Jornal da ABI Especial - A Cronologia dos Quadrinhos 2
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
VICTOR CIVITA VÊ<br />
PROVAS DE IMPRESSÃO DA<br />
REVISTA O PATO DONALD.<br />
DESENHO DE<br />
ANDRÉ LE BLANC<br />
PARA A ADAPTAÇÃO<br />
DE O GUARANI,<br />
PUBLICADA NA<br />
EDIÇÃO<br />
MARAVILHOSA<br />
DA EBAL.<br />
BEETLE BAILEY,<br />
DE MORT WALKER,<br />
ANTES DE SE<br />
ALISTAR NO<br />
EXÉRCITO E SE<br />
TORNAR O<br />
RECRUTA ZERO.<br />
1950<br />
1949<br />
Chega às bancas a revista em<br />
quadrinhos Shazam!, último<br />
título lançado por Roberto<br />
Marinho através de O Globo.<br />
Depois de publicar revistas de<br />
sucesso como Gibi (lança<strong>da</strong> em<br />
12 de abril de 1939), Gibi<br />
Mensal (1942), O Globo<br />
Juvenil Mensal (1943) e Biriba<br />
(1948), Marinho passaria a<br />
lançar suas publicações em<br />
quadrinhos pela Rio Gráfica e<br />
Editora a partir de 1952.<br />
Com o sucesso de Herói,<br />
Superman (1947) e Idílio<br />
(1948), Adolfo Aizen, <strong>da</strong> Editora<br />
Brasil-América-Ebal, lança quatro<br />
novas revistas em quadrinhos:<br />
Mindinho, Álbum Gigante,<br />
Edição Maravilhosa<br />
(inicialmente, uma tradução <strong>da</strong><br />
norte-americana Classics<br />
Illustrated; mais tarde publicaria<br />
também a<strong>da</strong>ptações de romances<br />
nacionais) e Aí, Mocinho, com<br />
histórias de faroeste.<br />
1950<br />
A Editora Abril, de Victor<br />
Civita, lança O Pato Donald<br />
onald, sua<br />
primeira publicação oficial<br />
(antes, com o nome de Editora<br />
Primavera, já havia lançado a<br />
revista Raio Vermelho<br />
ermelho),<br />
tornando-se a casa oficial <strong>da</strong><br />
Disney no Brasil até hoje. Os<br />
lucros de O Pato Donald<br />
aju<strong>da</strong>ram a montar o império<br />
editorial que se tornou a Editora<br />
Abril. O personagem brasileiro<br />
de Disney, Zé Carioca, aparecia<br />
já na capa <strong>da</strong> primeira edição,<br />
trazendo uma bicicleta para o<br />
Pato Donald consertar.<br />
A Ebal começa a publicar<br />
a<strong>da</strong>ptações de romances<br />
brasileiros em sua Edição<br />
Maravilhosa. A primeira é<br />
O Guarani, de José de Alencar,<br />
ilustrado com maestria por<br />
André Le Blanc. Não era a<br />
primeira vez, entretanto, que<br />
esse romance de Alencar tinha<br />
sido quadrinizado: em 1947,<br />
Jayme Cortez publicou uma<br />
versão serializa<strong>da</strong> no<br />
Diário <strong>da</strong> Noite.<br />
A Editora Vecchi lança as<br />
revistas Xuxá e Pequeno<br />
Sheriff, de procedência italiana,<br />
inaugurando o “formato cheque”<br />
no Brasil (tipo de revista em<br />
quadrinhos na forma de tiras<br />
horizontais, que lembram um<br />
talão de cheques). A revista<br />
Super X (acima), <strong>da</strong> Ebal,<br />
também é lança<strong>da</strong> nesse formato.<br />
Em abril, a Ebal lança a revista<br />
Quem Foi?<br />
oi?, com aventuras<br />
policiais e suspense. Na capa o<br />
alerta: “para maiores de 17<br />
anos”. Três meses depois, a<br />
editora paulista La Selva lança<br />
O Terror Negro com histórias<br />
policiais e de mistério com o<br />
personagem que <strong>da</strong>va nome à<br />
publicação. Pelas páginas <strong>da</strong><br />
revista desfilavam heróis menos<br />
conheci<strong>dos</strong> como Detetive<br />
Fantasma, Homem-Maravilha e<br />
