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02 - Apostila - Educação Matemática na Educação Básica e no Ensino Superior

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU<br />

ENSINO DA MATEMÁTICA


DISCIPLINA: EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO<br />

ENSINO SUPERIOR<br />

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO ENSINO SUPERIOR<br />

Profª. Fabia<strong>na</strong> Regi<strong>na</strong> de Souza*<br />

*Graduada em Administração de Empresas pela Faculdades Integradas Módulo<br />

(2001). Licenciada em <strong>Matemática</strong> pela Uniban (2003). Pós-Graduanda em Logística<br />

Empresarial pela ESAB (2014). Já atuou como docente <strong>na</strong> rede particular (Poliedro);<br />

foi professora de 2003 a 2012 <strong>na</strong> rede estadual de Caraguatatuba/SP. Atualmente é<br />

professora e coorde<strong>na</strong>dora do Curso Técnico de Logística <strong>no</strong> Colégio Técnico Dom<br />

Bosco em Caraguatatuba/SP.<br />

Prof. Esp. Kellermann dos Santos*


*Graduado em Letras pelo Centro Universitário Unimódulo (2007).. Especialista em<br />

Formação de Professores pela UNIDERP (2009). Em 2009 foi aprovado <strong>na</strong> Pós-<br />

Graduação em Metodologia do Ensi<strong>no</strong> Fundamental pela Universidade Federal de<br />

Goiás e <strong>no</strong> Mestrado em Política e Gestão da <strong>Educação</strong> pelo Instituto Universitário<br />

Claeh <strong>no</strong> Uruguai. Já atuou como docente <strong>na</strong> rede particular ( Anglo, Etapa,<br />

Moder<strong>na</strong> e Ético); Foi professor de 2005 a 2011 <strong>na</strong> rede estadual e municipal de<br />

Caraguatatuba/SP e de São Sebastião/SP. Foi professor do SENAC/SJC ministrando<br />

o curso de Formação Inicial para o Mercado de Trabalho. Atualmente é Diretor<br />

Pedagógico da Phoenix Assessoria Educacio<strong>na</strong>l, Gestor do Pólo Universitário da<br />

Faculdade Campos Elíseos em Caraguatatuba/SP, Tutor presencial dos cursos de<br />

Letras e Pedagogia da Universidade Braz Cubas - Pólo Caraguatatuba/SP e Professor<br />

dos Cursinhos para Concursos Públicos da Escola Técnica Dom Bosco em<br />

Caraguatatuba/SP. Tem ênfase em <strong>Educação</strong>, Formação de Professores, Didática e<br />

Metodologia do Ensi<strong>no</strong>.<br />

SUMÁRIO<br />

MÓDULO I – O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO<br />

ENSINO SUPERIOR<br />

05<br />

CONSIDERAÇÕES DO MÓDULO<br />

14


MÓDULO II – PROCESSOS DE AVALIAÇÃO E ESTRATÉGIAS NO ENSINO DA<br />

MATEMÁTICA<br />

15<br />

CONSIDERAÇÕES DO MÓDULO<br />

24<br />

MÓDULO III – RECURSOS TEÓRICOS PARA ANÁLISE E CRÍTICA DE<br />

SITUAÇÕES DE SALA<br />

27<br />

CONSIDERAÇÕES DO MÓDULO<br />

33<br />

MÓDULO IV – JOGOS E RECREAÇÕES NO ENSINO DA MATEMÁTICA NA<br />

EDUCAÇÃO BÁSICA<br />

35<br />

…<br />

CONSIDERAÇÕES DO MÓDULO<br />

46<br />

MÓDULO V – NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS PARA A


PRÁTICA DOCENTE<br />

47<br />

CONSIDERAÇÕES DO MÓDULO<br />

53<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Prezado alu<strong>no</strong>,<br />

Ao receber a apostila <strong>Educação</strong> <strong>Matemática</strong> <strong>na</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Básica</strong> e <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong><br />

<strong>Superior</strong>, você estará entrando em contato com o processo de ensi<strong>no</strong> da matemática<br />

<strong>na</strong> <strong>Educação</strong> básica e <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior, formas e estratégias de avaliação, análises<br />

críticas sobre a atuação do docente em sala de aula, jogos e recreações como<br />

estratégia de ensi<strong>no</strong> e o mais <strong>no</strong>vo recurso para a ação educativa, as <strong>no</strong>vas<br />

tec<strong>no</strong>logias.<br />

A <strong>no</strong>ssa intenção com este trabalho é conhecer, refletir e repensar também as<br />

políticas educacio<strong>na</strong>is existentes, a fim de usarmos <strong>no</strong>s ambientes escolares atitudes<br />

educativas que favoreça um aprender prazeroso tanto do discente quanto do docente<br />

e que ambos compreendam o grande profissio<strong>na</strong>l que você é por conhecer sobre os<br />

diversos assuntos sobre as estratégias do ensi<strong>no</strong> da matemática.


A leitura e os estudos contínuos desta apostila, a participação <strong>no</strong>s encontros<br />

presenciais o levará a aprender mais, a repensar práticas pedagógicas e o preparará<br />

para melhor entender o seu alu<strong>no</strong>, bem como será capaz de realizar um trabalho<br />

educacio<strong>na</strong>l a altura.<br />

Aproveite os conhecimentos aqui apresentados, discuta com seus colegas e<br />

seja muito bem vindo a <strong>no</strong>ssa discipli<strong>na</strong>.<br />

Um bom trabalho,<br />

Profª Fabia<strong>na</strong> Regi<strong>na</strong> de Souza e Prof. Esp. Kellermann dos Santos


MÓDULO I<br />

O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO ENSINO SUPERIOR<br />

1. DESAFIOS DO ENSINO DA MATEMÀTICA<br />

“A <strong>Matemática</strong>, surgida <strong>na</strong> Antiguidade por necessidades da vida cotidia<strong>na</strong>, converteuse<br />

em um imenso sistema de variadas e extensas discipli<strong>na</strong>s. Como as demais<br />

ciências, reflete as leis sociais e serve de poderoso instrumento para o conhecimento<br />

do mundo e do domínio da <strong>na</strong>tureza” (BRASIL, 2000)<br />

A educação é uma ferramenta fundamental para a formação do cidadão, pois a partir<br />

dela, que o mesmo conseguirá alcançar o topo <strong>na</strong> relação social.<br />

SOARES (2009) relata que a <strong>Matemática</strong>, por ser complemento de base de formação<br />

educacio<strong>na</strong>l do indivíduo qualifica como um campo de saber essencial. “A matemática<br />

ajuda a estruturar o pensamento e o raciocínio dedutivo, além de ser uma ferramenta<br />

para tarefas específicas em quase todas as atividades huma<strong>na</strong>s.” (SOARES, 2009)<br />

A <strong>Matemática</strong>, em seu papel formativo, vem contribuir para o desenvolvimento da<br />

reflexão e aquisição de atitudes formando <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> a capacidade de resolução de<br />

problemas, criando hábitos de investigação gerando a confiança para que o mesmo<br />

enfrente <strong>no</strong>vas situações adquirindo visão ampla e científica da realidade, a percepção<br />

da beleza e criatividade, etc. (BRASIL, 2000)<br />

CARVALHO (2011) questio<strong>na</strong>:<br />

“Por que uma porcentagem tão peque<strong>na</strong> de alu<strong>no</strong>s aprende <strong>Matemática</strong>? Por que a<br />

maior parte dos alu<strong>no</strong>s afirma não entender <strong>Matemática</strong>? Como propor um trabalho de<br />

sala de aula que capacite os futuros professores a atuar de tal modo que promovam o<br />

aprendizado da <strong>Matemática</strong> <strong>na</strong>s classes de pré-escola e de 1ª a 4ª série?”


Para o autor é importante o ensi<strong>no</strong> da <strong>Matemática</strong> <strong>na</strong> sequência da vida escolar desde<br />

as séries iniciais, onde o conhecimento do alu<strong>no</strong> começa a ser construído. “A<br />

linguagem <strong>Matemática</strong> deve ser adquirida pelo alu<strong>no</strong>, levando-o a incorporar os<br />

significados que as atividades de manipulação de material didático ou de vivência<br />

diária assumem.” (CARVALHO, 2011)<br />

CARVALHO (2011) acredita que para que a aprendizagem da matemática assuma<br />

características que auxiliam <strong>na</strong> formação básica do indivíduo, é fundamental que <strong>na</strong><br />

formação dos docentes sejam inclusos questões que possibilitem o professor ter um<br />

conhecimento extenso e fundamental dos assuntos que deverão ser ensi<strong>na</strong>dos aos<br />

alu<strong>no</strong>s; que possam proporcio<strong>na</strong>r a realização de atividades com material didático<br />

assim como a oportunidade da construção de <strong>no</strong>vos materiais à partir de matériaprima<br />

simples; se integrar a teorias que<br />

estão sendo criadas, produzidas, aperfeiçoadas sobre aprendizagem matemática; e<br />

refletir, principalmente, sobre os fundamentos metodológicos que conduzem sua<br />

prática pedagógica.<br />

Segundo a Revista Escola (1990) deficiências de alfabetização podem complicar ainda<br />

mais o aprendizado de matemática porque o alu<strong>no</strong> não consegue ler direito ou lê a<br />

questão apresentada e não consegue entendê-la. O aprendizado da criança em<br />

matemática cai de rendimento à medida que vai avançando <strong>na</strong>s séries, chega-se a um<br />

resultado assombroso: não é o alu<strong>no</strong> que tem dificuldade em matemática. Pelo<br />

contrário, a criança é um aprendiz <strong>na</strong>to. É a escola que não sabe ensi<strong>na</strong>r.<br />

SOARES (2009) argumenta que a falta de material de apoio e o pouco interesse dos<br />

alu<strong>no</strong>s em aprender matemática gerou, em alguns momentos o desânimo em relação


à docência. Porém, o autor ainda indaga que peque<strong>na</strong>s mudanças de atitudes ou de<br />

metodologias podem levar a transformação de uma situação desfavorável à<br />

aprendizagem num ambiente de formação do conhecimento.<br />

Alu<strong>no</strong>s reagem de formas diferentes às aulas. Os que gostam de aprender<br />

matemática, a prática pedagógica utilizada pelo professor não irá interferir <strong>na</strong> sua<br />

aprendizagem, já os que se mostram com dificuldades de aprendizagem, a forma de<br />

conduzir a aula, a metodologia utilizada e o material didático utilizado infelizmente<br />

pode interferir muito <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> aprendizagem do alu<strong>no</strong>. (SOARES, 2009)<br />

Para o mesmo autor, a forma como o ensi<strong>no</strong> é colocado com exigências impostas pelo<br />

sistema (exercícios, provas e testes), não fica claro se a aprendizagem adquirida pelo<br />

educando está “resultando numa aprendizagem com real significado, ou se está<br />

ape<strong>na</strong>s havendo memorização ocasio<strong>na</strong>l dos assuntos para o cumprimento das<br />

atividades solicitadas.”<br />

MAGOSSO e POUSO (2013) declaram que a função do ensi<strong>no</strong> da matemática é<br />

proporcio<strong>na</strong>r ao alu<strong>no</strong> a oportunidade de mudança <strong>no</strong>s seus instrumentos cognitivos,<br />

mudanças estas que possibilitam maior compreensão e interação do educando com a<br />

realidade em que ele vive.<br />

Professores ensi<strong>na</strong>m as quatro operações fundamentais da matemática induzindo<br />

alu<strong>no</strong>s que devem subtrair sempre que aparecer a expressão “quanto falta” num<br />

problema. Esse sistema pode até dar resultado mas não ajuda a desenvolver o<br />

raciocínio lógico do educando e também pode levá-lo a ter que decorar muita coisa,<br />

deixando-o confuso com a <strong>Matemática</strong>.<br />

FAGUNDES et al (2000) afirma que a escola, local desti<strong>na</strong>do a garantir a<br />

aprendizagem do educando tem se constituído de grupos diversificados de<br />

“especialistas” com o intuito de transmitir informações a um grupo de alu<strong>no</strong>s dos quais<br />

se espera que adquiram conhecimento dos mesmos assuntos num mesmo tempo. O<br />

que se assimila e produz em sala de aula é verificado pelas respostas dos discentes


que são comparadas a padrões desejáveis pré-estabelecidos pelo sistema. Dessa<br />

forma, os assuntos ensi<strong>na</strong>dos são escolhidos<br />

e estruturados pelo sistema independente de se levar em consideração as condições<br />

estruturais e funcio<strong>na</strong>is<br />

do educando. Os critérios utilizados nessa escolha tem o intuito de proporcio<strong>na</strong>r uma<br />

base de formação comum para qualquer futura profissão.<br />

“Os alu<strong>no</strong>s não aprendem uma parte mínima do que se pretende ensi<strong>na</strong>r-lhes e nem<br />

mesmo isso são capazes de aplicar a campos extra-escolares. Aos professores pedese<br />

que, além de tentar acompanhar o crescimento e as reestruturações <strong>no</strong>s conteúdos<br />

de sua área de especialização, apoderem-se das <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias. Mas não<br />

recebem ajuda para compreender os comportamentos e as atitudes de seus alu<strong>no</strong>s,<br />

para entender por que o fracasso, a violência e o desinteresse convertem-se em<br />

aspectos do quotidia<strong>no</strong> <strong>no</strong>s ambientes escolares.” (SOARES, 2009)<br />

Dados relativos à educação brasileira mostram que a matemática tem sido por muito<br />

tempo a discipli<strong>na</strong> com maior índice de reprovação escolar. Isso resulta <strong>na</strong> exclusão<br />

de muitos alu<strong>no</strong>s<br />

que acabam por repetirem os a<strong>no</strong>s de estudo e até mesmo o abando<strong>no</strong> da escola por<br />

se sentirem incapazes devido aos resultados alcançados <strong>na</strong> discipli<strong>na</strong>. (SOARES,<br />

2009)<br />

CARVALHO (2011) afirma que os temas abordados <strong>na</strong> aprendizagem matemática são,<br />

inevitavelmente, apresentados numa forma sequencial, mas isso não deve levar o


professor a supor que esta seja a ordem de abordagem de sala de aula. Para o autor,<br />

aulas em séries iniciais de formação básica devem ser feitas em forma de ofici<strong>na</strong>s.<br />

“Uma ofici<strong>na</strong> se caracteriza por colocar o alu<strong>no</strong> diante de uma situação-problema cuja<br />

abordagem o leve a construir o seu conhecimento. É desejável que a situação<br />

desencadeadora seja suficientemente rica e aberta de maneira que o próprio grupoclasse<br />

possa levantar inúmeros problemas cuja resolução permita abordar, num<br />

sentido amplo, os conteúdos que se deseja estudar.” (CARVALHO, 2011)<br />

O autor ainda indaga que discussões envolvendo os alu<strong>no</strong>s da classe, origi<strong>na</strong>das dos<br />

procedimentos utilizados <strong>na</strong>s resoluções de problemas apresentados <strong>na</strong>s ofici<strong>na</strong>s,<br />

devem ser coorde<strong>na</strong>das pelo professor e direcio<strong>na</strong>das para organizar os aspectos dos<br />

conceitos levantados durante as atividades; construir uma linguagem matemática a<br />

partir dos registros que os alu<strong>no</strong>s fizeram de suas conclusões; registrar as relações<br />

percebidas pelos alu<strong>no</strong>s utilizando a linguagem construída <strong>na</strong>quele grupo-classe,<br />

<strong>na</strong>quele momento.<br />

Para MAGOSSO e POUSO (2013):<br />

“é necessário desenvolver habilidades que permitam pôr à prova os resultados, testar<br />

seus efeitos, comparar diferentes caminhos para obter a solução. Nessa forma de<br />

trabalho, o valor da resposta correta cede lugar ao valor do processo de resolução. O<br />

fato de o alu<strong>no</strong> ser<br />

estimulado a questio<strong>na</strong>r o problema, a transformar um dado problema numa fonte de<br />

<strong>no</strong>vos problemas, evidencia uma concepção de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem, não pela<br />

mera reprodução de conhecimentos, mas pela via de ação refletida que constrói<br />

conhecimento.”


