />
tudo bem e há que investir; quando<br />
o mesmo sangue é derramado<br />
em instalações de um banco devido<br />
ao tratamento maquinal a que são<br />
submetidos os trabalhadores bem<br />
como às chantagens e pressões que<br />
limitam os horizontes de quem as<br />
sofre, ao ponto de não verem outra<br />
solução senão a morte, este sangue<br />
não interessa. Chamam-lhe assédio<br />
moral… Puta que os pariu. Chantagem<br />
pura de quem tudo pode<br />
contra quem não tem quem o defenda.<br />
O sistema reage porque está<br />
montado em cartel de interesses de<br />
todos quantos cuidam da informação<br />
a que podemos ter acesso. O<br />
verdadeiro serviço de censura dos<br />
tempos modernos, que tal como a<br />
de outros tempos servia e defendia<br />
um sistema. Só que então podíamos<br />
responsabilizar a ditadura, e agora?<br />
A culpa é de quem? Não sei, mas de<br />
uma coisa tenho a certeza, os interesses<br />
de quem manda nas hienas<br />
informativas coincidem com os dos<br />
donos do banco onde se deu a tragédia<br />
que é preciso silenciar.<br />
Grita o chefe de redação para a<br />
redação depois de pousar o auscultador<br />
do telefone: «Um homem<br />
matou-se com um tiro na cabeça no<br />
gabinete de um chefão do BPI. Este<br />
foi dos que não aguentou, azar o<br />
dele e não é notícia.» E não foi.
15 de Março de 1961<br />
HISTÓRIA<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
17<br />
Os massacres de Angola e a<br />
estranha inacção de Salazar<br />
CARLOS MATOS GOMES<br />
Coronel de Cavalaria.<br />
Condecorado com as medalhas<br />
de Cruz de Guerra<br />
de 1ª e de 2ª Classe.<br />
Pertenceu à primeira Comissão<br />
Coordenadora do<br />
Movimento dos Capitães<br />
na Guiné. Foi membro da<br />
Assembleia do MFA. É<br />
escritor.<br />
Em época de mais uma<br />
manhosa convocação<br />
de Salazar como salvador<br />
da Pátria, grandiosa<br />
outra vez, continua<br />
a ser silenciada a sua<br />
inacção perante os<br />
massacres da UPA, no<br />
Norte de Angola, realizados<br />
a partir de 15 de<br />
Março de 1961.<br />
Eu e o Aniceto Afonso<br />
abordámos o tema em<br />
“Os Anos da Guerra”.<br />
Voltamos a ele nos livros<br />
que o jornal Público<br />
está a apresentar semanalmente<br />
com os DVD<br />
dos programas “A Guerra”,<br />
de Joaquim Furtado.<br />
No número 4 escrevemos<br />
que, apesar de<br />
tantos indícios do que ia<br />
ocorrer – nós listámos<br />
10 informações que<br />
Salazar e o seu governo<br />
receberam de várias<br />
fontes - Salazar não<br />
preparou sequer um<br />
esboço de defesa (nem<br />
uma unidade militar foi<br />
colocada junto à fronteira<br />
com o Congo), e<br />
deixou Angola, em particular<br />
as populações<br />
do Norte, abandonadas<br />
à sua sorte.” De Lisboa<br />
não chega sequer uma<br />
palavra de esperança!”<br />
Lamentaria, Amândio<br />
César, um escritor do<br />
regime, no livro “Angola,<br />
1961”.<br />
A hipótese que parece<br />
mais lógica para explicar<br />
a inacção do “grande<br />
homem”. é a de que só<br />
lhe interessava o seu<br />
poder. Salazar apenas<br />
reagiu depois de abortar<br />
o pronunciamento militar<br />
dirigido pelo general<br />
Botelho Moniz (13 de<br />
Abril) e de consolidar o<br />
seu regime em Lisboa.<br />
Proferiu o discurso para<br />
Angola, em força, a 14<br />
de Abril, um mês após<br />
o início dos massacres!<br />
A 20 de Abril embarcam<br />
4 companhias por via<br />
aérea. A 21 embarcam<br />
por via marítima os primeiros<br />
contingentes,<br />
que chegarão a Luanda<br />
a 1 de Maio, um mês e<br />
meio de inacção!<br />
Parece legítimo admitir<br />
que Salazar pretendeu<br />
causar em Portugal, na<br />
Metrópole, uma deliberada<br />
excitação popular<br />
de apoio à sua desgastada<br />
figura. Daí, nada ter<br />
preparado para evitar<br />
os massacres e tudo ter<br />
feito para fossem publicitados<br />
e explorados<br />
ad nauseam. O que justifica<br />
a inaudita abertura<br />
das portas da censura<br />
para deixar publicar as<br />
fotografias macabras<br />
dos corpos esventrados<br />
de homens, mulheres e<br />
crianças nas fazendas<br />
do Norte… Salazar apenas<br />
afirma que “Angola<br />
é nossa!”, depois de se<br />
assegurar que Portugal<br />
continuava a ser dele!<br />
O aproveitamento que<br />
Salazar fez dos massacres<br />
de Angola, a<br />
sua responsabilidade<br />
naquelas mortes e nas<br />
da guerra podiam ser<br />
bons temas para uma<br />
conferência sobre populismo…
18 Lusitano<br />
ACTUALIDADE<br />
Sr. Governador?<br />
Demita-se!<br />
JOÃO DE SOUSA (*)<br />
Torna-se cada vez mais claro<br />
que o BES, o BANIF e o descalabro<br />
na descapitalização<br />
da CGD foram efeitos colaterais<br />
da sede de poder de Passos<br />
Coelho e Maria Luís Albuquerque<br />
com a conivência<br />
do Governador do Banco de<br />
Portugal, para permitir uma<br />
falsa saída limpa.<br />
Ao ignorar todos os indícios da situação<br />
do GES e do impacto disso na situação do<br />
BES, a vergonhosa situação do BANIF e<br />
o abafar e atrasar a capitalização da CGD<br />
sob pretexto de que não era permitida<br />
pelas regras comunitárias, justificação<br />
que o futuro veio a provar que apenas<br />
servia para esconder a falta de vontade<br />
política de o fazer, devia levar qualquer<br />
sujeito que compreenda o significado da<br />
palavra responsabilidade, a apresentar de<br />
imediato o seu pedido de demissão.<br />
Acresce a participação do Governador<br />
no logro que foi o aumento de capital<br />
do BES ao qual deu o seu aval de forma<br />
tão exuberante que até “levou” o Sr. Presidente<br />
da República de então a participar<br />
na farsa.<br />
O Sr. Governador está a minar a credibilidade<br />
da Instituição que governa. E arrastar<br />
todo o Conselho de Administração<br />
consigo pode ser adequado e justo mas<br />
em nada o exime da sua responsabilidade<br />
própria de Governador.<br />
Passos Coelho, Maria Luís e o Sr Governador,<br />
ocultaram e procrastinaram decisões<br />
por razões de ordem política e para<br />
permitir uma saída falsamente limpa.<br />
Com esta decisão custaram, e ainda irão<br />
custar, milhares de milhões de euros aos<br />
portugueses e deveriam estar a ser alvo<br />
de um inquérito, sim, mas do DCIAP.<br />
Sra. Procuradora-Geral da República,<br />
tem aqui uma denúncia que não é anónima.<br />
É pública, está assinada por mim e<br />
terá certamente muitas assinaturas de<br />
milhões de Portugueses. Os Portugueses<br />
estão fartos de ser feitos de parvos por<br />
entidades reguladoras que não regulam,<br />
mas recebem como se regulassem, e por<br />
uma justiça que não funciona, tornando-<br />
-se dessa forma cúmplice do esbulho diário<br />
a que estão sujeitos.<br />
Basta!<br />
(*) Director do Jornal Tornado
Divórcio<br />
DIREITO<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
19<br />
O Senhor S. divorciou-se<br />
por mútuo<br />
consentimento em<br />
Portugal da sua<br />
mulher. A sua mulher<br />
tinha um advogado;<br />
ele não. Ele<br />
DANIEL BOHREN assinou um acordo<br />
de divórcio, segundo<br />
o qual ele teria<br />
de pagar por cada um dos dois filhos<br />
alimentos no valor de CHF 700,00<br />
mensais acrescidos da metade das<br />
despesas. As crianças vivem junto da<br />
mãe na Suíça. O tribunal português<br />
que julgou o divórcio homologou o<br />
acordo. A seguir o Senhor S. verificou<br />
que, com o seu vencimento de CHF<br />
3.700,00, não se encontra em condições,<br />
de pagar para além do seu sustento<br />
os alimentos na íntegra. O que<br />
pode ele fazer?<br />
O caso permite-me esclarecer algumas<br />
perguntas fundamentais relativas ao divórcio,<br />
com os seus efeitos judiciais acessórios<br />
e as suas relações internacionais.<br />
O divórcio por mútuo consentimento só é<br />
possível em Portugal, se as partes tiverem<br />
chegado a acordo sobre os interesses das<br />
crianças. É por isso necessário um acordo<br />
sobre com quem a criança fica a viver, de<br />
como o contacto com o outro progenitor é<br />
feito e que alimentos são pagos. O acordo<br />
entre os pais tem de ser homologado pelo<br />
tribunal de família. O tribunal examina se<br />
o acordo é feito para o bem superior da<br />
criança. No caso do Senhor S. o tribunal<br />
homologou o acordo.<br />
As sentenças de divórcio portuguesas com<br />
os seus efeitos judiciais acessórios (alimentos,<br />
etc…) são basicamente válidos e<br />
exequíveis na Suíça. Os alimentos podem<br />
no entanto ser posteriormente reduzidos<br />
(ou levantados), se as condições se tiverem<br />
alterado desde o divórcio, se as alterações<br />
forem duradouras e não surgirem propositadamente.<br />
Se o devedor de alimentos<br />
por exemplo perde o seu emprego e ganha<br />
menos no novo posto de trabalho, pode<br />
exigir a redução dos alimentos, não podendo<br />
contudo fazê-lo se decidir livremente<br />
só trabalhar part-time. Também quem é<br />
de novo pai, pode exigir uma redução dos<br />
alimentos dos filhos mais velhos, para que<br />
o filho mais novo também obtenha a sua<br />
parte. Regra geral uma pessoa torna-se livremente<br />
pai, mas o tornar-se pai também<br />
é válido como direito de personalidade,<br />
pelo que neste caso pode, apesar de voluntariedade<br />
da alteração, ser exigida uma<br />
redução dos alimentos.<br />
