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Revista Elas por elas 2017

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Ao analisarmos essa diferença <strong>por</strong><br />

unidade escolar observamos que nenhuma<br />

das escolas apresenta uma tendência<br />

de queda consistente da diferença.<br />

Ao longo das edições analisadas,<br />

todas as escolas apresentam oscilações<br />

de quedas e aumentos das diferenças<br />

entre meninos e meninas. Um aspecto<br />

interessante que poderá ser analisado<br />

em estudos futuros é o efeito de fatores<br />

sociais e escolares no desempenho<br />

desses alunos relacionando o hiato de<br />

gênero a outros indicadores sociais das<br />

escolas analisadas.<br />

As escolas com trajetória “Constantemente<br />

positiva” e “Negativa em<br />

quatro edições” são de especial interesse,<br />

<strong>por</strong>que se espera possivelmente<br />

encontrar nestas escolas um número<br />

de evidências quanto às características<br />

que possam levar a uma maior ou menor<br />

igualdade de gênero no desempenho<br />

em Matemática.<br />

Mapear o hiato de gênero no desempenho<br />

em Matemática constitui-se como<br />

um elemento para compreender como<br />

essa diferença no desempenho de gêneros<br />

guarda uma relação im<strong>por</strong>tante<br />

com a proeminência da Matemática na<br />

“<br />

Diferença no desempenho<br />

em Matemática<br />

entre gêneros<br />

possui relação<br />

com os arranjos<br />

sociais.”<br />

atualidade dentro e fora do espaço escolar,<br />

bem como o sucesso em Matemática<br />

é socialmente aceito como uma<br />

expressão de desenvolvimento do pensamento<br />

lógico e racional.<br />

Para Walkerdine a diferença desse<br />

desempenho de meninos e meninas<br />

possui relação com a maneira como<br />

ambos internalizam e naturalizam seus<br />

papéis sociais, enfatizam que expectativas<br />

relacionadas a funções sociais<br />

supostas, típicas de meninos e meninas,<br />

desempenham papel im<strong>por</strong>tante no<br />

processo social de construção de diferenças<br />

de desempenho em Matemática.<br />

Nessa perspectiva a diferença no<br />

desempenho em Matemática entre gêneros<br />

não está pautada em capacidades<br />

cognitivistas, sua base possui relação<br />

com os arranjos sociais. Uma outra interpretação<br />

possível seria a perspectiva<br />

cognitiva: Souza e Fonseca a criticam<br />

<strong>por</strong> considerar que essa visão corrobora<br />

com a ideia de que as mulheres possuem<br />

desempenho inferior ao dos homens<br />

em Matemática, <strong>por</strong>que possuem habilidades<br />

menores no desenvolvimento<br />

do pensamento lógico e matemático.<br />

O hiato de gênero no desempenho<br />

em Matemática precisa ser compreendido<br />

em um contexto o processo de<br />

socialização dos sujeitos que frequentam<br />

os bancos escolares não estão isentos<br />

de relações desiguais construídas<br />

socialmente entre homens e mulheres,<br />

em uma sociedade que historicamente<br />

tem favorecido os homens.<br />

Contudo, isto não significaria dizer<br />

que o que acontece no espaço escolar<br />

não possua o efeito de atenuar ou acentuar<br />

essas desigualdades. Especialmente<br />

ao refletirmos sobre a prática dos docentes,<br />

sujeitos que estão na linha de<br />

frente do processo educacional que ao<br />

desempenharem sua função, carregam<br />

todos os valores e crenças a respeito<br />

dos papéis de gênero em que podem,<br />

<strong>por</strong> consequência, reforçar ou romper<br />

expectativas quanto a esses papéis.;<br />

1 - ROSEMBERG, F.; MADSEN, N. Educação formal,<br />

mulheres e gênero no Brasil Contem<strong>por</strong>âneo. In:<br />

O Progresso das Mulheres no Brasil 2003–2010 /<br />

Organização: Leila Linhares Barsted, Jacqueline<br />

Pitanguy – Rio de Janeiro: CEPIA; Brasília: ONU<br />

Mulheres, 2011.<br />

2 - Segundo Rosemberg e Madsen (2011) no Brasil,<br />

a expressão consagrada tem sido hiato de gênero<br />

apesar de, conceitualmente, ser mais apropriada<br />

á expressão hiato de sexo <strong>por</strong> lidar com variáveis<br />

que buscam captar o sexo biológico entre as duas<br />

opções de resposta, seu oposto, e o desejável,<br />

seria a paridade de o<strong>por</strong>tunidades.<br />

3 - SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de<br />

análise histórica. Educação e Realidade. Porto<br />

Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995.<br />

LOURO, G. L. Educação e Gênero: a escola e a produção<br />

do feminino e do masculino. In: Reestruturação<br />

Curricular: teoria e pratica no cotidiano escolar.<br />

Petrópolis: Vozes, 1995.<br />

4 - ALVES, M. T. G.; SOARES, J.F.; XAVIER, F.P. Desigualdades<br />

Educacionais no Ensino Fundamental<br />

de 2005 a 2013: hiato entre grupos sociais. <strong>Revista</strong><br />

Brasileira de Sociologia, vol. 04, n. 07, jan. / jun.<br />

2016. Disponível em: . Acesso<br />

em 04 abril <strong>2017</strong><br />

5 - WALKERDINE, V. Ciência, Razão e a Mente Feminina.<br />

In: <strong>Revista</strong> Educação & Realidade, Porto<br />

Alegre, v. 32, n.1, p. 07-24, jan. / jun. 2007.<br />

6 - SOUZA, M.C.R.F.; FONSECA, M.C.F.R. Relações<br />

de gênero, Educação Matemática e discurso: enunciados<br />

sobre mulheres, homens e matemática.<br />

Belo Horizonte, autêntica, 2010.<br />

Viviene Adriana Xavier - Mestranda em<br />

Educação pela FaE/UFMG<br />

vivieneadriana@gmail.com<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Agosto <strong>2017</strong><br />

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