Nas séries iniciais do ensi<strong>no</strong> fundamental, uma das dificuldades que o professor<br />

enfrenta é ao fi<strong>na</strong>l do segundo ciclo, onde os alu<strong>no</strong>s devem ser capazes de efetuar as<br />

quatro operações básicas.<br />

“É muito importante que o professor se preocupe com as quatro operações, mais<br />

principalmente é importante que ele se preocupe em levar seus alu<strong>no</strong>s a realizá-las<br />

com compreensão.” (MAGOSSO e POUSO, 2013)<br />

“No processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria<br />

do apreendido, transformando-o em aprendido, como que pode por isso mesmo<br />

reinventá-lo, aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido e situações<br />

existenciais concretas. Pelo contrário, aquele que é “enchido” por outros de conteúdo<br />

cuja inteligência não percebe, de conteúdos que contradizem a própria forma de estar<br />

em seu mundo, sem que seja desafiado, não aprende.” (FREIRE, 1997)<br />

“A <strong>Matemática</strong> tem características próprias, de beleza enfatizadora que deve ser<br />

ressaltada <strong>na</strong> importância dos conceitos das propriedades, das demonstrações, dos<br />

encadeamentos lógicos, do seu aspecto dedutivo, fundamentando o seu caráter<br />

instrumental e os mesmos precisam estar articulados entre si e conectados com outras<br />

áreas do conhecimento, promovendo a interdiscipli<strong>na</strong>ridade.” (MAGOSSO e POUSO,<br />

2013)<br />

áreas do conhecimento, promovendo a interdiscipli<strong>na</strong>ridade.” (MAGOSSO e POUSO,<br />

2013)<br />

Para os autores após diag<strong>no</strong>sticar e a<strong>na</strong>lisar o problema deve-se buscar soluções<br />

para que se tenha consciência de que alu<strong>no</strong>s se quer formar, que sociedade se quer<br />

construir? Dessa forma, a função da escola passa a ter mais realidade <strong>na</strong> vida do<br />

educando deixando somente de transmitir


conhecimento elaborado para desempenho real com fatos, regras e procedimentos<br />

que ao fi<strong>na</strong>l será cobrado e avaliado o conhecimento adquirido e assimilado.<br />

Isso proporcio<strong>na</strong> ao educando desenvolver o seu potencial, senso crítico e capacidade<br />

criativa. Essa prática pedagógica requer do educador muito compromisso, trabalho e<br />

estudo para que as ações deem resultados positivos ao fi<strong>na</strong>l da jor<strong>na</strong>da. (MAGOSSO<br />

e POUSO, 2013)<br />

A <strong>Matemática</strong> <strong>na</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Básica</strong> deve ser vista como um processo de investigação<br />

voltado à resolução e formulação de problemas interligados aos questio<strong>na</strong>mentos dos<br />

alu<strong>no</strong>s.<br />

Para MATO GROSSO (2000) problema é todo desafio que coloca à prova <strong>no</strong>ssos<br />

saberes, <strong>no</strong>ssa capacidade de interpretar e constatar a informação mais importante,<br />

de relacio<strong>na</strong>r, operar, antecipar, organizar e validar procedimentos. Ao encarar um<br />

desafio o educando põe em andamento suas habilidades e conhecimentos buscando<br />

chegar a uma solução.<br />

O autor ainda coloca que o início de uma atividade matemática não é definição e sim o<br />

problema. No ensi<strong>no</strong> e aprendizagem, conceitos, ideias e métodos matemáticos<br />

devem ser explorados sob a forma de problemas onde o alu<strong>no</strong> deve desenvolver<br />

estratégias para resolvê-lo.<br />

CARVALHO (2011) destaca que as aulas do Ensi<strong>no</strong> da <strong>Matemática</strong> devem ser<br />

formuladas de maneira que os alu<strong>no</strong>s tenham oportunidade de:<br />

• Manipular material didático o mais diversificado possível para que, a partir<br />

dessa manipulação, possam reformular alguns conhecimentos matemáticos que já<br />

possuem ou mesmo abordar temas que desconheçam.


• Construir seu conhecimento a partir de situações problematizadas a fim de que<br />

possam reelaborar as próprias experiências relativas ao assunto estudado.<br />

• Construir uma linguagem a partir da necessidade de comunicação das<br />

conclusões sobre as situações problematizadas – conclusões essas que serão<br />

sintetizadas em discussões gerais com toda a classe.<br />

• Abordar diversos aspectos dos itens de conteúdos das séries iniciais de<br />

maneira que se possa construir uma linguagem o mais universal possível a esse nível<br />

de ensi<strong>no</strong>.<br />

• Confeccio<strong>na</strong>r alguns jogos estruturados que sejam o início de um laboratório de<br />

<strong>Matemática</strong> do futuro professor.<br />

• Explicitar a cada momento de síntese não só o conteúdo matemático que se<br />

está estudando, mas também os princípios metodológicos subjacentes a um trabalho<br />

desse teor.<br />

“A maioria dos professores acha que é possível trabalhar com situações do cotidia<strong>no</strong><br />

ou de outras áreas do currículo somente depois de os conhecimentos matemáticos<br />

envolvidos nessas situações terem sido amplamente estudados pelos alu<strong>no</strong>s. Como<br />

esses construídos geralmente são abordados de forma linear e hierarquizados,<br />

ape<strong>na</strong>s em função de sua complexidade, os alu<strong>no</strong>s acabam tendo poucas<br />

oportunidades de explora-los em contextos mais amplos. Mas ainda as situações<br />

problemas raramente são colocadas numa perspectiva de meio para construção de<br />

conhecimentos.” (MAGOSSO e POUSO, 2013)<br />

Os autores concluem que para se ter um resultado positivo, o professor deve utilizarse<br />

do máximo possível de recursos (jogos, vídeos, calculadoras, jor<strong>na</strong>is, revistas,<br />

tec<strong>no</strong>logia etc) para tor<strong>na</strong>r as aulas mais interessantes e atraentes despertando assim<br />

uma participação mais ativa dos alu<strong>no</strong>s.


3. O ENSINO DA MATEMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR<br />

CARVALHO (2007) disserta que <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior deve ser dado aos alu<strong>no</strong>s<br />

instruções esclarecendo o que é necessário aprender. Alguns educadores<br />

afirmam que o fracasso dos alu<strong>no</strong>s <strong>na</strong> área da matemática tenha sido<br />

ocasio<strong>na</strong>do por aulas ruins ou por currículos<br />

i<strong>na</strong>propriados. No entanto, esses educadores se Ca e deve se equivocam<br />

porque desconhecem como realmente se dá o aprendizado da matemática em<br />

séries anteriores.<br />

O autor ainda cita alguns equívocos que acompanham o educando:<br />

Acredita-se que todo conteúdo exposto em sala de aula é assimilado e<br />

aprendido pelo alu<strong>no</strong>. Isso é um fato enga<strong>no</strong>so, conteúdos só serão aprendidos<br />

se forem exercitados de forma adequada. A compreensão do que foi exposto<br />

para o alu<strong>no</strong> só se dá com exercícios onde os mesmos desenvolverão<br />

estratégias para sua resolução. Aí sim, se tem o aprendizado conceitual.<br />

Outro equívoco é o confronto entre educação e educação matemática. A<br />

educação (pedagogia) dedica-se à questões referentes ao ensi<strong>no</strong> de todas as


discipli<strong>na</strong>s, questões gerais relacio<strong>na</strong>das a educação. Enquanto que a<br />

educação matemática está relacio<strong>na</strong>da com especificidades da discipli<strong>na</strong><br />

matemática e deve ser idealizada por profissio<strong>na</strong>is da área que conheçam o<br />

assunto em profundidade. Esse confronto surge exatamente porque<br />

educadores desconhecem a necessidade de se trabalhar a questão<br />

pedagógica educacio<strong>na</strong>l e a questão matemática por profissio<strong>na</strong>is realmente<br />

habilitados para isso. Sendo assim, um educador que diz que o ensi<strong>no</strong> de<br />

Cálculo é ruim simplesmente porque existe um índice de reprovação muito<br />

elevado <strong>na</strong> discipli<strong>na</strong>, está fazendo uma afirmação incorreta. Como<br />

desconhece o aprender matemática, julgam que qualquer um pode aprender<br />

qualquer conceito matemático seja ele simples ou avançado. A matemática é<br />

uma discipli<strong>na</strong> de caráter abstrato e<br />

<br />

deve ser ensi<strong>na</strong>da como tal. Alguns educadores alegam que alu<strong>no</strong>s não<br />

aprendem porque a matemática ensi<strong>na</strong>da está longe do seu senso<br />

comum, do seu dia-a-dia. Assim, educadores tiram conteúdos abstratos para<br />

que não haja dificuldades <strong>no</strong> aprendizado dos alu<strong>no</strong>s deixando de proporcio<strong>na</strong>r<br />

aos mesmos oportunidades e condições para que aprendessem esses<br />

conteúdos. Para que o ensi<strong>no</strong> ocorresse de forma adequada e por completo,<br />

necessitaria de uma maior carga horária, adoção de mais recursos, cursos<br />

preparatórios e de reforço para suprir essa necessidade de aprendizado. É<br />

preciso lembrar que também aprender matemática requer uma dose de esforço<br />

pessoal. Não existe<br />

nenhuma fórmula pedagógica capaz de fazer com que uma pessoa aprenda<br />

matemática livre do desconforto e da frustração de ter que fazer e refazer


várias vezes, por longas horas exercícios, repensando e repassando conceitos,<br />

acertando e errando, formulando estratégias de raciocínio para fi<strong>na</strong>lmente<br />

aprender.<br />

“Podemos estar caminhando para uma situação em que expor conceitos abstratos tor<strong>na</strong>r-se-à<br />

um tabu em <strong>no</strong>ssas universidades onde, a semelhança do que já ocorre <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong><br />

fundamental, tudo tem que ser feito de forma contextualizada de modo que o alu<strong>no</strong> consiga<br />

entender. É proibido ensi<strong>na</strong>r qualquer coisa que não faça referência a algo real vivenciado<br />

pelos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> seu dia-a-dia. É exatamente essa falta de iniciação a um pensamento abstrato<br />

que impede o alu<strong>no</strong> de aprender matemática.” (CARVALHO, 2007)<br />

O autor declara que a formação de jovens <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> pré-universitário deve ser<br />

concentrada <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> do português e da matemática. O português para que<br />

haja a intensificação <strong>na</strong> prática da interpretação de textos, e o ensi<strong>no</strong> da<br />

matemática “com devida atenção dada a abstração”, isso daria condições<br />

necessárias para o sucesso e desenvolvimento em qualquer outra discipli<strong>na</strong>.<br />

Ao ensi<strong>no</strong> superior, CARVALHO (2007) não apresenta conclusões, ape<strong>na</strong>s<br />

aponta como importante de se considerar <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> a abstração; e coloca<br />

pontos de discussão que levaria em consideração <strong>na</strong> educação matemática:<br />

<br />

A necessidade de se observar o que os matemáticos consideram como<br />

condição necessária para se aprender matemática, e a prática de exercícios e<br />

a consequente aquisição de uma maturidade matemática.<br />

O reconhecimento de que o processo de aprender matemática é árduo,<br />

difícil e necessita grande dedicação e esforço dos alu<strong>no</strong>s. Qualquer método de<br />

ensi<strong>no</strong> que se proponha a tor<strong>na</strong>r o ensi<strong>no</strong> da matemática mais ame<strong>no</strong> a custas


de negligenciar a abstração matemática leva a um ensi<strong>no</strong> medíocre desta<br />

discipli<strong>na</strong>.<br />

O reconhecimento que quaisquer revisões ou mudanças que afetem o<br />

ensi<strong>no</strong> das discipli<strong>na</strong>s da matemática devem ser feitas por um profissio<strong>na</strong>l da<br />

área. Afi<strong>na</strong>l, quem<br />

estabelece o que é a matemática e o que é relevante de ser aprendido é<br />

unicamente a comunidade dos matemáticos.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Aprender <strong>Matemática</strong> envolve em praticá-la, construir e reconstruir seus<br />

conceitos.<br />

A memorização é um assunto extenso e abrangente que implica <strong>na</strong> discussão<br />

do adequado e i<strong>na</strong>dequado com relação ao processo do ensi<strong>no</strong> e<br />

aprendizagem da matemática. Quanto mais utilizamos a mente para buscar<br />

diferentes estratégias pessoais de raciocínio, mais ela se desenvolve para<br />

resolução de problemas.<br />

A utilização dos recursos como jogos, trabalhos em grupos e tec<strong>no</strong>logia entre<br />

outros, auxiliam para que as aulas fiquem mais interessantes e atraentes,<br />

levando a alu<strong>no</strong> a vivenciar situações cotidia<strong>na</strong>s permitindo que o mesmo


desenvolva estratégias de raciocínio. Assim sendo, educadores devem buscar<br />

<strong>no</strong>vos métodos para auxiliar a compreensão e o aprendizado de seus alu<strong>no</strong>s<br />

<strong>no</strong> saber matemático.<br />

Para que a matemática cumpra o seu papel de formação, educadores devem<br />

estar constantemente se atualizando e integrando a matemática com temas<br />

atuais relacio<strong>na</strong>ndo-os com o cotidia<strong>no</strong> do alu<strong>no</strong>.<br />