O Senhor S. não poderá aliás tirar partido<br />
de uma alteração dos alimentos, porque as<br />
condições não se alteraram desde o divórcio.<br />
O seu problema é a assinatura irreflectida<br />
de um acordo. Não é aqui possível a<br />
queixa para alteração.<br />
Pode não obstante haver uma solução<br />
para o problema do Senhor S. Exactamente<br />
como em Portugal também na Suíça um<br />
acordo entre os pais sobre os alimentos<br />
tem de ser examinado e homologado pelo<br />
tribunal. O Tribunal Suíço também examina,<br />
se o montante dos alimentos estipulado<br />
teve em consideração as condições<br />
económicas de ambos os pais. Para tal o<br />
tribunal tem de esclarecer as condições<br />
económicas de ambos os progenitores, o<br />
que o tribunal de Portugal não fez. Segundo<br />
uma decisão do Tribunal de Apelação<br />
de Zurique de 2012 encontra-se agora<br />
infringida a ordem pública, quando o tribunal<br />
não esclarece antes da autorização<br />
do acordo sobre alimentos para crianças<br />
aprofundadamente as condições económicas<br />
dos pais.<br />
O tribunal português aplicou na autorização<br />
do acordo manifestamente o direito<br />
português. A Suíça e Portugal assinaram<br />
aliás a Convenção de Haia sobre a Lei<br />
Aplicável às Obrigações Alimentares de<br />
1973. De acordo com a Convenção para a<br />
obrigação do sustento de crianças menores<br />
deve ser sempre aplicado o direito do<br />
país, onde as crianças têm de facto a sua<br />
residência – no caso do Senhor S. trata-se<br />
do direito suíço. Segundo o direito suíço a<br />
autorização do acordo pelo tribunal sem<br />
esclarecimento aprofundado das condições<br />
económicas infringe a ordem pública.<br />
Com estas condições prévias a sentença<br />
de divórcio portuguesa não deverá ser reconhecida<br />
na Suíça, quer dizer a sentença<br />
não seria aqui exequível.<br />
O que significa isto para o Senhor S.? Ele<br />
pode reduzir os alimentos para um valor,<br />
que ache adequado. A mãe das crianças<br />
poderia então tentar executar na Suíça<br />
a sentença de divórcio portuguesa. Se<br />
o tribunal competente para a execução<br />
recusar o reconhecimento da sentença,<br />
a sentença de divórcio é lacunar e a mãe<br />
das crianças poderia/teria de apresentar<br />
queixa na Suíça quanto à atribuição de alimentos.<br />
O tribunal suíço examinaria então<br />
antes de estipular o montante dos alimentos<br />
as condições económicas de ambas as<br />
partes progenitoras e determinaria depois<br />
alimentos apropriados. Se estes são então<br />
mais baixos do que os estipulados pela<br />
sentença portuguesa, é incerto e depende<br />
da totalidade das condições. Garantido<br />
seria todavia, que o tribunal suíço teria de<br />
ter em conta o mínimo de subsistência do<br />
Senhor S. Este mínimo é calculado com<br />
base num montante global de subsistência<br />
(CHF 1.200,00 para adultos, que vivem<br />
sozinhos), o montante da renda de aluguer<br />
da casa e os prémios o seguro de assistência<br />
médica (Krankenkasse), assim como as<br />
despesas para poder trabalhar (despesas<br />
do transporte para o trabalho, de vestuário<br />
de trabalho). Se S. paga, por exemplo,<br />
CHF 1.300,00 de renda de casa, CHF<br />
300,00 para o seguro de assistência médica<br />
e CHF 100,00 para o autocarro, então<br />
o seu mínimo de existência comporta CHF<br />
2.900,00. O tribunal obrigá-lo-ia, com um<br />
vencimento de CHF 3.700,00, a pagar no<br />
máximo CHF 800,00 de alimentos quer dizer<br />
Fr. 400 para cada criança.<br />
Outra coisa seria com uma execução da<br />
sentença portuguesa em Portugal. Aí a<br />
sentença seria exequível, o que se pode<br />
tornar num problema, se o Senhor S. tiver<br />
património em Portugal.<br />
Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />
Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano”<br />
a: Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229,<br />
8024 Zürich ou para: mail@dbohren.ch
20 Lusitano<br />
COMUNIDADE<br />
Casa do Benfica de Aargau<br />
É em Lenzburg que<br />
encontramos a emblemática<br />
Casa do<br />
Benfica comandada<br />
por Vitor Figo.<br />
A tradicional Águia,<br />
supervisiona cada<br />
MARIA DOS SANTOS um de nós, para<br />
além de uma curiosa<br />
decoração bem característica<br />
dos amantes benfiquistas.<br />
Conhecida pela maioria da comunidade<br />
portuguesa, este espaço físico, proporciona-nos<br />
uma excelente gastronomia, ambiente,<br />
convívio e momentos de laser inesquecíveis.<br />
Dedicado à nossa cultura, o actual presidente<br />
Vitor Figo, procura inovar a Casa do<br />
Benfica e surpreender os sócios e não sócios<br />
que em cada fim de semana, procuram<br />
na mesa momentos de convívio em família<br />
ou pura e simplesmente a partilha da amizade!<br />
A gastronomia portuguesa com excelente<br />
qualidade e quantidade é procurada<br />
com entusiasmo e acompanha pelos bons<br />
vinhos da região alentejana.<br />
Vitor Figo foi o fundador e actualmente<br />
conta com cerca de 220 sócios que lhe dão<br />
estabilidade e confiança, para continuar<br />
este percurso na defesa da nossa cultura.<br />
Como forma de agradecimento e por<br />
ser também uma paixão de longa data,<br />
Vitor Figo viu no vinho uma opção de por<br />
no mercado algo inédito. Surgiu assim em<br />
2013 o primeiro vinho tinto denominado<br />
Vitor Figo Casa do Benfica. Homenagear os<br />
que amo foi o propósito e em 2014 surge<br />
Mãe Maria, reserva tinto alentejano.<br />
Em 2015 o tributo é para o Pai Figo, um vinho<br />
branco da Quinta Choca Palha.<br />
A mãe das suas filhas, Angeles Ferreira<br />
merece também uma reverência e nasce o<br />
vinho verde Carinho, da Casa Santos Lima.<br />
E porque ser Pai, é uma honra, as filhas<br />
Debora e Jessica foram também condecoradas<br />
com o Espumante Quinta das Abides<br />
de Francisco Aragão que com a sua “Casa<br />
Lusitana” situada em Berna deu asas a este<br />
projecto validando o sonho deste pequeno,<br />
mas grande homem<br />
Foi o próprio Vitor Figo que escolheu os<br />
aromas de todos estes vinhos incluído o espumante.<br />
Considerando-se uma verdadeira<br />
caixa de surpresas a comunidade espera<br />
sempre dele o melhor. O objectivo é para<br />
além de ver os visitante felizes, dar a oportunidade<br />
de conviver que nos dias de hoje é<br />
quase raro; que os mais jovens deixem por<br />
breves momentos as tecnologias de parte e<br />
se olhem, se toquem, se abraçem e sobretudo<br />
valorizem a harmonia de estar frente<br />
a frente.<br />
E para finalizar Vitor Figo deseja que a sua<br />
casa se mantenha com bom ambiente, que<br />
as famílias possam usufruir deste espaço<br />
em plena afinidade e que reine sempre o<br />
respeito.<br />
https://www.facebook.com/transportes.fernandes
R E C A N T O S<br />
HELVÉTICOS<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
21<br />
Feliz Páscoa a todos os nossos leitores<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
Acordei, antes do despertador tocar. Considero<br />
já um dia ganho, fico sempre tão mal<br />
disposta, quando acordo por ordem deste<br />
infiel amigo necessário na minha vida.<br />
Deslizo suavemente dos lençóis que<br />
me aconchegaram durante a noite e deparo-me<br />
com um céu azul e uma claridade<br />
ainda suave do nascer do sol.<br />
O meu destino seria uma rota, algo especial, já que estamos prestes<br />
a festejar uma quadra especial, principalmente para os fieis<br />
amigos da vida religiosa.<br />
Estamos à porta da Páscoa onde festejamos a ressurreição de<br />
Cristo e hoje conduzo até aos Wallis para descobrir uma caminho<br />
que tinha ficado na minha memória, pelo nome: Wallfahrtskapelle<br />
Maria zur Hohen Stiege.<br />
Foi em 1687 que a primeira Capela foi construída, no entanto<br />
tivemos que esperar até 1755 para que o circuito das capelas,<br />
situado em Saas Grund, fosse aberto e visitado pelos peregrinos.<br />
Hoje é visitados por todas as etnias religiosas.<br />
Constituído por 15 pequenas capelas, num percurso que demora<br />
uma hora e meia, podemos ver a vida de Jesus de uma forma intensa<br />
e em plena natureza, como sempre foi a vida de Jesus.<br />
A primeira capela com a indicação de “Zur Hohen Stiege“ convida-nos<br />
a uma trajectória singular e de uma beleza única.<br />
A vida de Jesus dentro de cada capela, elaborada com estátuas de<br />
madeira e cuidadosamente pintadas, adornam toda a etapa que<br />
culmina com a chegada a Saas Fee.<br />
Cada estátua representa o percurso de Jesus e o mais interessante<br />
que cada uma delas, nos transporta para a realidade, desde<br />
a morte à ressurreição.<br />
Porque nós portugueses somos religiosos e de fé pura, aqui está<br />
um passeio a ser feito em grupo e com a inseparável merenda e<br />
o garrafão de tintol.<br />
Uma proposta deliciosa, após os quarenta dias de jejum, orações e<br />
penitência, impostas pela tradição, cumpridas ainda hoje por muitos<br />
de nós. Temos que festejar a vida e a Páscoa também é para<br />
além de tudo a passagem da morte para a vida.<br />
A natureza é a melhor amiga, para conseguir o equilíbrio entre<br />
o físico e o espiritual. Não podemos e não devemos esquecer, que<br />
por mais dura que a nossa vida seja, somos sempre um farol com<br />
capacidade de encontrar essa luz tão necessária a vida.
