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BOM MOMENTO PARA O FOODSERVICE NO BRASIL POR: FERNANDO<br />
CARDOSO, HEAD DE FOODSERVICE DA AGR CONSULTORES<br />
Este mercado tem poucas alternativas com<br />
custos vs benefícios adequados para a frequência<br />
de entrega e outros requerimentos básicos<br />
como amplitude e disponibilidade do mix de<br />
categorias, rastreabilidade e conformidade de<br />
refrigeração.<br />
A necessidade é de distribuidores que possam<br />
agregar valor para seus clientes como apoio<br />
para gestão da demanda, mix de produtos fracionados<br />
e serviços de abastecimento.<br />
A entrega cega, suprimento sem conferência<br />
pelo cliente, é realidade em vários países, mas<br />
por aqui ainda não é uma opção considerada.<br />
A expansão da adoção do ecommerce/B2B deverá<br />
agilizar o ciclo dos pedidos e contribuir<br />
para o aumento da eficiência da cadeia de suprimentos.<br />
Outra área de oportunidade na distribuição de<br />
Foodservice é o processamento para agregar<br />
valor a produtos que podem racionalizar operações<br />
e diminuir perdas para os clientes.<br />
Frutas, legumes, verduras, proteínas e outras<br />
categorias podem ser pré-elaboradas ou processadas<br />
em distribuidores especializados.<br />
Poderá haver um incremento no custo do produto,<br />
porem quando executado com eficiência<br />
é compensado por produtividade nos operadores<br />
de restaurantes.<br />
Os benefícios tangíveis são a redução de perdas,<br />
gastos com mão de obra, espaço, utilidades<br />
e tempo de preparo no ponto de venda.<br />
Estamos observando grande movimentação<br />
nos diferentes níveis da cadeia de valor do<br />
Foodservice.<br />
Na ponta, o setor de restaurantes e demais<br />
conceitos de alimentação fora do lar começa<br />
a dar sinais do início de recuperação após um<br />
ciclo de baixo crescimento real (descontando<br />
a inflação) durante 2015 e 2016 e superando<br />
R$200 bilhões em 2017.<br />
Apesar de lento e gradual, operadores de restaurantes<br />
reportam aumento no número de<br />
transações e incremento do ticket médio.<br />
A crise econômica freou o crescimento expressivo<br />
e consistente do setor de alimentação fora<br />
do lar que em 2002 representava 22% do total<br />
de gastos dos consumidores e atingiu 34% em<br />
2014. Estamos estagnados neste patamar. Nos<br />
EUA, o consumo de alimentos fora do lar representou<br />
50% em 2017.<br />
As expectativas são de recuperação e crescimento<br />
consistente da participação da alimentação<br />
fora do lar, impulsionando desta forma<br />
toda a cadeia do Foodservice. A projeção de<br />
crescimento médio anual dos próximos 3 anos<br />
para o mercado de Foodservice é de 5,8% (fonte:<br />
IFB – Instituto Brasileiro de Foodservice),<br />
atingindo R$258 bilhões em 2020.<br />
A recuperação oferece oportunidades que já<br />
estão apresentando as tendências de mudanças<br />
no setor. Entre elas, o aumento de participação<br />
das redes de restaurantes em relação aos<br />
operadores independentes, que hoje representam<br />
em torno de 90% do mercado.<br />
Durante a crise as redes de restaurantes aumentaram<br />
sua participação no mercado e sem<br />
12<br />
dúvidas estarão crescendo com maior agressividade<br />
durante esta fase de recuperação.<br />
Entre os principais mercados globais, o Brasil<br />
se destaca pela diluição de operadores.<br />
A tendência de concentração é inevitável gerando<br />
maior escala e eficiência no setor. Os<br />
operadores independentes manterão a maior<br />
fatia do mercado, mas terão que encontrar diferenciais<br />
para enfrentar a competitividade das<br />
redes.<br />
O elo de logística e distribuição talvez seja o setor<br />
com mais potencial de mudanças no curto<br />
e médio prazo. De todos os elos da cadeia de<br />
valor do Foodservice, logística e distribuição é<br />
onde visualizamos as maiores lacunas em relação<br />
as melhores práticas globais.<br />
Um dos fatores de restrição à excelência neste<br />
segmento é a complexidade e alto impacto<br />
nos custos da estrutura fiscal brasileira. Outros<br />
fatores como infraestrutura, custo do capital e<br />
baixa adoção de tecnologia também contribuíram<br />
para o estágio atual. Fundos de investimentos<br />
e operadores internacionais estão avaliando<br />
oportunidades para investir e expandir<br />
os serviços nesse segmento.<br />
Um caso prático de distribuidor e processador<br />
de carnes apresenta economias de 8% a 10%<br />
no CMV de seus clientes sem contabilizar os<br />
demais benefícios. Nas categorias de FLV os<br />
ganhos no ponto de venda também superam<br />
os 10% quando comparado com compras e<br />
manipulação de produtos in natura no ponto<br />
de venda.<br />
A indústria de alimentos no Brasil esta bem estruturada<br />
e na cadeia de valor do Foodservice<br />
está mais próxima dos padrões internacionais<br />
de eficiência e inovação. Entretanto, acreditamos<br />
que pode melhorar o nível de serviço a<br />
seus clientes. Como historicamente o Foodservice<br />
tem uma participação menor nas vendas,<br />
o foco da indústria de alimentos teve maior<br />
prioridade para o atendimento ao varejo.<br />
Outro fator que tem limitado iniciativas mais<br />
proativas da indústria no canal do Foodservice<br />
é a pulverização deste setor.<br />
Tradicionalmente, a indústria delegou a seus<br />
distribuidores o desenvolvimento e manutenção<br />
do canal Foodservice.<br />
Desta forma, inovações da indústria chegam<br />
mais lentamente e com filtros no ponto de<br />
venda. Estamos acompanhando iniciativas da<br />
indústria para levar sua proposição de valor diretamente<br />
aos operadores de restaurantes, bem<br />
como maior dinamismo de ações em parceria<br />
com distribuidores para fechar a lacuna entre<br />
os elos da cadeia.<br />
As mudanças que aqui abordamos são apenas<br />
uma parte da grande transformação que está<br />
ocorrendo no setor de Foodservice.<br />
Essencial para que estas mudanças gerem resultados<br />
excepcionais é que sejam lideradas e<br />
executadas por talentos bem preparados. Com<br />
o crescimento e a inovação no setor, aumenta