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Imagens: Florian Holzherr
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¿QUÉ PASA?
MATERIALIZANDO O IMATERIAL
O museu Frieder Burda foi inaugurado em 2004 na
cidade alemã de Baden-Baden, na própria residência do
editor e colecionador de arte de mesmo nome, com o
intuito de tornar sua coleção acessível ao público. Voltado
principalmente à arte expressionista, o acervo permanente
do museu será acompanhado até o final de outubro por
algumas das mais expressivas obras do artista norteamericano
James Turrell.
Intitulada The Substance of Light, a exposição foi
concebida em colaboração com o próprio artista e
apresenta uma síntese das suas mais de cinco décadas
de trabalho. O percurso é iniciado por Apani 1 – já
apresentada na Bienal de Veneza de 2011 e que faz parte
da série “Ganzfeld” –, que é constituída de grandiosas
salas nas quais uma sequência de luzes, especialmente
composta para a instalação, gera nos visitantes uma
sensação de ausência de limites espaciais.
A simpatia de Turrell pela arte da pintura é materializada
pela instalação Wedgework 2 , na qual paredes e aparentes
superfícies verticais são geradas por meio de projeções de
luzes coloridas, levando o espectador à percepção de uma
profundidade espacial inexistente e também evocando as
pinturas monocromáticas do estilo abstrato Color Field.
Alguns trabalhos inéditos da sua “Hologram Series”
também são exibidos na mostra, assim como imagens, vídeos
e maquetes de seu mais ambicioso projeto, Roden Crater,
uma espécie de templo subterrâneo dedicado integralmente
à luz que vem sendo construído pelo artista no interior de um
vulcão extinto no deserto do Arizona, nos Estados Unidos.
A última obra do percurso, Accretion Disk 3 4 , foi
desenvolvida especialmente para a exposição alemã e
demonstra um objeto cuja cor se transforma vagarosamente,
no decorrer de algumas horas. A instalação pode ser
interpretada como uma manifestação do aspecto cósmico
dos trabalhos de Turrell, já que a expressão “accretion disk”
(ou “disco de acreção”) é usada na astrofísica para nomear
um disco de gás ou de poeira interestelar que orbita ao redor
de um corpo central, geralmente uma estrela jovem.
“De certa forma, a luz unifica o mundo espiritual ao
mundo efêmero e físico”, filosofa o artista, conhecido por
unir ciência, tecnologia e espiritualidade de maneira única, ao
atribuir uma presença física à luz imaterial. (D.T.)
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