Jornal da ABI Especial - A Cronologia dos Quadrinhos 2
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A TURMA DO PERERÊ, DE ZIRALDO<br />
(ESQUERDA), FRED FLINTSTONE (ACIMA)<br />
E SPY VS SPY, DE PROHIAS (ABAIXO).<br />
Folha?” (Leia o restante do<br />
diálogo na entrevista com<br />
Mauricio de Sousa a partir <strong>da</strong><br />
página 19 desta edição).<br />
Don on Pixote, animação de<br />
sucesso <strong>da</strong> Hanna-Barbera,<br />
ganha uma revista que é<br />
publica<strong>da</strong> até 1966 pela<br />
Empresa Gráfica O Cruzeiro.<br />
Estréia, em horário nobre,<br />
nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, a animação<br />
The Flintstones, primeiro megasucesso<br />
de Hanna-Barbera. Até<br />
os anos 90 (quando o recorde<br />
foi batido pelos Simpsons), foi a<br />
série que ficou mais tempo no<br />
ar. Os personagens foram<br />
licencia<strong>dos</strong> rapi<strong>da</strong>mente para os<br />
quadrinhos em jornais e revistas.<br />
No Brasil, Os Flintstones foram<br />
publica<strong>dos</strong> pela Editora Gráfica<br />
O Cruzeiro a partir de 1962.<br />
Após uma parceria de quase<br />
25 anos, a Western Printing<br />
cancela o contrato com a Dell<br />
Comics. Essa editora distribuía os<br />
quadrinhos cria<strong>dos</strong> e impressos<br />
pela Western, que passa a ter o<br />
seu próprio selo editorial, Gold<br />
Key Comics, para publicar as<br />
revistas de to<strong>dos</strong> os personagens<br />
licencia<strong>dos</strong>, como os <strong>da</strong> Disney e<br />
<strong>da</strong> Hanna-Barbera, além de<br />
novos títulos. O primeiro<br />
lançamento inédito <strong>da</strong> editora é<br />
Solar Man of The Atom, uma<br />
criação original <strong>da</strong> Western. No<br />
Brasil, Solar, o Homem-Átomo foi<br />
lançado pela Ebal em agosto de<br />
1966, numa revista cujo miolo<br />
era impresso em duas cores. A<br />
Dell continuaria no mercado<br />
produzindo os próprios comics.<br />
Para se preparar para uma<br />
possível lei de nacionalização <strong>dos</strong><br />
quadrinhos, que estava sendo<br />
reivindica<strong>da</strong> pela enti<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
classe, a editora O Cruzeiro abre<br />
as portas para os desenhistas <strong>da</strong><br />
casa. Ziraldo, então funcionário<br />
<strong>da</strong> revista, a<strong>da</strong>pta o seu Pererê<br />
ererê,<br />
um cartum semanal já publicado<br />
em O Cruzeiro, para o universo<br />
<strong>dos</strong> quadrinhos, criando o<br />
ambiente <strong>da</strong> Mata do Fundão e<br />
a trupe de coadjuvantes: Galileu,<br />
Tininim, Pedro Vieira, Moacir e o<br />
Compadre Tonico e Seu Neném.<br />
A revista em quadrinhos começa<br />
em outubro de 1960 e sai<br />
ininterruptamente até 1964, ano<br />
do golpe militar. O cancelamento<br />
<strong>da</strong> revista acontece devido a uma<br />
disputa financeira entre Ziraldo e<br />
a editora.<br />
Péricles, autor de O Amigo <strong>da</strong><br />
Onça, também publicado na<br />
revista O Cruzeiro, não consegue<br />
finalizar o protótipo de sua<br />
revista do Oliveira Trapalhão, e<br />
o projeto é abortado. Dois anos<br />
depois o terceiro cartunista<br />
mais famoso de O Cruzeiro<br />
levaria seu Dr. . Macarra<br />
(ao lado) para as<br />
páginas de uma revista<br />
homônima, que<br />
não consegue<br />
chegar a um ano<br />
de publicação.<br />
Alguns meses<br />
antes do Pererê,<br />
entretanto, a editora<br />
O Cruzeiro já tinha começado a<br />
publicar o seu primeiro quadrinho<br />
produzido no Brasil, embora não<br />
