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❙❙Anselmo Almeida, da Interbrok<br />
cisa estabelecer diálogo com o segurador<br />
para entender como é possível admitir<br />
o negócio dentro dessas limitações. Na<br />
maior parte das vezes, é preciso ter duas<br />
ou três apólices em resseguradoras para<br />
garantir um risco.<br />
Maria Eduarda Bomfim, presidente<br />
de resseguro da THB Re, endossa essa<br />
prática. “Vamos sempre em busca dos<br />
melhores termos e condições, sempre<br />
alinhado a quatro mãos. Temos no Grupo<br />
um comitê que analisa os mercados e<br />
apresenta painel sugerido a cada uma das<br />
seguradoras, que avaliam o mercado e fazem<br />
estudos de recuperação de sinistros.<br />
Alinhando essas duas pontas, chegamos<br />
no painel final. O papel do broker é ser<br />
um consultor, ser a inteligência por trás<br />
da operação”, considera a executiva.<br />
A crise e o clima<br />
Em época de crise, o mercado de<br />
resseguro deverá se impor como alternativa<br />
para alocar certos riscos que podem<br />
causar maiores impactos aos negócios de<br />
todos os players. Embora a redução de<br />
custos seja necessário, o resseguro pode<br />
apresentar-se como uma ferramenta para<br />
garantir indenizações que não seriam<br />
cobertas. Os executivos entrevistados<br />
acreditam que esse é um desafio: trazer<br />
menores custos a seguradores que hoje<br />
não compram resseguro.<br />
Os eventos climáticos talvez sejam<br />
o melhor exemplo da necessidade de<br />
desenvolvimento que se apresenta, mas<br />
que precisa ser aliada ao custo-benefício.<br />
A situação é preocupante, não há como<br />
controlar o avanço desses eventos, mas<br />
mesmo sabendo que há maneiras de<br />
mitigar esses riscos, o debate sobre o<br />
assunto ainda ocorre de forma lenta no<br />
mundo todo.<br />
Algumas catástrofes, que aconteceram<br />
fizeram o mercado perder bilhões<br />
nos últimos anos. Como exemplo, o ano<br />
de 2012, considerado o que teve o maior<br />
índice de sinistros ligados ao clima, teve<br />
as perdas avaliadas em US$ 77 bilhões.<br />
Três anos depois, o índice de contratação<br />
para esse tipo de acontecimento ainda<br />
é baixo. “No Brasil não há muito esse<br />
conceito, apenas na região Sul, houve<br />
acréscimo nos últimos três anos na compra<br />
de seguro residencial, por exemplo.<br />
A seguradora por ter perdas grandes em<br />
enchentes, está procurando coberturas<br />
para catástrofes porque perceberam que<br />
as perdas podem ser muito grandes”,<br />
analisa Almeida.<br />
Mas os brokers parecem estar à frente<br />
dessa busca. Há uma movimentação<br />
em conscientizar o consumidor e utilizar<br />
os exemplos internacionais para trazer<br />
soluções ao mercado brasileiro. “O que<br />
vemos é uma preocupação crescente no<br />
❙❙Maria Eduarda Bomfim, da THB Re<br />
monitoramento e na criação de sistemas.<br />
Onde há potencial de sinistro é feita a<br />
colocação do risco com um contrato de<br />
resseguro, apontando qual o nível de<br />
exposição. Hoje isso é trazido para o<br />
clima, no limite das seguradoras, depois<br />
de identificados os riscos de inundação.<br />
É natural que elas passem a comprar programas<br />
para eventos naturais”, considera<br />
Maria Eduarda.<br />
O ano de corte de gastos pode não<br />
trazer muitos avanços nesse sentido. Embora<br />
o mercado considere que essa causa<br />
é urgente, a dificuldade é encontrar um<br />
mercado que possa pleitear esses riscos.<br />
Apesar de a perda social ser grandiosa,<br />
tentar modificar a mentalidade do consumidor<br />
e demonstrar que é preciso investir<br />
em seguro, nesse momento, pode ser<br />
muito mais difícil. “A cultura do seguro<br />
não está na população. A massa não<br />
tinha renda suficiente para um individuo<br />
disponibilizar em uma apólice, ele tinha<br />
necessidades muito mais básicas e a