22 Lusitano<br />
OPINIÃO<br />
TÃO FELIZES QUE NÓS ÉRAMOS<br />
Clara Ferreira Alves (*)<br />
Neste filme a preto e branco, pintado<br />
de cinzento para dar cor, podia<br />
observar-se o mundo português<br />
continental a partir de uma rua. O<br />
resto do mundo não existia, estávamos<br />
orgulhosamente sós.<br />
“Anda por aí gente com saudades<br />
da velha portugalidade.<br />
Saudades do nacionalismo, da<br />
fronteira, da ditadura, da guerra,<br />
da PIDE, de Caxias e do Tarrafal,<br />
das cheias do Tejo e do<br />
Douro, da tuberculose infantil,<br />
das mulheres mortas no parto,<br />
dos soldados com madrinhas de<br />
guerra, da guerra com padrinhos<br />
políticos, dos caramelos espanhóis,<br />
do telefone e da televisão<br />
como privilégio, do serviço militar<br />
obrigatório, do queres fiado<br />
toma, dos denunciantes e informadores<br />
e, claro, dessa relíquia<br />
estimada que é um aparelho de<br />
segurança”<br />
Eu não ponho flores<br />
neste cemitério.<br />
Nesse Portugal toda a gente era pobre<br />
com exceção de uma ínfima parte da população,<br />
os ricos. No meio havia meia dúzia<br />
de burgueses esclarecidos, exilados ou educados<br />
no estrangeiro, alguns com apelidos<br />
que os protegiam, e havia uma classe<br />
indistinta constituída por remediados.<br />
Uma pequena burguesia sem poder aquisitivo<br />
nem filiação ideológica a rasar o que<br />
hoje chamamos linha de pobreza.<br />
Neste filme a preto e branco, pintado de<br />
cinzento para dar cor, podia observar-se o<br />
mundo português continental a partir de<br />
uma rua. O resto do mundo não existia,<br />
estávamos orgulhosamente sós. Numa rua<br />
de cidade havia uma mercearia e uma taberna.<br />
Às vezes, uma carvoaria ou uma capelista.<br />
A mercearia vendia açúcar e farinha<br />
fiados. E o bacalhau. Os clientes pagavam<br />
os géneros a prestações e quando recebiam<br />
o ordenado. Bifes, peixe fino e fruta<br />
eram um luxo. A fruta vinha da província,<br />
onde camponeses de pouca terra praticavam<br />
uma agricultura de subsistência e<br />
matavam um porco uma vez por ano. Batatas,<br />
peras, maçãs, figos na estação, uvas na<br />
vindima, ameixas e de vez em quando uns<br />
preciosos pêssegos. As frutas tropicais só<br />
existiam nas mercearias de luxo da Baixa.<br />
O ananás vinha dos Açores no Natal e era<br />
partido em fatias fininhas para render e<br />
encharcado em açúcar e vinho do Porto<br />
para render mais. Como não havia educação<br />
alimentar e a maioria do povo era<br />
analfabeta ou semianalfabeta, comia-se<br />
açúcar por tudo e por nada e, nas aldeias,<br />
para sossegar as crianças que choravam,<br />
dava-se uma chucha embebida em açúcar<br />
e vinho. A criança crescia com uma bola de<br />
trapos por brinquedo, e com dentes cariados<br />
e meia anã por falta de proteínas e<br />
de vitaminas. Tinha grande probabilidade<br />
de morrer na infância, de uma doença sem<br />
vacina ou de um acidente por ignorância e<br />
falta de vigilância, como beber lixívia. As<br />
mães contavam os filhos vivos e os mortos,<br />
era normal. Tive dez e morreram-me<br />
cinco. A altura média do homem lusitano<br />
andava pelo metro e sessenta nos dias<br />
bons. Havia raquitismo e poliomielite e o<br />
povo morria cedo e sem assistência médica.<br />
Na aldeia, um João Semana fazia o favor<br />
de ver os doentes pobres sem cobrar,<br />
por bom coração.<br />
Amortalhado a negro, o povo era bruto e<br />
brutal. Os homens embebedavam-se com<br />
facilidade e batiam nas mulheres, as mulheres<br />
não tinham direitos e vingavam-se<br />
com crimes que apareciam nos jornais com<br />
o título ‘Mulher Mata Marido com Veneno<br />
de Ratos’. A violação era comum, dentro e<br />
fora do casamento, o patrão tinha direito<br />
de pernada, e no campo, tão idealizado,<br />
pais e tios ou irmãos mais velhos violavam<br />
as filhas, sobrinhas e irmãs. Era assim<br />
como um direito constitucional. Havia filhos<br />
bastardos com pais anónimos e mães<br />
abandonadas que se convertiam em putas.<br />
As filhas excedentárias eram mandadas<br />
servir nas cidades. Os filhos estudiosos<br />
eram mandados para o seminário. Este<br />
sistema de escravatura implicava o apartheid.<br />
Os criados nunca dirigiam a palavra<br />
aos senhores e viviam pelas traseiras. O<br />
trabalho infantil era quase obrigatório<br />
porque não havia escolaridade obrigatória.<br />
As mulheres não frequentavam a universidade<br />
e eram entregues pelos pais aos<br />
novos proprietários, os maridos. Não podiam<br />
ter passaporte nem sair do país sem<br />
autorização do homem. A grande viagem<br />
do mancebo era para África, nos paquetes<br />
da guerra colonial. Aí combatiam por<br />
um império desconhecido. A grande viagem<br />
da família remediada ao estrangeiro<br />
era a Badajoz, a comprar caramelos e<br />
castanholas. A fronteira demorava horas<br />
a ser cruzada, era preciso desdobrar um<br />
milhão de autorizações, era-se maltratado<br />
pelos guardas e o suborno era prática<br />
comum. De vez em quando, um grande<br />
carro passava, de um potentado veloz que<br />
AS MULHERES NÃO<br />
TINHAM DIREITOS E<br />
VINGAVAM-SE<br />
COM<br />
CRIMES QUE APARECIAM NOS JORNAIS<br />
COM O TÍTULO ‘MULHER MATA MARIDO<br />
COM VENENO DE RATOS’. A VIOLAÇÃO ERA<br />
COMUM, DENTRO E FORA DO CASAMENTO,<br />
O PATRÃO TINHA DIREITO DE PERNADA, E<br />
NO CAMPO, TÃO IDEALIZADO, PAIS E TIOS<br />
OU IRMÃOS MAIS VELHOS VIOLAVAM AS<br />
FILHAS, SOBRINHAS E IRMÃS. ERA ASSIM<br />
COMO UM DIREITO CONSTITUCIONAL.<br />
HAVIA FILHOS BASTARDOS COM PAIS<br />
ANÓNIMOS E MÃES ABANDONADAS QUE<br />
SE CONVERTIAM EM PUTAS. AS FILHAS<br />
EXCEDENTÁRIAS ERAM MANDADAS SERVIR<br />
NAS CIDADES.<br />
não parecia sujeitar-se à burocracia do regime<br />
que instituíra uma teoria da exceção<br />
para os seus acólitos. O suborno e a cunha<br />
dominavam o mercado laboral, onde não<br />
vigorava a concorrência e onde o corporativismo<br />
e o capitalismo rentista imperavam.<br />
Salazar dispensava favores a quem o<br />
servia. Não havia liberdade de expressão<br />
e o lápis da censura aplicava-se a riscar<br />
escritores, jornalistas, artistas e afins. Os<br />
devaneios políticos eram punidos com<br />
perseguição e prisão. Havia presos políticos,<br />
exilados e clandestinos. O serviço militar<br />
era obrigatório para todos os rapazes e<br />
se saíssem de Portugal depois dos quinze<br />
anos aqui teriam de voltar para apanhar<br />
o barco da soldadesca. A fé era a única<br />
coisa que o povo tinha e se lhe tirassem a<br />
religião tinha nada. Deus era a esperança<br />
numa vida melhor. Depois da morte, evidentemente.<br />
(*) expresso
CRÓNICA<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
23<br />
CHOVE<br />
ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />
HÁ MILHARES<br />
DE ANOS QUE<br />
AS CRENÇAS<br />
(CEGAS)<br />
PROMOVEM<br />
O REINO DA<br />
GUERRA.<br />
CHOVE NESTE<br />
TEMPO DE<br />
POUCA MEMÓRIA.<br />
Como em Santiago, sobre Santiago,<br />
nesse (também) dia 11 de Setembro<br />
– talvez a estúpida cupidez<br />
escolha os números pares<br />
– corria o ano de 1973. Allende<br />
iria morrer às mãos de um ditador<br />
com bigode aparado e muitas insígnias<br />
militares – Luís Sepúlveda<br />
conta histórias de dentro, mas<br />
Sepúlveda é hoje um proscrito<br />
da esquerda alinhada com o passado,<br />
aquela que já foi revolucionária<br />
por ter ideias novas e hoje<br />
às mesmas se agarra como se o<br />
tempo pudesse e valesse voltar<br />
atrás – esta esquerda engana a<br />
revolução das ideias.<br />
A mudança não se faz de razias<br />
sob o batimento das Kalashnikov,<br />
uns achando-se melhores e capazes<br />
de dizimar os outros, para<br />
logo a seguir se agarrarem a chusmas<br />
policiais e censura receando<br />
o mesmo fim – não quero esse<br />
‘bem’ imposto. O internacionalismo<br />
morreu, se é que alguma vez<br />
existiu, não é que lhe desse grande<br />
valor, era uma forma de vender<br />
mais Kalashnikov – os americanos<br />
faziam outro tanto para o<br />
lado oposto ou qualquer lado que<br />
pagasse, os chineses aprendiam<br />
a poda, os búlgaros e os romenos<br />
seguiam a estrela vermelha<br />
do norte; Portugal também, em<br />
Braço de Prata. Sem arados ou<br />
sinfonias para o povo, como na<br />
propaganda difundida, as armas<br />
cresciam em vez das searas – a<br />
fome continua longe de nós.<br />
Putin, um homem que cresceu<br />
supostamente como ‘homem<br />
novo’ do regime soviético, agarrou<br />
depois o poder entregue pelo<br />
voto e nunca mais o largou: continuamos<br />
a ver cair opositores<br />
políticos e jornalistas incómodos.<br />
Calamo-nos.<br />
Erdogan, outro eleito pelo voto,<br />
anunciava a meio da semana que<br />
“nenhum europeu andaria em segurança”<br />
nas ruas do seu quintal<br />
turco – façamos-lhe a vontade,<br />
o homem quer rebentar com os<br />
diques holandeses, vê nazis em<br />
todo o lado, ignorando que Hitler<br />
também chegou ao poder pelo<br />
voto. Já nos esquecemos quantos<br />
juízes, jornalistas e políticos foram<br />
silenciados, presos e impedidos<br />
de exercer as suas competências<br />
desde a inventona do verão<br />
passado? Esquecemos, Erdogan<br />
não esquece. Pressuroso e atento<br />
ao Brexit, enviou condolências<br />
aos britânicos pelo golpe desta<br />
semana junto ao Parlamento britânico<br />
– dividir para reinar.<br />
Como a estupidez não paga imposto<br />
o presidente holandês do<br />
euro-grupo resolveu tratar os do<br />
sul à maneira de um consumidor<br />
de Heineken (os húngaros querem<br />
proibir a estrela do rótulo<br />
desta belíssima cerveja por ser<br />
vermelha, símbolo comunista que<br />
consideram ‘totalitário’ – como<br />
os tempos correm, o universo<br />
soviético continua a revelar enormidades<br />
de extrema-direita e nenhum<br />
‘homem novo’).<br />
A malta de cá, que tem acesso ao<br />
microfone do poder, chateou-se.<br />
Todos unidos, quase se juntaram<br />
ao ódio de Erdogan pela Holanda.<br />
Civilizadamente, Vital Moreira,<br />
que não é só um ilustre e competente<br />
constitucionalista quando<br />
convém, alegou que a metáfora<br />
podia fazer sentido porque há<br />
quem gaste à tripa forra, sem tino<br />
ou destino (como cá) e depois alegue<br />
todos os males internacionais<br />
(azar, oh azar) para pedir dinheiro<br />
aos do norte. E se fosse ao contrário,<br />
aceitaríamos?<br />
Como não gosto da gritaria populista,<br />
reflictamos sobre algum<br />
fundo de verdade. Não foram as<br />
pessoas, mas foram alguns políticos<br />
coligados com a finança saloia<br />
e os empreiteiros do regime<br />
dos sorrisos que nos obrigou aos<br />
onze por cento que a Caixa Geral<br />
de Depósitos vai pagar de juro<br />
pela última emissão de dívida. Pagam<br />
os do costume. E calam.<br />
Curiosamente, dos EUA vêm lições<br />
de boa democracia. Trump<br />
vai sendo parado por decisões<br />
judiciais nas suas fobias e o programa<br />
Obamacare não foi desconjuntado<br />
(para já). Os contra-<br />
-poderes funcionam e isso daria<br />
uma enorme arrelia a um sujeito<br />
de nome Sócrates, se ainda estivesse<br />
em São Bento, que vai<br />
varrendo tudo e todos com o seu<br />
adjectivo de estimação: desprezível.<br />
Com vontade de encarcerar a<br />
Justiça.<br />
A democracia foi sendo distorcida<br />
sob o nosso olhar, porque<br />
andamos distraídos, entretidos<br />
com novos brinquedos. Porque a<br />
democracia só se exerce no seu<br />
esplendor quando os que votam<br />
não preenchem um rebanho, não<br />
escutam a voz do chefe, mas sabem<br />
o que estão a decidir com<br />
uma pequena cruz. Sabem. Ou<br />
não.<br />
Chove. O Sol vai e vem sem<br />
aquecer, há frio na rua no final<br />
de Março. Estamos assim, sem<br />
saber como será o amanhã se um<br />
lunático avançar com um carro e<br />
uma faca sobre nós. Essa é outra<br />
conversa, a das religiões, de todas<br />
as grandes religiões que ninguém<br />
quer pôr em causa para não perder<br />
poder, influência, sustentado<br />
dogmas que prolongam estes<br />
tempos sinistros. Tudo deve ser<br />
debatido, haverá outras verdades<br />
sob as mentiras piedosas. Mas<br />
há milhares de anos que as crenças<br />
(cegas) promovem o reino da<br />
guerra. Chove neste tempo de<br />
pouca memória.