completamente “nacional”. Como<br />
o material original americano<br />
havia acabado, e para não perder<br />
um título que vendia bem, por<br />
causa do sucesso do seriado de<br />
tv no ar, o desenhista Getulio<br />
Delphin fora incumbido de criar<br />
novas aventuras de Charlie Chan,<br />
agora ambienta<strong>da</strong>s em nosso<br />
País. O Charlie Chan tupiniquim<br />
fez ain<strong>da</strong> uma ponta numa<br />
aventura do Pererê<br />
ererê, em que era<br />
culpado do próprio crime que<br />
estava fingindo desven<strong>da</strong>r: o<br />
sumiço <strong>da</strong> tanga de Tininim.<br />
Mais dois clássicos <strong>dos</strong><br />
quadrinhos passam a<br />
circular em revistas próprias:<br />
Brucutu e Príncipe<br />
Valente<br />
alente, ambas <strong>da</strong> RGE. A<br />
editora lança também a<br />
revista Cavaleiro Fantasma<br />
antasma,<br />
que traz as aventuras de<br />
um pistoleiro mascarado no<br />
velho Oeste. O personagem<br />
guar<strong>da</strong> muitas semelhanças<br />
com o famoso Fantasma<br />
de Lee Falk.<br />
A Ebal lança mais<br />
uma revista “para<br />
meninas e meninos”:<br />
Per-lim-pim-pim, que<br />
na ver<strong>da</strong>de publicava<br />
histórias mais femininas.<br />
O cartunista cubano<br />
Antonio Prohias entra<br />
no índex do e é<br />
obrigado a fugir de<br />
mala e cuia para os EUA.<br />
Após alguns meses de<br />
sufoco, cria uma dupla de<br />
espiões, Spy vs Spy, que é<br />
imediatamente compra<strong>da</strong> pela<br />
revista Mad e publica<strong>da</strong> a partir<br />
de 1961. Embora <strong>da</strong>ta<strong>da</strong>, pois<br />
remete aos tempos <strong>da</strong> Guerra<br />
Fria, a série sobrevive ao tempo<br />
e os dois espiões são até hoje<br />
um <strong>dos</strong> carros-chefes <strong>da</strong> revista.<br />
Trocando o R pelo L, surge<br />
em outubro mais um ícone <strong>da</strong><br />
turminha cria<strong>da</strong> por Mauricio de<br />
Sousa: Cebolinha (abaixo)<br />
aparece pela primeira vez nas<br />
tiras do Franjinha.<br />
1961<br />
Após a morte do<br />
criador Péricles<br />
Maranhão, o<br />
Amigo <strong>da</strong> Onça<br />
(à direita) não<br />
pára de ser<br />
publicado. A série<br />
é assumi<strong>da</strong> por<br />
Carlos Estevão, que<br />
consegue fazer uma<br />
versão ain<strong>da</strong> melhor.<br />
Jayme Corte<br />
tez recebe o<br />
Prêmio Jabuti na categoria<br />
capista pelo trabalho feito em<br />
Barro Blanco.<br />
A Resolução nº 204 <strong>da</strong><br />
Superintendência <strong>da</strong> Moe<strong>da</strong> e do<br />
Crédito, durante o Governo Jânio<br />
Quadros, é um duro golpe para<br />
as editoras de quadrinhos e para<br />
a imprensa de modo geral. Com<br />
a retira<strong>da</strong> <strong>dos</strong> subsídios, entre<br />
outros produtos importa<strong>dos</strong>, do<br />
papel de imprensa, comprado<br />
com 75% de desconto, o peso<br />
<strong>dos</strong> custos do papel no<br />
orçamento <strong>da</strong>s revistas passa a<br />
ser muito maior. Isso acarreta<br />
um aumento de preço de<br />
capa e o cancelamento de<br />
alguns títulos, que passaram<br />
a não ser mais rentáveis.<br />
Bristow, personagem<br />
criado pelo cartunista<br />
britânico Frank Dickens,<br />
ganha sua própria tira.<br />
Sob o pseudônimo de<br />
Guido Nolitta, Sergio Bonelli<br />
cria Zagor, com o traço de<br />
Gallieno Ferri.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>ABI</strong> 362 Janeiro de 2011<br />
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