MB Rural Ed. 30
Edição especial de aniversário de 6 anos da Revista MB Rural
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Jesus Joaquim Custódio Neto<br />
Assistente Técnico Comercial da Vallée S/A<br />
jesus.neto@vallee.com.br<br />
SANIDADE ANIMAL<br />
A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO<br />
CONTRA AS CLOSTRIDIOSES<br />
As Clostridioses são um grupo de enfermidades causadas por bactérias do gênero Clostridium.. Estes microrganismos<br />
são encontrados naturalmente no solo e na água e apresentam uma forma de resistência chamada<br />
esporo, que pode persistir viável no ambiente por dezenas de anos, causando danos aos animais em diversas situações.<br />
As Clostridioses mais comuns em bovinos no Brasil são o Carbúnculo Sintomático e o Botulismo. Em conjunto<br />
com a Raiva e as Intoxicações por Plantas Tóxicas, as Clostridioses são o grupo de doenças que mais matam<br />
bovinos no Brasil. Impossíveis de serem erradicadas, as Clostridioses exigem sobretudo o seu reconhecimento e a<br />
adoção de medidas preventivas, nas quais se inclui a vacinação específica.<br />
A Clostridiose potencialmente<br />
mais importante na pecuária<br />
mundial e brasileira é o Carbúnculo<br />
Sintomático, também conhecido<br />
como Manqueira ou Mal de Ano.<br />
Há dados de literatura que mostram<br />
que os índices de mortalidade por<br />
essa doença podem atingir 15% e<br />
esse fato já é bem difundido entre<br />
os pecuaristas e técnicos do setor.<br />
O Botulismo é outra Clostridiose<br />
de alta importância e com alto<br />
histórico de mortalidades. Nos últimos<br />
<strong>30</strong> anos, a doença foi responsável<br />
pela mortalidade de milhões de<br />
bovinos em quase todas as regiões<br />
do país. Há estudos que mostram<br />
que animais não vacinados contra<br />
o botulismo têm 11,6% mais chance<br />
de morrer da doença diante de<br />
um desafio convencional, quando<br />
são comparados com animais vacinados.<br />
Da mesma forma, quando o<br />
botulismo incide em rebanhos sem<br />
histórico de vacinação, a mortalidade<br />
média é de 9,13%. Nos surtos da<br />
doença associados à água e alimentos<br />
contaminados a mortalidade<br />
média é de 13%, havendo histórico<br />
de lotes inteiros de animais que<br />
morreram após ingerir a toxina botulínica.<br />
Segundo Dutra (2001), em<br />
confinamentos, são descritos surtos<br />
de botulismo com coeficientes de<br />
mortalidade que causam sérias perdas<br />
patrimoniais e inviabilizam economicamente<br />
o investimento.<br />
Quando se analisa estes indicadores<br />
sanitários, um dos fatores<br />
de risco associados à ocorrência de<br />
altos coeficientes de mortalidade é a<br />
ausência de vacinação dos rebanhos<br />
acometidos (Barros et al. 2006), em<br />
conjunto com a má conservação<br />
dos alimentos e demora na adoção<br />
de medidas corretivas (Dutra et al.<br />
2001, Dutra et al. 2005).<br />
Reconhecer a importância<br />
dessas doenças é o primeiro passo<br />
para controlar efetivamente o problema.<br />
Além disso é de suma importância<br />
a escolha de uma vacina<br />
de boa qualidade, que seja utilizada<br />
corretamente para garantir a imunização<br />
dos animais. Nesta etapa, as<br />
questões como preço e quantidade<br />
de agentes presentes na vacina não<br />
devem ser o critério de decisão. A<br />
escolha deve ser baseada na eficácia<br />
comprovada no campo e cientificamente.<br />
No Brasil temos excelentes<br />
empresas com laboratórios de alto<br />
nível tecnológico produzindo medicamentos<br />
veterinários para bovinos<br />
com qualidade comprovada. Consultando<br />
profissionais capacitados e<br />
observando o portifólio das empresas,<br />
o pecuarista encontrará as vacinas<br />
adequadas que protegerá o seu<br />
rebanho contra todas as principais<br />
Clostridioses, incluindo a Manqueira<br />
e o Botulismo, facilitando assim<br />
o manejo da propriedade e é garantia<br />
de proteção aos animais. Quando<br />
se realiza a primovacinação dos<br />
animais, é necessário realizar uma 2ª<br />
dose (<strong>30</strong> dias após a 1ª dose) para<br />
garantir um nível ótimo de proteção.<br />
A partir daí uma única dose, anualmente,<br />
é suficiente para protegê-los.<br />
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EDIÇÃO 01 | ANO 07 | MAR/ABR 2017