24 Lusitano<br />
CIDADANIA<br />
RANKING GLOBAL DE FELICIDADE<br />
A Suíça é um dos países mais<br />
felizes do mundo<br />
A felicidade pode ser fugaz...<br />
Foto, Keystone<br />
No Dia Mundial da Felicidade,<br />
as Nações Unidas classificaram<br />
a Suíça como o quarto<br />
país mais feliz do mundo -<br />
logo atrás da Noruega, Dinamarca<br />
e Islândia.<br />
No ano passado, a Suíça ficou em segundo<br />
lugar e, em 2015, em primeiro. Mas a queda<br />
nos rankings não é motivo para franzir<br />
a testa, de acordo com o World Happiness<br />
Report <strong>2017</strong>.<br />
“Todos os quatro principais países estão<br />
altamente bem posicionados em todos os<br />
principais factores encontrados para apoiar<br />
a felicidade: cuidados, liberdade, generosidade,<br />
honestidade, saúde, renda e boa<br />
governança. Suas médias são tão próximas<br />
que pequenas mudanças podem reordenar<br />
os rankings de ano para ano”, explicam os<br />
autores.<br />
Produzido pela Rede de Soluções de Desenvolvimento<br />
Sustentável da ONU, o Relatório<br />
Anual da Felicidade Mundial é baseado em<br />
medições do bem-estar por especialistas de<br />
áreas como economia, saúde e psicologia.<br />
“Cada vez mais, a felicidade é considerada a<br />
medida adequada do progresso social e da<br />
meta da política pública”, afirmam os autores,<br />
destacando que em Junho de 2016 a<br />
OCDE (um grupo de países relativamente<br />
ricos) se comprometeu a redefinir o crescimento<br />
para colocar o bem-estar das pessoas<br />
no centro dos esforços dos governos.<br />
Este ano, o relatório de 188 páginas enfatiza<br />
a importância dos fundamentos sociais<br />
da felicidade - coisas como ter alguém em<br />
quem confiar em momentos difíceis. Outros<br />
factores incluem o PIB per capita e a expectativa<br />
de vida, que “dependem muito do<br />
contexto social”, observa o relatório.<br />
Existem capítulos específicos dedicados à<br />
China, África e Estados Unidos. Aparentemente,<br />
os chineses não são mais felizes hoje<br />
do que há 25 anos atrás - apesar de um aumento<br />
constante na renda durante o último<br />
quarto de século. A China ficou em 79º lugar.<br />
Os EUA, que ocuparam o terceiro lugar entre<br />
os países da OCDE em 2007, ocuparam<br />
a 14ª posição no Relatório Mundial sobre a<br />
Felicidade deste ano, que atribui a queda<br />
ao declínio do apoio social e ao aumento<br />
da corrupção. Dos 155 países avaliados, a<br />
República Centro-Africana ocupa o último<br />
lugar, com o Burundi, a Tanzânia e a Síria a<br />
completar os quatro últimos.<br />
in Swissinfo<br />
Torne-se<br />
associado do Centro<br />
Lusitano<br />
de Zurique<br />
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Tel.: 079 222 09 14
SALÁRIOS<br />
ECONOMIA<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
25<br />
Quanto se ganha na Suíça?<br />
Por Kai Reusser & Susan Misicka (*)<br />
Do padeiro ao banqueiro, os trabalhadores suíços<br />
ganham salários que devem ser relativizados.<br />
Como em qualquer lugar do mundo, os salários na<br />
Suíça variam dependendo de factores como formação,<br />
experiência e localização. Todos os anos,<br />
a Secretaria de Economia e Trabalho do cantão<br />
de Zurique publica um guia que descreve os salários<br />
de quase todas as profissões imagináveis.<br />
Este ano, o Lohnbuch <strong>2017</strong>, com 800 páginas,<br />
compila dados salariais como mínimos sugeridos,<br />
além de salários por categoria baseados na idade<br />
e experiência.<br />
Você pode saber mais sobre as condições de trabalho<br />
na Suíça no guia de salários da swissinfo.ch,<br />
que abrange tudo, desde pagamentos e deduções<br />
até contratos e horário de trabalho.<br />
Operários trabalham em um túnel entre Bellinzona<br />
e Lugano. Foto, Keystone<br />
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SAÚDE<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
27<br />
Doença Celíaca (DC)<br />
A intolerância ao glúten<br />
ZUILA MESSMER<br />
Cerca de 3 a 5 % da população<br />
no mundo, entre homens<br />
e mulheres são portadores da<br />
doença celíaca, mais conhecida<br />
como – a doença das pessoas<br />
que não podem comer glúten.<br />
Sua origem provém da reacção<br />
do organismo diante dos factores<br />
intrínsecos e extrínsecos<br />
(internos e externos), da predisposição<br />
genética, das alterações<br />
hormonais e das respostas<br />
imunológicas de cada um.<br />
A DC não é uma alergia, é uma<br />
intolerância alimentar, um<br />
transtorno auto-imune de natureza<br />
crónica, que se manifesta<br />
à nivel de intestino delgado.<br />
E o que é o sistema auto-imune:<br />
É o sistema imunológico,<br />
que tem função de proteger<br />
e defender o organismo de<br />
substâncias estranhas - bactérias,<br />
vírus, fungos, parasitas,<br />
evitando doenças. Como é um<br />
sistema bastante complexo, às<br />
vezes reage inadequadamente,<br />
diminuindo à tolerância orgânica,<br />
caracterizando as doenças<br />
auto-imune.<br />
O intestino faz parte de sistema<br />
digestivo e é composto<br />
pelo intestino delgado e grosso.<br />
O delgado é responsável<br />
pela absorção dos nutrientes<br />
e o grosso pela absorção da<br />
maior parte da água, dando<br />
consistência firme às fezes.<br />
Mede de 6 a 8 metros e é revestido<br />
por muitas vilosidades<br />
que o faz enrugar e aumentar<br />
à área de contacto com os alimentos,<br />
favorecendo o processo<br />
digestivo e à absorção dos<br />
alimentos.<br />
Na DC, o organismo reage com<br />
uma inflamação nas paredes<br />
do intestino, seguido por modificações<br />
nas vilosidades, que<br />
tendem a ficar lisas, originando<br />
a má absorção intestinal e<br />
a permanente sensibilidade ao<br />
glúten, caracterizando a doença<br />
celíaca.<br />
Se a pessoa continuar à ingerir<br />
alimentos contendo o produto,<br />
haverá piora do quadro - adesão<br />
dos mesmos nas paredes<br />
intestinais, atrofia e perda da<br />
capacidade de absorção de nutrientes.<br />
Os cereais fazem parte da<br />
história da alimentação do<br />
homem há mais de seis mil<br />
anos. O Glúten é encontrado<br />
no trigo, centeio, cevada, aveia<br />
e malte. É composto por duas<br />
proteínas - a gliadina e a glutenina,<br />
sendo elas quem influenciam<br />
no crescimento, elasticidade,<br />
resistência e textura das<br />
massas utilizadas na fabricação<br />
de produtos básicos como<br />
- macarrão, biscoitos, pizzas,<br />
pães, bolos e outros, podendo<br />
assim desenvolver problemas<br />
de saúde nas pessoas portadoras<br />
da intolerância ao glúten.<br />
Sintomas da doença<br />
Diarreia, vomito, perda de<br />
peso, inchaço nas pernas, anemias,<br />
alterações na pele, fraqueza<br />
das unhas, queda de pelos,<br />
diminuição da fertilidade,<br />
alterações do ciclo menstrual e<br />
sinais de desnutrição.<br />
Nas crianças até 5 anos: diarreia,<br />
emagrecimento e barriga<br />
inchada. Dos 6 aos 10 anos:<br />
dor de barriga e anemia. Jovens<br />
e adolescentes: anemia, dor abdominal<br />
e dispepsia (digestão<br />
lenta e difícil).<br />
Vínculo entre a Doença Celíaca<br />
(DC) e intolerância à lactose<br />
A lactose é metabolizada pelo<br />
organismo através da ação<br />
da enzima chamada lactase,<br />
a qual é produzida nas células<br />
intestinais. Como na DC existe<br />
um dano na célula intestinal, a<br />
produção de lactase fica prejudicada.<br />
Como consequência, há<br />
dificuldade na absorção da lactose.<br />
Essa deficiência melhora<br />
com a dieta, e o leite, no futuro<br />
pode em geral ser adicionado<br />
na alimentação.<br />
Diagnóstico<br />
A doença pode surgir em qualquer<br />
idade, depende do grau de<br />
sensibilidade do indivíduo. Há<br />
crianças que manifestam reacção<br />
logo que ingerem os primeiros<br />
alimentos com glúten,<br />
todavia há pessoas que convivem<br />
anos com o problema sem<br />
apresentar sintomas<br />
O diagnóstico é feito através<br />
dos exames de sangue e ou da<br />
biopsia do intestino, e confirmado<br />
com a constatação de<br />
mudanças das vilosidades que<br />
revestem a parede do intestino<br />
delgado.<br />
A demora no diagnóstico da<br />
doença leva a deficiências no<br />
desenvolvimento da criança.<br />
Caso não seja tratada, a doença<br />
pode provocar o aparecimento<br />
de osteoporose, esterilidade e<br />
até câncer de intestino.<br />
Tratamento<br />
A doença celíaca não tem cura.<br />
A base do tratamento é a dieta<br />
que deve ser seguida por toda<br />
a vida. Se faz necessário uma<br />
conscientização e disciplina,<br />
visto que, a dificuldade do tratamento<br />
está em conviver com<br />
as restrições alimentares no<br />
dia-a-dia.<br />
Antes de comprar qualquer<br />
alimento, observe o conteúdo<br />
nos rótulos! Recomenda-se o<br />
consumo de arroz, batata, milho,<br />
mandioca e derivados para<br />
substituir os produtos contendo<br />
glúten.<br />
Evitar cerveja, uísque, vodka,<br />
gin, bebidas contendo malte e<br />
cafés misturados com cevada.<br />
Cuidado com os achocolatados,<br />
porque a maioria contém<br />
glúten (ler o rótulo).<br />
Ao ingerir frutas, observar as<br />
reacções.<br />
Conclusão: Ao retirar o Glúten<br />
da alimentação, os sintomas<br />
desaparecem.<br />
Seguindo as instruções, a pessoa<br />
terá uma vida normal, evitará<br />
crises e complicações da<br />
doença, internações hospitalares<br />
e óbito.
