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2017_Luzes-ApostoloPulchrum

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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />

Paulo Mikio<br />

Interior da Sainte-Chapelle, Paris, França<br />

Então, ao considerar a Europa, trata-se de imaginar<br />

as virtudes, as qualidades de alma, o ambiente moral outrora<br />

ali existentes.<br />

Os historiadores, em geral, ressaltam os defeitos e<br />

omitem tudo quanto tornava possível a realização, por<br />

exemplo, Versailles e tantas outras belezas, que duraram<br />

séculos e ainda se encontram nos dias de hoje. Ora, é<br />

claro que havia uma estrutura moral, virtudes, capacidades<br />

sem as quais aquilo não seria possível.<br />

Não se concebe, por exemplo, um nababo que atualmente<br />

construa um palácio como o grande Trianon de<br />

Luís XIV. Embora custasse incomparavelmente mais barato<br />

do que um arranha-céu moderno, não se construiria,<br />

porque havia qualidades de alma que no homem<br />

contemporâneo já não existem.<br />

Devemos, pois, procurar conhecer essa alma e considerar<br />

tais belezas como fator de santidade, como atmosfera<br />

orientada ao Reino de Maria, e imergir no lado religioso<br />

da questão, porque esse é o aspecto mais profundo.<br />

Portanto, ver como do Sangue infinitamente precioso de<br />

Nosso Senhor Jesus Cristo, das lágrimas de Nossa Senhora<br />

se gerou, pela correspondência à graça, um mundo<br />

inteiro apetente disso.<br />

Teríamos vontade de, chegando à Europa sacrossanta<br />

que criou essas maravilhas, beijar o solo do cais do primeiro<br />

porto europeu onde nosso navio parasse, porque é<br />

a única parte do mundo onde o Sangue de Cristo e as lágrimas<br />

de Maria geraram uma civilização.<br />

Sem dúvida, o Escorial é muito bonito. Mas que encanto<br />

pensar em Felipe II lendo, em um dos salões daquele<br />

palácio, uma carta de Santa Teresa! E desfazendo,<br />

por exemplo, as manobras de um núncio gordalhão, bonachão,<br />

renascentista e contrário à reforma do Carmelo.<br />

Aqui está o cerne, porque Filipe II era mais Escorial do<br />

que todo o Escorial. E Santa Teresa ainda mais, pois ela<br />

era o “Escorial” do Céu, enquanto Filipe II era o da Terra<br />

olhando para o Céu.<br />

Assim nós temos a visualização completa e mais profunda,<br />

pois toca no religioso, no sacral, reconhecendo<br />

e afirmando que nada é válido, nada é autêntico se<br />

não brotar de uma verdadeira visão da Religião Católica,<br />

que os santos tiveram nos seus conventos, nas suas<br />

Ordens religiosas, enfim, nas instituições da Santa Igreja<br />

Católica.<br />

É preciso aprender a amar o<br />

Paraíso celeste nesta Terra<br />

Nessa perspectiva, compreendemos que Versailles,<br />

por exemplo – nos seus bons aspectos, pois ali nem tudo<br />

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