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Jornal da Bairrada
27 | setembro | 2018
DESPORTO | FUTEBOL
VISTO DA BANCADA
Anadia perde a invencibilidade
e também a liderança
Manuel Zappa
zappa@jb.pt
DESPORTIVAMENTE
1-Apesar de ter justificado outro
resultado, a verdade é que o Oliveira
do Bairro sofreu a primeira derrota
na Divisão de Elite. Foi no terreno do
Mansores, uma das surpresas neste
início de campeonato.
No jogo grande da jornada,
Pampilhosa e Beira-Mar não saíram
do nulo. Os ferroviários anularam
por completo os ataques dos
beiramarenses.
2-Em casa, o Oliveira do Bairro
tem um duro teste com o candidato
São João de Ver. Depois de uma entrada
em falso, os Falcões terão de
fazer pela vida. Jogo de tripla.
O Pampilhosa visita o reduto do
Carregosense. As duas equipas somam
dois empates e podem acabar
o jogo com a divisão dos pontos.
I DIVISÃO
1-No jogo mais aguardado, o
Mealhada ganhou no terreno do Oiã
e é um dos líderes, juntamente com
o São Vicente Pereira, que foi a Antes
derrotar os locais por uma mão
cheia de golos, e Valecambrense.
Em casa, o Famalicão venceu
pela primeira vez o Cucujães, um
opositor que se assumiu como candidato
à subida. Também em casa, o
Fermentelos levou a melhor sobre o
Beira-Vouga, o mesmo não aconteceu
à Juve Force, que foi derrotada
na casa da ACRD Mosteirô.
2-O destaque vai, claro, para o Fermentelos
- Oiã. Dois rivais que fazem
sempre das tripas coração para
ganhar, por vezes quem está na mó
1-E à sexta jornada, o Anadia conheceu
pela primeira vez o sabor da
derrota num terreno e contra um adversário
do qual não guarda boas recordações.
Já na época passada tinha
perdido por 3-1, agora foi 3-2. A besta
negra tem sido o Sertanense, que acabou
por justificar a vitória nos minutos
finais, fruto da sua maior perseverança
e de um jogador, Davou, que fez
toda a diferença.
Com esta derrota, o Anadia perdeu
a liderança para o Sintrense e desceu
para o terceiro lugar da classificação.
Na Série B, o Águeda trouxe um
ponto da pérola do Atlântico ao empatar
sem golos com o Marítimo B, resultado
que mantém os Galos em zona
tranquila da classificação, quinto lugar
com os mesmos pontos do Paredes.
2-Domingo joga-se a 2.ª eliminatória
da Taça de Portugal. O Anadia
mede forças em casa com o Mineiro
Aljustrelense, equipa que milita nos
distritais da Associação de Futebol de
Beja. Ainda sem competir, apenas um
jogo para a taça, os alentejanos não deverão
ter argumentos para contrariar
o favoritismo dos bairradinos.
A derrota na Sertã não deixou mossa,
a taça é uma competição totalmente
diferente e, em jogo, estão quatro
TRIBUNA DE HONRA
de baixo vence, num jogo de resultado
imprevisível.
O Mealhada fará a receção ao
ACRD Mosteirô, adversário com
legítimas aspirações na subida, um
teste às capacidades dos bairradinos,
que se reforçaram para voos
mais altos.
O Famalicão joga na casa de um
dos líderes, o São Vicente Pereira e,
por certo, não irá encontrar facilidades.
Contrariar o favoristimo dos
locais é o objetivo.
Adivinha-se também vida difícil
para o Antes na deslocação ao reduto
da Ovarense. A equipa de José
Rocha ainda não pontuou.
A Juve Force também tem jogo
complicado com outro dos líderes,
o Valecambrense, mas joga em casa,
onde tem sido obstáculo difícil de
ceder pontos.
TAÇA DO DISTRITO
1-Não houve grandes surpresas na
1.ª eliminatória da Taça Distrito de
Aveiro. A lotaria das grandes penalidades
acabou por ser nefasta para
Bustos e Paredes do Bairro, ambos
a jogar em casa. Nos dois jogos, no
tempo regulamentar, registava-se
uma igualdade a dois golos, mas depois
CRAC e Bom Sucesso foram
mais fortes, tal como o Valonguense,
que eliminou o Sosense.
Águas Boas e Mamarrosa, a jogar
em casa, levaram a melhor sobre
Aguinense e Pessegueirense, respetivamente.
A LAAC goleou o Luso
(4-0) e mostrou credenciais para o
mil euros e a hipótese de defrontar
um grande na próxima eliminatória.
O Águeda também joga em casa. O
Famalicão, da Segunda Liga, é o seu
adversário. Os minhotos estão a realizar
um excelente início de temporada,
ocupam o segundo lugar, apostaram
as fichas todas no regresso ao convívio
dos grandes do nosso futebol, e querem
ir o mais longe possível na taça.