Doc Strange.<br />
Mort Walker cria a tira Beetle<br />
Bailey<br />
ailey, distribuí<strong>da</strong> pelo King<br />
Features. No Brasil, o personagem<br />
seria conhecido como Recruta<br />
Zero. Mas o interessante é que ele<br />
começou como civil e só entrou<br />
para o exército (de onde nunca<br />
mais deu baixa) no ano seguinte.<br />
Charles M. Schulz<br />
cria uma tira<br />
mostrando o<br />
universo de crianças<br />
pequenas: Peanuts.<br />
Ele desenhou essa<br />
tira continuamente<br />
por 50 anos, até<br />
morrer, em 2000.<br />
Personagens como<br />
Charlie Brown, Linus<br />
Snoopy e Woodstock se<br />
transformaram em ver<strong>da</strong>deiros<br />
ícones <strong>da</strong> cultura pop.<br />
Com textos de Elliot Caplin<br />
(irmão de Al Capp) e desenhos<br />
de John Cullen Murphy começa<br />
Big Ben Bolt<br />
olt, uma tira<br />
protagoniza<strong>da</strong> por um boxeador.<br />
1951<br />
A Editora La Selva relança<br />
O Terror Negro a partir do<br />
número 1, depois que o<br />
personagem que <strong>da</strong>va o nome à<br />
revista é cancelado nos Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong>, e começa a publicar<br />
histórias de terror, tornando a<br />
publicação campeã brasileira no<br />
gênero. Esse fato provoca a ira<br />
do jornalista Carlos Lacer<strong>da</strong>, <strong>da</strong><br />
Tribuna <strong>da</strong> Imprensa, que<br />
publica uma reportagem contra a<br />
editora, perguntando em tom de<br />
denúncia “O que lêem as<br />
crianças no Brasil?” E ele mesmo<br />
dá a resposta sensacionalista:<br />
“Os La Selva espalham o terror<br />
pelo Brasil”. Mas o sucesso <strong>da</strong><br />
revista motiva o surgimento de<br />
congêneres <strong>da</strong> própria La Selva e<br />
de sua editora meio-irmã, Gráfica<br />
Novo Mundo, e logo as bancas<br />
estão cheias de títulos como<br />
Sobrenatural, Medo, Gato<br />
Preto e Mundo de Sombras.<br />
Em julho, Tarzan<br />
ganha sua<br />
revista em quadrinhos pela<br />
Editora Brasil-América. Capitão Z,<br />
no “formato cheque”, surge no<br />
mesmo mês. Em novembro, a<br />
Ebal lança também a revista<br />
Cinemin, que publica<br />
quadrinizações de grandes<br />
sucessos cinematográficos,<br />
como Quando Canta o Coração<br />
(Two Weeks with Love), cartaz<br />
<strong>da</strong> primeira edição.<br />
Samuel Wainer, ao lançar<br />
Última Hora, faz uma parceria<br />
com Adolfo Aizen, <strong>da</strong> Ebal, que<br />
edita para ele um suplemento<br />
diário de quadrinhos, encartado<br />
no jornal. Mas o amor de Wainer<br />
pelos quadrinhos duraria pouco.<br />
Dois anos depois, para se vingar<br />
de Roberto Marinho, que o<br />
denunciara por não ser brasileiro<br />
nato e ser dono de uma<br />
empresa jornalística, Samuel<br />
contrata o jornalista Edmar Morel<br />
para escrever uma série de artigos<br />
fazendo uma violenta campanha<br />
contra os quadrinhos.<br />
O Capitão Atlas, personagem<br />
do rádio que vivia aventuras<br />
principalmente na selva<br />
amazônica, ganha uma revista<br />
em quadrinhos com histórias<br />
desenha<strong>da</strong>s por André Le Blanc.<br />
Nos últimos números reveza as<br />
páginas <strong>da</strong> revista com outra<br />
criação de Le Blanc, Morena Flor.<br />
PEANUTS, DE<br />
CHARLES M. SCHULZ<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>ABI</strong> 362 Janeiro de 2011<br />
3