Revista Mais Sebrae - Maio 2018
A revista Mais Sebrae é uma publicação trimestral do Sebrae RS e destaca as principais novidades e informações sobre empreendedorismo e negócios no Rio Grande do Sul e no Brasil.
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AGRONEGÓCIO<br />
20 mil famílias estão<br />
envolvidas no plantio de<br />
videiras, só no RS.<br />
Segundo o presidente da Associação de Vinhos Finos<br />
da Campanha Gaúcha, René Ormazabal Moura, o desenvolvimento<br />
do segmento nos últimos anos está<br />
ligado não somente ao volume de produção como<br />
também ao reconhecimento da qualidade da matéria-prima.<br />
“Em <strong>2018</strong>, por exemplo, teremos uma das<br />
melhores safras dos últimos cinco anos. O que também<br />
é reflexo de nossa busca constante por aperfeiçoamento<br />
e de estarmos localizados em uma região com<br />
condições climáticas ideais para o cultivo de videiras”,<br />
destaca.<br />
Um dos objetivos do <strong>Sebrae</strong> RS e do Programa Juntos<br />
Para Competir é o aumento de produtividade de produtores<br />
rurais e empresariais com foco na qualidade,<br />
para que a cultura se torne ainda mais rentável. Apesar<br />
de exigir um pouco mais de mão de obra e algum investimento<br />
inicial, o faturamento bruto por hectare da<br />
produção de uva é superior ao de outras culturas praticadas<br />
na região, como a produção de grãos. Por este<br />
motivo o <strong>Sebrae</strong> RS vem incentivando a vitivinicultura<br />
local, que se consolida como boa opção de diversificação<br />
da matriz produtiva, além de contribuir para o<br />
desenvolvimento regional.<br />
Turismo como expansão<br />
do modelo de negócios<br />
Com as vinícolas se tornando conhecidas pela<br />
qualidade de seus produtos, é hora de expandir os<br />
modelos de negócios para aproveitar o potencial de<br />
O Brasil é o sexto maior<br />
produtor do Hemisfério Sul, com o<br />
cultivo de mais de 240 diferentes<br />
variedades de uva no Brasil.<br />
turismo da região. Com apoio do <strong>Sebrae</strong> RS, diferentes<br />
empresas estão se estruturando para receber<br />
público de outras localidades do Estado e do País.<br />
Explorar as paisagens do pampa gaúcho aliando o<br />
vinho com as carnes bovinas e ovinas típicas da região<br />
é uma tendência local com boas possibilidades<br />
de agregar valor ao negócio.<br />
A aposta no enoturismo envolve empresas como a<br />
Vinícola Peruzzo, negócio familiar de Bagé. Com 15<br />
hectares da fruta, a família Peruzzo iniciou plantio<br />
de seus parreirais ainda em 2003 e hoje produz em<br />
torno de 60 mil litros de vinho por ano, mas pretende<br />
expandir estes números no curto prazo, uma<br />
vez que há a possibilidade de estocagem de cerca<br />
de 210 mil litros em sua indústria. Além disso, a<br />
empresa também vinifica uvas para outros produtores<br />
que não contam com estrutura própria. “Somos<br />
uma vinícola pequena, artesanal, e queremos<br />
aumentar qualidade sempre”, relata a empresária<br />
Clori Peruzzo, que está atenta às possibilidades do<br />
enoturismo como nova fonte de desenvolvimento<br />
para seu negócio e também para a região.<br />
Clori participou do Programa LIDER do <strong>Sebrae</strong> RS<br />
entre 2015 e 2017 e participa do projeto de incentivo<br />
ao enoturismo. Atualmente sua empresa recebe<br />
visitantes que podem conhecer a cave da vinícola<br />
para degustação de produtos, e também realiza<br />
passeios em meio ao parreiral de sua propriedade<br />
mediante reserva de data pelas redes sociais da<br />
empresa. A empresária lembra que o <strong>Sebrae</strong> RS ajudou<br />
a valorizar o entorno de sua propriedade para o<br />
turismo. A vinícola está localizada em privilegiada<br />
região histórica, o que expande as possibilidades<br />
de passeios daqueles que por ali passam. “Nossa<br />
região faz parte da história do Brasil, estamos localizados<br />
muito próximos do Forte de Santa Tecla, onde<br />
deixamos de ser colônia espanhola e passamos a<br />
ser portuguesa”, explica.<br />
Entraves são compensados<br />
pelo potencial do mercado<br />
Apesar dos muitos diferenciais positivos, a Fronteira<br />
Sul do Estado, como qualquer outra localidade, tem<br />
seus gargalos para avanço da vitivinicultura – muitos<br />
deles vêm sendo diminuídos pela ação do <strong>Sebrae</strong> RS<br />
na região. Dentre esses entraves destacam-se a falta<br />
de mão de obra qualificada, uma logística deficitária<br />
e a concorrência com os importados que se agrava<br />
na região pela proximidade com a fronteira.<br />
A Campanha Gaúcha<br />
conta com 1.550 hectares<br />
de vinhedos em<br />
municípios como Alegrete,<br />
Bagé, Candiota, Dom<br />
Pedrito, Hulha Negra,<br />
Itaqui, Lavras do Sul,<br />
Maçambará, Quaraí,<br />
Rosário do Sul, Santana<br />
do Livramento e<br />
Uruguaiana.<br />
** dados da Embrapa, 2015<br />
Direcionando seus esforços na localidade desde 2015,<br />
o principal objetivo da organização é o desenvolvimento<br />
territorial, focando na região como um todo, para<br />
expandir seus potenciais, consolidar os negócios das<br />
empresas, fortalecer a economia local e atrair cada vez<br />
mais consumidores e investidores para lá. Confiantes<br />
neste potencial, os produtores trabalham para se desenvolver<br />
e tornar o “Terroir da Campanha Gaúcha” conhecido<br />
por vinhos finos e espumantes de qualidade.<br />
O foco dado por esses empresários contribui para a<br />
consolidação das marcas em torno da produção de<br />
vinhos e espumantes. Para isso, participam cada vez<br />
mais de concursos e buscam certificações. O potencial<br />
da região é maior para o plantio de uvas de clima<br />
temperado da espécie vitis vinifera, com castas específicas<br />
para produção de vinhos e espumantes e de<br />
maior valor agregado.<br />
Porém, uma mudança cultural nos hábitos de consumo<br />
da população ainda é necessária. Diferentemente<br />
de outros países da América Latina produtores<br />
de vinho, o consumo de vinho no Brasil é inferior<br />
a 2 litros por habitante ao ano. O volume é muito<br />
baixo se comparado a outras bebidas como cerveja,<br />
superior a 60 litros per capita. “Existe um grande<br />
potencial de expansão da atividade, o mercado do<br />
vinho e espumante é bastante promissor e a vitivinicultura<br />
desenvolve-se na região como uma excelente<br />
opção de diversificação da matriz produtiva”,<br />
avalia o técnico do <strong>Sebrae</strong> RS André Bordignon.<br />
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