Jornal da ABI Especial - A Cronologia dos Quadrinhos 2

ILUSTRAÇÃO COM OS CINCO
HERÓIS MARVEL QUE FOI
UTILIZADA NA CAMPANHA
DE LANÇAMENTO DOS
SUPER HERÓIS SHELL EM
PARCERIA COM A EBAL.
CORTO
MALTESE,
DE HUGO
PRATT.
O SURFISTA
PRATEADO, DE
JACK KIRBY.
quadrinhos de mesmo nome,
lançada pela RGE, e desenhada
por Edmundo Rodrigues.
Criação do aclamado Jack
Kirby, Surfista Prateado (Silver
Surfer) faz sua primeira aparição
na revista Fantastic Four n° 48,
de março.
Miguel Penteado, que tinha
fundado uma nova editora, a
GEP (Gráfica Editora Penteado),
lança revistas de vários gêneros,
a maioria criada por Gedeone
Malagola: Raio Negro
ro é um
super-herói com visual
“emprestado” do Ciclope, da
antiga formação dos X-Men, e
origem idêntica à do Lanterna
Verde da Era de Prata. Na época,
a editora achava que essas
revistas jamais seriam publicadas
aqui. No campo de terror, lança
Lobisomem
obisomem, escrita por
Gedeone e desenhada
RAIO NEGRO,
DE GEDEONE
MALAGOLA.
por Sérgio Lima, e A Múmia.
De Eugênio Colonnese, lança
Pele de Cobra, além de
revistas de guerra e infantil.
Mais tarde a GEP lança também
alguns heróis Marvel que a Ebal
deixou de lado.
O ilustrador e quadrinista
mexicano Eduardo Del Río
(Rius) publica o álbum Cuba
para Principiantes, dando início
a uma série de álbuns sobre
política e comunismo. Em 1972,
publicou também o livro Marx
para Principiantes, com uma
introdução ao estudo do
marxismo e da figura de Karl Marx.
Henfil migra de Belo
Horizonte para o Rio, onde
arruma trabalho em O Sol, de
Reynaldo Jardim, e no Jornal
dos Sports, cuidando das
charges. Já começa mudando
todos os símbolos dos clubes
antes calcados em personagens
estrangeiros: Popeye era o
mascote do Flamengo, que
Henfil representou
como Urubu. Sua
popularidade foi
comprovada no dia em
que, incitada por uma
charge do jornal, a
VIDA DEL CHE,
DE HECTOR
OESTERHELD
E ALBERTO E
ENRIQUE
BRECCIA.
torcida de um Maracanã lotado
urrou em peso, no jogo do Brasil
contra o Uruguai, “Maricón!
Maricón!” para dar as boasvindas
à seleção rival.
1967
Três meses após a morte de
Che Guevara, o roteirista Hector
Oesterheld e os dois Breccia
(Alberto e Enrique, pai e filho)
lançam na Argentina Vida Del
el
Che (mais tarde conhecida
como Che, os Últimos Dias de
um Herói), que desagradou
o Governo argentino. Poucos
meses depois, a editora que
o publicou foi invadida e os
exemplares recolhidos. Em
1969, foi a vez de os originais
serem destruídos. Em 1973 o
livro foi proibido oficialmente
pela ditadura militar. E,
finalmente, boa parte da família
Oesterheld engrossou a lista dos
desaparecidos políticos em
1977, quando não só ele como
as quatro filhas (uma grávida) e
dois genros foram seqüestrados
pelos militares.
A Ebal lança três revistas com
cinco já famosos (nos Estados
Unidos) super-heróis Marvel:
Capitão Z traz as aventuras do
Capitão América e do Homem
de Ferro
erro; Super X, com as
histórias de Namor, , o Príncipe
Submarino e o Incrível Hulk,
e Álbum Gigante, com as
aventuras do Poderoso Thor
hor.
Esses personagens chegam
apoiados em uma grande
campanha de marketing da
Shell, que também inclui o
patrocínio de desenhos
animados na tv.
Além dos personagens
da Marvel, a Ebal coloca
nas bancas Sargento Rock,
de Joe Kubert; Batman e
Super-Homem, na revista
Invictus; Elektron; Os Falcões
alcões;
Flash, o Homem Relâmpago;
O Gavião Negro
e Jerry Lewis,
na revista O Garotão,
publicando histórias do famoso
comediante do cinema.
O gênero super-heróis, em
alta no mercado norteamericano,
começa a crescer
por aqui. Enquanto a Ebal
amplia sua linha de personagens
vindos da DC e da Marvel, as
editoras paulistas lançam
“genéricos” nacionais como
Golden Guitar, de Rivaldo;
Super-Heros, de Paulo Fukue;
Mylar, de Colonnese (abaixo) e
Pabeyma
de Fernando Ikoma.
Esta última, antecipando a ciência,
já fala de engenharia genética.
MYLAR, DE
COLONNESE
14 Jornal da ABI 362 Janeiro de 2011