Fica claro que a falta de um bom direcio<strong>na</strong>mento do currículo matemático <strong>na</strong>s<br />

séries iniciais afeta a aprendizagem <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior, uma vez que o<br />

professor universitário desconhece o processo de ensi<strong>no</strong> aprendizado do alu<strong>no</strong><br />

e deduz que ele tenha amplos conhecimentos do assunto, desconsiderando<br />

que ele possa ter tido uma aprendizagem superficial de certos conteúdos <strong>na</strong>s<br />

séries iniciais.<br />

MÓDULO II<br />

PROCESSOS DE AVALIAÇÃO E ESTRATÉGIAS NO ENSINO DA<br />

MATEMÁTICA<br />

1. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO<br />

“Os processos de avaliação exter<strong>no</strong>s à escola têm apresentado resultados que demonstram as<br />

dificuldades de alu<strong>no</strong>s brasileiros em apropriar-se de conhecimentos essenciais ao exercício de<br />

uma cidadania crítica. Ao mesmo tempo, <strong>no</strong> âmbito escolar, professores e alu<strong>no</strong>s têm estado<br />

imersos em um processo avaliativo quase automático: os professores precisam aplicar as


atividades de avaliação e os alu<strong>no</strong>s respondem ao processo avaliativo, entendendo-o como<br />

representativo do resultado de se u sucesso ou insucesso escolar.” (MONDONI e LOPES,<br />

2009)<br />

É importante a busca por <strong>no</strong>vas formas de avaliar. Muitos educadores ainda se<br />

encontram presos a uma única forma de avaliação – a prova -, que somente<br />

comprova o que o alu<strong>no</strong> assimilou ou memorizou do que lhe foi ensi<strong>na</strong>do.<br />

(MONDONI e LOPES, 2009)<br />

HADJI (2001) questio<strong>na</strong>: “<strong>no</strong> espaço escolar, não deveria a atividade de<br />

avaliação ser construída, antes de tudo, como uma prática pedagógica a<br />

serviço das aprendizagens?”<br />

MONDONI e LOPES afirmam que as instituições escolares hoje tem tido<br />

muitas dificuldades em envolver alu<strong>no</strong>s em atividades pedagógicas que<br />

auxiliam <strong>na</strong> construção do conhecimento.<br />

PERRENOUD (1999) apud MONDONI e LOPES (2009), adverte que nem<br />

todos os alu<strong>no</strong>s estão dispostos a aprender e nesse caso, a intervenção do<br />

docente é de suma importância para introduzi-los <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong><br />

aprendizagem sob uma avaliação formativa.<br />

LUCKESI (1998) defende que a avaliação não deve ser autoritária,<br />

conservadora e sim diagnóstica, um instrumento do processo de avanço de<br />

identificação de <strong>no</strong>vos rumos.


Nesse sentido, o uso de uma avaliação i<strong>na</strong>dequada pode gerar traumas e<br />

preconceitos que os alu<strong>no</strong>s, muitas vezes, levam para toda vida.<br />

“A avaliação é uma ferramenta fundamental para conceder informações sobre como está se<br />

realizando os processos de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem, tanto para o professor e a equipe escolar<br />

conhecerem e a<strong>na</strong>lisarem os resultados de seu trabalho como para o alu<strong>no</strong> verificar seu<br />

desempenho. E não simplesmente focalizar o alu<strong>no</strong>, seu desempenho cognitivo e o acúmulo<br />

de conteúdos para classificá-los em aprovados ou reprovados. Além disso, ela deve ser<br />

essencialmente formativa, <strong>na</strong> medida em que cabe a avaliação subsidiar o trabalho<br />

pedagógico, redirecio<strong>na</strong>ndo os processos de ensi<strong>no</strong> e de aprendizagem para sa<strong>na</strong>r<br />

dificuldades, aperfeiçoando-as constantemente. Avaliação vista com o diagnóstico contínuo e<br />

dinâmico tor<strong>na</strong>-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os<br />

procedimentos e as estratégias de ensi<strong>no</strong> para que realmente o alu<strong>no</strong> aprenda.” (MATOS et al.,<br />

2012)<br />

Dessa forma a avaliação deixa de ser classificatória e qualitativa onde se avalia<br />

o acúmulo de conhecimento do educando promovendo ou retendo-o. Ela deve<br />

ser vista como uma ferramenta de acompanhamento do processo de evolução,<br />

compreensão, limites e dificuldades dos alu<strong>no</strong>s em atingir os objetivos<br />

propostos <strong>na</strong>s atividades. “O objetivo da avaliação é diag<strong>no</strong>sticar como está se<br />

dando os processos de ensi<strong>no</strong> e de aprendizagem e coletar informações para<br />

corrigir possíveis distorções observadas nele.” (MATOS et al., 2012)<br />

O autor ainda coloca que quando a avaliação se mostrar não satisfatória, é<br />

necessário que o professor busque as causas. O problema pode estar <strong>no</strong><br />

conteúdo, <strong>na</strong> metodologia de ensi<strong>no</strong>, <strong>na</strong> própria forma de avaliar que pode não<br />

ter ficado clara, ou em qualquer outro aspecto. O que importa é encontrar o<br />

problema e reorganizar as ações metodológicas para minimizar ou elimi<strong>na</strong>r as<br />

dificuldades de compreensão e promover o aprendizado do alu<strong>no</strong>.


Para LIBÂNEO (1994) a avaliação escolar cumpre pelo me<strong>no</strong>s três funções: a<br />

pedagógico-didática que se refere ao papel da avaliação <strong>no</strong> cumprimento dos<br />

objetivos gerais e específicos da educação escolar; diagnóstica que permite<br />

identificar progressos e dificuldades dos alu<strong>no</strong>s assim como a atuação do<br />

professor, dando sentido a função<br />

controle; e por último o controle que se refere aos meios e a frequência das<br />

verificações e qualificação dos resultados escolares, possibilitando o<br />

diagnóstico das situações didáticas.<br />

O autor afirma ainda que as três funções estão relacio<strong>na</strong>das entre si. “De <strong>na</strong>da<br />

adianta a avaliação diagnóstica se não vier acompanhada de ações didáticopedagógicas<br />

que propiciem a superação dos problemas de aprendizagem dos<br />

alu<strong>no</strong>s e, esta possível supera, é percebida pela função de controle.”<br />

(LIBÂNEO, 1994)<br />

PINTO (2004) explica que a avaliação deve assumir uma <strong>no</strong>va postura para se<br />

alcançar o sucesso escolar do alu<strong>no</strong>. Postura essa que deve começar <strong>na</strong><br />

reflexão de erros e acertos dos alu<strong>no</strong>s pelo professor onde ele deve estar<br />

atento em compreender quais foram os processos utilizados pelos alu<strong>no</strong>s para<br />

adquirir o conhecimento.<br />

“A avaliação da aprendizagem escolar também está permeada pela teoria e pela prática que a<br />

caracteriza, não se dando “num vazio conceitual”, segue um modelo teórico de mundo e de<br />

educação que se reflete <strong>na</strong> prática pedagógica. Se durante o processo de ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />

levar em conta que o alu<strong>no</strong> aprende por repetição de modelos e memorização,<br />

sem considerar a compreensão do objeto estudado, basta que o alu<strong>no</strong> „decore‟ o conteúdo<br />

para fazer prova. Desse modo, a correção se dará ape<strong>na</strong>s levando em conta o que está certo e


o que está errado. Verifica-se o quanto errou e o quanto acertou e, por fim, o alu<strong>no</strong> é<br />

classificado com uma <strong>no</strong>ta que poderá aprová-lo ou reprová-lo.” (BERTI, 2007)<br />

RIBEIRO (2011) destaca que “a avaliação da aprendizagem escolar é<br />

frequentemente confundida com o instrumental avaliativo, isto é, com os<br />

procedimentos (provas, trabalhos, tarefas, testes etc.) utilizados para verificar<br />

as aprendizagens alcançadas.” Isso resulta <strong>no</strong> medo, <strong>na</strong> incerteza, angústia, ou<br />

seja, um mal-estar consequência da perspectiva em tor<strong>no</strong> dos resultados<br />

alcançados em atividades e tarefas propostas que ao fi<strong>na</strong>l se transforma em<br />

uma <strong>no</strong>ta definindo a aprovação ou reprovação do alu<strong>no</strong>.<br />

RIBEIRO (2011) afirma ainda que a avaliação é vista como um processo<br />

complexo e dinâmico. Levanta informações relevantes e quando da valor<br />

compara a situação atual do alu<strong>no</strong> com o objetivo proposto. Para o autor, erros,<br />

dificuldades,<br />

dúvidas e incompreensão precisam ser o centro da reflexão, da análise para<br />

que se possa identificar a origem do problema. A partir dessa análise é que se<br />

tem a reorientação do processo e a promoção de <strong>no</strong>vas aprendizagens.


Fig. 1 – Etapas do processo avaliativo<br />

Fonte: http://www.uel.br/pos/mestredu/images/stories/downloads/dissertacoes/2011/2011_-<br />

_RIBEIRO_Elizabete_Aparecida_Garcia.pdf<br />

HOFFMANN (1991) declara “a avaliação escolar hoje, só faz sentido se tiver o<br />

intuito de buscar caminhos para a melhor aprendizagem.”<br />

“Avaliar para punir, classificar, sentenciar, selecio<strong>na</strong>r, separar os “bons” dos “maus” alu<strong>no</strong>s é<br />

uma atitude, <strong>no</strong> mínimo cruel, que inibe a espontaneidade e o desejo de aprender de crianças<br />

e jovens, dificultando a consolidação de uma aprendizagem mais significativa. Superar essa<br />

prática passou a ser o objetivo de muitos estudiosos, pesquisadores e professores da<br />

contemporaneidade. A avaliação formativa, nesta conjuntura, ganhou destaque como uma<br />

promissora possibilidade <strong>na</strong> edificação das aprendizagens dos alu<strong>no</strong>s.” (RIBEIRO, 2011)<br />

Não é de hoje que existe esse modelo de avaliação formativa. Ela é vista como<br />

o melhor caminho para garantir a evolução de todos os alu<strong>no</strong>s, é um passo a<br />

frente em relação à avaliação somativa. VIANNA (2000) relata que Scriven<br />

(que impulsio<strong>no</strong>u a de<strong>no</strong>mi<strong>na</strong>ção


avaliação formativa em 1967) diferenciou avaliação somativa e formativa,<br />

caracterizando a primeira como verificação fi<strong>na</strong>l dos resultados alcançados<br />

pelo processo, determi<strong>na</strong>ndo o seu valor ou mérito. Já a formativa, acontece<br />

continuamente durante todo o processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem, com o<br />

intuito de possibilitar intervenções ainda <strong>no</strong> decorrer do processo.<br />

A partir da proposta de Scriven iniciou-se a compreensão de que é necessário<br />

envolver <strong>no</strong> processo avaliativo não só <strong>na</strong> constatação de resultados fi<strong>na</strong>is,<br />

mas também todo um<br />

acompanhamento ao processo, permitindo intervenções <strong>no</strong> decorrer do ensi<strong>no</strong><br />

e aprendizagem a fim de ajustar o desenvolvimento do conhecimento do alu<strong>no</strong>.<br />

(RIBEIRO, 2011)<br />

Para a autora, ao se identificar as dificuldades dos alu<strong>no</strong>s, tor<strong>na</strong>-se visível às<br />

falhas e a necessidade de intervenção por parte do docente. O uso de<br />

atividades de avaliação formativa ajusta a aprendizagem ao mesmo tempo em<br />

que motiva o alu<strong>no</strong>.<br />

BLOOM et al (1983) apud RIBEIRO (2011) ressalta que a análise da avaliação<br />

formativa deve ser informada ao alu<strong>no</strong> para que este tenha consciência de<br />

seus erros e acertos e porque apresentou essa dificuldade, mostrando a ele a<br />

necessidade de retomar o conteúdo não aprendido.<br />

Dessa forma a avaliação formativa assume um papel importante e estratégico<br />

<strong>na</strong> melhoria do ensi<strong>no</strong> aprendizagem. Ao se identificar a situação real com<br />

relação a pretendida, o educando tomará as decisões certas em favor do<br />

ensi<strong>no</strong> e aprendizagem. (RIBEIRO, 2011). Essas decisões devem gerar ações<br />

corretivas a serem aplicadas o mais rápido possível. (BLOOM et al., 1983 apud<br />

RIBEIRO, 2011).


RIBEIRO (2011) relata que a avaliação formativa já foi tratada de forma mais<br />

sequencial: “aprendizagem, avaliação formativa, ensi<strong>no</strong> corretivo” (Fig. 2). “A<br />

avaliação nesse esquema, ocorre de forma pontual, está mais centrada <strong>na</strong><br />

ação docente e <strong>na</strong> verificação da consecução dos objetivos.” (RIBEIRO, 2011)<br />

Fig. 2 – Avaliação formativa em sua perspectiva inicial<br />

Fonte: http://www.uel.br/pos/mestredu/images/stories/downloads/dissertacoes/2011/2011_-<br />

_RIBEIRO_Elizabete_Aparecida_Garcia.pdf<br />

Hoje, a avaliação formativa enfatiza uma avaliação integrada ao processo<br />

educativo, contido em todas as situações de aprendizagem. “Ela se efetiva <strong>no</strong><br />

acompanhamento diário do processo de ensi<strong>no</strong> aprendizagem, por meio de<br />

observações instrumentalizadas ou não, de modo a possibilitar a orientação e<br />

otimização das aprendizagens em curso. (PERRENOUD, 1999 apud RIBEIRO,<br />

2011)


Fig. 3 – Avaliação formativa em sua perspectiva contemporânea<br />

Fonte:<br />

http://www.uel.br/pos/mestredu/images/stories/downloads/dissertacoes/2011/20<br />

11_-_RIBEIRO_Elizabete_Aparecida_Garcia.pdf<br />

Durante a sua evolução a avaliação formativa sofreu alterações tor<strong>na</strong>ndo-se<br />

mais complexa e sofisticada com a ideia de observação e intervenção<br />

pedagógica sobre o ensi<strong>no</strong> e aprendizagem, auxiliando tanto os alu<strong>no</strong>s quanto<br />

o professor (RIBEIRO, 2011)


Assim sendo, a avaliação formativa deixa de ser classificatória e seletiva para<br />

contribuir realmente com a aprendizagem e desenvolvimento dos alu<strong>no</strong>s.<br />

(RIBEIRO, 2011)<br />

2. ESTRATÉGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA<br />

“Ao assimilar os conhecimentos, o educando assimila também as metodologias<br />

e as visões de mundo que os perpassam. O conteúdo do conhecimento, o<br />

método e a visão de mundo são elementos didaticamente separáveis, porém<br />

compõe um todo orgânico e inseparável do ponto de vista real.” (LUCKESI,<br />

20<strong>02</strong>).<br />

BERTI (2007) relata que em uma única atividade pode-se identificar diversas<br />

formas de erros e várias tentativas de se resolver a situação problema. A<br />

resolução da situação-problema pelo alu<strong>no</strong> representa o grau de sua<br />

aprendizagem, como ele vê a situação <strong>na</strong>quele momento e quais estratégias<br />

ele utiliza para tentar solucio<strong>na</strong>r o problema.<br />

O erro que é produzido pelo alu<strong>no</strong> deve ser considerado de grande importância<br />