28 Lusitano<br />
OPINIÃO<br />
O 25 DE <strong>ABRIL</strong><br />
E A VITÓRIA DOS ABUTRES<br />
CARLOS MATOS GOMES (*)<br />
FALAR DOS<br />
HERÓIS DO PÓS-<br />
25 DE <strong>ABRIL</strong> É<br />
FALAR DA ALA<br />
DOS NAMORADOS QUE SE<br />
REUNIU À VOLTA DE CAVACO<br />
SILVA E DO SEU CONDESTÁVEL<br />
OLIVEIRA E COSTA, DA SUA<br />
MOCIDADE PORTUGUESA COM<br />
PASSOS COELHO E PORTAS.<br />
TODOS GOZANDO DE BOA<br />
SAÚDE E AMPLAS LIBERDADES<br />
As chamadas “revoluções” são, na maior<br />
parte dos casos, a substituição de um<br />
grupo que tinha constituído uma linhagem<br />
por um outro, normalmente de bastardos,<br />
de segundos filhos, de arrivistas.<br />
Em Portugal foi assim com a crise de<br />
1385, com a restauração de 1640, com a<br />
revolução liberal, com a República, com o<br />
Estado Novo. Com o 25 de Abril de 1974<br />
não foi diferente.<br />
Os “capitães de Abril” correspondem aos<br />
conjurados de 1640. Foram instrumentos.<br />
Os conjurados esgotaram-se no momento<br />
em que entregaram o poder ao Duque de<br />
Bragança, acobardado em Vila Viçosa. Os<br />
capitães, depois de se terem eliminado<br />
uns aos outros (como aconteceu aos do<br />
28 de Maio de 1926) entregaram o poder<br />
aos políticos que constituíram o Bloco<br />
Central, tal como os militares vindos de<br />
Braga o tinham entregado a Salazar, a<br />
Cerejeira e a uns lentes de Coimbra, herdeiros<br />
do miguelismo que se crismou de<br />
integralismo, ao serviço da chamada Confederação<br />
dos Interesses Económicos e<br />
dos latifundiários.<br />
Falar do 25 de Abril é falar do pós 25 de<br />
Abril e de como os “filhos segundos e<br />
colaterais”, dos chacais que tomaram de<br />
novo conta do poder em Portugal. Diga-se,<br />
em abono da verdade, que a substituição<br />
de casas reinantes em Inglaterra<br />
não é diferente deste modelo e que a revolução<br />
francesa seguiu o mesmo figurino,<br />
como as revoluções russas, a de 1917 e<br />
a de Putin de há poucos anos. No final<br />
da agitação revolucionária, dos PREC’s<br />
de cada um, os poderes reconstituem-se<br />
como as baratas que regressam após uma<br />
desinfestação.<br />
Refletir sobre o 25 de Abril é identificar os<br />
que, como os abutres, estavam a aguardar<br />
uma oportunidade. No seu caso, uma<br />
oportunidade para se fazerem comendadores,<br />
banqueiros, agentes internacionais,<br />
concessionários de obras públicas,<br />
mestres de leis, compradores dos bens<br />
do Estado postos em leilão, como já havia<br />
acontecido no vintismo do século XIX.<br />
O Bom do 25 de Abril.<br />
O 25 de Abril de 1974 provocou dois<br />
grandes e positivos abalos no velho tronco<br />
da história de Portugal:<br />
– A democracia liberal e libertária. Pela<br />
primeira vez os portugueses foram considerados<br />
como cidadãos. O 25 de Abril<br />
entregou Portugal aos portugueses.<br />
As escolhas posteriores são dos portugueses.<br />
Esse extraordinário feito teve<br />
como custo associado o de revelar as<br />
nossas fraquezas, os nossos baixos níveis<br />
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OPINIÃO<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
29<br />
de cidadania, as deformações causadas por<br />
séculos de fatalismo, de sebastianismo, de<br />
crença em que as divindades resolverão os<br />
nossos problemas. O povo em geral, diga-se,<br />
prefere ir a Fátima e ao Futebol do que ir às<br />
urnas votar.<br />
– O problema colonial. O segundo grande<br />
assunto resolvido pelo 25 de Abril foi o<br />
problema colonial, que se arrastava desde<br />
que os republicanos do século XIX promoveram<br />
a excitação patriótica contra o Ultimato<br />
inglês. A questão colonial era como o catarro<br />
de um fumador. Os governos gostavam<br />
de fumar – isto é de ter colónias – mas não<br />
sabiam como resolver o problema do catarro.<br />
O 25 de Abril resolveu esse problema.<br />
Acabou-se o fumo, mas resta algum catarro<br />
de ressentimento.<br />
Resolvido o problema da responsabilidade<br />
(mais do que o da falta de liberdade) e o das<br />
colónias, Portugal voltou à velha e histórica<br />
questão da chegada ao poder de uma nova<br />
matilha que reproduz os comportamentos<br />
da anterior, simplesmente com mais fome e<br />
ansiedade. Logo ainda com menos escrúpulos.<br />
Os bárbaros tomam a cidade<br />
– O pior do 25 de Abril<br />
– A reprivatização da Banca, com a vinda<br />
dos Espirito Santo, nobilitados pelo Estado<br />
Novo, a criação do BCP, uma aliança entre<br />
a Opus Dei e os arrivistas que defenestraram<br />
os industriais e banqueiros nortenhos<br />
mais antigos (Cupertino de Miranda e Pinto<br />
Magalhães, p.ex), com os regressos triunfais<br />
de salvadores como Champalimaud e<br />
Melos e respectivas cortes, que iniciaram<br />
a espanholização do sistema financeiro e a<br />
transferência da actividade produtiva para a<br />
especulativa.<br />
– A destruição do tecido produtivo nacional<br />
na indústria e na agricultura como<br />
condição para a adesão à CEE e ao Euro. A<br />
distribuição dos “Fundos Estruturais” pelo<br />
grupo escolhido para nos entregar à penhora,<br />
com as brutais transferências de populações<br />
e de riqueza do interior para o litoral.<br />
O endividamento público e privado, com as<br />
PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />
AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />
COBERTURA CONTA.<br />
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respectivas PPP. Foi este o modelo com que<br />
nos apresentamos às portas da sopa dos pobres<br />
da CEE.<br />
– O cavaquismo, que representou a tomada<br />
da cidade pelos bárbaros. O regime do novo-riquismo<br />
tem um retrato à la minute: o<br />
BPN e um credo: o Compromisso Portugal!<br />
Tanto o BPN como o Compromisso Portugal<br />
eram uma burla. Nem BPN era um banco,<br />
nem o compromisso era com Portugal.<br />
Pelo meio disto ocorreram outros assaltos<br />
de bastardos ao poder, mas nenhum tão<br />
prolongado e tão organizado como o do<br />
cavaquismo.<br />
O monumento, o emblema e<br />
os heróis do pós 25 de Abril<br />
As épocas mais marcantes da nossa História<br />
têm, cada uma, o seu monumento. Os<br />
Jerónimos para as descobertas, Mafra para<br />
o colonialismo do Brasil, o “monumento do<br />
empurra”, em Belém, para o Estado Novo. O<br />
monumento do pós 25 de Abril é a EDP!<br />
A entrega do sector essencial da produção<br />
e distribuição de energia a um Estado estrangeiro<br />
feita pelo governo de Passos<br />
Coelho e Paulo Portas é a pedra de fecho<br />
do cavaquismo. Em vez da tradicional estrofe,<br />
«Ditosa Pátria que tais filhos tem», o<br />
estandarte do cavaquismo bem poderia ter<br />
o lema: «Tudo se vende, até a luzinha para<br />
ler à noite!»<br />
Os cravos, como símbolo do 25 de Abril e<br />
da reconquista da dignidade por um povo,<br />
foram substituídos pelos dois submarinos<br />
que o mais escorregadio dos arrivistas comprou.<br />
O Tridente e o Arpão servem para<br />
defender as barragens e as torres de distribuição<br />
de electricidade dos chineses, os<br />
aeroportos dos franceses, as pontes<br />
dos ingleses, perante a apatia da maioria<br />
e o aplauso dos inquisidores da religião<br />
única do neoliberalismo.<br />
Falar dos heróis do pós-25 de Abril é<br />
falar da ala dos namorados que se reuniu<br />
à volta de Cavaco Silva e do seu<br />
condestável Oliveira e Costa, da sua<br />
Mocidade Portuguesa com Passos<br />
Coelho e Portas. Todos gozando de boa<br />
saúde e amplas liberdades!<br />
São os únicos? Claro que não… com uma<br />
resma de papel ao lado cada um pode<br />
fazer a sua lista dos que constituem<br />
hoje a classe reinante em Portugal…<br />
SEGUROS DA ZURICH.<br />
PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />
(*) Coronel de Cavalaria. Condecorado com<br />
as medalhas de Cruz de Guerra de 1ª e de<br />
2ª Classe. Pertenceu à primeira Comissão<br />
Coordenadora do Movimento dos Capitães<br />
na Guiné. Foi membro da Assembleia do<br />
MFA. É escritor.
