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2017_Luzes-ApostoloPulchrum

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Deve-se fazer prevalecer as<br />

qualidades do espírito<br />

Isso se refletia em coisas insignificantes. Houve tempo<br />

em que era contrário às regras da boa educação encostar-se<br />

no espaldar das cadeiras, em determinadas<br />

circunstâncias. Era a imagem da ascese católica, levando<br />

a pessoa a dominar-se a si mesma.<br />

Dou outro exemplo: há pessoas que têm o hábito de estalar<br />

os dedos. Na intimidade se compreende, mas não se faz<br />

isso diante de outros, porque chama demais a atenção para<br />

o corpo, quando todas as atitudes de porte, de linha e de<br />

distinção do homem devem lembrá-lo de que ele é principalmente<br />

alma, fazendo ver com isso o elemento mais nobre<br />

de seu ser, que é o elemento espiritual e não o físico.<br />

Isso leva as coisas do Ocidente a serem assim: um engenheiro<br />

ou arquiteto católico, ao planejar a decoração externa<br />

e interna de um palácio para um rei também católico,<br />

que exercerá o poder catolicamente sobre um povo igualmente<br />

católico, o próprio élan de sua alma católica leva-<br />

-o a ornamentar de maneira a fazer prevalecer as qualidades<br />

do espírito, os elementos que possuem categoria, finura,<br />

distinção, nos quais a alma humana aparece na sua excelência.<br />

Pelo contrário, o homem sem essa assistência da<br />

graça e essa inspiração da Fé não é capaz disso.<br />

Então, vemos marajás, sultões e outros tipos assim<br />

refestelados, chupando indefinidamente aquele narguilé,<br />

porque não aprenderam da Religião Católica as boas<br />

maneiras. Isso se retrata evidentemente também nos<br />

prédios, no urbanismo; enfim, em mil coisas de mil modos<br />

isso se manifesta.<br />

É o que faz a superioridade do Ocidente, o qual tem<br />

menos rubis, pérolas, esmeraldas, safiras, brilhantes;<br />

não possui rajás nem marajás, mas tem a distinção católica,<br />

contrarrevolucionária, que domina todo o resto.<br />

O resplandecer da graça<br />

Então, o Xá da Pérsia foi visitar as principais capitais<br />

da Europa, entre as quais Viena. A festa se desenvolvia<br />

e, em certo momento, chegou a Imperatriz da Áustria, a<br />

quem o potentado persa foi apresentado. Ele fez uns salamaleques<br />

à moda oriental e ela respondeu com distinção,<br />

com graça, um pouco sorrindo, como diante de um<br />

“conto de mil e uma noites”, de uma fábula.<br />

Ele ficou deslumbrado com a beleza e a distinção da<br />

Imperatriz. Provavelmente ele, um homem, tinha joias<br />

muito mais bonitas do que ela, que era uma dama. Entretanto,<br />

ela era uma joia da Cristandade! Tudo isso são<br />

frutos da Civilização Cristã.<br />

Na Civilização Cristã os homens, possuindo pela graça<br />

a virtude da Fé e as demais virtudes teologais e cardeais,<br />

acabam tendo toda essa grandeza pessoal que é o<br />

resplandecer da graça.<br />

Mas quem nos obteve a graça? Foi Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo no momento de morrer na Cruz, e já quando<br />

Ele começou a sentir tédio e pavor diante do que Lhe<br />

aconteceria durante a Paixão, naquela meditação sumamente<br />

majestosa e linda no Horto das Oliveiras. Quando<br />

a graça penetra nos homens, conquistada para nós pelo<br />

Sangue de Cristo, produz todo o resto. v<br />

(Extraído de conferência de 13/1/1989)<br />

Lembro-me de outro episódio ocorrido com a própria<br />

Sissi, Imperatriz da Áustria. Antigamente, os potentados<br />

do Oriente quase nunca vinham à Europa, porque<br />

eram viagens muito longas e sujeitas a risco. Mas quando<br />

se estabeleceram, com os meios de comunicação moderna,<br />

a possibilidade de viagens seguras e com relativo<br />

conforto, nos primeiros transatlânticos, nos primeiros<br />

trens do século XIX, os potentados orientais começaram<br />

a vir ao Ocidente, trazendo todo o luxo oriental.<br />

Ao recebê-los, as cortes europeias seguiam todo o protocolo<br />

com que se acolhia um chefe de Estado estrangeiro.<br />

Portanto, cerimonial muito bonito, esplendoroso, rico.<br />

Os orientais, por sua vez, vinham com riquezas fabulosas<br />

e iam às festas com seus trajes peculiares.<br />

César Aguiar (CC3.0)<br />

Oração de Jesus no Horto<br />

Catedral de Córdoba, Espanha

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