<strong>no</strong> ato observável e de grande significância para a avaliação. Isso não como<br />

falha ou ausência de aprendizagem, mas sim, como um processo <strong>na</strong>tural de se<br />

conhecer a linha de raciocínio do alu<strong>no</strong>. (PINTO, 2004)<br />

“A ação pedagógica estruturada <strong>na</strong> cobrança de algoritmos, resolução por<br />

fórmulas e exercícios do tipo “siga o modelo”, impede a compreensão da<br />

matemática como construção histórica, que pode ser reconstruída pelos<br />

alu<strong>no</strong>s, possibilitando ensaios,


aproximações e erros que se forem socializados e discutidos, podem ser<br />

superados e não ape<strong>na</strong>s negados, abrindo, assim, espaço para a<br />

provisoriedade.” (BERTI, 2007)<br />

Acompanhar os erros deixados pelo caminho da à possibilidade do professor<br />

identificar estratégias utilizadas e sua coerência; se o erro ocorreu por<br />

distração ou dificuldade de raciocínio; se o alu<strong>no</strong> racioci<strong>na</strong> corretamente porém<br />

não consegue efetuar as regras algorítmicas; se segue ape<strong>na</strong>s o modelo ou se<br />

a<strong>na</strong>lisa o resultado confrontando-o ao fi<strong>na</strong>l com o que foi proposto. (BERTI,<br />

2007)<br />

A<strong>na</strong>lisar o erro dos alu<strong>no</strong>s possibilita o professor ter um objeto de estudo<br />

aberto; modelos de raciocínio assim como estratégias diversas <strong>na</strong> resolução de<br />

situações-problemas. O erro do alu<strong>no</strong> deve ser considerado como o processo<br />

de “raciocínio e das superações necessárias para a construção do<br />

conhecimento lógico-matemático.” (BERTI, 2007)<br />

BERTI (2007) relata em um estudo feito com alu<strong>no</strong>s do ensi<strong>no</strong> fundamental (6º<br />

ao 9º a<strong>no</strong>s) sobre o conhecimento matemático, sua importância e significação<br />

e, também suas relações com o trabalho proposto em sala de aula dando<br />

ênfase as práticas pedagógicas<br />

utilizadas pelos professores <strong>na</strong>s correções das atividades, que os alu<strong>no</strong>s<br />

relacio<strong>na</strong>m a aprendizagem matemática com o sucesso <strong>no</strong> futuro profissio<strong>na</strong>l;<br />

com uma maior inteligência quando conseguem aprender corretamente e com<br />

propriedade, com a importância da matemática <strong>no</strong> uso cotidia<strong>no</strong>.


Com relação aos erros que eles apresentam durante o aprendizado, a autora<br />

relata que muitos são os motivos apresentados pelos alu<strong>no</strong>s:<br />

• O fato de não gostar de ler muito pode prejudicar a compreensão e<br />

interpretação da situação proposta interferindo <strong>no</strong> resultado fi<strong>na</strong>l da atividade.<br />

• A incompreensão do sistema de numeração decimal ocasio<strong>na</strong>ndo erros<br />

de algoritmos e <strong>na</strong> escrita dos números.<br />

• A falta de explicação do professor e a falta de atenção dos próprios<br />

alu<strong>no</strong>s, o que leva ao não entendimento da matéria.<br />

• A bagunça em sala de aula é outro motivo que leva a desconcentração.<br />

Cada alu<strong>no</strong> tem uma particularidade para aprender, uns são auditivos, outros<br />

visuais e outros sinestésicos.<br />

• O medo do professor ou de perder <strong>no</strong>ta são atitudes comportamentais<br />

que também podem influenciar o alu<strong>no</strong> <strong>na</strong> escolha de estratégias para a<br />

resolução da situação-problema, ocasio<strong>na</strong>ndo o erro ao fi<strong>na</strong>l.<br />

BERTI (2007) ainda destaca que de acordo com seus estudos, um fator muito<br />

importante a ser considerado como estratégia do ensi<strong>no</strong> e aprendizagem da<br />

matemática, é a correção i<strong>na</strong>dequada das atividades <strong>no</strong> quadro sem a<br />

problematização do erro. “A problematização do erro tor<strong>na</strong>-se essencial para a<br />

superação das dificuldades.” O alu<strong>no</strong> deve ter a oportunidade de conhecer os<br />

motivos pelos quais cometeu os erros durante o processo de resolução da<br />

atividade para, a partir daí, construir conhecimento. Sem a problematização do<br />

erro, o alu<strong>no</strong> vai ape<strong>na</strong>s apagar o errado e substituir pela forma correta de<br />

resolução sem compreender o porquê da estratégia utilizada. Cabe ao


professor dialogar e explicitar a cerca dos erros para que o alu<strong>no</strong> supere<br />

obstáculos durante o ensi<strong>no</strong> e aprendizagem da matemática.<br />

A autora também aborda como são tratados os alu<strong>no</strong>s que erram. O estudo<br />

revela que “os alu<strong>no</strong>s que mais precisam de atenção para suas formas de<br />

resolução – que são justamente os alu<strong>no</strong>s que erram – são os mais excluídos<br />

das atividades de correção restando-lhes ape<strong>na</strong>s a resolução correta do<br />

quadro.” (BERTI, 2007). Isso ocorre devido<br />

ao fato dos professores só chamarem ao quadro os alu<strong>no</strong>s que acertam para<br />

fazer as correções. De uma forma sutil, exaltam os que acertam e punem os<br />

que erram excluindo-os do processo de correção.<br />

Os tipos de erros cometidos pelos alu<strong>no</strong>s devem ser identificados e<br />

apresentados para eles permitindo aos mesmos a oportunidade de superá-los.<br />

A condição dada aos alu<strong>no</strong>s (método, técnica ou procedimento de ensi<strong>no</strong>) para<br />

sua recuperação e compreensão da resolução deve ser selecio<strong>na</strong>da com<br />

cuidado, em função da avaliação que se faz da <strong>na</strong>tureza dos erros da<br />

aprendizagem. (DAVIS e ESPOSITO, 1990)<br />

As autoras ainda diferenciam três tipos de erros que podem ser apresentados<br />

pelos alu<strong>no</strong>s:<br />

• Erros de procedimento: cometidos <strong>no</strong> emprego ou aprimoramento de<br />

conhecimentos já construídos e que podem acontecer por distração ou falta de<br />

trei<strong>na</strong>mento;


• Erros construtivos: que si<strong>na</strong>lizam a formação de <strong>no</strong>vas estruturas. O<br />

alu<strong>no</strong> erra porque a estrutura de pensamento que possui não é o bastante para<br />

realizar a tarefa;<br />

• Erros por limites <strong>na</strong> estrutura de pensamento: por não possuir a base<br />

necessária à resolução da tarefa, o alu<strong>no</strong> fica impossibilitado de entender o que<br />

lhe foi solicitado.<br />

Quando o professor socializa os erros com todos os alu<strong>no</strong>s, uma atividade<br />

pode se tor<strong>na</strong>r várias outras. “Os números que os alu<strong>no</strong>s escreveram errado<br />

não representavam o valor solicitado, mas, também são números. Esses outros<br />

valores podem ser trabalhados pelo professor mostrando aos alu<strong>no</strong>s que a<br />

ausência ou a presença de algarismos ou a mudança de sua posição, altera a<br />

quantidade expressa pelo conjunto de algarismos.” (BERTI, 2007)<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A avaliação da aprendizagem é um dos elementos mais importantes da ação<br />

pedagógica. Ela é essencial para o acompanhamento de todo o processo de<br />

ensi<strong>no</strong> e aprendizagem e auxilia <strong>na</strong> identificação de problemas que podem<br />

dificultar a aprendizagem do alu<strong>no</strong>.<br />

Viu-se que por algumas vezes a avaliação não tem um propósito de orientar<br />

professor e alu<strong>no</strong> para a melhoria do ensi<strong>no</strong> e aprendizagem, mas para<br />

constatar resultados a fim de proporcio<strong>na</strong>r a aprovação ou retenção,<br />

convertendo-se numa prática classificatória, seletiva e excludente.<br />

Porém, mesmo a avaliação classificatória ser muito criticada <strong>no</strong> meio<br />

pedagógico, ela ainda se faz muito presente. Professores ainda se deparam<br />

com várias dificuldades de se aplicar a avaliação formativa por conta de


políticas avaliativas contraditórias; condições de trabalho pouco propícias;<br />

cobranças extraescolares com focos em<br />

resultados quantitativos; falta de apoio dos dirigentes, equipe pedagógica e dos<br />

próprios professores; concepções i<strong>na</strong>propriadas e falta de clareza acerca do<br />

que é e de como avaliar.<br />

A avaliação formativa apresenta diversos fatores dificultadores ao seu<br />

exercício, a falta de conhecimento e a incompreensão com relação ao seu<br />

verdadeiro sentido, merecem atenção especial. Professores e formandos em<br />

licenciaturas devem se capacitar com vivências e experiências de avaliação<br />

formativa amparada a um referencial teórico pertinente, para se construir ações<br />

relevantes em sala de aula. Não basta a abordagem do tema avaliação, faz-se<br />

necessário ocasio<strong>na</strong>r aos discentes aprender <strong>na</strong> prática, vivenciando, a cada<br />

dia, a aproximação entre o sentido e o significado da avaliação formativa.<br />

A avaliação formativa, como se viu <strong>no</strong> decorrer do capítulo, mostra em seu<br />

referencial teórico o quanto ela é complexa. Ela permite aprender que:<br />

• Avaliar a aprendizagem implica coletar informações relevantes, a<strong>na</strong>lisálas<br />

e tomar decisões. Estas decisões devem estar compromissadas com a<br />

garantia da continuidade do ensi<strong>no</strong> e aprendizagem do alu<strong>no</strong>.<br />

• Avaliar é um processo que se coleta dados oriundos de instrumentos<br />

(prova, portfólio, seminários, tarefas etc) e que devem ser observáveis para<br />

que professores e alu<strong>no</strong>s possam reorganizar seus esforços e ações.<br />

• A avaliação formativa é processual e contínua, portanto faz-se presente<br />

durante todo o processo educativo. A aprendizagem é uma construção<br />

individual onde os alu<strong>no</strong>s não devem e não podem receber os conhecimentos


já prontos, findados e imutáveis. O alu<strong>no</strong> deve ser compreendido como um<br />

protagonista e não como um figurante <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.<br />

Ele deve ser envolvido em todos os momentos do processo educativo.<br />

• A avaliação formativa prevê compromisso e responsabilidade dos<br />

professores <strong>no</strong> acompanhamento, <strong>na</strong> reflexão e identificação dos pontos falhos<br />

e <strong>na</strong> promoção da regulação. É papel da avaliação formativa, instigar a<br />

autorregulação discente proporcio<strong>na</strong>ndo aos alu<strong>no</strong>s condições para<br />

organizarem e regularem seu próprio processo de aprendizagem.<br />

Os professores de hoje e de amanhã devem assumir o compromisso de<br />

aprender continuamente. Buscar <strong>na</strong> formação inicial e continuada, <strong>na</strong><br />

fundamentação teórica e em troca de experiências apoio para refletir sobre a<br />

própria prática pedagógica, para aprimorar as próprias concepções podendo,<br />

assim, i<strong>no</strong>var e reinventar formas de avaliar.<br />

Formas estas que contribuirão muito ao ensi<strong>no</strong> da matemática. Conforme visto<br />

<strong>no</strong> capítulo, alu<strong>no</strong>s erram em atividades que não são avaliadas e corrigidas de<br />

forma correta. A forma de correção dos erros está embasada <strong>na</strong> reprodução da<br />

resposta correta do quadro, a qual é copiada pelo alu<strong>no</strong>. Dessa forma é nítida a<br />

ausência de diálogo acerca do erro e das estratégias que o alu<strong>no</strong> utilizou para<br />

resolver a atividade, tor<strong>na</strong>ndo praticamente impossível a reorganização do<br />

pensamento e consequentemente a aprendizagem.<br />

É importante o acompanhamento do professor quanto a reestruturação dos<br />

erros. Solicitar a participação dos alu<strong>no</strong>s com dificuldade <strong>no</strong> momento das<br />

correções auxilia com o desenvolvimento do conhecimento lógico-matemático.<br />

Nesse sentido vale ressaltar a importância da reflexão do professor quanto a<br />

sua prática pedagógica e estratégias de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.


As ações dos professores devem estar a favor das necessidades dos alu<strong>no</strong>s.<br />

Não há como supor o que o alu<strong>no</strong> sabe ou não sabe ape<strong>na</strong>s olhando pra ele.<br />

Somente o diagnóstico feito através de análise e acompanhamento do<br />

processo educativo pode delinear os caminhos a serem seguidos <strong>na</strong>s ações<br />

didático-pedagógicas.<br />

MÓDULO III<br />

RECURSOS TEÓRICOS PARA ANÁLISE E CRÍTICA DE SITUAÇÕES DE<br />

SALA<br />

1. A FORMAÇÃO DO DOCENTE E A PRÁTICA EM SALA DE AULA


“O impasse entre o conhecer teórico e o fazer pode gerar efeitos tanto<br />

negativos quanto positivos <strong>na</strong> formação do professor.” (VIEIRA, 2007)<br />

Negativos para os que se prendem a receitas prontas ou se entregam a<br />

atividades sem se preocupar com os resultados fi<strong>na</strong>is do seu trabalho,<br />

recusando-se a buscar <strong>no</strong>vos elementos para reflexão de suas ações práticas,<br />

de modo a proporcio<strong>na</strong>r uma síntese de <strong>no</strong>vos conhecimentos. Positivos para<br />

os que aproveitam o momento de frustração para ir além do limite de uma<br />

simples percepção, buscando aprender relações mais complexas do<br />

conhecimento teórico e prático. (VIEIRA, 2007)<br />

PERRENOUD (20<strong>02</strong>) declara:<br />

“Seria absurdo esperar que uma formação inicial, por mais completa que fosse, pudesse<br />

antecipar todas as situações que um professor encontraria em algum momento do exercício de<br />

sua profissão e oferecer-lhe todos os conhecimentos e as competências que, algum dia,<br />

poderiam ser útil a ele. Em diversos estágios, todos os professores são autodidatas,<br />

conde<strong>na</strong>dos, em parte, a aprender seu ofício <strong>na</strong> prática cotidia<strong>na</strong>.”<br />

GOMES (2011) indaga que grande parte dos professores reclama que as<br />

universidades estão muito distantes da realidade. Estão formando professores<br />

autodidatas, onde os mesmos copiam e apresentam ao alu<strong>no</strong> um<br />

conhecimento pronto, sem flexibilidade, sem açúcar.<br />

“É necessário propiciar aos alu<strong>no</strong>s um aprender a aprender, de maneira que<br />

ele mesmo consiga produzir esse conhecimento, fazendo parte, não sendo um<br />

mero receptor.” (GOMES, 2011)