30 Lusitano<br />
CULINÁRIA<br />
Caldo de<br />
origem Asiática<br />
com Carapau<br />
<br />
Um prato ‘exótico’ com um peixe normalmente pouco valorizado,<br />
que recebeu a 2ª Menção Honrosa do Concurso “O Mar a Meu<br />
Gosto II” promovido pela Fileira do Pescado.<br />
Ingredientes<br />
Carapau; Cenoura; Alho francês; Alface do mar; Batata; Hortelã;<br />
Erva Príncipe; Coentros; Gengibre; Chalota; Azeite; Sal; Pimenta<br />
Preparação<br />
Amanhar e filetar o carapau. Temperar com sal e pimenta<br />
Regar com fio de azeite e levar ao forno a vapor a 90ºc durante<br />
5 minutos.<br />
Caldo Asiático<br />
Num tabuleiro colocar as espinhas de carapau mais a cenoura, cebola,<br />
alho francês em mirepoix (1) e levar assar no forno até ficar com textura<br />
acastanhada.<br />
Depois de assado colocar numa panela adicionar água e deixar levantar<br />
fervura.<br />
Quando ferver escumar das impurezas baixar o lume e deixar continuar<br />
a cozinhar sem ferver de forma o caldo ganhar os aromas.<br />
Depois passar o caldo a chinês.<br />
Colocar novamente na panela e levar ao lume e juntar os coentros,<br />
o gengibre e a erva príncipe. Deixar ferver rectificar os temperos e<br />
desligar. Cortar batatas em brunesa (2) pequena e suar em azeite com<br />
chalotas em brunesa fina. Uma vez amolecidas, hortelã, alface do mar<br />
picada.<br />
Temperar com sal e pimenta, reservar.<br />
Fritar as lascas da cenoura<br />
Empratamento<br />
Colocar no centro do prato a salada de batata com Alface do Mar. Sobre<br />
esta colocar o carapau. Por último em frente ao cliente verter o<br />
caldo Asiático<br />
Júlia Medeiros<br />
aluna da EHT de Ponta Delgada./Jornal Sabores<br />
(1) Mirepoix:<br />
É uma mistura de vegetais típica da<br />
culinária da França. Os ingredientes<br />
tradicionais são a cebola, o aipo e a<br />
cenoura e, por vezes, presunto ou toucinho,<br />
todos normalmente cortados<br />
em pequenos pedaços e salteados em<br />
manteiga no início duma preparação,<br />
ou cozidos com outros ingredientes<br />
para fazer um caldo. Para fazer um<br />
fundo escuro, é costume caramelizar<br />
o mirepoix antes de o misturar com o<br />
caldo.<br />
(2) Corte Brunesa:<br />
Cortar o legume em pedaços regulares<br />
com 6 a 7 cm de comprimento, cortar<br />
os pedaços em fatias e de seguida em<br />
palitos com 2mm de largura. Cortar os<br />
cubos em 2mm de espessura.<br />
Preço do azeite vai subir<br />
<br />
A queda da produção de azeitona para azeite em 30% em 2016 torna inevitável a<br />
subida dos preços.<br />
O ministro da Agricultura, em declarações à agência Lusa declarou que o facto de<br />
2016 ter sido um ano, do ponto de vista climatérico, “muito mau para a agricultura<br />
e que provocou baixas de produção em vários sectores, designadamente no azeite”,<br />
deverá provocar um inevitável aumento de preços pois “quando a produção cai os<br />
preços tendem a subir”.<br />
Colaboração:<br />
Amílcar Malhó
SAÚDE<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
31<br />
MANJERICÃO<br />
(Ocimum basilicum<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />
PLANTAS MEDICINAIS<br />
MALVA (Malva sylvestris): Indicada para<br />
problemas respiratórios, favorece a cicatrização<br />
e processos gastrointestinais, com<br />
benefícios à pele. A malva é usada popularmente<br />
como expectorante, emoliente,<br />
diurética e calmante. Indicada para problemas<br />
da garganta, dos brônquios e inflamações<br />
dentárias, Funciona como suavizante<br />
nas picadas de insetos e irritações da pele.<br />
As malváceas compreendem quase mil espécies,<br />
que se distribuem dos trópicos ao<br />
ártico. O nome da família vem do grego<br />
“malake”ou suave, uma vez que a planta é<br />
conhecida por acalmar.<br />
MANJERICÃO (Ocimum basilicum): O<br />
chá das folhas é excitante, estimulante,<br />
digestivo, evita a formação de gases, anti-<br />
-febril, diurético e anti-reumático. Também<br />
é usado para regularizar o ciclo menstrual.<br />
MARACUJÁ (Passiflora alata): Conhecido<br />
por sua ação tranquilizante, antiespasmódica<br />
e diurética. Indicado em dores de<br />
cabeça de origem nervosa, ansiedade, perturbações<br />
nervosas. Contra-indicado em<br />
pressão baixa. Recentemente, a medicina<br />
popular também descobriu que a fibra da<br />
casca do maracujá é rica em pectina (fibra<br />
solúvel), um poderoso aliado no combate<br />
e controle dos níveis altos de glicemia. É<br />
considerado o alimento amigo dos diabéticos.<br />
Popularmente, a fibra do maracujá<br />
tem sido usada para auxiliar em regimes<br />
de emagrecimento e reduzir as taxas de<br />
colesterol e glicemia. A fibra do maracujá,<br />
rica em pectina, ao ser ingerida forma um<br />
gel, dificultando a absorção de carboidratos.<br />
Ela funciona como um bloqueador de<br />
gordura. A fibra do maracujá é rica em fósforo,<br />
que é fonte de renovação celular, cálcio,<br />
ferro e vitamina B3. Já foi comprovado<br />
seu efeito emagrecedor e sua capacidade<br />
de proteger o coração e baixar as taxas de<br />
açúcar no sangue. Foi realizado um estudo<br />
na Universidade Federal da Paraíba, com<br />
17 mulheres com colesterol alto. Após 70<br />
dias consumindo a fibra do maracujá, elas<br />
reduziram as taxas de colesterol ruim e eliminaram<br />
até 8 quilos..<br />
MARAPUAMA (Ptychopetalum olacoides):<br />
Planta de origem amazônica, é<br />
considerada energética e afrodisíaca. Seu<br />
alcalóide tem ação estimulante do sistema<br />
nervoso central, é usada como anti-depressivo<br />
e indicada em casos de esgotamento<br />
físico, falta de libido e impotência<br />
sexual.<br />
MASTRUÇO (Lepidium sativum): Depurativo<br />
muito empregado em doenças<br />
pulmonares, como pneumonia, bronquite<br />
e raquitismo. Alivia hematomas e feridas.<br />
As folhas são usadas em cataplamas para<br />
aliar sinusite.<br />
MELISSA (Melissa officinalis): Calmante<br />
e sedativa, induz ao sono. Indicada em<br />
crises nervosas, taquicardia, histerismo e<br />
depressão. O chá é usado como antiácido<br />
e tônico. A melissa faz parte da composição<br />
de licores e da água de melissa. Conhecida<br />
também como erva-cidreira verdadeira,<br />
a melissaé usada popularmente<br />
para diminuir gases e cólicas, estimular a<br />
transpiração, como um excelente calmante<br />
e sedativo, é digestiva, age contra a insônia,<br />
enxaqueca, tensão nervosa, ansiedade<br />
e ajuda nos casos de traumatismo emocional.<br />
MIL FOLHAS (Aquilea millefolium):<br />
Também conhecida como “novalgina”, é<br />
uma das ervas mais importantes da farmacopéia.<br />
O chá é bom para baixar febre,<br />
aliviar dores, reumatismo, varizes, insônia,<br />
pressão alta, má circulação, males do estômago<br />
e fígado. A infusão forte transformada<br />
em cubos de gelo, pode ser aplicada<br />
sobre hemorróidas. Em temperatura morna,<br />
a infusã é usada em banhos de assento<br />
contra problemas ginecológicos.<br />
ATENÇÃO:<br />
Estas informações são meramente informativas<br />
e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />
curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />
substituir cuidados médicos adequados.<br />
COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO
32 Lusitano<br />
TECNOLOGIA<br />
Transmita em directo<br />
JOANA ARAÚJO (*)<br />
através do Facebook<br />
O Facebook anunciou no passado dia 22 um novo recurso para quem<br />
gosta de fazer transmissões ao vivo.<br />
A partir de agora e nesta primeira fase, qualquer perfil do Facebook que use o respectivo aplicativo<br />
para Android ou para iOS, pode realizar emissão em directo sem precisar de programas especiais. É<br />
muito simples e é fácil, basta personalizar a emissão, incluindo o streaming de jogos, gráficos, sobreposições<br />
e até alternar a emissão entre duas câmaras.<br />
Boa<br />
Páscoa!<br />
Aplicativos:<br />
para IOS - goo.gl/0uyXaN<br />
para Android - goo.gl/SDhyUf<br />
Para iniciar uma transmissão ao vivo, basta aceder à caixa principal de postagem de conteúdo na<br />
página inicial do seu feed de notícias e<br />
seleccionar a opção “Vídeo ao vivo”.<br />
Para transmitir em directo siga os seguintes<br />
passos:<br />
— Toque em Em que estás a pensar? na<br />
parte superior do seu Feed de Notícias<br />
— Toque em Vídeo em Directo<br />
— Escreva uma descrição opcional para<br />
a sua transmissão<br />
— Toque em Transmitir para iniciar a sua<br />
transmissão<br />
— Toque em Terminar quando pretender<br />
terminar a sua transmissão.<br />
Também pode transmitir em directo<br />
num grupo ou evento ao tocar em Escreve<br />
alguma coisa ou em Diz alguma coisa<br />
e, em seguida, tocar no ícone Em Directo.<br />
Nota: pode impedir utilizadores de verem a sua transmissão em directo durante a mesma. Basta<br />
tocar na imagem de perfil junto ao comentário de uma pessoa e em seguida, em Bloquear. Também<br />
pode desbloquear alguém que tenha bloqueado anteriormente.<br />
Blusão com<br />
manga “táctil”para<br />
controlar telefone<br />
A Google e uma conhecida marca de “jeans” a Levis vão lançar um<br />
blusão de ganga “inteligente”. Este é o próximo passo na tecnologia<br />
que se pode vestir. As mangas funcionam como um ecrã táctil, que<br />
permite utilizar o telemóvel mesmo sem o ecrã à vista.<br />
Estará à venda no Outono e custará à volta de 300 euros.<br />
com Agências
HORÓSCOPO<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
33<br />
Carneiro<br />
Abril pede para você desacelerar,<br />
reflectir, reavaliar os seus passos<br />
nestes primeiros meses de <strong>2017</strong>.<br />
Ao contrário do mês anterior,<br />
Abril tem uma energia mais calma<br />
e você precisa buscar a interiorização<br />
e a conexão com a espiritualidade.<br />
O planeta do amor e dos relacionamentos,<br />
Vénus, ficará retrógrado<br />
no seu signo. Há uma série<br />
de sentimentos e situações nos<br />
relacionamentos que você necessitará<br />
reavaliar. Podem, inclusive,<br />
retornar pessoas do passado e<br />
questões mal resolvidas.<br />
É um momento interessante para<br />
