Jornal da ABI Especial - A Cronologia dos Quadrinhos 2
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
À ESQUERDA,<br />
O CRUZEIRO DOS<br />
ESQUECIDOS, DE<br />
PIERRE CHRISTIN<br />
E ENKI BILAL.<br />
ABAIXO, O<br />
AMALUCADO<br />
CAPITÃO KLOTZ,<br />
DE DON MARTIN.<br />
pela Editora Abril com Pato<br />
Donald e as revistas <strong>da</strong> turma<br />
<strong>da</strong> Mônica. A Rio Gráfica reduz<br />
to<strong>dos</strong> os seus gibis, adotando o<br />
nome “tamanho gostoso”. As<br />
novas editoras que entram no<br />
mercado, Vecchi e Bloch, lançam<br />
suas revistas no mesmo<br />
formato. A Ebal é a única que<br />
resiste, mantendo o padrão<br />
tradicional, mas é força<strong>da</strong> a<br />
ceder às tendências do mercado<br />
e a partir do ano seguinte<br />
também reduz as suas, criando<br />
a expressão “formatinho<br />
formatinho”, que<br />
passa a ser o termo usado por<br />
to<strong>dos</strong> para definir esse formato.<br />
A decadência <strong>da</strong> Ebal<br />
começa neste ano, com a per<strong>da</strong><br />
de um de seus títulos mais<br />
rentáveis, O Homem-Aranha,<br />
para a Bloch, que negociou com<br />
a americana Marvel Comics um<br />
pacote com to<strong>dos</strong> os seus<br />
personagens, e vários deles<br />
foram lança<strong>dos</strong> ao mesmo<br />
tempo em revistas individuais.<br />
Mas nunca os personagens<br />
Marvel foram tão maltrata<strong>dos</strong>,<br />
com edições sofríveis e<br />
traduções malfeitas, razão pela<br />
qual os contratos foram sendo<br />
cancela<strong>dos</strong> até 1975, quando a<br />
Bloch ain<strong>da</strong> mantinha a linha de<br />
terror <strong>da</strong> Marvel.<br />
SATANÉSIO E<br />
SEU ANJO DA<br />
GUARDA:<br />
ANJOCA.<br />
Em parceria com o roteirista<br />
Pierre Christin, Enki Bilal começa<br />
a desenhar histórias que<br />
reúnem o realismo fantástico e a<br />
ficção científica em aventuras<br />
sombrias. O Cruzeiro <strong>dos</strong><br />
Esqueci<strong>dos</strong> (La Croisière des<br />
Oubliés) é a primeira a ser<br />
lança<strong>da</strong>. Viriam depois Le<br />
Vaisseau de Pierre (A Nave de<br />
Pedra, 1976), La Ville Qui<br />
n’Existait Pas (A Ci<strong>da</strong>de que Não<br />
Existia, 1977), Les Phalanges de<br />
l’Ordre Noir (As Falanges <strong>da</strong><br />
Ordem Negra, 1979), Partie de<br />
Chasse (Parti<strong>da</strong> de Caça, 1983).<br />
A Turma do Pererê, de<br />
Ziraldo, volta com força total e<br />
passa a ser publica<strong>da</strong> numa<br />
revista mensal pela Abril. Neste<br />
ano a editora lançaria também<br />
Pernalonga e Heróis <strong>da</strong> Tevê<br />
evê,<br />
esta com os personagens <strong>da</strong><br />
Hanna-Barbera.<br />
A RGE lança Gibi <strong>Especial</strong>,<br />
com personagens clássicos <strong>dos</strong><br />
quadrinhos. A primeira edição é<br />
dedica<strong>da</strong> a The Spirit.<br />
A revista Crás!, <strong>da</strong> Abril, ganha<br />
uma cria: Satanésio, de Ruy<br />
Perotti, que anos antes havia<br />
criado o popular Sujismundo,<br />
ganha um título próprio,<br />
publicado a ca<strong>da</strong><br />
quatro meses. A<br />
revista pára no<br />
quarto número,<br />
sendo substituí<strong>da</strong><br />
por outra criação<br />
de Perotti: o<br />
macaco Gabola, que<br />
possui um maracá mágico<br />
com o qual ele e sua<br />
turma de amigos vivem<br />
aventuras no tempo.<br />
Pela primeira vez uma tira<br />
de quadrinhos ganha o Prêmio<br />
Pulitzer, na categoria “cartum<br />
editorial”: Doonesbury, de Gay<br />
Trudeau (abaixo), que é<br />
publica<strong>da</strong> desde 1970.<br />
Em comemoração ao<br />
centenário de nascimento de<br />
Edgar Rice Burroughs, a Ebal<br />
lança o álbum A Primeira<br />
Aventura de Tarzan em<br />
<strong>Quadrinhos</strong>, de Harold Foster, e<br />
inicia a publicação de uma série<br />
de álbuns de Tarzan<br />
arzan, de Russ<br />
Manning. Ao todo são<br />
produzi<strong>da</strong>s cinco edições com<br />
as pranchas dominicais do<br />
refinado desenhista que foram<br />
publica<strong>da</strong>s nos jornais <strong>dos</strong><br />
Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> entre janeiro de<br />
1968 e abril de 1972.<br />
A Vecchi começa a publicar<br />
os Livros de Bolso Mad. O<br />
primeiro traz As Aventuras do<br />
Capitão Klutz, de Don Martin.<br />
Para comemorar os 25 anos<br />
de sua fun<strong>da</strong>ção, a Editora Abril<br />
lança o álbum Pato ato Donald<br />
<strong>Especial</strong>, um livro em formato<br />
maior e capa dura com nove<br />
aventuras do divertido<br />
personagem que foi o ponto de<br />
parti<strong>da</strong> editorial de Victor Civita.<br />
Em dezembro a Abril lança a<br />
revista Man<strong>da</strong> Chuva.<br />
1976<br />
É publicado o primeiro<br />
número de American Splendor,<br />
hq autobiográfica escrita por<br />
Harvey Pekar e ilustra<strong>da</strong> por<br />
inúmeros desenhistas, entre eles<br />
Robert Crumb.<br />
A Editora Codecri lança uma<br />
<strong>da</strong>s primeiras graphic-novels<br />
brasileiras, quando esse termo<br />
ain<strong>da</strong> não existia, A Guerra do<br />
Reino Divino, do pernambucano<br />
Jô Oliveira, com o grafismo <strong>dos</strong><br />
livros de cordel. Essa história já<br />
havia sido publica<strong>da</strong> na revista<br />
italiana AlterLinus.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>ABI</strong> 362 Janeiro de 2011<br />
37