MIZUKAMI (20<strong>02</strong>) apud GOMES (2011) segue a mesma linha de raciocínio que<br />

Perre<strong>no</strong>ud dizendo que é <strong>no</strong> dia-a-dia da sala de aula que o professor vai se<br />

deparar com situações diversas que não aprende <strong>no</strong> curso de formação. Os<br />

autores explicam que os cursos de formação de professores não vão ensi<strong>na</strong>r<br />

todos os caminhos que o professor vai se deparar durante a docência, mas<br />

eles auxiliarão o início dessa jor<strong>na</strong>da dinâmica, diversificada e imprevisível que<br />

é a educação.<br />

“Parece complicado realizar a prática <strong>na</strong> linha dos pensamentos pedagógicos,<br />

mas à medida que o professor, <strong>na</strong> sala de aula, tenta mudar sua prática,<br />

incluindo <strong>no</strong>vos métodos de trabalho, a sua ação tende a se espelhar melhor<br />

dentro dos percursos teóricos que temos atualmente.” (GOMES, 2011)<br />

Na concepção de FREIRE (1993) ele enfatiza que “quem ensi<strong>na</strong> aprende ao<br />

ensi<strong>na</strong>r e quem aprende ensi<strong>na</strong> ao aprender”, isso revela que o professor não<br />

deve jamais se passar puramente por um repetidor de conhecimento.<br />

Para VASCONCELLOS (1992) a situação atual que se encontra em sala de<br />

aula se baseia em uma metodologia “tradicio<strong>na</strong>l” ou de cunho academicista.<br />

Talvez nem tanto pela vontade dos educadores, mas por não se saber como<br />

efetivar uma prática diferente.<br />

O autor expõe que <strong>na</strong> concepção teórica da educação tradicio<strong>na</strong>l existiam os<br />

seguintes passos didáticos: preparação, apresentação, assimilação,<br />

generalização e aplicação. Na prática pedagógica atual a aula acaba se<br />

resumindo <strong>no</strong> seguinte: apresentação do ponto; resolução de um ou mais<br />

exercícios modelo; e preposição de uma série de exercícios para os alu<strong>no</strong>s<br />

resolverem.<br />

O professor expõe a aula, ele mesmo pergunta e ele mesmo responde que os<br />

alu<strong>no</strong>s entenderam; em seguida passa para os exercícios de aplicação. Com<br />

isso, os alu<strong>no</strong>s nem se dispõem a apresentarem suas dúvidas porque já<br />

sabem, por experiências anteriores, que o professor não está interessado <strong>na</strong>


dúvida do alu<strong>no</strong> muito me<strong>no</strong>s a explicar <strong>no</strong>vamente. O educando não tem<br />

campo para se expressar, já que o que importa é a exposição do professor.<br />

“São comuns frases do tipo: „Não gosto de ser interrompido quando estou<br />

falando! ‟; „O alu<strong>no</strong> perguntar, corta a ideia, o pensamento‟; „Preste atenção<br />

que eu explico uma vez só!” (VASCONCELLOS, 1992)<br />

Diante disso, quando o professor abre espaço para as perguntas, os alu<strong>no</strong>s<br />

acabam por deixar prá lá porque muitas vezes a dúvida já está até fora do<br />

contexto. “Poucos são os alu<strong>no</strong>s que são fiéis as suas dúvidas e o professor<br />

parece não se<br />

incomodar muito com isto (<strong>na</strong> verdade, acaba gostando, pois ganha tempo<br />

para cumprir o programa).” (VASCONCELLOS, 1992)<br />

LIBÂNEO (1994) afirma que o processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem deve ser<br />

estimulante e motivador para que se desperte <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> o desejo e o gosto pelo<br />

estudo, mostrando, dessa forma, a importância do conhecimento para a vida e<br />

o trabalho.<br />

No processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem o docente deve promover situações<br />

que estimule o indivíduo a pensar, a<strong>na</strong>lisar e relacio<strong>na</strong>r assuntos estudados<br />

com a realidade em que vive. Essa prática de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem é o que<br />

vai firmar a relação da prática educativa com a realidade do alu<strong>no</strong>. (TAVARES,<br />

2011)<br />

A didática estuda o processo de ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong> seu conjunto tendo como parte<br />

integrante e importante, objetivos e conteúdos que criam condições e garantem<br />

uma aprendizagem significativa aos alu<strong>no</strong>s. A didática auxilia e orienta o<br />

professor, dando a ele segurança profissio<strong>na</strong>l. Para LIBÂNEO (1994) a<br />

atividade pedagógica tem como objetivos primordiais:


Garantir um domínio mais seguro e douradouro dos conhecimentos aos<br />

alu<strong>no</strong>s;<br />

Criar condições e meios para que os alu<strong>no</strong>s ampliem capacidades e<br />

habilidades intelectuais de forma que tenham domínio sob os métodos de<br />

estudo e de trabalho intelectual visando a sua auto<strong>no</strong>mia <strong>no</strong> processo de<br />

aprendizagem e independência de pensamento.<br />

Direcio<strong>na</strong>r as atividades de ensi<strong>no</strong> para objetivos educativos de<br />

formação de perso<strong>na</strong>lidade, ou seja, auxiliar o alu<strong>no</strong> a escolher um caminho <strong>na</strong><br />

vida.<br />

SANTOS et al (2013) diz que o papel do professor é:<br />

“planejar a aula, selecio<strong>na</strong>r, organizar os conteúdos de ensi<strong>no</strong>, programar atividades, criar<br />

condições favoráveis de estudo dentro da sala de aula, estimular a curiosidade e criatividade<br />

dos alu<strong>no</strong>s, ou seja, o professor dirige as atividades de aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s a fim de que<br />

estes se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem.”<br />

O sistema didático é formado por atividades do professor e do alu<strong>no</strong>, sob a<br />

supervisão do professor, para que exista uma melhor compreensão dos<br />

conhecimentos e melhor desenvolvimento das habilidades dos educando.<br />

LIBÂNEO (1994) relata que é<br />

importante para o planejamento de ensi<strong>no</strong> que o docente compreenda a<br />

relação entre objetivos pedagógicos e educação escolar e que tenha, também,<br />

o domínio dos conteúdos que ensi<strong>na</strong>, conhecendo os programas oficiais e<br />

adequando-os à realidade do alu<strong>no</strong>.


O docente que almeja ter uma boa didática precisa estar atento e aprender a<br />

lidar com a subjetividade dos alu<strong>no</strong>s. Sem isso ele será incapaz de formular<br />

atividades com assuntos que dê condições para que haja uma aprendizagem<br />

significativa. Porém, para que o mesmo atinja realmente os seus objetivos, é<br />

necessário que ele saiba realizar<br />

diversos processos didáticos integrados entre si, como planejamento, avaliação<br />

e direção de ensi<strong>no</strong>. (LIBÂNEO, 1994)<br />

2. A ORGANIZAÇÃO DA AULA PELO DOCENTE<br />

“A aula é a forma predomi<strong>na</strong>nte pela qual é organizado o processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.<br />

É o meio pelo qual o professor transmite aos seus alu<strong>no</strong>s conhecimentos adquirido <strong>no</strong> seu<br />

processo de formação, experiências de vida, conteúdos específicos para a superação de<br />

dificuldades e meios para a construção de seu próprio conhecimento, nesse sentido sendo<br />

protagonista de sua formação huma<strong>na</strong> e escolar.” (SANTOS et al., 2013)<br />

A aula é o espaço de interação mútua entre professor e alu<strong>no</strong>, é um ambiente<br />

adequado para se refletir, criar, aprimorar ou desenvolver conhecimentos,<br />

habilidades, conceitos e atitudes. Na aula é onde surgem questio<strong>na</strong>mentos,<br />

busca por esclarecimentos, entendimentos. (SANTOS et al., 2013)<br />

Para a autora, o professor através de uma série de métodos transmite os<br />

“conteúdos, ensi<strong>na</strong>mentos e conhecimentos de uma discipli<strong>na</strong>”, com p auxílio


de vários recursos possíveis transformando a aula atrativa e despertando o<br />

desejo do alu<strong>no</strong> para o saber.<br />

LIBÂNEO (1994) argumenta que a aula é requisito didático onde se colocam<br />

objetivos, problemas, conhecimentos, desafios que estimulam os alu<strong>no</strong>s para a<br />

aprendizagem.<br />

A aula pode ser considerada como uma forma de orientar o professor; ela “guia<br />

e fornece estímulos ao processo de ensi<strong>no</strong> em função da atividade própria dos<br />

alu<strong>no</strong>s.” (SANTOS et al., 2013)<br />

PÉREZ GOMÉZ (1998) afirma que a aprendizagem <strong>na</strong> aula está ligada a um<br />

grupo social com interesses próprios. A aprendizagem não é única e<br />

exclusivamente individual e muito me<strong>no</strong>s se limita a relação e interação<br />

professor/alu<strong>no</strong>.<br />

O professor, ao preparar uma aula deve ter conhecimento de quais interesses<br />

e necessidades deseja atender, quais são os seus objetivos e metas com a<br />

aula, o que ele tem de importante para aquele momento. (SANTOS et al.,<br />

2013)<br />

A didática da aula deve ser organizada e estruturada para que se proporcione<br />

um trabalho mais significativo, mais elaborado para o ensi<strong>na</strong>mento dos<br />

conteúdos.<br />

Organizar a aula da ao professor maior controle do processo e aos alu<strong>no</strong>s uma<br />

orientação mais eficaz, conforme o previsto <strong>no</strong> pla<strong>no</strong>. (SANTOS et al. 2013)<br />

GOMES (2011) relata que o professor deve ser reflexivo, pensar acerca de sua<br />

metodologia para atender adequadamente ao aprendizado dos alu<strong>no</strong>s. O<br />

professor deve desenvolver um “PDCA pedagógico onde o mesmo irá<br />

desenvolver constantemente melhorias em sua prática.” (fig.4)


Fig. 4. Ciclo PDCA pedagógico<br />

Fonte: http://i<strong>no</strong>vaemgestao.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html<br />

Segundo MENEGOLLA e SANT‟ANA (2001) “a educação, a escola e o ensi<strong>no</strong><br />

são os<br />

grandes meios que o homem busca para poder realizar o seu projeto de vida.” É de<br />

responsabilidade da escola e do docente planejar sua prática educativa a fim de<br />

contribuir para a construção do seu bem viver.<br />

O planejamento é de grande importância para a ação educativa e, infelizmente, ainda<br />

existem professores que são negligentes, não desenvolvem um planejamento e ficam<br />

improvisando suas atividades em sala de aula. FUSARI (2008) afirma que:<br />

“a ausência de um processo de planejamento de ensi<strong>no</strong> <strong>na</strong>s escolas, aliado às demais<br />

dificuldades enfrentadas pelos docentes do seu trabalho, tem levado a uma contínua<br />

improvisação pedagógica das aulas. Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma<br />

prática eventual acaba sendo uma „regra‟, prejudicando, assim, a aprendizagem dos<br />

alu<strong>no</strong>s e o próprio trabalho escolar como um todo.”<br />

De acordo com MORETTO (2007), existem ainda professores que acreditam que<br />

ape<strong>na</strong>s sua experiência como docente é o suficiente para se lecio<strong>na</strong>r uma aula com<br />

competência. Na realidade eles ape<strong>na</strong>s ministram conteúdos por desconsiderar a<br />

realidade e a herança cultural da comunidade escolar, não atingindo assim, suas reais<br />

necessidades.


FUSARI (2008) relata outra situação comum <strong>na</strong> prática docente: “em muitos casos, os<br />

professores copiam ou fazem cópia do pla<strong>no</strong> do a<strong>no</strong> anterior e o entregam a secretaria<br />

da escola, com a sensação de mais uma atividade burocrática.”<br />

LIBÂNEO (1994) argumenta que a aula deve ser estruturada/planejada em etapas,<br />

porém isso não significa que deva ser um cro<strong>no</strong>grama rígido. O desenvolvimento do<br />

que foi estruturado vai depender dos objetivos, conteúdos da discipli<strong>na</strong>, recursos<br />

disponíveis e das características dos alu<strong>no</strong>s.<br />

“O preparo das aulas é uma das atividades mais importantes do trabalho do<br />

profissio<strong>na</strong>l de educação escolar. Nada substitui a tarefa de preparação da aula em si.<br />

(...) faz parte da competência teórica do professor, e dos compromissos com a<br />

democratização do ensi<strong>no</strong>, a tarefa cotidia<strong>na</strong> de preparar suas aulas (...)” (FUSARI,<br />

2008)<br />

CARVALHO e DIOGO (1999) relatam que mesmo o sistema educativo sendo<br />

centralizado e fechado em um currículo prescrito, os professores nunca devem se<br />

restringir ape<strong>na</strong>s a este; deve buscar <strong>no</strong>vas práticas. De acordo com CRUZ (2005) o<br />

professor deve utilizar a ideia oficial do currículo em sua prática <strong>na</strong> sala de aula, porém<br />

ele deve ir além de simplesmente aplicar currículos, tor<strong>na</strong>ndo-se um intelectual<br />

transformador.<br />

Ainda para os autores, falar de prática docente <strong>na</strong> sala de aula, leva a falar do<br />

indivíduo que possui o ofício de ensi<strong>na</strong>r articulando currículo e saberes próprios para<br />

enriquecer seu trabalho <strong>na</strong> sala de aula.