Os Galos não têm nada a perder. Se
jogarem desinibidos, compenetrados
defensivamente e à espera de um erro
do adversário, podem sonhar em cometer
uma gracinha. Todavia, a sua
tarefa não se afigura fácil.
Mealhada é um dos líderes e Oiã ainda
não ganhou. Bustos eliminado da taça
campeonato e, no dérbi concelhio,
o estreante Vaguense vendeu cara a
eliminatória, ao perder em casa com
o Calvão (1-0).
O VN Monsarros também venceu
fora, em Rocas do Vouga, e o
Ribeira/Azenha derrotou em casa o
Carqueijo. Pouca sorte teve o Santo
André, que perdeu com o Santiais.
II DIVISÃO
ZONA SUL. 1- Domingo começa
o terceiro campeonato da AFA,
onde, na Zona Sul, predominam as
equipas da Bairrada. E começa logo
com muitos dérbis concelhios.
O Bustos recebe o Santo André e
terá de fazer melhor do que na taça.
A LAAC parte como uma das favoritas,
mas terá de mostrar já isso no
terreno do Valonguense.
O Águas Boas joga na casa do
Paredes do Bairro, num jogo que
se prevê equilibrado, sucedendo o
mesmo no Sosense - CRAC.
Interessante será o VN Monsarros
- Aguinense e Carqueijo - Luso.
Vizinhos e rivais, as quatro equipas
terão de assumir o risco caso queiram
entrar com o pé direito.
Quem tem tudo para o conseguir
é o Calvão contra a equipa B da Juve
Force. O Ribeira/Azenha deixou
boas indicações no jogo da taça. Joga
de novo em casa, com o Pessegueirense
e alimenta a esperança de somar
os três pontos.
No Bom Sucesso - Vaguense, o
empate não é de menosprezar, em
jornada onde o Mamarrosa folga.
Não se ama
tão distante
Luis Nolasco
colaborador
O futebol português tem cada vez menos gente
a ver os jogos. Este mal é transversal a todas
as divisões e não apenas um “exclusivo” da
Primeira Liga.
Se as pessoas fogem do futebol algo vai mal
com este produto. Ou o produto não tem qualidade,
ou então na difícil correlação qualidade/preço,
não existe o equilíbrio necessário.
Diria que nem uma coisa nem outra. O futebol
português tem qualidade suficiente para trazer
mais gente à bola, e tem um preço que considero
aceitável para os padrões de vida deste
País. Então o que é que contribui para afastar
as pessoas do desporto mais popular do Mundo?
Para mim falta claramente a promoção do
produto futebol, e mais do que isso faltam condições
físicas para acomodar, cativar e seduzir,
quem ama este desporto.
Não temos recursos financeiros para melhores
estádios, mas temos seguramente imaginação
para fazer muito melhor. Se existem muitos
fatores que contribuem para afastar o adepto
do futebol, temos que criar condições para, literalmente,
tê-lo mais perto do produto. Utilizei
a palavra “literalmente” porque é mesmo
de distância que estamos a falar. No tradicional
campo de futebol deste nosso Portugal, as
bancadas estão muito afastadas do cheiro da
relva, é imperativo “pegar” no espetador e colocá-lo
“em cima” do relvado. Não vou sequer
falar da Primeira Liga, de que é um bom (mau)
exemplo o estádio da Académica de Coimbra,
mas sim de casos próximos que conhecemos
bem. O excelente estádio Municipal do Recreio
de Águeda tem uma pseudo-pista de atletismo
(em terra batida) que nunca foi utilizada, e que
faz dele um anfiteatro que afasta o adepto. E
como o Recreio de Águeda o mesmo acontece
com o estádio do Oliveira do Bairro, com o do
Vaguense e tantos outros.
É preciso acabar com os estádios com “pista
olímpica”. O futebol é futebol e o atletismo é
atletismo. Estádios para ambos já não são compatíveis
com a modernidade do futebol. Itália é
um bom exemplo de um País que tinha muitos
estádios com pista olímpica, de que o estádio
Olímpico de Roma é exemplo maior. Atentos a
esse fenómeno, os clubes italianos estão a fazer
novos palcos como o Allianz Arena da Juventus,
e a reformular os atuais onde o adepto
está realmente em cima do campo. Eu estive lá
há poucas semanas e senti essa atmosfera única
da proximidade física do espetador ao jogo
e ao jogador.
Pensemos todos neste desígnio senhores dirigentes.
Aproximemos fisicamente o adepto do
campo e desta forma estaremos a aproximá-lo
do nosso produto.
Champions League ou Distritais, serve para
todos.