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2017_Luzes-ApostoloPulchrum

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Web Gallery of Art (CC3.0)<br />

ramo também. Podemos imaginar a surpresa dele quando<br />

o seu ramo floresceu.<br />

“Sou muito sensível às cores”<br />

Eu queria chamar a atenção para este ponto particular:<br />

eu sou — como já disse, é um modo de ser legítimo como<br />

outros — muito sensível a cores. E as harmonias de<br />

cores me interessam especialmente. Giotto joga predominantemente<br />

com duas espécies de recursos cromáticos: algumas<br />

são cores muito clarinhas, delicadas. Vejam o verde<br />

bonito do primeiro portador de ramo. Um que deve ser<br />

ajudante do sacerdote tem uma túnica lilás e uma espécie<br />

de capa ligeiramente<br />

esverdeada, mas combinando<br />

muito bem. E<br />

atrás há outro portador<br />

de ramo cujo traje<br />

é de uma cor que não<br />

sei definir, mas é feita<br />

de cores muito claras.<br />

São José está vestido<br />

com cores um pouco<br />

mais escuras, mas ainda<br />

são bastante claras.<br />

Entre eles há um com<br />

uma cor mais escura,<br />

ou melhor, bem menos<br />

clara. Seria uma composição<br />

de cor bordeaux<br />

com um pouco de azulado.<br />

As cores dos outros<br />

trajes quase não se<br />

Web Gallery of Art (CC3.0)<br />

distinguem, porque aparecem pedaços pequenos de roupa.<br />

O rabino está com um traje de uma cor um pouco parecida<br />

com a daquele personagem de roupa mais escura.<br />

Há uma espécie de radicalidade nisso. É a radicalidade<br />

no claro e a radicalidade no carregado, que forma no<br />

todo um contraste interessante. Imaginem que esse sacerdote<br />

estivesse com uma cor clarinha, e o outro que está<br />

atrás também. Como ficaria tudo insípido! Esse tom<br />

escuro confere uma nota de seriedade ao clarinho, e é<br />

um equilíbrio de cores muito bonito.<br />

A cena é tão característica, tão expressiva! Há uma espécie<br />

de empenho da parte dos pretendentes a se casarem<br />

com Nossa Senhora. Era nobre querer isso. Pode-se desejar<br />

alguém melhor<br />

do que Maria Santíssima?<br />

Entre as hipóteses<br />

possíveis, no momento<br />

me alegra imaginar<br />

que todos os pretendentes<br />

rejeitados<br />

eram levados pela graça,<br />

e que depois se tornaram<br />

grandes devotos<br />

de Nossa Senhora.<br />

Mas o eleito já estava<br />

determinado por<br />

Deus, que operou o<br />

milagre na vara carregada<br />

pelo homem casto<br />

por excelência. v<br />

(Extraído de conferência<br />

de 25/11/1988)<br />

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