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Folheando uma coleção de fotografias de pretendentes<br />
a tronos em diversas nações, constatei<br />
haver pelo meio uns marajás, um sultão do Afeganistão<br />
e outros personagens assim. Então, chamei a<br />
atenção dos circunstantes para a diferença entre a atitude,<br />
o porte e a posição dos monarcas ou dos pretendentes<br />
a trono ocidentais – descendentes, portanto, das antigas<br />
dinastias históricas do Ocidente –, e os do Oriente.<br />
Um preconceito revolucionário: ter medo<br />
de parecer por demais maravilhoso<br />
Nicolás Aquino (CC3.0)<br />
No Oriente as pedras preciosas são muito maiores,<br />
mais bonitas, de melhor quilate, o subsolo é muito mais<br />
rico desse gênero de esplendores. Também as pérolas<br />
que se pescam em alguns lugares do Oriente são de uma<br />
beleza incomparável. De maneira que eles podem constituir<br />
para si ornatos muito mais ricos do que os príncipes<br />
do Ocidente. Além disso, dispõem de tecelões que trabalham<br />
com tecidos a mão, e podem encomendar tecidos<br />
manufaturados de uma qualidade muito superior à<br />
dos industrializados, comuns no Ocidente. Por isso, sob<br />
o ponto de vista de indumentária, os dignatários orientais<br />
se apresentam muito melhor do que os do Ocidente.<br />
Tanto mais quanto eles têm uma certa fantasia e não são<br />
inibidos por preconceitos revolucionários, pela ideia de<br />
ter medo de parecer por demais maravilhosos.<br />
Um ocidental tem receio de parecer por demais maravilhoso.<br />
Examinem, por exemplo, os uniformes oficiais<br />
dos diplomatas e dos militares de alto grau – generais,<br />
marechais, etc. – do século XIX e os do século<br />
XX. É uma degringolada medonha. No século XIX, havia<br />
aquele chapéu de dois bicos, com abas que se reuniam<br />
em cima, e dentro tinham<br />
Divulgação (CC3.0)<br />
Vicente López y Portaña (CC3.0)<br />
aigrettes brancas; as roupas eram bordadas com alamares<br />
e outros adornos muito bonitos, com condecorações,<br />
uma coisa que tende ao lindo. Mas o homem de hoje tem<br />
vergonha de se apresentar nesses trajes porque o espírito<br />
da Revolução achatou todas as tendências para o belo.<br />
Pelo contrário, no Oriente isso não era assim; havia uma<br />
classe que sonhava com o maravilhoso. Então, marajás, rajás,<br />
xás, sultões, etc., que aparecem com essas roupas lindas.<br />
Mas se analisamos os homens, vemos serem eles muito<br />
inferiores, como porte, maneiras, posturas, do que os do<br />
Ocidente. Por quê? Porque durante séculos, desde que a<br />
Igreja Católica penetrou no Ocidente, começou a germinar<br />
a Moral católica. E quando consideramos alguém que observa<br />
em todos os seus pormenores essa Moral católica, essa<br />
pessoa – se não ela, seu filho ou seu neto – acaba sendo<br />
de uma educação e de um porte perfeitos.<br />
A Moral católica gera a educação,<br />
a distinção e a correção perfeitas<br />
Para uma pessoa que pratica a Moral católica perfeitamente,<br />
é instintivo, mesmo não tendo recebido uma<br />
educação de salão, praticar, por exemplo, atos como o seguinte:<br />
está à mesa tomando refeição com um convidado<br />
que merece uma especial honra e atenção, serve o convidado<br />
antes de se servir a si própria. Ora, isso que é ensinado<br />
como uma regra de educação – “Você, na sua casa,<br />
seja o último a se servir; quando estiver na presença de<br />
mais velhos, faça com que eles se sirvam antes; diante de<br />
pessoas mais graduadas do que você, reconheça de boa<br />
vontade essa maior graduação, preste-lhes honras, faça<br />
com que se sirvam antes” – são aplicações de princípios<br />
de Moral a questões de bom procedimento.<br />
Se numa primeira geração de católicos muito bons não<br />
houve tempo de modelar todos esses costumes de acordo<br />
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