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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />
ra, maravilhada. Esta olha comprazida para sua prima,<br />
mas não Se inclina. É natural: cada uma delas trazia<br />
em si um menino; mas no claustro de Santa Isabel não<br />
se encontrava senão o precursor do Menino que estava<br />
no claustro virginal de Maria. Sem dúvida é uma honra<br />
imensa ter concebido São João Batista – Nosso Senhor<br />
o comparou a Elias –, mas conceber o Homem-Deus não<br />
há comparação com nada!<br />
No afresco representando o Nascimento do Menino<br />
Jesus, São José está dormindo, as ovelhinhas estão ali<br />
perto, o burrico também e os Anjos enchem o céu, cantando<br />
a glória de Deus. Os pastores estão ouvindo o cân-<br />
A Visitação<br />
Nascimento do Menino Jesus<br />
tico celeste. “Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz<br />
na Terra aos homens de boa vontade” (Lc 2, 14). É exatamente<br />
o que a Liturgia, no dia 24 para 25 de dezembro,<br />
deverá estar cantando.<br />
É noite. Nossa Senhora acaba de dar à luz o Menino-<br />
-Deus de um modo misterioso e maravilhoso. A atitude<br />
d’Ela é de uma pessoa inteiramente sadia, que está aconchegando<br />
melhor seu Divino Filho numa manjedoura.<br />
Mas com um desembaraço de movimentos que não é o<br />
de uma mãe da qual acaba de nascer sua criança. Compreende-se:<br />
o processo de nascimento é dolorido e difícil<br />
em virtude do pecado original, mas em Nossa Senhora<br />
não. Ela foi virgem antes, durante e depois do parto. Esse<br />
nascimento se deu de modo milagroso, de maneira a<br />
não representar um esforço para Ela. Ali está seu Filho,<br />
e Ela, como quem tivesse acordado de um sono brando,<br />
abrisse um pouco os olhos para ver o Menino, e vai dormir<br />
dali a pouco de novo.<br />
De fato, é uma cena lindíssima, que empolga! Pode-<br />
-se imaginar a situação de Maria Santíssima ao ver, pela<br />
primeira vez, o fruto do Divino Espírito Santo nas<br />
suas próprias entranhas. E que fisionomia tinha o Homem-Deus<br />
que acabava de nascer d’Ela! O Menino Jesus<br />
tomava toda a atitude de uma criança dessa idade.<br />
Ele teve, durante toda a vida, a atitude própria às<br />
idades que foi percorrendo, até os 33 anos com que Ele<br />
morreu.<br />
Porém, como Ele possuía a natureza humana ligada<br />
à divina pela união hipostática, em uma só Pessoa, teve<br />
de fato uma inteligência plena desde o primeiro instante<br />
em que sua Santíssima Mãe O concebeu. Já no claustro<br />
materno Ele rezava, oferecia a Deus reparações, O adorava<br />
e implorava pelos homens. O Menino Jesus começou<br />
a sua vida inteiramente consciente, desde o primeiro<br />
momento em que passou a existir.<br />
De maneira que essa Criança, com o todo de um bebê,<br />
teve, entretanto, incontáveis comunicações místicas,<br />
talvez diretas, não se sabe como, com sua Mãe virginal<br />
já desde o período da gestação. Nossa Senhora sabia<br />
que seu Filho era uma Criança inteiramente inteligente.<br />
Mas olhava para Ele, um Menininho, a quem a Segunda<br />
Pessoa da Santíssima Trindade estava unida hipostaticamente.<br />
Maria Santíssima compreendia ser lúcido e cheio de<br />
amor o olhar que Ele deitava n’Ela, e que os dois estavam<br />
Se conhecendo: o Filho tomava conhecimento da fisionomia<br />
de sua Mãe, e Ela de seu Filho. Foi um momento<br />
sublimíssimo da vida de ambos. Podemos imaginar o<br />
auge de amor de Deus a que Nossa Senhora chegou nesse<br />
momento!<br />
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