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Revista Apólice #196

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❙❙Anselmo Almeida, da Interbrok<br />

cisa estabelecer diálogo com o segurador<br />

para entender como é possível admitir<br />

o negócio dentro dessas limitações. Na<br />

maior parte das vezes, é preciso ter duas<br />

ou três apólices em resseguradoras para<br />

garantir um risco.<br />

Maria Eduarda Bomfim, presidente<br />

de resseguro da THB Re, endossa essa<br />

prática. “Vamos sempre em busca dos<br />

melhores termos e condições, sempre<br />

alinhado a quatro mãos. Temos no Grupo<br />

um comitê que analisa os mercados e<br />

apresenta painel sugerido a cada uma das<br />

seguradoras, que avaliam o mercado e fazem<br />

estudos de recuperação de sinistros.<br />

Alinhando essas duas pontas, chegamos<br />

no painel final. O papel do broker é ser<br />

um consultor, ser a inteligência por trás<br />

da operação”, considera a executiva.<br />

A crise e o clima<br />

Em época de crise, o mercado de<br />

resseguro deverá se impor como alternativa<br />

para alocar certos riscos que podem<br />

causar maiores impactos aos negócios de<br />

todos os players. Embora a redução de<br />

custos seja necessário, o resseguro pode<br />

apresentar-se como uma ferramenta para<br />

garantir indenizações que não seriam<br />

cobertas. Os executivos entrevistados<br />

acreditam que esse é um desafio: trazer<br />

menores custos a seguradores que hoje<br />

não compram resseguro.<br />

Os eventos climáticos talvez sejam<br />

o melhor exemplo da necessidade de<br />

desenvolvimento que se apresenta, mas<br />

que precisa ser aliada ao custo-benefício.<br />

A situação é preocupante, não há como<br />

controlar o avanço desses eventos, mas<br />

mesmo sabendo que há maneiras de<br />

mitigar esses riscos, o debate sobre o<br />

assunto ainda ocorre de forma lenta no<br />

mundo todo.<br />

Algumas catástrofes, que aconteceram<br />

fizeram o mercado perder bilhões<br />

nos últimos anos. Como exemplo, o ano<br />

de 2012, considerado o que teve o maior<br />

índice de sinistros ligados ao clima, teve<br />

as perdas avaliadas em US$ 77 bilhões.<br />

Três anos depois, o índice de contratação<br />

para esse tipo de acontecimento ainda<br />

é baixo. “No Brasil não há muito esse<br />

conceito, apenas na região Sul, houve<br />

acréscimo nos últimos três anos na compra<br />

de seguro residencial, por exemplo.<br />

A seguradora por ter perdas grandes em<br />

enchentes, está procurando coberturas<br />

para catástrofes porque perceberam que<br />

as perdas podem ser muito grandes”,<br />

analisa Almeida.<br />

Mas os brokers parecem estar à frente<br />

dessa busca. Há uma movimentação<br />

em conscientizar o consumidor e utilizar<br />

os exemplos internacionais para trazer<br />

soluções ao mercado brasileiro. “O que<br />

vemos é uma preocupação crescente no<br />

❙❙Maria Eduarda Bomfim, da THB Re<br />

monitoramento e na criação de sistemas.<br />

Onde há potencial de sinistro é feita a<br />

colocação do risco com um contrato de<br />

resseguro, apontando qual o nível de<br />

exposição. Hoje isso é trazido para o<br />

clima, no limite das seguradoras, depois<br />

de identificados os riscos de inundação.<br />

É natural que elas passem a comprar programas<br />

para eventos naturais”, considera<br />

Maria Eduarda.<br />

O ano de corte de gastos pode não<br />

trazer muitos avanços nesse sentido. Embora<br />

o mercado considere que essa causa<br />

é urgente, a dificuldade é encontrar um<br />

mercado que possa pleitear esses riscos.<br />

Apesar de a perda social ser grandiosa,<br />

tentar modificar a mentalidade do consumidor<br />

e demonstrar que é preciso investir<br />

em seguro, nesse momento, pode ser<br />

muito mais difícil. “A cultura do seguro<br />

não está na população. A massa não<br />

tinha renda suficiente para um individuo<br />

disponibilizar em uma apólice, ele tinha<br />

necessidades muito mais básicas e a

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