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Jornal da Bairrada<br />

27 | setembro | 2018<br />

PRAIA DA VAGUEIRA<br />

Arte Xávega em risco<br />

“Mais ano, menos ano a<br />

arte xávega acaba na Vagueira”<br />

– quem o garante é João<br />

Carlos Silva, popularmente<br />

conhecido por João da Murtosa<br />

(na foto), que aos 84<br />

anos vai ser, este sábado,<br />

homenageado em Vagos<br />

por um grupo de amigos e<br />

conterrâneos. Confirmou-<br />

-o há duas semanas, ao jornal<br />

“Público”, mas já o tinha<br />

predestinado há quase duas<br />

décadas, quando assinalava<br />

que a questão das areias (ou<br />

a falta delas) não se resolvia<br />

“porque era um grande negócio”.<br />

Na altura, João da Murtosa<br />

queixava-se da falta<br />

de apoios para o setor.<br />

“São muito poucos, para<br />

não dizer nulos, e só anda<br />

nisto quem, como eu, tem<br />

algum gosto”, afirmava perentório.<br />

Acrescentava que<br />

estava nesta atividade, porque<br />

gostava e até tinha “vício<br />

por ela”. Mas as companhas<br />

tinham de pagar as<br />

taxas ao Estado –“levam-<br />

-nos couro e cabelo, e depois<br />

ainda pagamos 22 por<br />

cento do valor do pescado”,<br />

esclarecia. Reconhecia<br />

que a autarquia tinha<br />

consciência da situação, e<br />

admitia mesmo que “quando<br />

morrer a arte xávega,<br />

em praias como a Vagueira,<br />

as praias também morrem”.<br />

Tal não deve, contudo,<br />

acontecer. Essa é, pelo menos,<br />

a opinião do presidente<br />

da câmara de Vagos, que<br />

em declarações ao quinzenário<br />

O Ponto, confirmou<br />

que existe um projeto para<br />

apoiar a arte xávega. A ideia,<br />

segundo Silvério Regalado,<br />

passa por tornar as companhas<br />

“mais efetivas” em<br />

ambas as praias (Vagueira<br />

e Areão), estando o referido<br />

projeto a ser desenvolvido<br />

internamente.<br />

“É preciso incentivar<br />

as companhas, que atualmente<br />

trabalham na Vagueira,<br />

para continuar a<br />

sua atividade”, considerou<br />

o autarca, que espera em<br />

breve divulgar o projeto.<br />

Memória. João da Murtosa<br />

tinha 18 anos, antes<br />

de “encalhar” o barco na<br />

Gafanha da Nazaré (Cale<br />

da Vila). Começou por atar<br />

“chicotes” (a corda que<br />

andava sempre atrás dos<br />

bois, quando se puxava a<br />

rede), na Torreira. Depois,<br />

casou e transferiu-se para<br />

a Vagueira, que viu crescer<br />

como praia, há muitas<br />

décadas.<br />

Moliceiro experimentado,<br />

teve de pedir dinheiro<br />

(500 escudos, na moeda<br />

antiga) emprestado ao tio,<br />

para comprar um barco<br />

usado. Na altura, um barco<br />

novo não custava mais de<br />

dois contos e quinhentos.<br />

Haveria de pagar a dívida<br />

em quinze dias ao tio, que<br />

entretanto tinha “negociado”<br />

o referido montante<br />

com o Zé Ribeiro, que<br />

lhe ficou com uma eirada<br />

de milho. Foi assim que começou<br />

a safra do João da<br />

Murtosa...<br />

Eduardo Jaques/Colaborador<br />

VAGOS | REGIÃO 15<br />

Pe. Ivanil Portela investido<br />

em Ponte de Vagos<br />

Ponte de Vagos encerrou,<br />

em festa, a ronda de tomadas<br />

de posse dos sacerdotes<br />

do arciprestado de Vagos,<br />

que haviam sido nomeados<br />

em julho por decreto<br />

episcopal. No último domingo,<br />

foi a vez do Pe. Ivanil<br />

Portela (que tinha sido<br />

investido, na véspera, em<br />

Santa Catarina e Covão do<br />

Lobo), chegar à paróquia de<br />

Nossa Senhora da Luz. Foi<br />

ocupar a vaga deixada por<br />

António Aparício Cardoso,<br />

sacerdote comboniano,<br />

agora colocado em missão<br />

na Republica Democrática<br />

do Congo, tendo a cerimónia,<br />

que contou com a presença<br />

de muitos paroquianos<br />

de Vagos e Ouca, sido<br />

presidida pelo vigário-geral<br />

da diocese.<br />

De referir que são quatro<br />

os padres que exercem o seu<br />

múnus nas onze paróquias<br />

do arciprestado de Vagos.<br />

O saber: Fernando Lacerda<br />

Ferros (46 anos), Santo<br />

André e Gafanha da Boa<br />

Hora, e vigário paroquial de<br />

Calvão; Ivanil José Portela<br />

(54 anos), Ponte de Vagos,<br />

Covão do Lobo e Santa Catarina;<br />

José Augusto Pinho<br />

Nunes (49 anos), Vagos e<br />

administrador paroquial<br />

de Ouca; e Nuno Duarte Silva<br />

Queirós (34 anos), Santo<br />

António, Soza e Fonte de<br />

Angeão.<br />

Quanto a diáconos,<br />

Amaral Mota colabora com<br />

a paróquia de Ouca, António<br />

Machado com Vagos,<br />

Dario Martins e Manuel<br />

Benjamim com Fonte de<br />

Angeão, Santo António e<br />

Soza, e Manuel Carvalhais<br />

com Calvão.<br />

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