você mudar a forma de se relacionar<br />
e de agir. Os últimos 10 dias<br />
do mês são mais activos, pois o<br />
Sol inicia um novo ano astrológico<br />
com um movimento no seu signo.<br />
Touro<br />
Neste mês de Abril o seu planeta<br />
regente, Vénus, estará em movimento<br />
retrógrado. Sabe aquela<br />
sensação de situações que você<br />
já vivenciou? Experiências que já<br />
teve, caminhos que já passou? É<br />
hora de aprender com isso e evoluir<br />
emocionalmente.<br />
Você continua tendo um importante<br />
aprendizado de amor-próprio,<br />
de auto-estima e da necessidade<br />
de rever as suas atitudes<br />
emocionalmente, e também em<br />
termos de parcerias, relações e,<br />
inclusive, no trabalho.<br />
Abril favorece a união com amigos<br />
e grupos, a fim de realizações<br />
que tocam não somente a sua<br />
vida profissional, mas que reflectem<br />
o anseio da alma do signo<br />
Touro.<br />
Gémeos<br />
Abril é um excelente momento<br />
para você compreender que realização<br />
não envolve apenas coisas<br />
concretas, lógicas e reconhecimento<br />
profissional ou social.<br />
Abril também traz um desafio<br />
para você rever as suas atitudes<br />
em relação ao amor e à amizade.<br />
O planeta Vénus estará retrógrado<br />
e podem retornar antigas<br />
situações envolvendo os relacionamentos.<br />
É hora de parar, reflectir<br />
e não repetir os padrões<br />
do passado.<br />
Neste mês você tem um chamado<br />
da alma e é importante agir com<br />
mais criatividade e sensibilidade,<br />
se utilizar da imaginação e da inspiração.<br />
Isso poderá resultar em<br />
belas realizações profissionais,<br />
mas também em um alento e uma<br />
satisfação que são mais amplo-<br />
Caranguejo<br />
Espiritualidade, sensibilidade e intuição<br />
estão fortemente presentes<br />
ao longo de Abril para o signo<br />
Caranguejo.<br />
É um momento interessante para<br />
você reflectir, se conectar com a<br />
fé, questionar o sentido de suas<br />
actividades e o rumo que sua vida<br />
e relacionamentos estão tomando.<br />
Profissionalmente, é um momento<br />
em que podem retornar antigos<br />
projectos, ideias e parcerias,<br />
fruto do movimento retrógrado<br />
do planeta Vénus. A satisfação na<br />
carreira dependerá de bons relacionamentos<br />
e de um uso mais<br />
autêntico de sua singularidade e<br />
criatividade.<br />
Leão<br />
É melhor parar, reflectir e pensar<br />
muito antes de tomar uma decisão,<br />
isso também é reflexo da<br />
movimentação retrógrada do planeta<br />
Vénus. Por outro lado, é um<br />
mês em que você estará mais intensamente<br />
conectado com a sua<br />
essência, com os sentimentos e o<br />
propósito de evolução espiritual.<br />
Muito cuidado com as ilusões em<br />
Abril. É um mês em que você tende<br />
a um excesso de expectativas<br />
que podem apresentar problemas<br />
nos relacionamentos e até mesmo<br />
em questões financeiras.<br />
Não é um mês positivo para negociações<br />
ou questões que envolvem,<br />
de uma forma delicada,<br />
outras pessoas.<br />
Virgem<br />
Saber quando dizer sim ou não é<br />
uma tarefa necessária neste mês<br />
em que o discernimento será a<br />
qualidade essencial. Perceberá<br />
intensamente a diferença entre<br />
os seus valores e os valores<br />
alheios.<br />
É hora de olhar para os seus relacionamentos<br />
com mais empatia<br />
e sensibilidade, sob um olhar da<br />
alma que pede mais compaixão,<br />
mas que também indica que você<br />
deverá estar atento às ilusões e à<br />
uma tendência a fazer um papel<br />
de mártir ou vítima nas relações.<br />
Materialmente, o mês pode trazer<br />
alguns desafios, pois teremos a<br />
movimentação retrógrada do planeta<br />
Vénus. Você terá testes de<br />
autonomia e independência, mas<br />
não deve esquecer de colaborar.<br />
Balança<br />
Diminuir o ritmo e, simultaneamente,<br />
não deixar de atender as<br />
suas demandas profissionais é o<br />
desafio do signo Balança ao longo<br />
do mês de Abril.<br />
Uma notícia não muito agradável<br />
para o signo Balança, mas que<br />
contém um importante aprendizado<br />
emocional: o seu planeta<br />
regente, Vénus, iniciará um<br />
movimento retrógrado no signo<br />
oposto ao seu. Há muita coisa a<br />
rever em suas relações e antigos<br />
sentimentos retornarão, não para<br />
serem repetidos em um velho padrão,<br />
mas para aprender e evoluir.<br />
É um excelente mês para empreendimentos<br />
que envolvam<br />
arte, criatividade e sensibilidade,<br />
mas você deve ter cuidado com<br />
a saúde, buscando um equilíbrio<br />
maior entre actividade e repouso.<br />
Escorpião<br />
Emotividade, sensibilidade e romance<br />
são os temas enfatizados<br />
em Abril para o signo Escorpião.<br />
O planeta do amor e dos relacionamentos,<br />
Vénus, inicia um<br />
movimento retrógrado, o que<br />
significa a necessidade de resolver<br />
pendências do passado que<br />
podem estar relacionadas tanto<br />
a factores emocionais quanto a<br />
questões profissionais.<br />
Um mês em que você tende a<br />
se sentir um tanto nostálgico e<br />
melancólico e isso reflecte a tendência<br />
a estar idealizando em demasia<br />
os seus sentimentos, o que<br />
pode provocar confusões emocionais.<br />
No trabalho, é um bom momento<br />
para retomar contactos anteriores<br />
e aprimorar seus talentos.<br />
Sagitário<br />
Ao contrário do mês anterior, em<br />
que você estava mais impetuoso,<br />
agora é hora de parar, rever e<br />
reflectir se sua vida afectiva envolve<br />
os seus valores mais essenciais.<br />
Abril será também um mês<br />
importantíssimo para questões<br />
vinculadas à família, lar e vida doméstica.<br />
É um momento em que<br />
necessitará de mais silêncio e introspecção.<br />
Podem retornar algumas situações<br />
mal resolvidas do passado<br />
amoroso e isso serve para que<br />
você tenha mais independência,<br />
autonomia e consciência dos seus<br />
sentimentos.<br />
Agora você será testado na paciência<br />
e maturidade emocional.<br />
Capricórnio<br />
No âmbito familiar, podem retornar<br />
algumas situações desgastantes<br />
do passado e será preciso<br />
contornar a tendência ao conflito<br />
com muita cautela.<br />
Poderá haver dificuldades de<br />
comunicação por uma diferença<br />
entre o que você está esperando<br />
das pessoas e como elas realmente<br />
são, isso envolve também um<br />
aprendizado de autenticidade e<br />
maior autonomia.<br />
Menos pressa e mais consciência<br />
é o desafio para o signo Capricórnio.<br />
É um mês em que você<br />
deverá estar atento à linguagem<br />
não verbal, aos aspectos subtis e<br />
abstractos da realidade, a fim de<br />
aprender o que realmente importa.<br />
Aquário<br />
É hora de perceber o que realmente<br />
você considera valioso e<br />
prioritário, isso não está unicamente<br />
relacionado ao dinheiro,<br />
embora Abril seja um mês com referências<br />
materiais significativas.<br />
É um momento para você repensar<br />
na sua atitude e nos seus vínculos<br />
com pessoas próximas, a fim<br />
de resolver pendências do passado<br />
que ainda possam atrapalhar a<br />
qualidade destas interacções.<br />
Você tem talentos tão criativos e<br />
sensíveis, chegou a hora de utilizá-los.<br />
O mês de Abril promove<br />
uma consciência maior de suas<br />
habilidades e qualidades que passam<br />
justamente pela inspiração,<br />
intuição e imaginação, mas nas<br />
questões mais concretas e lógicas<br />
como, por exemplo, as financeiras,<br />
é preciso que tenha mais<br />
cautela.<br />
Peixes<br />
Até o dia 19 de Abril, o Sol estará<br />
se movimentando no seu signo,<br />
caracterizando o início de uma<br />
nova etapa de desenvolvimento<br />
em que você está mais conectado<br />
com sua intuição e sentimentos.<br />
Entretanto, é um excelente momento<br />
para você se concentrar<br />
mais em valores emocionais e espirituais.<br />
Um cuidado que o signo Peixes<br />
sempre devem ter é a tendência<br />
a idealizar em demasia, gerando<br />
falsas expectativas e criando confusões<br />
nos relacionamentos.<br />
No sector financeiro teremos o<br />
movimento retrógrado do planeta<br />
Vénus, que alerta para transacções<br />
que não serão favoráveis<br />
ou para prejuízos decorrentes de<br />
uma atitude precipitada e impensada.<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />
JOANA ARAÚJO
34 Lusitano<br />
HUMOR<br />
Dúvida colocada no site das Finanças:<br />
“Sou sócio do Porto e estou a fazer a minha<br />
declaração de IRS.<br />
Como pago a quota de sócio todos os meses,<br />
devo colocar o Porto como meu dependente?“<br />
Resposta das Finanças:<br />
“Claro que não. Só pode colocar dependentes<br />
na Declaração de IRS quem ganhou alguma<br />
coisa em 2016.<br />
No seu caso, uma simples Declaração de Isenção<br />
é o suficiente.”<br />
——————<br />
Sabem qual a diferença entre o Sporting e<br />
o salário mínimo?<br />
A diferença é que no salário mínimo a pessoa<br />
ganha, ganha, ganha e não compra nada.<br />
Já o Sporting compra, compra, compra e não<br />
ganha nada.<br />
——————<br />
Dizia uma comadre para outra:<br />
- Ò comadre eu sou extremamente asseada,<br />
mudo de roupa interior três vezes por dia.<br />
Diz-lhe então a outra:<br />
- eu também fui assim até aos dois anos, mas<br />
depois nunca mais foi necessário.<br />
Sabem como é que os alentejanos fazem o<br />
seu planeamento familiar?<br />
-Atiram pedras às cegonhas !<br />
E o planeamento familiar dos lisboetas, como<br />
é? Sabem?<br />
-Atiram pedras aos alentejanos!<br />
——————<br />
Em Jerusalém, uma repórter da tv vai<br />
ao muro das lamentações para entrevistar um<br />
velho palestiniano. Chega ao local, e vê-o a<br />
rezar. Depois de uma hora, o ancião pára de<br />
rezar e quando se prepara para deixar o local,<br />
ela aborda-o:<br />
- Bom dia, senhor! Eu sou da TV AL JAHZIRA<br />
e queria entrevistá-lo. O senhor é a pessoa<br />
mais antiga que vem diariamente rezar aqui<br />
no muro. Há quanto tempo o senhor vem aqui<br />
