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Revista Apólice #221

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fraudes | saúde<br />

As contas da saúde<br />

Mercado de saúde suplementar quer ser mais<br />

eficiente, mas as dificuldades em fechar as<br />

contas atrapalham esses planos<br />

Amanda Cruz<br />

Os estimados 19% de gastos<br />

com fraudes e desperdícios<br />

na saúde suplementar em<br />

2015 equivalem a R$ 22,5 bilhões,<br />

que escoam e deixam de ser empregados<br />

para melhorar a saúde das pessoas.<br />

Esses números foram divulgados pelo<br />

Instituto de Estudos de Saúde Suplementar<br />

– IESS. O instituto também divulgou,<br />

ainda sobre 2015, que as falhas consomem<br />

mais de R$ 15 bilhões da saúde privada,<br />

por ano, no Brasil. No estudo intitulado<br />

“Evidências de práticas fraudulentas em<br />

sistemas de saúde internacionais e no<br />

Brasil”, a entidade aponta para as causas de<br />

fraudes e desperdícios no mundo inteiro.<br />

Quando a conta é global, 6,99% das despesas<br />

anuais são provenientes de fraudes e<br />

desperdícios – se traduzindo em cerca de<br />

R$ 260 bilhões perdidos. Na saúde priva-<br />

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da, os abusos estão no uso de tratamentos<br />

excessivos, muitas vezes desnecessários<br />

ou baixa qualidade no atendimento; além<br />

da comercialização inadequada de medicamentos<br />

e dispositivos médicos, além de<br />

sonegação de tributos.<br />

Legislações como a alemã e dos EUA<br />

tentam combater isso exigindo que todos<br />

os pagamentos feitos a agentes do setor de<br />

saúde sejam públicos. Atribuindo, ainda,<br />

punições severas para toda maneira de<br />

burlar essas leis.<br />

No Brasil, embora muitos esforços<br />

estejam sendo feitos para acompanhar<br />

as melhores práticas mundiais, a conta<br />

da saúde suplementar, mais uma vez, não<br />

fechou. No último seminário realizado<br />

pela FenaSaúde, em 2016, houve até quem<br />

apostasse na falência do sistema caso os<br />

processos de judicialização não fossem<br />

drasticamente diminuídos e as fraudes<br />

fortemente combatidas. O balanço do ano<br />

veio reforçar essa urgência, já que o valor<br />

das despesas assistenciais foi superior às<br />

receitas – gastos aumentaram 13%; a receita<br />

cresceu 11,7%. A receita dos planos<br />

de saúde foi de R$ 165,6 bi e as despesas<br />

assistenciais – soma que engloba gastos<br />

com exames, consultas, internações e<br />

outros atendimentos médico-hospitalares<br />

– contabilizaram R$ 137,2 bi. Esse custo<br />

não inclui gastos administrativos e<br />

de comercialização dos planos. “Esse<br />

continuado descompasso põe em risco a<br />

sustentabilidade do segmento. Nesse momento<br />

de recuperação gradual e lenta da<br />

atividade econômica, buscar o equilíbrio<br />

financeiro do setor da saúde suplementar<br />

é um grande desafio. Temos um quadro<br />

de evasão de beneficiários acentuado

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