NELISSE (1997) afirma sobre prática pedagógica: “um fazer orde<strong>na</strong>do que envolve<br />

professores e alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> microsistema da sala de aula e exige um momento de<br />

planificação, interação, avaliação e, fi<strong>na</strong>lmente, reflexão crítica da ação desenvolvida.”<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O dilema entre o conhecimento de formação do docente e sua prática em sala de aula<br />

mostra o quanto as universidades estão formando profissio<strong>na</strong>is fora da realidade em<br />

que atuarão. A falta da prática, do dia-a-dia de uma sala de aula, coloca <strong>no</strong> mercado<br />

professores meramente transmissores de conteúdos.<br />

Vale lembrar que o curso de formação da ape<strong>na</strong>s alguns caminhos para o professor se<br />

orientar. A prática pedagógica só irá se desenvolver quando o mesmo se deparar com<br />

situações diversas e formar, construir e criar suas metodologias de ensi<strong>no</strong>, suas<br />

didáticas.<br />

O professor não só ensi<strong>na</strong>, mas também aprende com o seu dia-a-dia em sala de<br />

aula. Isso o auxilia como feedback para que possa aprimorar sua prática introduzindo<br />

<strong>no</strong>vos métodos de trabalho, o que fará com que sua aula fique mais atrativa.<br />

A prática pedagógica atual apresenta um cenário onde professores são simplesmente<br />

expositores de conteúdos porque alu<strong>no</strong>s deixam de participar das aulas em uma<br />

interação para que suas dúvidas sejam sa<strong>na</strong>das. Isso ocorre devido ao<br />

descomprometimento do<br />

professor com a real necessidade dos alu<strong>no</strong>s. Ele não dá a oportunidade do alu<strong>no</strong><br />

participar com questio<strong>na</strong>mentos.<br />

Vê-se que muitos docentes veem isso como falta de interesse do alu<strong>no</strong> em relação à<br />

aula, mas <strong>na</strong> verdade essa falta de interesse ocorre porque o alu<strong>no</strong> se sente excluído<br />

da aula. É o professor que deve estimular e motivar o interesse do alu<strong>no</strong> pelo saber.<br />

Ele deve relacio<strong>na</strong>r assuntos estudados com a realidade que se encontra a


comunidade em que está inserida e escola, tor<strong>na</strong>ndo o ensi<strong>no</strong> e aprendizagem mais<br />

significativos.<br />

O alu<strong>no</strong> spo irá participar ativamente das aulas garantindo um domínio mais seguro e<br />

douradouro das conhecimentos se o professor buscar conhecer ele e sua realidade.<br />

Desenvolver atividades utilizando-se de diversos recursos e processos didáticos. O<br />

alu<strong>no</strong> para aprender, precisa se sentir valorizado, útil, precisa se sentir lembrado.<br />

Portanto, permitir a<br />

participação dos mesmos, principalmente dos que possuem uma maior dificuldade,<br />

<strong>no</strong>s questio<strong>na</strong>mentos e <strong>na</strong>s correções, faz com que a assimilação do conhecimento<br />

não seja um ato decorado. O alu<strong>no</strong> precisa compreender para poder realmente<br />

aprender o assunto. A aula é o espaço principal onde professores, munidos de suas<br />

práticas pedagógicas irão proporcio<strong>na</strong>r grande parte da construção do conhecimento<br />

dos alu<strong>no</strong>s.<br />

Muitos autores colocam a importância de um planejamento das aulas para que o<br />

professor possa ter uma direção e um maior controle de suas ações pedagógicas. O<br />

planejamento, assim como o currículo, deve ser base para uma aula de qualidade;<br />

mas o professor jamais deve se prender exclusivamente a estas ferramentas. A sala<br />

de aula é composta de indivíduos com diversas características, perso<strong>na</strong>lidades e o<br />

professor deve estar atento ao melhor método de ensi<strong>no</strong> para que todos sejam<br />

atendidos.<br />

A didática deve ser planejada e estruturada para que o professor tenha um <strong>no</strong>rte a<br />

seguir e para que seu trabalho se torne significativo e coerente com a realidade e com<br />

o currículo.<br />

Do posicio<strong>na</strong>mento dos autores, pode-se destacar que a qualidade da preparação de<br />

uma aula a sua prática, depende da realização e obtenção dos objetivos pedagógicos


que deverão ser alcançados ao longo do processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem. O<br />

professor que planeja e prepara adequadamente suas aulas todos os dias, que<br />

interage com os alu<strong>no</strong>s e apresenta-lhes conteúdos articulados com sua realidade e<br />

que ainda buscam a participação ativa dos mesmos, estará em melhores condições<br />

para desenvolver um processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem de qualidade.<br />

MÓDULO VI<br />

JOGOS E RECREAÇÕES NO ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS<br />

É <strong>no</strong>rmal que os alu<strong>no</strong>s sintam mais entusiasmo quando se envolvem em atividades<br />

desafiadoras onde precisam de estímulo, motivação e provocação para se chegar a<br />

resultados. Uma forma de se trabalhar conceitos matemáticos em sala de aula de<br />

maneira prazerosa e agradável, é utilizando o lúdico. (SÁ, 2011)<br />

Muitos acreditam que a matemática é uma discipli<strong>na</strong> difícil, chata e desti<strong>na</strong>da a ser<br />

trabalhada de forma padronizada, conteudista. Porém, de acordo com Sá (2011),<br />

trabalhar a matemática com o lúdico pode ser bem agradável e ao mesmo tempo<br />

sério.<br />

Para SÁ (2011), o lúdico é:<br />

“a forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, o raciocínio de um<br />

estudante de todos os níveis, através de jogos, música, dança, teatro, filme, leituras,<br />

mímica, desafios, curiosidades, histórias, etc. Nossa proposta, usando o lúdico <strong>na</strong>s<br />

salas de aula, é educar matematicamente, permitindo que o alu<strong>no</strong> raciocine, descubra<br />

e interaja criticamente com colegas e professores.”<br />

CAILLOIS (1990) acredita que o jogo apropria-se de diversas ideias e contribui para se<br />

ter um ambiente mais divertido e descontraído.<br />

Para KAMII (1996), “o jogo pode ser definido, de uma maneira geral, como um<br />

conjunto de atividades às quais o organismo se entrega, principalmente pelo prazer da<br />

própria atividade.”<br />

“O jogo, é, antes de tudo, prazer. É também uma atividade séria em que o fingir, as<br />

estruturas ilusórias, o geometrismo infantil, a exaltação, têm uma importância<br />

considerável.” (CHATEAU, 1975)<br />

CORDEIRO e SILVA (2012) acreditam que a atividade em que a criança está inserida<br />

quando joga pode ser lúdica porque o jogo pode proporcio<strong>na</strong>r uma situação<br />

imaginária. “O jogo pode ser considerado um meio para o desenvolvimento do<br />

pensamento abstrato” (CORDEIRO e SILVA, 2012)


De acordo com BRASIL – PCNEF (1998) apud SÁ (2011) os jogos representam uma<br />

forma diferente de propor problemas, apresentados de maneira atrativa e interessante,<br />

favorecendo a criatividade <strong>na</strong> resolução dos mesmos onde os alu<strong>no</strong>s terão de elaborar<br />

estratégias, pensar em soluções imediatas, o que estimula o arquitetar e idealizar de<br />

ações.<br />

Porém SÁ (2011) ressalta que “os jogos, por si só, não são capazes de gerar análises,<br />

generalizações e construção dos conceitos matemáticos.” Ele auxilia como base para<br />

provocar, estimular a ideia, mas cabe ao professor mediar à atividade para que os<br />

objetivos sejam alcançados.<br />

O jogo e a orientação escolar desempenham o mesmo papel quanto ao<br />

desenvolvimento das competências e habilidades. No jogo acontece uma<br />

transformação de um processo interpessoal para intrapessoal <strong>no</strong> momento em que o<br />

alu<strong>no</strong> dialoga consigo mesmo estratégias para vencer o oponente. (CORDEIRO e<br />

SILVA, 2012)<br />

KAMII e HOUSMAN (20<strong>02</strong>) apud SÁ (2011) destaca que o papel do professor é muito<br />

importante para potencializar o valor dos jogos matemático. É importante que o<br />

professor participe da atividade e não simplesmente deixe os alu<strong>no</strong>s jogando<br />

sozinhos. Participando o professor mostra ao alu<strong>no</strong> o quanto é relevante aquele<br />

aprendizado.


2. O POTENCIAL DO JOGO EM SALA DE AULA<br />

O jogo é importante para se alcançar competências específicas utilizando de um<br />

ambiente (a sala de aula) organizado e divertido. Pode ser visto como uma atividade<br />

<strong>na</strong> qual foram formuladas um conjunto de regras e objetivos para se alcançar<br />

estrategicamente resultados. (SANTOS, 2008)<br />

Piaget (1976) apud SANTOS (2008) destaca que o jogo é uma atividade poderosa que<br />

estimula a vida social e auxilia <strong>na</strong> construção do conhecimento da criança.<br />

BRIGHT et al. (1995) apud SANTOS (2008) relata que o jogo educativo deve ter os<br />

seguintes critérios:<br />

• Livre;<br />

• Deve ser um desafio contra uma atividade ou um competidor;<br />

• Regido por um conjunto de regras das quais estão descritos todos os<br />

procedimentos como forma de jogar e objetivos a serem alcançados;<br />

• Uma situação arbitrária claramente delimitada <strong>no</strong> tempo e <strong>no</strong> espaço;<br />

• Incerto, pois seu resultado não é exato;<br />

• Uma atividade que termi<strong>na</strong> após algumas inúmeras jogadas.<br />

SÁ (2011) apresenta seu esquema destacando potencialidades dos jogos e atividades<br />

lúdicas usadas de forma correta <strong>na</strong> matemática:<br />

Fig. 5. Esquema das potencialidades do uso de jogos e do lúdico <strong>na</strong> matemática


Fonte: http://www.magiadamatematica.com/uss/licenciatura/jogos.pdf<br />

Muitas das situações vividas <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> dos indivíduos podem ser<br />

interpretadas como jogos. Sendo assim, é <strong>na</strong>tural que “a matemática<br />

desempenhe um papel fundamental <strong>na</strong> teoria dos jogos pedagógicos.” (SÁ,<br />

2011)<br />

O autor ainda afirma que mesmo apresentando muitas razões para o uso dos<br />

jogos <strong>na</strong> atividade matemática, ainda vale destacar que “eles podem permitir<br />

uma abordagem informal e intuitiva de conceitos matemáticos considerados<br />

demasiadamente abstratos para algumas etapas da <strong>Educação</strong> <strong>Básica</strong>.” (SÁ,<br />

2011)<br />

Para CORDEIRO e SILVA (2012):<br />

“Em se tratando da matemática, temos que ficar atentos ao fato de que ela exige imagi<strong>na</strong>ção,<br />

não se pode ensi<strong>na</strong>r matemática de forma a fazer a criança pensar ape<strong>na</strong>s uma maneira. Se o<br />

jogo passa pelo caminho das regras, ideias, estratégias, previsões, execuções e a<strong>na</strong>lise de<br />

possibilidades, seu uso deve ser incentivado <strong>na</strong> escola, principalmente <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> de<br />

matemática.”<br />

RIZZI e HAYDT (2001) apud CORDEIRO e SILVA (2012) declaram que<br />

segundo o que propõe Piaget, os jogos devem se estruturar de três formas:<br />

exercícios, símbolos e regras.<br />

Os autores ainda explicam essa estrutura:<br />

“Nos jogos de exercícios estão as primeiras manifestações lúdicas da criança. Há observação,<br />

mas não ação para modificar, portanto a assimilação se tor<strong>na</strong> positiva. [...] <strong>no</strong>s jogos<br />

simbólicos, a criança representa um objeto ausente. Esse tipo de jogo é deformante, pois a<br />

criança acaba representando do jeito que ela acha que é. Desta forma ela já é capaz de<br />

produzir linguagens, criando convenções e compreendendo o sentido de tais convenções.<br />

Assim, ela busca explicar as coisas, dar respostas às várias questões que já começam a<br />

perturbá-la. Nos jogos de regra, a criança abando<strong>na</strong> o seu egocentrismo e passa a ser social,<br />

pois as regras impostas pelo grupo devem ser respeitadas sendo que, o não cumprimento dela<br />

implica <strong>no</strong> fim do jogo social. [...]” (RIZZI e HAUDT, 2001 apud CORDEIRO e SILVA, 2012)


CORDEIRO e SILVA (2012) afirmam que <strong>na</strong> prática em sala de aula trabalhar<br />

jogos deve envolver um desejo <strong>na</strong>tural dos alu<strong>no</strong>s, não só de jogar como<br />

também competir, aprendendo com isso seus limites, procurando superá-los<br />

para, assim, se alcançar a vitória.<br />

Os autores ainda abordam a importância de o jogo ser utilizado <strong>na</strong>s aulas de<br />

matemática, auxiliando em todos os níveis de ensi<strong>no</strong>. Para isso os jogos<br />

devem ser<br />

claros e objetivos e devem, logicamente, ser adequados e representar um<br />

desafio ao nível que está sendo trabalhado.<br />

“Pedagogicamente o jogo se apresenta produtivo ao professor, ou seja,<br />

facilitador <strong>na</strong> aprendizagem de estruturas muitas vezes de difícil assimilação, e<br />

produtivo ao alu<strong>no</strong> que desenvolve a capacidade de pensar, a<strong>na</strong>lisar, refletir,<br />

compreender conceitos matemáticos etc.” (CORDEIRO e SILVA, 2012)<br />

Os autores explicam que os jogos abordam a competição onde jogadores<br />

sempre estarão motivados pelos desafios, a fim de superá-los. A competição<br />

propicia uma constante auto-avaliação referente às suas competências e<br />

habilidades. O alu<strong>no</strong> que joga aprende a cooperar, ou seja, respeita as atitudes<br />

e limites dos colegas envolvidos. O jogo auxilia <strong>no</strong> desenvolvimento de<br />

estratégias para resolução de problemas possibilitando a investigação em cima<br />

do conceito trabalhado.<br />

Aparentemente, a utilização de jogos é um sistema só de vantagens para o<br />

ensi<strong>no</strong> e a aprendizagem, porém, existem desvantagens também; a motivação<br />

dos alu<strong>no</strong>s ape<strong>na</strong>s pelo jogo é uma delas. O professor deve participar<br />

ativamente da atividade para que ela dê certo. Ele deve trabalhar para que os


alu<strong>no</strong>s percebam a relação entre o “jogar x fazer matemática x aprender<br />

matemática”. (CORDEIRO e SILVA, 2012)<br />

3. O JOGO DIDÁTICO NA AULA DE MATEMÁTICA<br />

O jogo utilizado em aula favorece o aprendizado e facilita a aplicação de<br />

métodos e processos para resolução de problemas, potencializando a<br />

formulação de estratégias. Desta forma, desenvolvem-se capacidades<br />

importantes como o raciocínio, memorização, estimação e cálculo mental.<br />

(SANTOS, 2008)<br />

ROCHA (1999) apud SANTOS (2008) afirma que utilizar jogos <strong>na</strong>s aulas de<br />

matemática é visto como uma tarefa potencialmente enriquecedora onde o<br />

alu<strong>no</strong> é motivado e instigado a buscar o conhecimento. Ele deve refletir sobre<br />

as situações apresentadas <strong>no</strong> decorrer do jogo e com isso buscar estratégias<br />

de atuação para<br />

vencer o adversário. Uma atividade que contribui para o desenvolvimento não<br />

só da discipli<strong>na</strong>,<br />

mas também do próprio alu<strong>no</strong> que adquire mais confiança, melhora o raciocínio<br />

e enriquece seus conhecimentos específicos que são apresentados <strong>no</strong> jogo.


