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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />
Daniel Stockman (CC 3.0)<br />
Jebulon (CC 3.0)<br />
to grande, que é o tabuleiro da ponte, acrescido de tudo<br />
e de todos que passam por cima. A ponte precisa ser tal<br />
que se nós a imaginarmos, por uma razão qualquer, toda<br />
cheia de gente ou de veículos numa hora de trânsito<br />
muito obstruído, não há o menor problema: ela carrega<br />
com seriedade e com indiferença. A seriedade indiferente<br />
a obstáculos e agarrando as dificuldades, empunhando-as<br />
e impondo-se a elas, é o próprio aspecto da alma<br />
católica dotada da virtude da fortaleza. Essa regularidade<br />
nos fala da temperança, a qual é regular em tudo. Temos,<br />
assim, duas virtudes cardeais que se exprimem magnificamente<br />
nesse monumento. Logo, há uma beleza moral<br />
por detrás dessa ponte.<br />
Vista à distância, o aspecto forte e pesado se dilui um<br />
tanto, e ela se torna mais graciosa, sem perder aquela<br />
garra e força própria às coisas que devem ser fortes. A<br />
mistura da graça com a garra é um dos traços do talento<br />
francês, um dos fatores do famoso charme. Observada<br />
por determinados ângulos, a ponte deixa ver uma parte<br />
do seu charme. Mas o que é esse charme? É o sorriso<br />
da alma católica.<br />
Elegância<br />
aristocrática e<br />
majestade real<br />
Outras verdadeiras<br />
obras de arte<br />
que exprimem<br />
inteiramente o espírito<br />
francês são<br />
esses lindos lampadários<br />
localizados<br />
perto do Museu<br />
do Louvre, em<br />
Paris. Cada lâmpada,<br />
provavelmente<br />
de um cristal muito<br />
bom, é alta e encimada<br />
por algo que<br />
dá a impressão das<br />
flores de groselha, como as que se encontram nas coroas<br />
dos reis. Depois há um certo espaço e, por cima, umas<br />
coroinhas pequenas. Por fim, no ápice, a cruz.<br />
É um misto de elegância aristocrática e de majestade<br />
real. Observem o braço dos lampadários: há um pino<br />
central e braços colaterais. Vejam a leveza com que cada<br />
braço desses carrega um lampadário num movimento<br />
natural, como quem está quase se distraindo e levando o<br />
lampadário na mão.<br />
Para percebermos bem como isso é belo, imaginemos<br />
que o lampadário fosse preso à parte central por um eixo<br />
perpendicular o qual pegasse em baixo o lampadário.<br />
Ficariam três toquinhos pequenos e quadrados. Assim<br />
como foram concebidos, não são indiscutivelmente mais<br />
belos, esguios e nobres? Em uma palavra: não há Contra-Revolução<br />
dentro disso?<br />
Duas torres históricas<br />
Outro monumento ligado à História da França, à<br />
Contra-Revolução e a um determinado tipo humano é o<br />
Palácio dos Rohan.<br />
A família dos Príncipes de Rohan era de descendentes<br />
dos Duques antigos da Bretanha, mas colateralmente.<br />
Os Duques da Bretanha tinham toda a categoria de<br />
príncipes, as princesas casavam-se com reis. Eram mais<br />
ou menos como os Duques da Baviera, de Württemberg,<br />
grandes ducados, que se casavam com pessoas da realeza,<br />
absolutamente de igual a igual. Os Rohan não eram<br />
dessa categoria, mas pertenciam a um ramo dessa categoria.<br />
Eles constituíam, com algumas outras famílias da<br />
alta nobreza francesa, um verdadeiro escalão intermediário<br />
entre a família real e o comum dos nobres da corte.<br />
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