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clusivo seu. Quem faz isso não é a pessoa mais<br />
egoísta e individualista do mundo, simplesmente<br />
está seguindo o coletivo, entrando em<br />
EM. Pensar daquela forma faz sentido em alguns<br />
momentos porque quando olha para o<br />
lado, você observa todos tendo a mesma atitude,<br />
e se torna lógico fazer igual. Mas isso, a<br />
longo prazo, vai se tornar um grave problema<br />
na equipe, podendo ocasionar atrito entre os<br />
membros e diminuição da produtividade.<br />
E se você não tomar cuidado vai começar a trabalhar<br />
errado também! Começará a não arrumar<br />
a mesa porque ninguém arruma, chegar<br />
um pouquinho atrasado porque todo mundo<br />
chega, e parar de ajudar os outros porque ninguém<br />
te ajuda.<br />
Sabe aquela clássica frase: “faz o seu e não se<br />
preocupa com os outros”? É vibração total em<br />
Efeito Manada. Se todos começarem a fazer<br />
isso, o que vai acontecer? Se todos fizerem só o<br />
seu e não se preocuparem com o trabalho dos<br />
outros integrantes da equipe, qual é a chance<br />
de isso dar certo no final? Cuidado para não<br />
cair nessa armadilha.<br />
Existem diversos fatores que podem desencadear<br />
o EM no seu trabalho. Vou citar quatro:<br />
1- Falta de clareza na elaboração da meta:<br />
Quanto menos detalhada for a informação,<br />
quanto maior a falta de planejamento, gerenciamento<br />
e descrição das tarefas, maior a chance<br />
de as pessoas não saberem como conquistar<br />
a meta proposta. Isto pode causar um EM de<br />
paralisia coletiva, na qual ninguém tomará<br />
nenhuma atitude por não existir protocolo definido<br />
para determinadas situações. Ou, pior<br />
ainda, alguém pode ter uma interpretação errônea<br />
do objetivo a ser atingido, e todos começarem<br />
a seguir esse caminho até o ponto que<br />
levará a um abismo sem retorno. Exemplos de<br />
frases típicas desta condição:<br />
“Eu não sabia”, “Ninguém me falou que era assim”,<br />
“Não foi do jeito que me passaram”.<br />
2 – Falta de independência profissional<br />
Quanto mais engessado o sistema, menor a<br />
possibilidade de postura flexível dos colaboradores.<br />
Em alguns setores das empresas, por exemplo,<br />
os funcionários são separados em blocos operacionais<br />
com as funções seguindo uma forte<br />
rotina preestabelecida e a possibilidade de ascensão<br />
restrita.<br />
Isso cerceia no indivíduo a capacidade de criar<br />
novas estratégias de trabalho que beneficiem<br />
a todos, pois ele se enxerga muito limitado.<br />
Nesta condição de falta de flexibilidade profissional,<br />
não demora muito para ativar o EM no<br />
grupo e todos estarem agindo da mesma forma<br />
e se tornando cada vez mais inflexíveis. Exemplos<br />
de frases típicas desta condição:<br />
“Esse trabalho não vai mais dar tempo hoje”,<br />
“Este serviço não sou eu que faço”, “Não posso<br />
te dar certeza se vou conseguir porque não depende<br />
só de mim”.<br />
3 – Falta de diversidade de perfis<br />
Por mais que a filosofia da empresa, missão,<br />
visão e valores já estejam pré-definidas e bem<br />
estabelecidas, a ausência de perfis psicológicos<br />
diferentes e complementares entre indivíduos<br />
da mesma equipe pode fechar o leque de possibilidades,<br />
limitando a criatividade e melhoria<br />
das atividades com poucas formas de análise<br />
de necessidades. Se todos tiverem o mesmo<br />
perfil de afinidades, num curto espaço de tempo<br />
iniciam a sincronização via EM e começam<br />
a ter as mesmas opiniões e atitudes para tudo,<br />
independente da área de atuação, o que pode<br />
causar um grande desequilíbrio na empresa,<br />
inflando demais alguns setores e deixando outros<br />
abandonados. Exemplos de frases típicas<br />
desta condição:<br />
“Não me sinto bem fazendo isso”, “Qual é a<br />
necessidade de termos este setor na empresa?”,<br />
“Vamos deixar este departamento para depois”.<br />
4 – Falta de segurança<br />
Essa é a principal causa de EM na minha opinião.<br />
Uma pessoa insegura, desconfortável<br />
dentro de um grupo, dispara dentro de si o<br />
instinto mais primário de todo ser vivo: a sobrevivência.<br />
E para se proteger dos perigos decorrentes<br />
da falta de confiança ao seu redor, ela<br />
começa a se defender escondendo seus erros e<br />
criando um clima de insatisfação no ambiente<br />
que acaba sendo disseminado entre os outros<br />
membros da equipe; quando se dá conta, todos<br />
estão agindo dessa mesma forma, se autoprotegendo<br />
sem se preocupar com o resultado final,<br />
e assim o EM impera e a produtividade despenca.<br />
Exemplos de frases típicas desta condição:<br />
“Não fui eu!”, “A culpa é sua”, “Isso não vai<br />
ficar assim”.<br />
Por mais que a sincronização via Efeito Manada<br />
por muitas vezes pareça um caminho plausível<br />
para se conquistar um bom resultado, por<br />
ser de fácil assimilação e estar ancorado no argumento<br />
de que todos fazem assim também,<br />
seu uso contínuo pode ser extremamente deletério<br />
em todos os segmentos da vida.<br />
E o primeiro passo para evitá-lo é saber que<br />
existe e como funciona. Desta maneira, quando<br />
você se enxergar nesse caminho, irá perceber<br />
o quão aquilo pode ser prejudicial e buscará<br />
enxergar uma saída para você e sua equipe.<br />
Adriano Simões trabalha com Gestão<br />
de Liderança e Aumento da Produtividade<br />
em Equipe.<br />
É escritor e parceiro da <strong>Revista</strong> Gestão RH e<br />
Blog Quero Mais Tempo de Christian Barbosa,<br />
possui formação em programação neurolinguística<br />
e coaching, dedicando-se aos estudos<br />
na área de Comportamento Coletivo sendo<br />
especialista em Inteligência Coletiva, analisando<br />
padrões e direcionando o perfil dos colaboradores<br />
e líderes para trabalharem melhor<br />
em EQUIPE dentro das necessidades de cada<br />
empresa.<br />
Autor do Livro: Como Construir Seus Sonhos,<br />
também contribui na área da Educação com<br />
um projeto de Mentoria Profissional para adolescentes<br />
deficientes visuais.<br />
visite: www.adrianosimoes.com.br<br />
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