O gosto dos alu<strong>no</strong>s pelas atividades lúdicas e pelas aprendizagens<br />

apresentadas por seu intermediário é uma forte razão para o uso de jogos <strong>na</strong>s<br />

aulas de matemática. (CÉSAR, 1997 apud SANTOS, 2008).<br />

Estudos realizados sobre os efeitos cognitivos dos jogos educativos mostram<br />

que eles te um papel importante para os professores. BRIGHT et al (1995)<br />

apud SANTOS, 2008) afirmam que para pais, educadores e instituição de<br />

ensi<strong>no</strong>, é importante que os alu<strong>no</strong>s adquiram competências matemáticas<br />

cognitivas que o ajudarão <strong>na</strong> sua evolução como cidadãos. Espera-se também<br />

que alu<strong>no</strong>s gostem da matemática que aprendam, estejam inspirados a<br />

aprender. Os jogos educativos, para os professores, foram a forma encontrada<br />

de satisfazer esses desejos, utilizando uma única ferramenta didática.<br />

Em suas conclusões para o ensi<strong>no</strong>, BRIGHT et al. (1995) apud SANTOS<br />

(2008) apresentam:<br />

Os jogos podem se mostrar mais eficientes do que exercícios e práticas;<br />

Podem ser utilizados juntamente com outras ferramentas didáticas;<br />

Deveriam ser utilizados antes ou após a introdução de um <strong>no</strong>vo<br />

conceito;<br />

A utilização de desafios pode potenciar a eficácia dos jogos educativos.<br />

SANTOS (2008) indaga que a preocupação central é em proporcio<strong>na</strong>r aos<br />

alu<strong>no</strong>s vivências que se torne um desafio e que traga a prática de raciocínios<br />

mais ou ma<strong>no</strong>s elaborados. “O jogo inicia-se com a tentativa e erro, erros que<br />

conduzem ao levantamento de hipóteses, que uma vez verificadas permitem<br />

deduzir<br />

uma estratégia e uma generalização dessa estratégia caso tenha efeito.”<br />

(SANTOS, 2008)


GRANDO (1995, 2000) apud SANTOS (2008) sintetiza as vantagens e<br />

desvantagens da utilização dos jogos como didática <strong>na</strong> aula de matemática:<br />

Vantagens:<br />

Detecção das dificuldades reais dos alu<strong>no</strong>s.<br />

Demonstração da assimilação e da compreensão dos conceitos.<br />

Aperfeiçoamento de competências matemáticas.<br />

Desenvolvimento de espírito crítico.<br />

Consideração de erro como uma base para a resolução e/ou conclusão<br />

de um problema.<br />

Desvantagens:<br />

Caráter aleatório.<br />

Maior dispêndio do tempo.<br />

Noção da aula como um cassi<strong>no</strong>.<br />

Destruição da voluntariedade do jogo.<br />

Em estudos efetuados por CÉSAR (1997) apud SANTOS (2008) verificou-se<br />

que grande parte dos alu<strong>no</strong>s atingem maior desempenho em atividades de<br />

caráter lúdico e que pouco se interessam por tarefas matemáticas tradicio<strong>na</strong>is,<br />

participando com mais facilidade e entusiasmo dos jogos.<br />

TAYLOR e WALLFORD (1978) apud SANTOS (2008) reconhecem três<br />

características significativas para aplicação do jogo didático:<br />

O jogo didático é uma técnica orientada para atividade e representa uma<br />

abordagem informal.<br />

É baseado em problemas.<br />

É uma técnica dinâmica pois lida com situações variáveis onde é<br />

necessário flexibilidade lógico-matemática.


“Através de uma abordagem ao conceito de jogo, intui-se o seu valor enquanto<br />

recurso educativo. A sua importância centra-se <strong>no</strong> fato de permitir resolver<br />

problemas simbolicamente e mobilizar vários processos lógico-matemáticos.”<br />

(SANTOS, 2008)<br />

“O jogo é um instrumento útil para a aquisição de competências matemáticas. No entanto, não<br />

é o jogo em si o importante do ponto de vista do ensi<strong>no</strong> e da aprendizagem matemática. [...], é<br />

a ação mental que é estimulada quando as crianças têm a possibilidade de ter os objetivos e<br />

os diferentes materiais <strong>na</strong>s suas mãos.” (SANTOS, 2008)<br />

CANALS (2001) apud SANTOS (2008) defende a ideia de que se o professor<br />

souber utilizar a ferramenta jogo de forma adequada, proporcio<strong>na</strong>r o diálogo e<br />

interação necessárias para a atividade, disponibilizar o material, o processo<br />

será facilitado e propiciará a descoberta tor<strong>na</strong>ndo a aprendizagem mais sólida<br />

e significativa.<br />

Segundo ALSINA (2006) apud SANTOS (2008) o jogo é uma ferramenta<br />

indispensável para o ensi<strong>no</strong> da matemática. “O mundo lúdico das crianças é<br />

tão real e<br />

importante para elas, como é, para o adulto o mundo do trabalho e,<br />

consequentemente, dever-se-á conceder-lhe a mesma dignidade.” (ALSINA,<br />

2006)<br />

4. SUGESTÕES DE ATIVIDADES E JOGOS


Os jogos e atividades lúdicas aqui sugeridas foram idealizadas por Ilydio<br />

Pereira de Sá e publicadas em seu artigo “Os jogos e atividades lúdicas <strong>na</strong>s<br />

aulas de matemática da <strong>Educação</strong> <strong>Básica</strong>” em 2011 pela Universidade<br />

Severi<strong>no</strong> Sombra. Em cada atividade o autor indica os conteúdos e as<br />

séries/níveis correspondentes:<br />

1. Jogo de caça aos primos<br />

Número de jogadores: 2 (ou duas equipes)<br />

Material: Um quadro numerado de 1 a 45, dois marcadores (giz, lápis ou<br />

canetinha), de cores diferentes e uma tabela para registros.<br />

Regras:<br />

1º - O jogador A escolhe um número de 1 a 45, risca-o <strong>na</strong> tabela e registra<br />

tantos pontos quantos o valor do número escolhido.<br />

2º - O jogador B elimi<strong>na</strong> todos os divisores do número escolhido por A,<br />

registrando <strong>na</strong> sua colu<strong>na</strong> de registros, tantos pontos quantos a soma dos<br />

divisores que elimi<strong>no</strong>u.<br />

3º - Em seguida inverte-se o processo. O jogador B escolhe um número ainda<br />

não riscado, a<strong>no</strong>ta-o <strong>na</strong> sua tabela de classificação, cabendo ao jogador A ficar<br />

com os divisores ainda não elimi<strong>na</strong>dos desse número, marcando <strong>na</strong> tabela o<br />

valor da sua soma.<br />

4º - O jogo prossegue até que se eliminem todos os números do quadro. Vence<br />

o jogador que alcançar maior pontuação.<br />

OBS: A tabela com os números pode ser colocada <strong>no</strong> quadro da sala de aula<br />

ou distribuída impressa aos participantes.


Conteúdos matemáticos envolvidos: divisores de um número <strong>na</strong>tural,<br />

números primos.<br />

Indicação: 6º e 7º a<strong>no</strong> do Ensi<strong>no</strong> Fundamental<br />

Comentário: A atividade deve ser jogada algumas vezes e até (de preferência)<br />

sem destacar que envolve o conceito de números primos. Os alu<strong>no</strong>s,<br />

provavelmente, ao realizarem o jogo, concluirão que a melhor estratégia é<br />

sempre buscar a escolha de números primos para serem marcados <strong>na</strong> tabela.<br />

1. Procure o centro<br />

Essa atividade, que envolve conceitos de Geometria, não é propriamente um<br />

jogo. Trata-se de uma atividade lúdica investigativa. O professor deve solicitar<br />

que os alu<strong>no</strong>s levem para a aula esquadros não graduados, papel e lápis. O<br />

professor distribui para cada alu<strong>no</strong> um peque<strong>no</strong> círculo de cartoli<strong>na</strong> ou cartão.<br />

Como se realiza a atividade? A história abaixo deve ser lida para a turma e,<br />

em seguida, o professor desti<strong>na</strong> um tempo para que todos tentem resolver o


problema. Após discutir as respostas com a turma, caso seja necessário, o<br />

professor apresenta uma solução.<br />

O texto do desafio é:<br />

Um carpinteiro cortou cuidadosamente 4 discos de madeira que pretendia<br />

utilizar como rodas de um carrinho de brinquedo. Ele precisava determi<strong>na</strong>r,<br />

com exatidão, o centro de cada disco, para poder fazer um buraco por onde<br />

passasse o eixo.<br />

Acontece que os únicos instrumentos que tinha à mão eram um esquadro não<br />

graduado e um lápis. Como ele poderia proceder para encontrar os centros de<br />

cada roda? Vamos ajudá-lo com <strong>no</strong>ssos conhecimentos de Geometria?<br />

Solução: Coloca-se o vértice do esquadro num ponto qualquer da borda da<br />

roda e, com o lápis, marcam-se as interseções dos lados do esquadro com a<br />

borda da roda. Estes pontos definem as extremidades de um diâmetro do<br />

disco. Em seguida, girando o esquadro para outra posição, traçamos outro<br />

diâmetro, procedendo da mesma forma. O ponto de interseção desses dois<br />

diâmetros será o centro procurado.


Comentário: Essa é uma atividade muito interessante, para classes de 8º ou<br />

9º a<strong>no</strong>s do Ensi<strong>no</strong> Fundamental, e que envolve o conceito de ângulos <strong>no</strong><br />

círculo. A justificativa matemática da solução está <strong>no</strong> fato de que todo ângulo<br />

inscrito num círculo tem sua medida igual à metade do arco compreendido<br />

entre seus lados. Com base nessa propriedade, concluímos que todo ângulo<br />

inscrito num semicírculo é um ângulo reto, logo, ao colocarmos o esquadro da<br />

forma como fizemos, tem os como garantir que suas interseções com a<br />

circunferência definirão um diâmetro. O ponto de interseção de dois diâmetros<br />

é, certamente, o centro do círculo.


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Conforme apresentado <strong>no</strong> capítulo os jogos e atividades lúdicas são atividades<br />

espontâneas e muito prazerosas e podem ser usufruídas por todos em<br />

qualquer faixa etária.<br />

Como ferramenta educacio<strong>na</strong>l, devem ser utilizadas de forma planejável e<br />

responsável para que se alcancem os objetivos fi<strong>na</strong>is propostos.<br />

A participação ativa do professor é de grande importância uma vez que ele<br />

próprio fará o papel de guia conduzindo a atividade. Também, intercedendo<br />

quando for necessário fazendo a interligação dos conteúdos aprendidos com<br />

as dúvidas geradas e apresentadas <strong>na</strong>s situações durante o processo.<br />

As atividades lúdicas devem ser planejadas de acordo com o desenvolvimento<br />

dos alu<strong>no</strong>s. O professor deve preparar desde o espaço e material; ele é o<br />

responsável por fazer com que a atividade aconteça de forma prazerosa,<br />

facilitando o aprendizado e assimilação dos conhecimentos pelos alu<strong>no</strong>s.<br />

É importante ressaltar que o jogo deve ser utilizado de acordo com as<br />

necessidades de aprendizagem de cada turma, assim como também deve ser<br />

levado em consideração o nível em que eles se encontram.<br />

Quando se trabalha com o lúdico como estratégia educativa, deve-se levar em<br />

consideração os objetivos a serem alcançados para que ele possa ser visto<br />

como uma ferramenta positiva <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.


MÓDULO V<br />

NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS PARA APRÁTICA<br />

DOCENTE<br />

1. INTRODUÇÂO<br />

As tec<strong>no</strong>logias disponíveis como internet, tablets, computadores e celulares<br />

são meios de “comunicação, informação e expressão” e os professores devem<br />

introduzi-los como ferramentas <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem. A<br />

evolução e o uso das tec<strong>no</strong>logias foram repenti<strong>no</strong>s e está transformando, em<br />

muito pouco tempo, as relações huma<strong>na</strong>s em todas as suas dimensões:<br />

educacio<strong>na</strong>l, social e econômica. A utilização dessa tec<strong>no</strong>logia para a<br />

construção do conhecimento vem movimentando professores <strong>no</strong> sentido de se<br />

aplicar de forma adequada os recursos oferecidos por essas <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias.<br />

(ANDRADE, 2011)<br />

PINTO (2004) afirma que já existe uma propagação geral das tec<strong>no</strong>logias da<br />

informação e comunicação, pois elas estão presentes <strong>no</strong> dia-a-dia das


pessoas. Com isso, não tem como separar a relação entre um conhecimento<br />

<strong>no</strong> campo da tec<strong>no</strong>logia e os demais saberes huma<strong>no</strong>s. Para a autora, muitas<br />

são as discussões sobre o uso das tec<strong>no</strong>logias <strong>no</strong> ambiente educacio<strong>na</strong>l.<br />

WEILER (2006) expõe que:<br />

“A dinâmica social tem evoluído e, a partir dos últimos a<strong>no</strong>s, essa realidade se faz mais veloz,<br />

conduzindo a uma <strong>no</strong>va sociedade: a sociedade do conhecimento. Nessa <strong>no</strong>va sociedade<br />

priorizam-se as necessidades, interesses, estilos e ritmos de aprendizagem de cada indivíduo.<br />

Um <strong>no</strong>vo modelo pedagógico que surge com a sociedade da informação e do conhecimento<br />

deve ser centrado <strong>na</strong> aprendizagem mediada pela tec<strong>no</strong>logia, através dos<br />

múltiplos recursos, como por exemplo, os da Internet que são: web, e-mail, fóruns, chats,<br />

videoconferência, entre outros.” (WEILER, 2006)<br />

LEVY (1994) apud WEILER (2006) destaca ainda que as <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias<br />

têm sido usadas em larga escala em todos os setores e níveis, trazendo<br />

profundas modificações ao ramo das ciências. Mudanças que alteram<br />

bruscamente o<br />

desenvolvimento cognitivo dos indivíduos. “Os estados cognitivos dos<br />

indivíduos estão evoluindo paralelamente com a inteligência artificial.”<br />

SANTOS (2005) destaca:<br />

“a última década foi marcada pelo desenvolvimento acelerado das tec<strong>no</strong>logias e das<br />

comunicações, causando impactos em todas os setores da atividade huma<strong>na</strong>. As <strong>no</strong>vas<br />

tec<strong>no</strong>logias tor<strong>na</strong>ram-se, em pouco tempo, <strong>no</strong> principal meio de comunicação direta ou indireta<br />

entre as pessoas, sendo utilizadas de forma rotineira em instituições, empresas e outros locais<br />

de trabalho.”