para rezar?<br />
- Ahh… Há uns 80 anos - responde o senhor.<br />
- 80 anos?! E, durante todos estes anos, o senhor<br />
rezou pedindo o quê?<br />
- Rezo pela Paz entre judeus, muçulmanos e<br />
cristãos, rezo para que o ódio pare e que nossos<br />
filhos cresçam juntos em Paz e Amizade.<br />
- E como se sente após 80 anos de orações<br />
diárias?<br />
- Sinto-me como se estivesse falando com<br />
uma parede…<br />
Uma Freira ia a caminho do Convento<br />
quando uma loira lhe oferece boleia.<br />
A Freira entra no carro e começa a reparar no<br />
seu luxuoso interior:<br />
- Mas que belo carro a Senhora tem! Deve ter<br />
trabalhado muito arduamente para o conseguir<br />
comprar.<br />
- Olhe Irmã, por acaso não foi bem assim. Foi<br />
um industrial com quem andei durante uns<br />
tempos que me ofereceu.<br />
Entretanto, a Freira olha para o banco de trás<br />
onde estava pousado um casaco de vison e<br />
exclama:<br />
- Oh! O seu casaco de peles é lindo! Deve ter<br />
custado uma fortuna.<br />
- Não me custou muito pois bastou-me passar<br />
uns dias com o Ronaldo.<br />
Após ouvir isto, a Freira manteve-se calada<br />
durante o resto da viagem.<br />
Ao chegar ao Convento foi para os seus aposentos<br />
tomar um revigorante banho.<br />
Estava a Freira na banheira quando ouve alguém<br />
a bater à porta do seu quarto.<br />
- Quem é?<br />
- Sou eu... o Padre António...<br />
- Vai e desaparece com os teus rebuçadinhos<br />
de mentol...<br />
Datas Comemorativas de <strong>2017</strong><br />
01 SÁB Dia das Mentiras<br />
01 SÁB Dia Inter. da Diversão no Trabalho<br />
02 DOM Dia Internacional do Livro Infantil<br />
02 DOM Dia da Consciencialização do Autismo<br />
04 TER Dia Mundial do Rato<br />
04 TER Dia Inter. Contra as Minas Antipessoais<br />
06 QUI Dia Mundial da Atividade Física<br />
07 SEX Dia Mundial da Saúde<br />
07 SEX Dia Internacional do Castor<br />
08 SÁB Dia Internacional do Cigano<br />
09 DOM Domingo de Ramos<br />
10 SEG Dia do Golfista<br />
11 TER Dia Mundial da Doença de Parkinson<br />
12 QUA Dia de São Victor<br />
12 QUA Dia de São Frutuoso<br />
13 QUI Dia do Beijo<br />
13 QUI Dia de São Hermenegildo<br />
14 SEX Sexta-Feira Santa <strong>2017</strong><br />
14 SEX Dia Internacional do Café<br />
15 SÁB Sábado Santo<br />
16 DOM Páscoa<br />
16 DOM Dia Mundial da Voz<br />
17 SEG Dia Mundial da Hemofilia<br />
18 TER Dia Intern. dos Monumentos e Sítios<br />
19 QUA Dia de Santo Expedito<br />
19 QUA Dia de Santa Ema<br />
19 QUA Dia Mundial da Bicicleta<br />
21 SEX Dia de Santo Anselmo<br />
22 SÁB Dia Mundial da Terra<br />
23 DOM Dia Mundial do Livro<br />
23 DOM Dia Mundial do Escutismo<br />
23 DOM Dia Nacional da Educação de Surdos<br />
23 DOM Dia de São Jorge<br />
24 SEG Dia Mundial do Animal de Laboratório<br />
25 TER Dia da Liberdade (25 de Abril)<br />
25 TER Dia de São Marcos<br />
25 TER Dia Mundial do Pinguim<br />
26 QUA Dia da Produção Nacional<br />
26 QUA Dia Mundial da Propriedade Intelectual<br />
26 QUA Dia de São Pedro de Rates<br />
26 QUA Dia Internacional do Cão-Guia<br />
27 QUI Dia Mundial do Design Gráfico<br />
29 SÁB Dia Mundial da Dança<br />
30 DOM Dia Internacional do Jazz
JÚNIOR<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
35<br />
Liga os números e surpreende-te<br />
PROPOSTA DE LEITURA<br />
O Monge de Cister<br />
de Alexandre Herculano<br />
Vasco da Silva deseja matar Lopo Mendes, que tinha casado com Leonor, sua<br />
bem-amada; também queria vingar o pai, ofendido por um cavaleiro que, ainda<br />
por cima, tinha abusado de sua irmã Beatriz.<br />
Depois de assassinar o rival, Vasco arrepende-se profundamente, e torna-se<br />
padre. Enquanto isso, o sedutor de Beatriz - Fernando Afonso - abandona-a.<br />
D. João de Ornelas, abade de Alcobaça, incentiva o ódio de Vasco, dizendo-lhe<br />
que Fernando Afonso era amante de Leonor (a mulher que Vasco nunca deixara<br />
de amar).<br />
Beatriz morre e Vasco conta ao rei D. João o tenebroso, nefando, terrível e<br />
maldoso, além de maléfico, passado de Fernando Afonso, que é condenado a<br />
morrer queimado, ou seja na fogueira. Por fim - uff! - Vasco morre e a narrativa<br />
acaba.<br />
A acção do romance transcorre no século XIV (1385). Com seus 3 romances<br />
históricos - Eurico, o Presbítero, O Monge de Cister e O Bobo - Herculano pretendia<br />
reconstituir a história de Portugal, desde as lutas da reconquista do território<br />
aos árabes invasores, até ao final da Idade Média, com a formação do<br />
Estado português.<br />
COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO
36 Lusitano<br />
POESIA<br />
Escravos, sonâmbulos e<br />
zombies<br />
CARMINDO<br />
DE CARVALHO<br />
https://www.facebook.com/carmindo.<br />
carvalho<br />
Saio de casa. São 4:20. A cidade<br />
dorme. Mesmo indo por zona residencial,<br />
em cerca de 9 quilómetros<br />
não vejo vivalma.<br />
Mais um sábado temperado com<br />
uma sessão de trabalho.<br />
Cruzo-me com um gato, mais à frente outro e eles fazem-me<br />
pensar que afinal tinha razão quando por várias vezes disse que<br />
a noite existe para os animais caçarem.<br />
Na noite, os humanos normais, ora se divertem em festanças,<br />
ora se refregam numa saborosa massagem enrolados em<br />
lençóis, ora dormem o sono dos justos.<br />
Na lista musical procuro algo que me espicace, que me remexa<br />
os neurónios, que sirva de tónico para arranjar apetite para enfrentar<br />
mais um sábado danado.<br />
Agora, que de uns tempos a esta parte, trabalhamos quase grátis<br />
para arranjar minutos que diariamente nos vão tirando. Simplesmente<br />
porque os senhores do grande capital cada vez mais<br />
alargam o cinto e de nós exigem cada vez mais.<br />
E assim vão eliminando direitos que levaram décadas a serem<br />
conseguidos.<br />
Tudo isto nas barbas dos governantes cúmplices, calados e<br />
tolerantes porque é esse mesmo grande capital que os senta<br />
no cadeirão do poder .<br />
Porque sou branco, sinto-me um escravo moderno.<br />
E lembro-me e comparo-me àqueles desgraçados escravos<br />
negros de outros tempos .<br />
“ Sou mais um escravo caçado por um qualquer negreiro e<br />
este meu carro é o navio negreiro que me vai levar até lá, à<br />
casa da escravatura”, penso.<br />
Sinto-me violado, violentado na minha dignidade de Ser humano,<br />
prostituto, neste meu querer tentar aguentar até à<br />
meta por mim traçada.<br />
Há-de chegar o dia de fazer uma faixa a dizer : “Adeus casa<br />
de ratazanas.”<br />
Já nas redondezas da fábrica começo a ver outros que<br />
também se vão pôr a jeito...<br />
Lá dentro os do turno da noite, circulam amarelados, calados<br />
como ratos, sonâmbulos, mais zombies que humanos.<br />
E hoje, tenho que trabalhar mais quinze minutos porque<br />
o senhor, decidiu não pagar todo o tempo da pausa. Coisa<br />
nunca vista nestes vinte e sete anos que por aqui, por estas<br />
paredes já cumpri.<br />
18 de Março de <strong>2017</strong><br />
Palavras e foto de : Carmindo de Carvalho
POESIA<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
37<br />
Semana Santa<br />
EUCLIDES CAVACO<br />
https://www.facebook.com/euclides.<br />
cavaco<br />
Páscoa<br />
Feliz!<br />
Dobram tristes na igreja<br />
Na torre que se agiganta<br />
Os sinos p'ra quem deseja<br />
Viver a Semana Santa.<br />
Morreu Cristo numa cruz<br />
Pela bondade ser tanta<br />
P'lo martírio de Jesus<br />
Se evoca a Semana Santa.<br />
Há cânticos da paixão<br />
Que algum povo crente canta<br />
Cultos de celebração<br />
Próprios da Semana Santa.<br />
Há quem faça penitência<br />
E se almoça já não janta<br />
Em jejum e abstinência<br />
Durante a Semana Santa.<br />
Neste mundo atormentado<br />
Que a maldade desencanta<br />
Devia ser transformado<br />
P'ra sempre em Semana Santa.<br />
O mais profundo sentido<br />
Que tem a Semana Santa<br />
É quando Cristo remido<br />
Do sepulcro se levanta !…<br />
Heróis de Abril<br />
Deixem-me cantar Abril<br />
E evocar tal heroísmo<br />
Militar junto ao civil<br />
Que derrubou o fascismo.<br />
Prestar aos bravos meu preito<br />
Dizer-lhes Valeu a pena<br />
Os cravos e o tema eleito<br />
Grandola Vila Morena !...<br />
Deixem-me clamar victória<br />
Às nossas Forças Armadas<br />
Pelo seu triunfo e glória<br />
Com o povo de mãos dadas.<br />
Que a hístória jamais olvide<br />
Os militares de excelência<br />
Que incutiram fim à pide<br />
E à maldita prepotência...<br />
Deixem-me exaltar os bravos<br />
Do nosso Portugal novo<br />
Da Revolução dos Cravos<br />
Que trouxe justiça ao povo.<br />
Dando a Abril o sentido<br />
Com coragem e vontade<br />
De abrir com o povo unido<br />
As portas da liberdade !...
38 Lusitano<br />
POESIA<br />
CHICO BENTO<br />
Dällikon - Suiça<br />
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AO MEU PAI<br />
É mais um dia a recordar<br />
Olho o Céu e digo ai ai<br />
Por não poder abraçar<br />
O meu tão querido pai<br />
Não o lembro só neste dia<br />
A saudade faz-me pensar<br />
Mas hoje fico sem alegria<br />
É mais um dia a recordar<br />
Não o posso esquecer<br />
Um ano vem e outro vai<br />
Lágrimas teimosas a correr<br />
Olho o Céu e digo ai ai<br />
É tão longa esta saudade<br />
Que jamais posso matar<br />
É triste. Mas é verdade<br />
Por não poder abraçar<br />
Neste meu poema sentido<br />
Recito-o e uma lágrima cai<br />
Tenho no peito escondido<br />
O meu tão querido pai.<br />
A SEXTA FEIRA CHEGOU<br />
A Sexta feira chegou<br />
trazendo o fim de semana<br />
vai ser só borga e folia<br />
e até a barraca abana<br />
Estando eu tão bem disposto<br />
o vento baixinho soprou<br />
alegrem-se ó rapaziada<br />
a Sexta feira chegou<br />
Para musicar este poema<br />
fiz um pífaro de cana<br />
porque esta música vai<br />
trazer o fim de semana<br />
Até á segunda feira<br />
vai ser cá uma alegria<br />
com dois dias de descanso<br />
vais ser só borga e folia<br />
Vai haver cerveja e vinho<br />
e grelhados na cabana<br />
vai ser festa e mais festa<br />
e até a barraca abana.<br />
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