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06<br />
DESTAQUE<br />
Lean Management nas oficinas<br />
As ferramentas do Lean<br />
Management permitem<br />
otimizar a gestão interna<br />
<strong>das</strong> oficinas, procurando<br />
manter o preço final dos<br />
serviços<br />
Costa deu um exemplo prático da sua<br />
experiência. “Na ATEC, consideramos o<br />
‘lean’ uma necessidade. Antigamente,<br />
se queríamos ter mais lucro, o que fazíamos?<br />
Aumentávamos o PVP final.<br />
Tentem fazer isso hoje em dia. Completamente<br />
impossível”, sublinhou o<br />
responsável da entidade formadora.<br />
“Se temos mais custos internos, como<br />
podemos aumentar os lucros sem aumentar<br />
o preço? Através de ferramentas<br />
‘lean’. Com estas ferramentas, fazemos<br />
a gestão interna da empresa, tentando,<br />
na medida do possível, manter o preço<br />
final dos artigos, mas tendo um ganho<br />
interno de otimização de custos. Começamos<br />
por fazer um mapeamento de<br />
processo dessa organização e, depois,<br />
começar a identificar o que está errado,<br />
para atacar”, disse.<br />
Por sua vez, Pedro Azevedo, diretor de<br />
marketing e ven<strong>das</strong> da Bahco, tem uma<br />
perspetiva muito alargada do conceito,<br />
uma vez que já o aplicou em várias áreas.<br />
“A minha experiência começou na área<br />
industrial. Nós somos um fabricante<br />
de ferramentas. Com as 11 fábricas na<br />
Europa e os vários centros de distribuição,<br />
tivemos de começar a pensar.<br />
Não podendo aumentar o preço, fomos<br />
tentando eliminar processos que não<br />
acrescentavam nada ao cliente. Colocando<br />
a nossa forma de trabalhar dentro<br />
do que é o Lean Management, oferecemos<br />
pacotes de produtividade ao cliente<br />
e não apenas as ferramentas”, salientou.<br />
De resto, trata-se de uma filosofia que<br />
poderá ser aplicada a empresas de maior<br />
ou menor dimensão. “Dependendo do<br />
nível de estrutura do próprio cliente,<br />
ele aceita melhor ou pior, mas quando<br />
começamos a explicar, as pessoas percebem<br />
perfeitamente o conceito. Abrir<br />
uma caixa de ferramentas e saber o que<br />
está lá dentro, é meio caminho andado<br />
para acelerar o processo de trabalho. Os<br />
problemas são resolvidos caso a caso e<br />
nunca numa sala de aula, sempre com<br />
uma situação real que acontece e que<br />
não é do agrado do cliente”, acrescentou<br />
ainda Pedro Azevedo.<br />
n ELIMINAR “GORDURAS”<br />
João Calha, key account manager da<br />
Axalta Coating Systems, frisou que a<br />
empresa que representa aplica o conceito<br />
de uma forma “mais superficial,<br />
até pela nossa área de negócio”. Na sua<br />
perspetiva, o “’lean’ é tão intuitivo que<br />
os conceitos saltam à vista. São conceitos<br />
simples e com os quais se consegue<br />
obter resultados de forma intuitiva. Uma<br />
<strong>das</strong> últimas experiências levou-nos a<br />
uma oficina em que o desperdício era<br />
tão elevado, que ponderavam encerrar<br />
toda a parte da colisão. Mas com a<br />
aplicação de determinados conceitos<br />
relacionados com o ‘lean’, sempre com a<br />
ajuda do responsável da empresa, conseguimos,<br />
rapidamente, eliminar uma<br />
série de ‘gorduras’. Em cerca de quatro<br />
meses, fizemos uma inversão em que<br />
conseguimos tornar a parte da colisão<br />
lucrativa”, ilustrou João Calha.<br />
João Costa, da ATEC, fez questão de<br />
vincar a questão do valor acrescentado<br />
que o conceito representa. “Só para complementar<br />
alguma dúvida que ainda<br />
exista. Há uma situação que choca um<br />
pouco as pessoas, mas se falarmos em<br />
valor acrescentado, isto representa apenas<br />
10% de uma organização, sempre<br />
a nível mundial. Os restantes 90% são<br />
desperdício e ações de valor não acrescentado.<br />
O problema grave (ou grande)<br />
é que as organizações precisam, de<br />
facto, desses 90% de desperdício para<br />
ganharem os 10% de valor acrescentado.<br />
Por isso, devemos estar focados no desperdício”,<br />
assegurou. E o que é desperdício?<br />
“Tudo aquilo que pode e deve ser<br />
eliminado ou reduzido”, esclareceu João<br />
Costa. Que, de seguida, acrescentou:<br />
“Temos de olhar para esta redução de<br />
desperdício como um investimento e<br />
não como um custo. E uma oficina que<br />
Junho I 2018<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com