A educação diante deste fato, não pode ficar distante já que sua função é<br />

preparar o indivíduo para vida, para o profissio<strong>na</strong>l. (RODRIGUES, 1992 apud<br />

SANTOS, 2005)<br />

SANTOS (2005) afirma que a escola não tem cumprido o seu papel dificultando<br />

a relação da mesma com a entrada de <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias <strong>no</strong> processo de<br />

ensi<strong>no</strong> e aprendizagem <strong>no</strong> sentido de lidar com as informações.<br />

PINTO (2004) alerta que com a exigência de grandes domínios sobre as <strong>no</strong>vas<br />

tec<strong>no</strong>logias, o indivíduo necessita de maior conhecimento e habilidade para<br />

lidar com essa realidade. A escola é desig<strong>na</strong>da a atender positivamente as<br />

exigências da atualidade. Assim como o indivíduo participa das i<strong>no</strong>vações<br />

tec<strong>no</strong>lógicas <strong>no</strong> seu dia-a-dia, é fundamental que a escola adquira os<br />

conhecimentos para repassar aos seus alu<strong>no</strong>s; “pois, é preciso que a escola<br />

propicie esses conhecimentos e habilidades necessários ao educando para<br />

que ele exerça integralmente a sua cidadania.” (PINTO, 2004)<br />

2. O USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO<br />

De acordo com ANDRADE (2011), em uma pesquisa feita pelo censo escolar<br />

do Ministério da <strong>Educação</strong>, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1999, verificou-se que ape<strong>na</strong>s 3,5% das<br />

instituições de ensi<strong>no</strong> básico tinham acesso à internet.<br />

Devido a iniciativas gover<strong>na</strong>mentais esse quadro está mudando. O Ministério<br />

da <strong>Educação</strong> estabeleceu como meta até 2010, universalizar os laboratórios de<br />

informática em todas as escolas públicas. (ANDRADE, 2011)


MORAN (2009) apud ANDRADE (2011) relata que com a chegada das<br />

tec<strong>no</strong>logias <strong>na</strong>s escolas, mesmo com a resistência das instituições, elas devem<br />

acompanhar as mudanças. A educação à distância pairava em isolamento e a<br />

vinda da internet revolucio<strong>no</strong>u toda essa área. “A interconectividade que a<br />

internet e as redes desenvolveram nestes últimos a<strong>no</strong>s está começando a<br />

revolucio<strong>na</strong>r a forma de ensi<strong>na</strong>r e aprender. Com isso se faz necessário a<br />

capacitação de professores para o <strong>no</strong>vo modelo de ensi<strong>no</strong>.” (MORAN, 2009<br />

apud ANDRADE, 2011)<br />

O autor destaca alguns problemas origi<strong>na</strong>dos com a implantação das<br />

mudanças tec<strong>no</strong>lógicas <strong>na</strong>s escolas. Por ser mais tradicio<strong>na</strong>l do que i<strong>no</strong>vadora,<br />

as escolas tem resistido bravamente às mudanças. As didáticas de ensi<strong>no</strong><br />

focadas <strong>no</strong> professor continuam se sobressaindo, mesmo com tantos avanços<br />

teóricos em busca de <strong>no</strong>vos modelos para o ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.<br />

ANDRADE (2011) expõe que de acordo com um artigo publicado <strong>na</strong> Revista<br />

Veja, “O computador não educa ensi<strong>na</strong>”, escolas em outros países buscam <strong>na</strong><br />

tec<strong>no</strong>logia/internet formas de melhorar suas didáticas de ensi<strong>no</strong>. No Japão, por<br />

exemplo, a conectividade já é ferramenta <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>. As escolas<br />

ensi<strong>na</strong>m em redes e segundo pesquisas realizadas, os resultados são bem<br />

positivos. Além de abrir dimensões para o exercício intelectual, onde alu<strong>no</strong>s<br />

são incentivados a racioci<strong>na</strong>r rapidamente para responderem on-line e<br />

debaterem suas ideias, as redes ainda ensi<strong>na</strong>m os alu<strong>no</strong>s a trabalharem em<br />

equipe.<br />

“No Brasil, o gover<strong>no</strong> federal está com um programa PRONCA, (Programa um<br />

computador por alu<strong>no</strong>), que tem por objetivo, segundo eles, ser um projeto<br />

Educacio<strong>na</strong>l utilizando tec<strong>no</strong>logia, inclusão digital e adensamento da cadeia<br />

produtiva comercial <strong>no</strong> Brasil.” (ANDRADE, 2011)<br />

De acordo com BICUDO (1999) a tec<strong>no</strong>logia e a interatividade são ferramentas<br />

vantajosas <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem. Os sistemas de multimídias


são interativos dando a oportunidade do professor e do próprio alu<strong>no</strong> serem<br />

mediadores. Como usuário o alu<strong>no</strong> deixa de ser um mero receptor para decidir<br />

quais informações quer receber em cada momento.<br />

DIZARD (1998) afirma que as tec<strong>no</strong>logias passaram por grandes<br />

transformações sendo a última delas produção, armaze<strong>na</strong>mento e distribuição<br />

de informações.<br />

Utilizar o computador em sala de aula hoje se faz mais que necessário uma vez<br />

que estamos vivendo uma era onde a educação virou uma indústria e que a<br />

simples metodologia/didática utilizadas pelo professor, sofreram<br />

aperfeiçoamentos. As escolas devem acompanhar esses avanços se<br />

modernizando e garantindo o uso adequado dessa ferramenta chamada<br />

tec<strong>no</strong>logia. (ANDRADE, 2011)<br />

MENDES (2009) apud ANDRADE (2011) relata em seus estudos que os<br />

computadores <strong>no</strong>s incentivam a buscar <strong>no</strong>vos recursos e a reexami<strong>na</strong>r <strong>no</strong>sso<br />

papel como educador. Segundo a autora, o computador deve ser utilizado<br />

como recurso pedagógico e as escolas terão de se adequar com laboratórios<br />

de informática. Alu<strong>no</strong>s que utilizam o computador para aprender se sentem<br />

mais motivados do que assistindo às aulas tradicio<strong>na</strong>is.<br />

Tudo que for feito para modernizar a educação <strong>no</strong>s dias de hoje ainda será<br />

pouco pois com a rápida evolução da tec<strong>no</strong>logia fica difícil de a escola<br />

acompanhar. Porém, quanto mais tec<strong>no</strong>logia disponível, mais qualificado deve<br />

ser o profissio<strong>na</strong>l que sairá para o mercado de trabalho e isso é papel da<br />

escola. (MORAN, 2009 apud ANDRADE, 2011)<br />

Hoje o número de crianças com acesso a internet vem crescendo bruscamente.<br />

Antes somente jovens e adolescentes tinham mais acesso a internet; hoje as


crianças <strong>na</strong>scem praticamente plugadas. Com 2 a<strong>no</strong>s já domi<strong>na</strong>m totalmente a<br />

tec<strong>no</strong>logia de tablets. (JORDÃO, 2009 apud ANDRADE, 2011)<br />

Nessa linha de pensamento, CHAVES (2004) apud ANDRADE (2011) coloca<br />

que é de dever da escola preparar cidadãos com pelo me<strong>no</strong>s o conhecimento<br />

básico em tec<strong>no</strong>logia, de modo que o mesmo possa participar<br />

competitivamente do mercado de trabalho.<br />

ANDRADE (2011) destaca ainda que a internet permite ao alu<strong>no</strong> acessar as<br />

informações <strong>no</strong> seu próprio ritmo, atendendo ao seu nível de interesse e<br />

necessidade e, permitindo a interatividade. O conhecimento do alu<strong>no</strong> vai se<br />

construindo com essa integração professor, colegas, pessoas e tec<strong>no</strong>logia.<br />

3. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES<br />

Desenvolver uma ação educativa com o auxílio da tec<strong>no</strong>logia requer, para que<br />

ela aconteça, um ambiente favorável em condições tec<strong>no</strong>lógicas, para que<br />

alu<strong>no</strong>s possam desenvolver suas atividades de forma eficiente e eficaz,<br />

incorporando e sistematizando informações e construindo conhecimento<br />

conhecimentos para serem aplicados de maneira significativa. (SANTOS, 2005)<br />

“Formar professores para atuar nesta perspectiva inclui parâmetros que favorecerão esta<br />

mudança de postura frente à utilização das <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias, seja em formação inicial,<br />

continuada ou permanente, pontuando o seguinte: rompimento da divisão artificial entre os<br />

conteúdos propostos pela escola e a diversidade de fontes e informações contextuais;


mudança imediata do papel do professor que deverá tor<strong>na</strong>r-se um facilitador; o alu<strong>no</strong> deve<br />

assumir seu papel como sujeito ativo, <strong>no</strong> processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem; a problematização é<br />

fundamental para redimensio<strong>na</strong>r <strong>no</strong>vas práticas; percepção clara do contexto sócio-políticoeconômico<br />

e cultural <strong>no</strong> qual está inserida a escola; preocupação constante em correlacio<strong>na</strong>r<br />

teoria e prática; estar aberto ao uso de i<strong>no</strong>vações; busca constante de auto-aperfeiçoamento;<br />

ênfase <strong>no</strong> trabalho pedagógico cooperativo e; trabalhar com projetos interdiscipli<strong>na</strong>res.”<br />

(SANTOS, 2005)<br />

Segundo PERRENOUD (2000) “formar para as <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias é formar o<br />

julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades<br />

de memorizar e classificar, de pesquisa, a imagi<strong>na</strong>ção, a leitura e a análise de<br />

textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de<br />

estratégias de comunicação.”<br />

PRADO (2010) apud ANDRADE (2011) afirma que a a<strong>no</strong>s o professor vem<br />

aperfeiçoando sua prática pedagógica, utilizando a aula, conteúdos <strong>na</strong> lousa,<br />

elaborando e corrigindo exercícios e provas. Porém, essa prática está<br />

defasada, o cenário é outro com a chegada da tec<strong>no</strong>logia. Hoje muitas escolas<br />

já possuem recursos tec<strong>no</strong>lógicos como computadores com acesso a internet,<br />

projetor, DVD, câmeras entre outros recursos, exigindo <strong>no</strong>vas formas de<br />

ensi<strong>na</strong>r dos educadores.<br />

A formação continuada oportuniza o professor a refletir sobre suas práticas<br />

pedagógicas auxiliando o mesmo a enfrentar problemas de mal-estar e<br />

desânimo causados pela participação em um processo de ensi<strong>no</strong> falido.<br />

(PERRENOUD, 1999 apud ANDRADE, 2011)


Para SANTOS (2005) é nítido que o grande desafio para o educador assumir<br />

uma postura mediada pela tec<strong>no</strong>logia, defronta com o fato de que muitos<br />

alu<strong>no</strong>s já estão tec<strong>no</strong>logicamente avançados, enquanto que outros ainda se<br />

encontram em ple<strong>na</strong> exclusão tec<strong>no</strong>lógica sem poder vivenciar esta <strong>no</strong>va<br />

realidade. Lidar com esses dois<br />

públicos ao mesmo tempo, proporcio<strong>na</strong>ndo ensi<strong>no</strong> atrativo e de qualidade para<br />

ambos, tor<strong>na</strong>-se uma tarefa difícil e não está somente <strong>na</strong> competência do<br />

educador.<br />

GOUVÊA (1999) apud ANDRADE (2011) declara que o educador terá grande<br />

importância <strong>no</strong> processo de inclusão da internet <strong>na</strong> educação, e terá de se<br />

aprimorar para introduzi-la <strong>na</strong>s aulas, <strong>no</strong> seu dia-a-dia.<br />

Na concepção de MORAN (2000) apud ANDRADE (2011) o papel do educador<br />

em projetos de i<strong>no</strong>vações será muito importante, mesmo porque, cabe ao<br />

professor utilizar os recursos adequadamente para tor<strong>na</strong>r a aula interessante e<br />

atrativa.<br />

PERRENOUD (2000) apud ANDRADE (2011) cita dez competências<br />

prioritárias <strong>na</strong> formação continuada do educador para a <strong>Educação</strong> <strong>Básica</strong>:<br />

1. Organizar e estimular situações de aprendizagem.<br />

2. Gerar a progressão das aprendizagens.<br />

3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam.<br />

4. Envolver os alu<strong>no</strong>s em suas aprendizagens e <strong>no</strong> trabalho.<br />

5. Trabalhar em equipe.<br />

6. Participar da gestão da escola.<br />

7. Informar e envolver pais.<br />

8. Utilizar as <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias.<br />

9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.<br />

10. Gerar a sua própria formação contínua.


“A integração dos professores, em uma <strong>no</strong>va ação docente, mediada pela tec<strong>no</strong>logia permite<br />

participar de um processo amplo de intercâmbio de<br />

conhecimentos entre técnicos, professor, alu<strong>no</strong>s, comunidade e outros profissio<strong>na</strong>is, sempre de<br />

forma crítica, diante desta <strong>no</strong>va realidade.” (SANTOS, 2005)<br />

MORAES (2000) apud WEILER (2006) ressalta que a <strong>no</strong>va maneira de educar<br />

é também a <strong>no</strong>va maneira de aprender. O educador deve estar atento a essa<br />

mudança e utilizar dessa oportunidade para contribuir com o ensi<strong>no</strong> e<br />

aprendizagem. Para o autor, alu<strong>no</strong> e educador tem ape<strong>na</strong>s que saber usar as<br />

tec<strong>no</strong>logias direcio<strong>na</strong>das para a educação, trazendo assim muitos benefícios<br />

para o ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A intenção do capítulo foi de refletir acerca da importância da utilização da<br />

tec<strong>no</strong>logia como ferramenta <strong>na</strong>s ações educativas.<br />

Acredita-se que a evolução tec<strong>no</strong>lógica é algo que surgiu para beneficiar a<br />

construção do conhecimento. Infelizmente nem todos tem acesso a esse<br />

recurso, o que dificulta a ação educativa. Iniciativas gover<strong>na</strong>mentais se<br />

empenham com projetos para a construção de laboratórios de informática <strong>na</strong>s<br />

escolas a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, estadual e municipal.<br />

Computadores são ferramentas de apoio de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem e se<br />

usados de forma adequada geram ao fi<strong>na</strong>l do processo, resultados positivos;<br />

além de gerar motivação e criatividade <strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s.


Mas para que tudo isso aconteça, é fundamental que os professores estejam<br />

capacitados para lidar com as mais diversas situações que surgirão com esse<br />

<strong>no</strong>vo processo. Criar uma aula com recursos para uma turma sabendo que<br />

nem todos tem a facilidade com a tec<strong>no</strong>logia e que muitos nem sabem como<br />

lidar com um computador é um dos grandes desafios que o docente enfrenta.<br />

A formação continuada dará a oportunidade ao educador de refletir acerca de<br />

suas práticas pedagógicas ao mesmo tempo em que o estimulará a buscar<br />

<strong>no</strong>vas estratégias de ensi<strong>no</strong> em parceria com as tec<strong>no</strong>logias para que suas<br />

aulas fiquem mais atrativas.<br />

Mas só a formação do professor para enfrentar essas mudanças de ação<br />

educativa não é suficiente. É necessário todo um conjunto trabalhando para a<br />

realização dos objetivos: instituição, pessoas, professores, alu<strong>no</strong>s, pais, etc.<br />

As tec<strong>no</strong>logias devem ser utilizadas para o enriquecimento da ação pedagógica<br />

e o papel do professor é avaliar a construção do conhecimento e acompanhar a<br />

utilização das <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias para fins educativos.<br />

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