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Outros Tempos

O livro reúne poemas produzidos entre 2008 e 2017 e o autor os define como "noturnos", pois são fruto de tempos que anoiteceram. Ainda assim, defende Iasi: "seguimos resistindo na noite, nos acolhendo no brilho tênue das estrelas, em velas deixadas nas janelas, nos faróis que conduzem navegantes, nos poemas que guardam nossa humanidade diante da barbárie, do extermínio, da arrogância dos poderosos".

O livro reúne poemas produzidos entre 2008 e 2017 e o autor os define como "noturnos", pois são fruto de tempos que anoiteceram.

Ainda assim, defende Iasi: "seguimos resistindo na noite, nos acolhendo no brilho tênue das estrelas, em velas deixadas nas janelas, nos faróis que conduzem navegantes, nos poemas que guardam nossa humanidade diante da barbárie, do extermínio, da arrogância dos poderosos".

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“noturnos”. Não culpem o mensageiro, são os tempos<br />

que anoiteceram. Mas seguimos resistindo na noite,<br />

nos acolhendo no brilho tênue das estrelas, em velas<br />

deixadas nas janelas, nos faróis que conduzem navegantes,<br />

nos poemas que guardam nossa humanidade<br />

diante da barbárie, do extermínio, da arrogância dos<br />

poderosos. Cada corte no mundo é uma cicatriz no<br />

corpo do poema, mas também cada pequena alegria,<br />

cada lasca de esperança, é uma semente de luz na noite.<br />

Uma vela na janela, um farol no mar tempestuoso.<br />

Nenhum poema aqui reunido é propriamente<br />

inédito. Já percorreram páginas na rede imaginária,<br />

nas salas de aula, nas turmas de educação popular,<br />

entre meus camaradas de partido, entre meus irmãos<br />

e irmãs de classe e sina. Aqui encontraram um pouso<br />

e uma intenção de voo até ouvidos distantes e olhos<br />

que os poemas verão sem que eu os veja. Só espero<br />

que os acolham com carinho, que possam restituir<br />

um pequeno traço humano que o mundo assassino<br />

retirou de nossos rostos, para que voltemos a parecer<br />

com nós mesmos. Espero que os acolham com cuidado<br />

e gentileza, porque doem, doem muito.<br />

Se alguém nos ouve aí, não se esqueça, pois, de<br />

iluminar.<br />

Rio de Janeiro, 2017.<br />

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